quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Papa insiste na importância do descanso dominical

O papa Francisco defendeu o repouso aos domingos, que permite aos cristãos “fazer as pazes” com a própria vida, mas criticou a sociedade de “diversão” e “evasão”. O domingo permite “fazer as pazes com a vida”, disse Francisco diante de milhares de fiéis reunidos na praça São Pedro do Vaticano para a tradicional audiência de quarta-feira (5). “A verdadeira paz não é mudar a própria história, e sim acolhê-la e valorizá-la”, disse o pontífice. “O homem nunca descansou tanto como hoje e, no entanto, nunca sentiu tanto vazio como hoje.” Francisco fez um apelo por uma distinção entre o verdadeiro repouso e o falso descanso em um mundo que estabelece a sociedade como “um grande parque de diversões”. “O conceito de vida que domina atualmente não se baseia na atividade, e sim na evasão. Essa mentalidade leva a uma vida anestesiada pela diversão, que não é repouso”, advertiu. (IstoÉ)

O site Vatican News traz mais detalhes sobre essa notícia e transcreve a fala do papa, segundo o qual “o dia do repouso” de que fala o livro do Êxodo “parece um mandamento fácil de ser cumprido, mas é uma impressão errada”, pois “existe o repouso falso e o repouso verdadeiro”. O falso, segundo ele, é mera diversão; o verdadeiro é o conceito bíblico de repouso.

No sétimo dia, disse o papa, “inicia o dia do repouso, que é a alegria de Deus por aquilo que criou. É o dia da contemplação e da bênção. […] Decálogo opõe o repouso como bênção da realidade”. Embora Francisco mencione o sétimo dia e o Decálogo (Dez Mandamentos), na fala seguinte ele reafirma qual é o sétimo dia para o catolicismo e as igrejas que lhe seguem o exemplo: “Para nós, cristãos, o centro do Dia do Senhor, o domingo, é a Eucaristia, que significa ‘ação de graças’. É o dia para dizer a Deus: obrigado, obrigado Senhor, obrigado pela vida, pela sua misericórdia, por todos os seus dons. O domingo não é o dia para esquecer os outros dias, mas para recordá-los, abençoá-los e fazer as pazes com a vida, fazer as pazes com a vida.”

Respeitosa e firmemente discordo do papa. O dia de repouso dos cristãos nunca foi o domingo, por mais que Francisco insista nisso. O dos católicos, sim. Uma leitura atenta da Bíblia revela que em nenhuma linha de suas páginas há qualquer sugestão de que Jesus teria substituído o sábado pelo domingo. O dia de descanso no Êxodo (assim como em Gênesis, nos profetas, nos Salmos, nos Evangelhos, nas cartas de Paulo e no Apocalipse) é o sábado do sétimo dia. E nada nem ninguém nunca mudou isso.

Não é de hoje que o papa atual e o anterior vêm usando argumentos ecológicos e pró-família para defender a importância do descanso dominical. Estão preparando o caminho para a aceitação quase geral de uma ideia apresentada como possível solução para muitos problemas humanos, de forma que, quando os Estados Unidos impuserem uma lei dominical, a maioria das pessoas estará preparada para não rejeitá-la. Aí veremos quem realmente é fiel a Deus e a Seus mandamentos ou seguirá a contrafação e obedecerá a mandamentos meramente humanos. Anote aí: quem viver verá isso acontecer. Na verdade, nem precisa anotar, pois já está anunciado na Bíblia e em livros como O Grande Conflito, os quais você precisa muito ler e estudar. (nota do blog de Michelson Borges)

Há um século e meio a escritora Ellen White anteviu não só o ressurgimento do papado, então enfraquecido, como da observância do dia consagrado por Roma. No capítulo “A Imutável Lei de Deus”, ela faz afirmações impressionantes:
“Enquanto os adoradores de Deus se distinguirão especialmente pelo respeito ao quarto mandamento – dado o fato de ser este o sinal de Seu poder criador, e testemunha de Seu direito à reverência e homenagem do homem – os adoradores da besta salientar-se-ão por seus esforços para derribar o monumento do Criador e exaltar a instituição de Roma. Foi por sua atitude a favor do domingo que o papado começou a ostentar arrogantes pretensões; seu primeiro recurso ao poder do Estado foi para impor a observância do domingo como "o dia do Senhor" (O Grande Conflito, pp. 446, 447).
Ela, contudo, ressaltou que existem muitos sinceros em todas as igrejas e que a profecia de Apocalipse 13 só vai se cumprir quando for imposta por lei: 
“… hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade. Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem. Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma – ‘o sinal da besta’. E somente depois que essa situação esteja assim plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber “o sinal da besta” (Ibid., p. 449).
Chegou a hora de abrirmos a Bíblia, de estarmos atentos aos movimentos de Roma, que apontam mais e mais para o quadro descrito nas profecias. Ainda não chegou a hora indicada pela profecia, mas sem dúvida chegou o momento de decidirmos de que lado estamos.

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