sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Apocalipse Zumbi - Nós somos os mortos

No clássico 1984, de George Orwell (hoje infelizmente mais conhecido por ser a fonte da expressão “big brother”), há uma situação emblemática imediatamente antes de uma reviravolta na trama; o protagonista, que vive numa sociedade distópica em que todos são constantemente vigiados pelo Estado e não podem apresentar nenhum desvio de comportamento ou nenhum pensamento original, começa a experimentar se rebelar contra o sistema. Compra um livro. Faz contato com subversivos. Enceta um caso amoroso. Em suma, parece que só agora, já maduro, começa a viver de verdade. Bem, exatamente aí é que ele chega a esta conclusão estranha. Olhando pela janela e vendo as pessoas lá fora ele fala à sua amante: “nós somos os mortos”.

Comecei a separar um material sobre zumbis para um programa de jovens na igreja e dei com um daqueles quadros “expectativa x realidade” que povoam as redes sociais. Ele apresentava uma cena da série The Walking Dead em que os protagonistas estão sobre um trailer cercado de zumbis. A brincadeira é: sua expectativa é ser o mocinho, que mata zumbis e lidera o grupo, mas a realidade é que você, num apocalipse zumbi, provavelmente seria um dos zumbis. É claro, a chance de você ser infectado pelo vírus que tomou a humanidade quase que inteira é bem maior do que de você, justo você, estar na minoria heroica.

E se o mundo todo for reduzido a uma horda de mortos-vivos comedores de carne humana? E se você for um deles? E se isso já tiver acontecido?

Apocalipse 3:1 traz essa sinistra advertência: Conheço as tuas obras, que tens nome de que vives e estás morto. Esta é a mensagem endereçada à igreja de Deus, logo, haveria uma igreja que tem fama de viva, mas quem conhece suas obras sabe que ela está morta. Ela anda como um vivo, se comporta quase que como um vivo, mas está morta.

Quais os sintomas de uma igreja morta? Simples, ela deixou de fazer as coisas que a igreja viva faz. A igreja viva guarda os mandamentos de Deus e tem fé em Jesus (Apocalipse 14:12). A igreja viva ama perdidamente o ser humano (João 13:35). A igreja viva é uma comunidade de conforto, consolo, estímulo, ânimo e paciência (I Tessalonicenses 5:14).

Em Lucas 12:42-46 Jesus nos apresenta a um mau servo, que perde de vista o espírito de vigilância, a noção de que seu senhor voltará de sua viagem ao estrangeiro a qualquer momento. Ele começa a espancar os seus conservos. Ele é um morto se alimentando da carne dos vivos, ferindo os vivos, tornando-os mortos como ele, mortos à sua imagem e semelhança.

Será que justamente quando acreditamos estar vivendo mais é que vamos concluir que nós somos os mortos? Será que a realidade é distante demais da nossa expectativa?

Em Ezequiel 37:5 eu leio estas palavras: Diga que eu, o SENHOR Deus, estou lhes dizendo isto: “Eu porei respiração dentro de vocês e os farei viver de novo”. Quem ouvir viverá. Quem ouvir a palavra do Deus vivo deixará de ser um morto. Guardará os mandamentos, exercitará fé, amará e cuidará dos que estão ao redor. Quem ouvir, viverá.

Quem precisa de Halloween?


Abóboras, bruxa, gato preto, morcegos, vampiro são alguns símbolos utilizados nesta semana para enfeitar as famosas festas de Halloween. Uma festa que teve origem no Hemisfério Norte e tem fincado raízes cada vez mais fortes em nosso país. Uma festa que muitos acham sem maldade, mas que traz, em sua origem, uma mensagem negativa e anti cristã muito grande, pois, em sua essência, nada mais é que uma comemoração aos mortos e ao inimigo de nossa alma. Por que participar de uma comemoração aos mortos quando podemos celebrar a vida?

Quando aqui esteve, Cristo afirmou que um de Seus propósitos principais era o de nos conceder vida, e vida abundante (João 10:10). Cada gesto, cada palavra, cada olhar, cada atitude Sua mostrava que as pessoas sempre poderiam esperar algo de muito bom vindo de Sua parte. Participou de festas, banquetes, cultos, mas onde mais era encontrado era junto aos aflitos e oprimidos pelos efeitos do pecado. Ninguém que dEle se aproximou, precisando de auxílio, saiu sem ser atendido. Assim era Cristo, o Doador da vida.

Hoje muitos estão fazendo preparativos para uma festa que, nem em sua essência, tem a ver com a vida. Daqui a dois dias, milhões irão a um cemitério chorar um morto. Ao ressuscitar Cristo mostrou que tinha poder até sobre sobre a morte. Temos apenas duas escolhas: ficar ao lado daqueles que na dor ou, até mesmo em uma festa, valorizam a morte ou ao lado dAquele que tem vida em si mesmo. Escolha, mas escolha certo para ter a vida.


Nota: Leia mais sobre o Halloween aqui.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

497 anos da Reforma Protestante


Para alguns, Lutero é um ogro que destruiu a unidade da Igreja Católica Romana, uma besta selvagem, um monge renegado determinado a acabar com os fundamentos da vida monástica. Para outros, ele é o grande herói que liderou a pregação do evangelho puro de Jesus e da Bíblia, o reformador de uma igreja corrupta. Em 31 de outubro de 1517, véspera da festa católica de Todos os Santos, Martinho Lutero anunciou suas teses, e o impacto foi tal que a data é apontada como o início da Reforma Protestante. 

Poucas pessoas na história do cristianismo têm sido discutidas tão acaloradamente como Lutero. Ele mudou o curso da história pela coragem, desafiando o poder do papado e do império, mantendo pontos de vista contrários à prática e preceitos da religião estabelecida, o catolicismo romano, por serem conflitantes ao conteúdo da Bíblia. 

O principal ensinamento do Evangelho contra o qual Lutero se rebelou foi o da penitência. A salvação é graça de Deus e não pagamos nada por isso. A centelha que se acendeu no ex- monge provavelmente veio em 1515, quando Lutero começou a dar palestras sobre a carta de Paulo aos Romanos. Como ele mesmo disse, foi logo no primeiro capítulo do livro que Lutero encontrou a resposta às suas dificuldades. 

Por conseguinte, o monge passa a comentar sobre sua descoberta: “Senti que nasci de novo e que eu havia sido carimbado para entrar no paraíso. Toda a Escritura teve um novo significado. E desde então 'a justiça de Deus' passou a indescritivelmente doce para mim estava sob um grande amor “. 

Lutero parece ter sido um homem relativamente calmo, dedicado aos seus estudos e com lutas espirituais. Sua grande descoberta – ele trouxe uma nova compreensão da Palavra de Deus – não o levou imediatamente a protestar contra a forma como a Igreja Católica Romana ainda compreende a fé cristã. Pelo contrário, o monge dedicado continuou os seus ensinamentos e pastorais e, embora haja evidências de que mostrou sua nova teologia, não tinha intenção de se opor ao que ensinavam no catolicismo romano. 

Em 1517, quando Lutero pregou – a forma de se divulgar os fatos na época – suas famosas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, não tinha a intenção de criar uma turbulência religiosa. Ele anunciou as teses na véspera da festa de Todos os Santos e o impacto foi tal que marcou a data de 31 de outubro, como o início da Reforma Protestante e da reafirmação da palavra Deus. 

As 95 teses estão condenadas pela Igreja Católica Romana desde 15 de junho de 1520. Lutero, então, abertamente em conflito com a Igreja Católica Romana, foi excomungado no início do ano seguinte. O papa Leão X exigiu que Lutero se retratasse pelo menos de 41 de sua teses, mas o monge alemão, já famoso em toda a Europa, rejeitou publicamente. Foi o último passo para o que se tornaria a Reforma Protestante. 


Nota: O vídeo abaixo, filmado em importantes lugares históricos da Europa, apresenta uma visão panorâmica do declínio do cristianismo pós-apostólico e de sua posterior restauração através de sucessivos reformadores. 

1. Os mártires da fé 
2. Apostasia do cristianismo primitivo 
3. Os Valdenses 
4. João Wicliffe 
5. Huss e Jerônimo 
6. Martinho Lutero


Jovem com câncer marca data para morrer - IASD fala sobre Eutanásia


A americana Brittany Maynard, que tem câncer em estado terminal, anunciou que dará fim à sua vida, morte esta que está programada para o dia 1º de novembro. A história de Maynard tem chamado a atenção dos norte-americanos. A californiana decidiu se mudar de São Francisco para o Oregon, porque esse estado norte-americano permite o suicídio assistido para pacientes terminais, e está dedicando suas últimas semanas de vida a uma campanha para que outros que se veem diante de uma morte iminente possam usufruir do mesmo direito.

Um vídeo de seis minutos de Brittany Maynard explicando sua escolha foi publicado no YouTube no começo deste mês e desde então foi visto mais de 8,8 milhões de vezes.

Maynard foi diagnosticada em janeiro com um glioblastoma, um tumor no cérebro, e mais tarde ouviu dos médicos que só teria seis meses de vida. "Depois de meses de pesquisas, minha família e eu chegamos a uma conclusão dolorosa: não existe um tratamento que possa salvar minha vida, e os tratamentos que me foram recomendados destruiriam o tempo que me resta", ela disse em um artigo que escreveu para o site da emissora CNN.

“Irei morrer no andar de cima, no quarto que divido com meu marido, com ele e minha mãe ao meu lado, e falecer pacificamente com música que eu gosto no fundo”, declarou Maynard no vídeo. Maynard planeja tomar um medicamento obtido com receita médica para tirar a vida quando sua dor se tornar insuportável, de acordo com o grupo pró-eutanásia Compassion & Choices (Compaixão e Escolhas).[...] (G1)

Atualizando: Brittany Maynard disse nesta quinta-feira (30) que pode adiar o suicídio assistido, porque está se sentindo bem. Neste sábado (01), porém, de acordo com a Associated Press, ela optou pelo suicídio assistido, em sua casa, em Oregon.

Leia aqui a Posição da Igreja Adventista do Sétimo Dia sobre Eutanásia

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Cristãos, acabou a eleição... e agora?


Acabou a eleição presidencial em nosso país. A mais acirrada da história de nossa República, e a que teve a campanha mais sórdida e belicosa. Confesso que nunca vi um país dividido em dois blocos tão díspares e antagônicos de forma tão clara. Pior que a campanha entre os políticos foi a atitude dos defensores de cada lado. As redes sociais ainda estão inundadas de impropérios, frases xenófobas e desrespeito à opinião alheia, mesmo por aqueles que se declaram cristãos. Parece que esta eleição revelou o lado mais obscuro da maioria das pessoas sem que disso se apercebessem.

Seu candidato ganhou, parabéns, se perdeu, conforme-se, em toda disputa existem vitoriosos e derrotados, a vida segue. Por quê fazer o jogo do inimigo e tratar de forma antiética e anticristã os que estiveram do lado contrário na campanha? Eles não são seus inimigos, como você, foram criados à imagem e semelhança de Deus e colocados neste mundo com o propósito de testemunhar do amor do Pai, se falharam paciência. O verdadeiro e único inimigo, aquele que realmente deve ser execrado e odiado é o que tem trazido discórdia e rancor no Universo há milênios. Como subversor de nossa alma busca ocasião para arruinar todos os candidatos ao Reino dos Céus.

Na eleição presidencial Dilma Roussef derrotou Aécio Neves, mas na eleição para o Reino dos Céus a derrota ocorreu nos dois lados. Tenho certeza que na eternidade veremos eleitores de Dilma e de Aécio, porquê ofender e brigar então? Felizmente, neste aspecto, ainda existe o Segundo Turno, ocasião onde poderemos rever conceitos, atitudes, pensamentos e fazer uma boa “campanha”. Se utilizarmos as palavras, a roupa (Sua Justiça) e as atitudes do Pai seremos vencedores. Não permita que algo tão banal e corriqueiro como uma eleição presidencial o faça perder o rumo no caminho para a eternidade. Ame o seu próximo, ore por ele, pois, como você, é um candidato ao Reino dos Céus.

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Dois pastores adventistas mortos em dois dias

Membros da igreja presentes no funeral do Pr. Noe Gonzales na Guatemala em 25/10
Dois pastores adventistas foram mortos em emboscadas armadas na Guatemala e nas Filipinas, na semana passada, destacando o perigo que alguns obreiros da igreja enfrentam em regiões agitadas do mundo.

Pr. Noe Gonzales
Assaltantes mascarados atacaram o pastor Noe Gonzalez, de 54 anos, e sua esposa, enquanto voltavam para casa em uma motocicleta, após reuniões evangelísticas na cidade de Hierbabuena, no leste da Guatemala, em 23 de outubro, na Divisão Inter-Americana da Igreja Adventista.

Gonzalez foi baleado quatro vezes e sua esposa, Oralia, foi atingida na cabeça e deixada para morrer. Oralia foi tratada em um hospital e liberada horas depois.

Um dia antes, homens mascarados abriram fogo contra seis pessoas que se preparavam para embarcar em um veículo em uma aldeia na província filipina de Zamboanga del Norte, matando o pastor Ramil Ansong, 29 anos, e seu pai, José, 50 anos.

As outras quatro pessoas no grupo, incluindo a mãe do pastor, escaparam ilesas, de acordo com relatos da mídia local.

A polícia abriu investigações sobre ambos os ataques, mas não identificou nenhum motivo em qualquer deles. Ataques mortais contra os pastores adventistas são raros, mas não inéditos. 

"Estamos tristes por estes ataques violentos contra os pastores adventistas", disse Derek Morris, secretário adjunto da Associação Ministerial da Igreja Adventista a nível mundial, que treina e auxilia pastores. "Nestes tempos difíceis, podemos encontrar encorajamento nas palavras de Jesus em Mateus 5:10: "Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus."

Morris acrescentou: "Continuaremos fervorosamente em oração pelos pastores e líderes das igrejas e, especialmente, lembrem-se das famílias daqueles que sofreram os ataques."

Embora poucos detalhes foram divulgados sobre o ataque nas Filipinas, Gonzalez morreu em meio a um aumento da violência na Guatemala, que tem preocupado os líderes da igreja local. Gonzalez foi o quarto pastor adventista a ser morto na Guatemala nos últimos 33 anos.

Gonzalez havia enfrentado ameaça de morte antes. Anos antes, Gonzalez corajosamente defendeu o presidente da missão local, pastor Jaime Torres, quando um grupo de indígenas furiosos bateu em Torres e levou-o cativo, disse um amigo, o pastor Gustavo Menendez. "Seu heroísmo e compromisso com a obra de Deus será sempre lembrado."

Centenas de membros da igreja compareceram ao funeral de Gonzalez no sábado, 25 de outubro. Gonzalez nasceu em 22 de julho de 1960, em Jalapa, Guatemala, e deixa a esposa e quatro filhos adultos.

Com informações de Adventist Review Online

Papa diz que Big Bang e Teoria da Evolução não contradizem a lei cristã


O Papa Francisco afirmou nesta segunda-feira (27), durante discurso na Pontifícia Academia de Ciências, que a Teoria da Evolução e o Big Bang são reais e criticou a interpretação das pessoas que leem o Gênesis, livro da Bíblia, achando que Deus "tenha agido como um mago, com uma varinha mágica capaz de criar todas as coisas".

Segundo ele, a criação do mundo "não é obra do caos, mas deriva de um princípio supremo que cria por amor". "O Big Bang não contradiz a intervenção criadora, mas a exige", disse o pontífice na inauguração de um busto de bronze em homenagem ao Papa Emérito Bento XVI.

O Big Bang é, segundo aceita a maior parte da comunidade científica, a explosão ocorrida há cerca de 13,8 bilhões de anos que deu origem à expansão do Universo. Já a Teoria da Evolução, iniciada pelo britânico Charles Darwin (1809-1882), que prega que os seres vivos não são imutáveis e se transformam de acordo com sua melhor adaptação ao meio ambiente, pela seleção natural.

O Papa acrescentou dizendo que a "evolução da natureza não é incompatível com a noção de criação, pois exige a criação de seres que evoluem".

Ele criticou que quando as pessoas leem o livro do Gênesis, sobre como foi a origem do mundo, pensam que Deus tenha agido como um mago. "Mas não é assim", explica.

Segundo Francisco, o homem foi criado com uma característica especial – a liberdade – e recebe a incumbência de proteger a criação, mas quando a liberdade se torna autonomia, destrói a criação e homem assume o lugar do criador.

"Ao cientista, portanto, sobretudo ao cientista cristão, corresponde a atitude de interrogar-se sobre o futuro da humanidade e da Terra; de construir um mundo humano para todas as pessoas e não para um grupo ou uma classe de privilegiados", concluiu o pontífice.

Com informações de G1

Nota: Temos uma visão um pouco diferente...

Relações com as autoridades - O perigo das declarações precipitadas


Alguns de nossos irmãos têm escrito e dito muitas coisas que são interpretadas como contrárias ao Governo e à lei. Está errado expor-nos dessa maneira a um mal-entendido geral. Não é procedimento sábio criticar continuamente os atos dos governantes. A nós não nos compete atacar indivíduos nem instituições. Devemos exercer grande cuidado para não sermos tomados por oponentes das autoridades civis. Certo é que a nossa luta é intensiva, mas as nossas armas devem ser as contidas num simples “Assim diz o Senhor”. Nossa ocupação consiste em preparar um povo para estar de pé no grande dia de Deus. Não devemos desviar-nos para procedimentos que provoquem polêmica, ou suscitem oposição nos que não são da nossa fé. [...]

Tempo virá em que expressões descuidadas de caráter denunciante, displicentemente proferidas ou escritas pelos nossos irmãos, hão de ser usadas pelos nossos inimigos para nos condenarem. Não serão usadas simplesmente para condenar os que as proferiram, mas atribuídas a toda a comunidade adventista. Nossos acusadores dirão que em tal e tal dia um dos nossos homens responsáveis falou assim e assim contra a administração das leis desse governo. Muitos ficarão pasmos ao ver quantas coisas foram conservadas e lembradas, as quais servirão de prova para os argumentos dos nossos adversários. Muitos se surpreenderão de como foi atribuído às suas palavras um significado diferente do que era a sua intenção. Sejam nossos obreiros cuidadosos no falar, em todo tempo e sob quaisquer circunstâncias. Estejam todos precavidos para que, por meio de expressões imprudentes, não tragam sobre si um tempo de angústia antes da grande crise que provará os seres humanos. [...]

Devemos estar lembrados de que o mundo nos julgará pelo que aparentamos ser. Que os que buscam representar a Cristo exerçam o cuidado de não exibir traços incoerentes de caráter. Antes de assumirmos um lugar definido na linha de frente, certifiquemo-nos de que o Espírito Santo nos tenha sido concedido lá dos altos Céus. Quando isso acontecer, pregaremos uma mensagem definida, que será, porém, de espécie muito menos condenatória do que a de alguns; e os que crerem terão muito mais interesse na salvação de nossos oponentes. Deixemos inteiramente com Deus o assunto de condenar as autoridades e governos. Com humildade e amor, defendamos, como sentinelas fiéis, os princípios da verdade tal como é em Jesus. 

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Preconceito e a Bíblia


“Perguntou-lhe Natanael: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? 
Respondeu-lhe Filipe: Vem e vê.” João 1:46

De acordo com a Lei nº 9459, de 13 de maio de 1997, basta chamar alguém de “negro”, “preto”, “negão”, “turco”, “judeu”, “baiano”, etc., para que o autor fique sujeito a uma pena de um ano de reclusão, além de multa, se ficar provada a intenção de ofender a honra alheia relacionada com cor, religião, raça ou etnia.

Preconceito é uma opinião formada antes de se conhecerem os fatos. É sempre preconceito aplicar as ações de um ou dois indivíduos a todo um grupo, como por exemplo: “Índio é preguiçoso”, “mineiro é desconfiado”, “gaúcho é papudo”, “judeu é pão-duro”.

O preconceito é tão velho quanto a humanidade. Em Números 12:1 lemos: “Miriã e Arão criticaram Moisés, porque ele tinha se casado com uma mulher cusita” (BV).

Este é um exemplo de preconceito racial, pois os cusitas tinham a pele escura e eram estrangeiros. A punição divina por esse preconceito não se fez esperar: “Miriã achou-se leprosa, branca como neve” (v. 10). Que ironia! Por causa de seu preconceito de cor, Miriã foi castigada com a alvura da lepra!

Vários tipos de preconceito são mencionados na Bíblia. Havia o preconceito contra certas profissões (Gn 46:34), em relação à aparência pessoal (1Sm 16:7), ao lugar (2Rs 5:12, Jo 1:46), à classe social (Lc 18:9-14), e aos aspectos sexual e étnico (Mt 15:21-28, Jo 4:9).

Um exemplo positivo de ausência de preconceito racial foi citado por Jesus na parábola do Bom Samaritano, em Lucas 10. Qual dos três viajantes teve compaixão? Quem demonstrou ser o próximo do homem ferido? Não foi o sacerdote, que representava a liderança religiosa, nem o levita, que era um assistente leigo do sacerdote, mas um samaritano, que era estrangeiro e do qual não se esperava simpatia para com os judeus.

Jesus também foi alvo de preconceitos quanto à Sua origem (Jo 8:19), aparência (Is 53:2, 3), intenções (Lc 7:39; 15:1, 2; 19:7), e pelo fato de ter sido criado em Nazaré. Natanael, um de Seus futuros discípulos, ao ser chamado a seguir o Mestre, reagiu com a pergunta preconceituosa: “De Nazaré pode sair alguma coisa boa?”

A resposta que Filipe lhe deu é a melhor que se pode dar a pessoas preconceituosas: “Vem e vê.” Natanael aceitou o convite de Filipe e, ao ver e ouvir a Jesus, reconheceu ser Ele o Filho de Deus.

Antes de julgar os fatos e as pessoas por antecipação, vá até lá e veja. Tome conhecimento da realidade. Só então você poderá ter um conceito. Antes disso, será mero preconceito.

Rubem M. Scheffel - Inspirações Matinais

Nota: A confirmação da reeleição da candidata Dilma Rousseff à presidência da República, na noite deste domingo (26), gerou uma série de ataques e comentários preconceituosos contra nordestinos na web. Eleitores da região, que concentra o maior número de votos da presidente, foram chamados de "ignorantes", "trouxas", entre outras ofensas disparadas nas redes sociais, inclusive por muitos professos cristãos, infelizmente.

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Cristãos que magoam


Eu e você somos cristãos. Em teoria, deveríamos fazer pelo próximo o que gostaríamos que fizessem por nós. Amar ao próximo como a nós mesmos. Mas existe um porém: eu e você somos humanos – e essa é a parte horrível da história. Porque eu e você fazemos coisas muito, mas muito distantes das que Jesus idealizou para nós. Uma delas é magoar pessoas. Muitas vezes, as pessoas que mais amamos. Explicar isso dentro da fé cristã é inexplicável. 

Pelo dicionário, “magoar” é “contristar”, “entristecer”, “ofender”. Fugindo do academiquês, magoar é pegar o coração de uma pessoa e esmagá-lo entre nossos dedos até que ele tenha sido transformado numa massa disforme de dor, lágrimas e tristeza. Lamento informar: eu e você fazemos isso com as pessoas com uma frequência bem maior do que gostaríamos. Na maioria das vezes, sem a intenção de magoar. Mas magoamos. Por palavras, atos, ações, atitudes, omissões, ausências, escritos, imagens. Tomamos atitudes que achamos muitas vezes que vão resolver problemas ou até mesmo por não saber resolver de outro jeito… mas acabamos ferindo o próximo. E ferir o próximo é a coisa menos cristã que há.

Pedro magoou Jesus. Ele foi egoísta e, para se livrar de sentir dor e sofrer, deu as costas e traiu a pessoa mais importante de sua vida. Marcos 14:72 nos fala de como Pedro se sentiu quando caiu em si e percebeu o que tinha feito: “E logo cantou o galo pela segunda vez. Então, Pedro se lembrou da palavra que Jesus lhe dissera: Antes que duas vezes cante o galo, tu me negarás três vezes. E, caindo em si, desatou a chorar“.

Esse é exatamente o problema de magoar. É um ato que nunca vem acompanhado de dor só para quem foi magoado. Quem magoa, se ama quem magoou, é tomado de um sentimento de dor lancinante. Mateus 26:75 vai além e mostra o tipo de sentimento que vem embutido nesse choro causado pela dor descontrolada: “E, saindo dali, chorou amargamente“. Magoar nunca é indolor. É amargo. Deixa um gosto de podre na boca.

A Bíblia descreve algumas características que a mágoa provoca. Em Salmos 6:7, diz o salmista: “Já os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e têm-se envelhecido por causa de todos os meus inimigos“. Já Jó 17:7 afirma: “Pelo que já se escureceram de mágoa os meus olhos, e já todos os meus membros são como a sombra“. Mágoa escurece os olhos, consome o olhar. E se nós formos a Mateus 6, veremos que “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz; Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!“

Ou seja: a mágoa rouba a luminosidade do teu corpo e te mergulha em trevas.

Meu irmão, minha irmã, geralmente quando somos magoados isso nos chama muita atenção. Mas raramente nos damos conta de que magoamos alguém. E quando isso acontecer, só lhe resta um caminho: o da humilhação. Humilhe-se.

No léxico do mundo, humilhar-se é rebaixar-se. No do Céu, é elevar-se. Jesus lavou os pés dos apóstolos. Se você magoou alguém, não deixe por isso mesmo. Lave os pés dessa pessoa. Peça perdão. Chore amargamente. Deixe o gosto do fel descer pela sua garganta. Abandone o orgulho besta que não serve de nada na vida de um servo de Deus. E quando aquele ente magoado puser a mão sobre o seu ombro e disser “tudo bem, eu te perdoo”… meu querido, minha querida, você terá vivido uma das experiências mais sublimes da vida cristã.

Você magoou alguém recentemente? Pois então pegue uma bacia com água, um sabonete e uma toalha e comece a ser cristão.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Maurício Zágari - Apenas

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

"Os Dez Mandamentos", próxima novela bíblica da Record


O sucesso das minisséries bíblicas levou a TV Record a apostar mais alto e agora, produzirá uma novela baseada nas Escrituras, contando a história de Moisés, o líder hebreu que guiou o povo no Êxodo. A novela "Os Dez Mandamentos", com estreia prevista para março de 2015, será dividida em quatro fases e terá cerca de 150 capítulos. A grande missão da novela – que pode ocupar a faixa das 20h30 – será reerguer os índices de audiência da teledramaturgia da Record. A produção tem previsão de iniciar as gravações em 15 de novembro.

A novela será escrita por Vivian de Oliveira, mesma autora de Rei Davi e José do Egito, por exemplo. A direção da novela será comandada por Alexandre Avancini, o responsável pela minissérie que contou a história do escravo que se tornou governador egípcio.

A escalação de elenco de "Os Dez Mandamentos" segue a todo vapor. Já estão definidos para a trama: Mel Lisboa, Paulo Gorgulho, Petrônio Gontijo, Vera Zimmermann, Roger Gobeth, Pérola Faria, Juliana Didone, Luciano Szafir, Babi Xavier, Floriano Peixoto, Maria Ceiça, entre outros. Alexandre Avancini ainda busca o protagonista, que dará vida a Moisés.

Horário de Verão na Nova Terra


Dias atrás, começou em nosso país o horário de verão, ocasião em que parte do mesmo adianta o relógio em uma hora, para que se aproveite o máximo possível a parte clara do dia, que é maior nesta época do ano. Embora meu organismo seja totalmente contrário a ele, muitos especialistas dizem ser bom pela economia que proporciona.

Pensando no horário de verão, nos dias mais longos e nas noites mais curtas, lembrei de uma promessa bíblica que muito me intrigava quando criança: “E a cidade não necessita de sol nem de lua… porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada” (Apocalipse 21:23). Sempre perguntava ao meu pai como seria isto de não haver sol e lua, dia e noite, na Nova Terra e ele, com muita paciência, me dizia: “Filho lá não precisaremos dormir, pois não sentiremos cansaço, isso é coisa do pecado e lá tudo será perfeito”. Minha mente finita ainda tem dificuldade em imaginar um lugar onde sempre haverá uma Luz muito mais forte que a do Sol, mas como confio no meu Deus e em tudo que Ele faz, não vejo a hora de desfrutar dessa Luz e do calor que irradiará, esse sim, o verdadeiro horário de verão.

Em nosso mundo atual temos momentos de alegria, mas na Nova Terra a alegria será perene, preocupação, dor, sofrimento e tristeza serão completamente abolidos desse lugar (Apocalipse 21:4). Não importa o tamanho de sua tristeza, um dia ela poderá acabará, não importa o tamanho de sua alegria e felicidade, elas poderão chegar a níveis inimagináveis. Tudo depende de você e da escolha que fizer. Esse “horário de verão” está próximo. Acerte o relógio de sua vida, escolha o Sol da Justiça e isto, e muito mais, lhe será acrescentado.

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

22 de Outubro de 1844 - O Grande Desapontamento - 170 anos


Por volta de 1840, muitos pregadores pelo mundo estavam proclamando que Jesus estava para voltar. O pesquisador Le Roy Edwin Froom indica que entre esses pregadores, de várias denominações cristãs, havia brancos, negros, mulheres e até mesmo crianças. Houve uma garota do campo na Europa que atraiu de três a quatro mil pessoas ao pregar sobre o fim do mundo. Grande foi o impacto que ela exerceu na vida de muitos.1


Nos Estados Unidos, foi a pregação e os escritos de Guilherme Miller, um fazendeiro que se tornou pregador, que despertou a paixão tanto de crentes quanto de descrentes. Miller e seus associados proclamavam a seguinte mensagem: “Assim como o primeiro advento de Jesus Cristo foi predito em Daniel 9, Seu segundo advento é identificado em Daniel 8:14. Visto que a terra deve ser o ‘santuário' a ser ‘purificado', isso vai acontecer por meio do fogo quando Jesus voltar. Começando com 457 a.C., a profecia dos 2300 dias/anos de Daniel 8:14 culminará ao redor de 1843-1844. Jesus virá outra vez por volta desse tempo. Portanto, prepare-se para encontrá-Lo! Sua volta será um evento literal e visível que precederá o milênio.” Essa era a essência da proclamação milerita.

Vinte e dois de outubro de 1844 foi finalmente estabelecido como o dia em que a profecia terminaria. Aquele era o dia em que a terra seria purificada pelo retorno de Jesus. Milhares de mileritas, vários milhares, aguardaram pacientemente, fervorosamente, até que o dia chegou. Então eles esperaram o dia inteiro, mas Jesus não veio, deixando-os profundamente desapontados. Eles foram forçados a admitir que alguma coisa havia saído errado.

Uns poucos dentre os desapontados estudaram as Escrituras ainda com mais fervor. Não demorou para que aprendessem que embora a data de 22 de outubro de 1844 estivesse correta, o evento estava errado. Esses crentes entenderam que o santuário a ser purificado não estava na terra, mas no céu. Jesus havia entrado no santo dos santos do santuário celestial para dar início a Sua obra de julgamento. Como Ellen White mais tarde declarou: “O assunto do santuário foi a chave que desvendou o mistério do desapontamento de 1844.”2

Ángel Manuel Rodríguez comenta: “Tendo completado na terra a obra para a qual viera (João 17:4, 5; 19:30), Cristo ‘foi elevado ao céu' (Atos 1:11) para ‘salvar definitivamente aqueles que, por meio dEle, aproximam-se de Deus, pois vive sempre para interceder por eles' (Hebreus 7:25), até que em Sua segunda vinda Ele vai aparecer ‘não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que O aguardam' (Hebreus 9:28). Entre esses dois pólos, a cruz e o glorioso retorno do Senhor, Cristo atua como sacerdote real ‘no santuário, no verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, e não o homem' (Hebreus 8:2), o advogado (I João 2:1) e intercessor daqueles que nEle crêem (Romanos 8:34). Como nosso Sumo Sacerdote, Cristo está ministrando os benefícios de Seu sacrifício àqueles que vêm a Ele, um ministério tão essencial à nossa salvação como Sua morte substitutiva.”3

Assim, o grande desapontamento de 22 de outubro de 1844 se tornou uma poderosa mensagem. É verdade que Jesus não veio como os mileritas pensavam. Mas, um pequeno grupo de crentes desapontados descobriram nova luz bíblica – a verdade de que Cristo entrou na fase final de Seu ministério sumo-sacerdotal no santuário celestial, após o qual Ele vai finalmente voltar para redimir Seu povo. Assim nasceu a Igreja Adventista do Sétimo Dia, com sua fé firmemente ancorada no breve retorno de Jesus e com o compromisso de pregar toda a verdade em Jesus. O ano de 1844 é, de fato, importante para o nascimento do adventismo.

Mas, 1844 é de interesse em outras áreas também. Movimentos surpreendentes e destrutivos à fé surgiram no panorama mundial na mesma época, formando um cenário de desafio e urgência para a proclamação adventista, e chamando os habitantes do mundo a olhar para a genuína verdade acerca de Deus e Seu papel no final da história humana (marxismo, dispensacionalismo, evolucionismo, espiritismo moderno).

Deus, em Sua graça e providência, sempre tem levantado um pequeno, mas corajoso, grupo de crentes na Bíblia para descobrir a verdade em sua plenitude e torná-la sua prioridade de missão global e testemunho. Não, 1844 e o surgimento do adventismo não são meros acidentes! São o plano de Deus para manter viva a chama da verdade em meio às trevas de engano que envolveram a história humana por volta da mesma época.

O ano de 1844 e sua grande importância não podem jamais ser minimizados ou esquecidos. O conselho de Ellen White é oportuno: “Ao recapitular a nossa história passada, havendo percorrido todos os passos de nosso progresso até ao nosso estado atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e os ensinos que nos ministrou no passado.”4

1. Veja Le Roy Edwin Froom. The Prophetic Faith of Our Fathers: The Historical Development of Prophetic Interpretation. Washington, D.C.: Review and Herald Publ. Assn., 1954, vol. 4. pp. 443-718 (veja especialmente pp. 699-718).
2. Ellen G. White. O Grande Conflito. 42. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2004. p. 423. 
3. Ángel Manuel Rodríguez. Handbook of Seventh-day Adventist Theology. Hagerstown, Maryland: Review and Herald Publ. Assn., 2000. p. 375.
4. Ellen G. White. Mensagens Escolhidas. 3. ed. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 1987, vol. 3. p. 196.

Texto extraído de Revista Diálogo Universitário

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mãe orgulhosa afirma: “ela tem 8 anos e já usa salto alto e maquiagem”


Todas as crianças são muito bonitas. Pele de pêssego, nenhuma ruga ou marca de expressão, olhos sempre brilhantes, sorriso fácil e muita disposição e energia! Além disso, são puras também, nascem, conforme a Bíblia, com a natureza do pecado, mas nascem puras, sem malícia.

Estamos em outubro, o mês das crianças. E olha, vamos comemorar mesmo, porque do jeito que as coisas vão, logo não teremos mais crianças para celebrar essa data! Por quê? Porque os adultos, inteligentes, já formados e preparados para a vida, estão tratando de acabar com elas. Você pode estar perguntando: como assim? É verdade que a taxa de natalidade tende a cair, os casais estão tendo menos filhos, mas daí a acabar com as crianças há uma boa distância.

Não, não é a isso que me refiro quando digo que os adultos estão acabando com as crianças. Eles estão acabando com elas porque estão matando a infância, não estão permitindo que as crianças sejam crianças. Estão tentando “pular” essa etapa e fazer com que os pequenos já adquiram, cedo demais, hábitos e procedimentos de adultos. Pesquisando sobre este assunto, encontrei alguns aspectos sobre os quais precisamos refletir um pouco:

1) Que produtos nossas crianças usam?

O Dr. Durval Damiami, chefe da Endocrinologia Pediátrica do Instituto da Criança, no Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), afirma que “existem relatos de casos de comunidades expostas a produtos químicos nas quais houve registro de puberdade precoce. Chamamos essas substâncias deendocrine disruptors (interferentes endócrinos)”. Explicando melhor, o que está acontecendo é o seguinte. As crianças estão sendo expostas a produtos químicos, encontrados em maquiagem, xampus e loções, entre outros, que desorganizam o sistema endócrino. Pesquisas mostram que estas substâncias ativam os receptores de produção de estrógeno, o que pode provocar o desenvolvimento de mamas e o início da puberdade em meninas.

2) O que nossas crianças veem?

O impacto nas crianças da sexualidade escancarada que se vê em revistas, filmes, Internet e na televisão, é violento. Alguns pesquisadores defendem que as crianças têm sido expostas a estímulos sexuais e, de algum modo, isso pode levar o cérebro a desbloquear a puberdade, que passa a ocorrer mais cedo. “Muitas meninas começam cedo demais a usar maquiagem, batom”, diz o Dr. Durval. “O estímulo visual e erógeno poderia atuar no sistema nervoso central e desencadear a puberdade precoce, mas isso não foi provado cientificamente, são ideias”.

3) Como estamos alimentando nossas crianças?

Estamos acompanhando, assustados, o problema crescente da obesidade infantil e o papel que isso pode ter no início da puberdade. Algumas meninas gordas entram na puberdade mais cedo, porque o excesso de células adiposas provoca a liberação do hormônio leptina, que afeta o amadurecimento.

4) O que nossas crianças estão vestindo?

O livro Orientação da Criança, de Ellen White, na pág. 434, diz: “Frequentemente os pais vestem os filhos com roupas extravagantes, com muita ostentação de ornamento e então admiram abertamente o efeito de seus trajes e os cumprimentam por sua aparência. Esses pais insensatos se encheriam de consternação se pudessem ver como Satanás lhes apoia os esforços e os impele para maiores loucuras”.

5) O que nossas crianças leem (se é que o fazem) e assistem? No que gastam seu tempo?

A psicóloga Mônica Flügel Hill destaca que “os pais protegem os filhos dos perigos das ruas, deixando-os supostamente seguros em casa com a televisão e a Internet fazendo o papel de babás. Esquecem, porém, que esses meios não possuem um filtro adequado e que todo o conteúdo deve ser controlado por eles”. Porém, ela faz uma ressalva interessante: “A mídia, ou seja, os meios de comunicação, não são os únicos responsáveis por essa geração de meninas moças. Seu peso é grande, sim, mas os estímulos recebidos pela TV, por exemplo, são muitas vezes reforçados por pais que não colocam limites”.

6) O que nossas crianças cantam?

Há pais que aplaudem quando veem suas pequenas meninas, de 2 ou 3 anos, cantando e se requebrando ao som de músicas nada infantis.

7) Como nossas crianças reagem a tudo isso?

Alguns estudos vinculam a puberdade precoce ao aumento do risco de comportamentos autodestrutivos, como uso de álcool e drogas, experiência sexual antecipada e depressão.

Haveria mais aspectos para serem explorados, mas o espaço aqui não permite. Vou terminar lembrando que para uma criança ser saudável e feliz ela precisa apenas brincar, correr, pular, rir muito, ter amigos e a segurança do amor e da liderança dos pais. Só isso. Antecipar a fase adulta, transformar a criança em um adulto em miniatura, nunca fez e nunca fará com que uma criança seja completa e feliz. Pense nisso!

Ref.: Colégio Motivo – ebooks / www.selecoes.com.br / Orientação da Criança, Ellen White

Bem-aventurados os mansos


Mansidão é difícil de definir. Não é inatividade subserviente. Não é aquiescência passiva. Os gregos não tinham respeito pela mansidão porque a igualavam a servidão – pessoas tirando vantagem sobre você, pisando em você, socando seu estômago enquanto você agradece pelo privilégio de ser socado, esse tipo de coisa.

Mas não é isso que a Bíblia quer dizer com mansidão.

Mansidão é uma combinação de paciência, gentileza e completa submissão à vontade de Deus. Mansidão é aprender autocontrole ao invés de querer estar no controle. Mansidão é abrir seu coração ao invés de cerrar os punhos. Mansidão é a firme resolução de que é sempre melhor sofrer do que pecar.

Mansidão é uma das grandes virtudes do cristão (Colossenses 3:12). O mundo pode não ter espaço para ela, mas a Bíblia tem.

Moisés era o homem mais manso da terra (Números 12:3). E se você sabe alguma coisa sobre Moisés, você sabe que ele não nasceu com uma personalidade mansa. Ele matou uma pessoa! Não estamos falando de um traço de personalidade. Você pode ser calado ou exagerado, introvertido ou extrovertido, e ainda ser manso. Moisés precisou aprender a mansidão pela a vida e pelo Senhor.

Pense também em Paulo. Havia algumas questões importantes em Corinto que Paulo não temia tratar. Mas sua abordagem foi a de apelar com os santos à mansidão e benignidade de Cristo (2 Coríntios 10:1).

Se você pensa que mansidão é para perdedores, você pensa que Jesus é um perdedor. O Filho do Homem era manso (Mateus 11:29). Claro, essa não é a única coisa a ser dita sobre Jesus, mas é uma delas.

Quando você for confrontado, quando for injustiçado, quando perder a paciência e começar a ficar tenso por dentro, como manifestar mansidão? Quando você vai atrás de seus adversários, é com um chicote ou com um lenço branco? Quais pecadores te aborrecem mais, os do seu próximo ou os seus? Mansidão não é ser capacho. É ter uma atitude digna mesmo diante de confusão, ansiedade e injustiça.

Bem-aventurados os mansos, pois eles – logo eles! – herdarão a terra (Mateus 5:5).

Kevin DeYoung | Traduzido por Filipe Schulz | Reforma21.org | Original aqui

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Os cristãos e o debate político nas redes sociais


A maneira como o comportamento humano tem se revelado nos dias atuais chega às barras da discrepância. As redes sociais, por exemplo, têm apresentado debates calorosos, defesas veementes dos mais diversos pontos de vista, como se isso representasse, de fato, comportamentos que regem a vida de seus advogados, engajados politicamente na vida das cidades e dos direitos cidadãos.

Eleitores defendem os partidos políticos que mais lhes agradam, e convenhamos, isso é legítimo, contudo à medida que seguem escrevendo o que lhes vai ao coração, aos sentimentos, muitas vezes cheios de rancor e ódio, se fazem acompanhar pela incoerência, se não diante do quadro político nacional que defendam, por certo que diante da essência do brocardo: “faça aos outros, o que quer que façam a você”.

Sim, este, na maioria dos casos das pessoas que passaram a expressar suas opiniões, incentivados pela larga visualização e possibilidade de debate na internet, é aquele ditado que, penso, seja comum a todos. No entanto, não é o que se vê. Ataques levianos e desrespeito para com o ser humano passaram a ser moeda corrente aos que se dizem politizados e detentores de opiniões abalizadas sobre direitos fundamentais.

Pergunte a alguém que defenda a política neoliberal ou a socialista, ou a quem as ataque a uma ou outra, se ela sabe discernir em mínimas palavras, a essência dessas correntes. Vai se surpreender com a quantidade de ignorância a esse respeito, tanto quanto vai se deparar com conceitos enganosos quando comparados à verdade que fundamenta essas teorias. O que dizer então dessas mesmas pessoas que fazem muito barulho, mas nunca foram capazes de escrever um e-mail sequer para cobrar posturas de seus representantes.

A vida parece que se tornou um ringue. As pessoas parecem estar armadas para atacar ao primeiro que emita uma opinião sobre qualquer assunto e que seja contrária ao que elas pensem. Isso sem falar na prática da generalização, tomando a parte pelo todo, sem qualquer justiça à particularidade do indivíduo. Onde está o respeito? Pessoas que se dizem defensoras das liberdades de expressão e opinião têm sido as primeiras a responder com indignidade, se confrontadas as suas opiniões com os direitos que reivindicam.

A humanidade está precisando de um pouco mais de tolerância. As pessoas se digladiam na internet e nas ruas, sendo elas mesmas que no frigir dos ovos, esperam para si e para seus filhos, a possibilidade de vivenciarem o respeito e o direito de ser contrário. Como podem esperar algo que não sejam capazes de dar? O que esperam colher com isso senão o ódio? Não se paga o mal com o mal. A resposta calma desvia a fúria, mas a palavra ríspida desperta a ira. A língua dos sábios torna atraente o conhecimento, mas a boca dos tolos derrama insensatez.

O Cristo quando esteve neste mundo de dores e sorrisos forçados, de dentes que rangem ao menor sinal de discordância, demonstrando a intolerância e o desrespeito, e mesmo o egoísmo que não chega a ser reconhecido, falou daquilo que lhe é inerente: Divindade, no sentido mais amplo que possa traduzir o amor. Ele mesmo disse: Dê a cada um aquilo que lhe pertença. Quanto à vida de erros vivenciada pelos homens, advertiu-os: arrependam-se.

Para se arrepender de algo, é preciso antes reconhecer o erro. E todas estas coisas ele as pronunciou com amor, como quem conhece o homem até mesmo naquilo que lhe vai mais oculto ao coração, incapaz de reconhecer. Como pode alguém dizer que ama a Deus, que não vê, se não é capaz de amar ao seu semelhante, que pode ver? Isso tudo é, no mínimo, uma vida de contradições.

Shabbat Shalom!

Sadi – Um Peregrino da Palavra (Título original: #Contradições)

Fonte: Nova Semente

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Conselhos de Ellen G. White sobre Política e Eleições

Nem Ellen G. White no Espírito de Profecia aconselha contra, nem a Associação Geral, pelos seus votos, tem negado aos adventistas do sétimo dia o privilégio de votarem. Porém consistentemente através dos anos, os líderes da igreja e Ellen G. White têm vez após vez apontado o perigo do nosso povo envolver-se na política em si ou em controvérsia política. [...]

Mais frequentemente usado hoje, ao citar os conselhos de Ellen G. White que têm que ver com política e votação, é a declaração que aparece em Fundamentos da Educação Cristã, pp. 475-484. Esta é somente uma das declarações escritas em meado e fins da década 1890, em um tempo em que alguns obreiros adventistas estavam profundamente preocupados com a questão monetária. Uma delas é encontrada agora no livro Testemunhos para Ministros, pp. 331-340, e esta foi escrita para a “Conferência Geral de 1897.” Nela a agitação dos nossos obreiros sobre a questão política da “mudança da moeda circulante” foi mencionada, e ela aconselhou que “não é empenhando-nos em polêmicas políticas, seja no púlpito ou fora dele” que agradamos a Deus." (Testemunhos para Ministros, p. 331.)

“Surpreendi-me,” diz ela, “ao ver homens que pretendem crer na verdade para este tempo, todos entusiasmados com algumas questões – questões que se relacionavam com o Senhor Jesus e os interesses eternos? Não; mas pareciam estar maravilhosamente empolgados quanto ao dinheiro. Alguns pastores se distinguiam por entremear estes assuntos em seus discursos. Estavam entusiasticamente se envolvendo, tomando partidos quanto a estas questões, sobre as quais o Senhor não lhes deu a responsabilidade de nelas se empenhar.” (Testemunhos para Ministros, p. 332). Ela admoestou que, “Há nessa agitação justamente o que separa os que são da mesma fé.” (Testemunhos para Ministros, p. 333.) E depois esclareceu que “os que têm andado humildemente diante de Deus, não se absorverão em advogar tanto um como o outro lado desta questão.” (p. 334).

Nos conselhos escritos durante este período existem três pontos que se destacam: 

1. Qualquer agitação política deve ser evitada, pois isto trará diferenças entre os membros da igreja. 

2. Nossos ministros e professores devem manter silêncio sobre questões que não têm relação com a mensagem do terceiro anjo, pois a agitação política seria um impedimento para que alguns de nossos obreiros alcançassem algumas pessoas que devem ouvir a mensagem. 

3. Se votarmos, “Mantenha sua votação para si. Não sinta como seu dever insistir para que todos façam como você.” (Carta 4, 1898; citado em Mensagens Escolhidas, vol. 2, pp. 336 e 337).

Finalmente chegamos ao estudo de um artigo, como publicado em Fundamentos da Educação Cristã, intitulado “Testemunho Especial Acerca de Política.” É uma carta endereçada “aos mestres e diretores de nossas escolas,” escrita em 16 de junho de 1899. Recomendamos a leitura cuidadosa deste artigo. Em primeiro lugar, nota-se que não há proibição para o indivíduo que queira votar sem demonstrações públicas de sua opinião. O conselho é dirigido a obreiros adventistas do sétimo dia para que não usem sua influência em promoção de sentimentos políticos. “O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses assuntos, o silêncio é eloquência. [...] Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político.” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 475).

“Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores, de colaboradores de Deus em qualquer sentido, não têm batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se acha nos Céus. O Senhor pede-lhes que permaneçam como um povo separado e peculiar. Ele não quer que haja cismas no corpo de crentes. Seu povo tem de possuir os elementos de reconciliação. É porventura sua obra fazer inimigos no mundo político? - Não, não! Eles têm de permanecer como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira em que se acha inscrito: ‘Os mandamentos de Deus e a fé em Jesus.’” (Fundamentos da Educação Cristã, pp. 478 e 479).

Poderíamos resumir as advertências do artigo inteiro como segue:

1. A expressão de sentimentos políticos por parte dos nossos irmãos resultará em divisão na igreja (p. 475).

2. Não podemos, com segurança, votar por partidos políticos desconsiderando os princípios dos homens nestes partidos (p. 475).

3. Deve-se exercer cuidado em escolher o homem para quem damos o nosso voto, pois quem vota torna-se participante com aquele colocado no posto, pelos seus atos enquanto estiver no posto (p. 475).

4. Não devemos usar emblemas políticos (p. 476).

5. O dízimo não deve ser usado para pagar qualquer pessoa para fazer discursos sobre questões políticas (p. 477).

6. Nenhum muro de separação deve ser erigido entre os seres humanos (p. 479).

7. Nossos ministros e professores devem abster-se de trazer para dentro da igreja ou escola idéias que levarão à contenda ou desordem (p. 483). 

Podemos muito bem concluir esta apresentação citando uma parte de um editorial que apareceu na Review and Herald de 13 de setembro de 1928. F. M. Wilcox escreveu: “A Igreja e a Política” “É o privilégio de cada indivíduo exercer o direito de voto. Ninguém tem autoridade para negar-lhe este privilégio. A Igreja Adventista do Sétimo Dia não busca sentenciar aos seus membros como eles deveriam votar ou se eles não deveriam votar. Cada um tem a liberdade de ter seu próprio julgamento no temor do Senhor. Nos foi dito pela serva de Senhor que não deveríamos nos associar a partidos políticos, que não deveríamos debater questões políticas em nossas escolas ou instituições. Por outro lado, fomos instruídos pela mesma autoridade que quando certas questões morais, tais como proibições, estiverem envolvidas, os ‘que advogam a temperança fracassariam em cumprir seu papel a menos que exerçam sua influência por preceitos e exemplos – pela voz, pela caneta e pelo voto – em favor da [...] total abstinência”. Essa instrução não é obrigatória, ainda é deixado a cargo de cada um determinar por si mesmo o que deve fazer.

“Enquanto um membro da igreja individualmente tem por direito, se assim o desejar, de dar o seu voto, a igreja como tal deveria se manter inteiramente afastada da política. Uma coisa é que os membros da igreja votem, outra é esses mesmos membros, com suas posições na igreja, se esforçarem para influenciar meio políticos.”

Extraído do artigo 'Adventistas e Votação' do Centro White

Pastor adventista é libertado após sequestro na Ucrânia

Sergei Litovchenko, pastor da Igreja Adventista do Sétimo Dia de Horlivka, no leste da Ucrânia, foi libertado e se reuniu com sua família depois de 20 dias de detenção. 

Os membros da igreja local e família gostariam de agradecer a todos os adventistas e outros de diferentes denominações que oraram por sua libertação durante toda esta provação. 

"Estamos muito felizes em saber que o pastor Litovchenko goza de boa saúde", disse Garrett Caldwell, porta-voz da Igreja Adventista do Sétimo Dia. "Temos que continuar trabalhando e orando pela segurança de nossos pastores e crentes em qualquer área de conflito em todo o mundo." 

Litovchenko foi sequestrado em 27 de setembro por homens armados que o levaram durante um culto de adoração e Santa Ceia. 

Fonte: Silver Spring, Maryland, Estados Unidos | Equipe ANN

Nota: O sequestro é uma ação preocupante para a Igreja Adventista no leste da Ucrânia, onde confrontos entre separatistas pró-Rússia e as forças do governo ucraniano já mataram mais de 3.500 pessoas desde abril. Separatistas, que apoiam a fé ortodoxa e criticam o protestantismo afirmando ser a Igreja Adventista do Sétimo Dia uma seita, já detiveram vários membros da igreja no passado, mas sempre liberando-os rapidamente. 

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Igreja Adventista agenda voto sobre a ordenação da mulher para 2015


Em julho de 2015, a Igreja Adventista do Sétimo Dia pode decidir fazer uma votação histórica sobre a possibilidade de permitir que as mulheres sejam ministros ordenados (ou ministras ordenadas).

A decisão de permitir uma votação foi feita nesta terça-feira, 14 de outubro, pela Comissão Diretiva da Associação Geral na sede da Igreja durante o Concílio Anual de 2014. Uma votação sobre a ordenação da mulher poderia pôr fim – ou ainda prolongar – um debate de décadas que ameaçou dividir a denominação, de acordo com aqueles que estão dos dois lados da questão.

Com 243 votos a favor e 44 contra, e no final de um dia de deliberação, a Comissão Diretiva concordou em colocar a seguinte questão na agenda da Assembleia da Associação Geral de 2015, que define a diretriz para toda a Igreja:

“Considerando que a unidade pela qual Jesus orou é de vital importância para o testemunho da Igreja Adventista do Sétimo Dia, e;

“Considerando que a Igreja Adventista do Sétimo Dia procura envolver todos os membros na sua missão em todo o mundo para fazer discípulos de Jesus Cristo entre as pessoas de todas as nações, culturas e etnias, e;

“Considerando que vários grupos nomeados pela Associação Geral e suas divisões têm cuidadosamente estudado a Bíblia e os escritos de Ellen G. White com respeito à ordenação da mulher e não chegaram a um consenso quanto a se a ordenação ministerial para as mulheres é unilateralmente afirmada ou negada, e;

“Considerando que a Igreja Adventista do Sétimo Dia afirma que ‘Deus ordenou que os representantes da Sua Igreja de todas as partes da Terra, quando reunidos em Assembleia da Associação Geral, terão autoridade,

“Então, a Comissão Diretiva da Associação Geral solicita aos delegados em sua sagrada responsabilidade com Deus na Assembleia da Associação Geral de 2015 a responder à seguinte pergunta:

“Após o seu estudo em oração sobre a ordenação a partir da Bíblia e dos escritos de Ellen G. White e dos relatórios das comissões de estudo, e;

“Após a sua análise cuidadosa do que é melhor para a Igreja e o cumprimento da sua missão,

“É aceitável para as comissões diretivas das divisões, conforme julgarem apropriado em seus territórios, prever a ordenação da mulher para o ministério evangélico? Sim ou Não.”

Decisão em 2015
Se a questão sobre a teologia da ordenação for submetida à votação e passar, então os líderes em cada uma das treze regiões mundiais poderão decidir se devem ou não ordenar as mulheres em seu território.

A proposta votada pela Comissão Diretiva hoje foi trazida a debate na Assembleia como uma recomendação para os altos funcionários da Igreja e poderia ser considerada uma forma criativa de lidar com uma questão espinhosa tomando uma posição neutra.

Alguns defensores da ordenação da mulher votaram a favor da proposta, nas expressaram fortes preocupações de que a proposta perante a Comissão Diretiva carecesse uma recomendação formal a favor ou contra a ordenação. Os defensores temem que a questão tenha menos peso quando a pergunta vier à tona na Assembleia da Associação Geral que se reunirá de 2 a 11 de julho de 2015 em San Antonio, Texas, Estados Unidos.

“Acho que esse corpo precisa dar direção à Igreja mundial”, disse David Weigley, presidente da Columbia Union Conference da Divisão Norte-Americana. “Estamos perdendo uma oportunidade de ouro de orientar. Os líderes conduzem, dão a direção”, ele disse.

“Baseado no que eu vejo a partir da história desta questão em particular, parece que o Concílio Anual tem sempre desempenhado um papel muito importante no que é passado para a assembleia da AG”, disse Heather-Dawn Small, diretora do Ministério da Mulher para a Igreja Adventista mundial. “Eu já vi do passado que o que este Concílio Anual decide influencia a Assembleia da AG.”

O presidente do Concílio Anual atual, o vice-presidente Mike Ryan, sugeriu que a recomendação precisava ser imparcial e que a questão da ordenação fosse mais adequada para a delegação na Assembleia.

Mais de 20 pessoas falaram sobre diversos lados da questão.

Alberto C. Gulfan Jr., presidente da Divisão Sul-Asiática do Pacífico, disse que aprecia a contribuição das mulheres evangelistas, mas que a circunscrição da sua região “não está pronta para avançar para a ordenação de pastoras (mulheres)”. Ele acrescentou: “Nós também estamos apoiando esta recomendação para trazer isso para a Assembleia da Associação Geral e deixar o mundo decidir sobre a questão de uma vez por todas”.

Debate histórico
O presidente da Associação Geral, pastor Ted N. C. Wilson, que se opôs a movimentos recentes para a ordenação de mulheres que vieram antes do Concílio Anual, não expressou sua opinião durante a reunião, mas indicou antes da discussão que estaria disposto a ajustar sua postura.

“Se este corpo aceita a recomendação de colocar uma pergunta antes da Assembleia da Associação Geral, e essa Assembleia, depois de consideração e revisão em oração, vota algo”, Wilson anunciou, “eu prometo que vou seguir o que a Associação Geral votar. Eu quero pedir a cada um de vocês que faça o mesmo.”

A discussão sobre a ordenação da mulher começou mais de 130 anos atrás, de acordo com os arquivos da Igreja, e tem se intensificado desde a década de 1970, especialmente onde os membros estão exigindo mudança, incluindo os Estados Unidos, partes da Europa e o Pacífico Sul. As Assembleias da Associação Geral em 1990 e 1995 rejeitaram as propostas que teriam permitido a ordenação da mulher, e o assunto não voltou a ser uma agenda de Assembleia desde então.

Contudo, na Assembleia de 2010 em Atlanta, Geórgia, Estados Unidos, um delegado do Estado norte-americano da Pensilvânia perguntou aos líderes da Igreja: “Se as mulheres não podem ser ministras ordenadas, então o que é a teologia da denominação sobre a ordenação?”.

Essa pergunta levou a um compromisso por parte dos líderes da Associação Geral a abrir a discussão e nomear a Comissão de Estudo da Teologia da Ordenação (Theology of Ordination Study Committee ou TOSC). A comissão de 106 membros foi convidada a fazer uma análise em profundidade da ordenação e fornecer informações para ajudar a Associação Geral a decidir como lidar com o assunto.

A resposta da TOSC foi um relatório de 127 páginas que foi a base para a discussão do dia 14.

O relatório reconheceu que os membros da comissão — que vieram de todo o mundo e se reuniram quatro vezes, cada vez por vários dias — foram incapazes de chegar a um acordo sobre se eram a favor ou contrários à ordenação da mulher.

A TOSC produziu três declarações separadas para resumir os pontos de vista dos membros. Essas posições foram, então, explicadas por três estudiosos diferentes em uma apresentação diante da Comissão Diretiva. As declarações também foram impressas no relatório da TOSC.

Uma posição, rotulada Declaração Nº 1, disse que só os homens poderiam ser ordenados em toda a Igreja mundial. A Declaração Nº 2 disse que as entidades responsáveis pela contratação de pastores devem ser capazes de tomar suas próprias decisões sobre a possibilidade de ordenar ministros do sexo feminino. A Declaração Nº 3 disse que a decisão deveria ser deixada para a liderança “em um nível adequado” para determinar se a ordenação “pode ser apropriada para a sua área ou região”.

Enquanto a teologia da ordenação será colocada na agenda da Assembleia Geral, o resultado da medida está longe de estar certo. Os quase 2.600 delegados votantes podem decidir adotar, rejeitar ou alterar a proposta. 

Veja a entrevista que apresenta mais detalhes sobre o assunto: