quinta-feira, 7 de novembro de 2024

TUDO É VAIDADE

"Tudo é vaidade" (Eclesiastes 1:2).

Você já deve ter percebido que, com o tempo, nossas palavras vão sendo ressignificadas. É interessante notar que algumas palavras que anteriormente tinham um significado negativo, hoje assumem um teor positivo. Por exemplo, será que a vaidade ainda carrega um significado negativo? Será que o orgulho ainda é considerado o maior dos pecados?

Babilônia
Na arte ocidental, a vaidade é frequentemente representada por um pavão. Na Bíblia, ela é simbolizada por uma prostituta, Babilônia, pesadamente coberta de joias e adornos (ver ao lado). Na alegoria secular, a vaidade é entendida como um dos vícios humanos. Na Renascença, a vaidade foi representada por uma mulher reclinada num sofá, com um espelho, penteando os cabelos. Outros símbolos da vaidade incluem joias, moedas de ouro, uma carteira e frequentemente a figura da própria morte.

Arte de Hyeronymus Bosch
Em sentido bíblico original, a “vaidade” não se referia primariamente à obsessão pela aparência, mas à falta final de significado dos esforços humanos. Omnia Vanitas, tudo é vaidade, tornou-se, contudo, um objeto da arte. Em sua lista dos Sete Pecados Mortais, Hyeronymus Bosch representa a vaidade como uma mulher da burguesia se admirando num espelho, sustentado pelo próprio diabo (ilustração ao lado). Por trás dela, encontra-se uma caixa de joias aberta. A famosa pintura de Vermeer, A Garota com um Brinco de Pérola (ilustração abaixo), também é considerada um símbolo do pecado da vaidade, com uma jovem se adornando diante de um espelho, sem qualquer outro atributo alegórico positivo.

Arte de C. Allan Gilbert
Talvez a mais impressionante peça de arte retratando a vaidade humana seja o quadro de C. Allan Gilbert (ilustração ao lado). Uma bela e bem vestida mulher da nobreza está assentada em seu toucador, repleto de objetos ligados à luxúria, perfumes e cosméticos, iluminada por uma vela à direita. Mas o quadro é no fundo uma ilusão de ótica. Bem observado, ele é uma caveira, que reflete a moça, aparentemente enamorada de sua figura no espelho. No filme O Advogado do Diabo, Satanás, representado por Al Pacino, observa que “a vaidade é seu pecado favorito”.

Arte de Vermeer
Todas essas obras artísticas servem para advertir seus observadores sobre a natureza efêmera da juventude e da beleza, bem como da brevidade da vida humana e da inevitabilidade da morte. Vale lembrar também que os conselhos bíblicos, inclusive os relacionados à vaidade, foram escritos para ambos os sexos. A vaidade está sim impregnada no universo feminino, mas não isenta o masculino em momento algum!

Depois de Salomão mencionar seus grandes feitos e sua busca hedonista pelo prazer, concluiu: “E eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol” (Ec 2:11). Nesse verso, ele resumiu o conceito de fugacidade existencial na palavra “vaidade”. O trocadilho é evidente, considerando o fato de que o termo hebraico hevel, traduzido como “vaidade”, significa literalmente “sopro”, “vapor”. Tudo é vaidade porque tudo é transitório, uma concepção materializada na breve e angustiante existência de Abel, cujo nome hebraico também é hevel (ver Gn 4:1-11).

Se do ponto de vista humano a vida parece fútil, por outro lado, resgatada por Deus, ela pode ter um extraordinário significado, servindo aos Seus propósitos e exaltando Sua glória. A escolha desse significado, somos nós que fazemos.

Veja esta importante advertência de Ellen White: "A vaidade e a presunção estão matando a vida espiritual. O eu é exaltado; fala-se sobre o eu. Oh! se morresse esse eu! 'Cada dia morro' (1Co 15:31), disse o apóstolo Paulo. Quando esta orgulhosa, jactanciosa presunção, e esta complacente justiça própria permeiam a alma, não há lugar para Jesus. É-Lhe dado um lugar inferior, ao passo que o eu incha em importância, e enche todo o templo da alma. Eis a razão por que o Senhor pode fazer tão pouco por nós. Quando o eu estiver escondido em Cristo, não será tantas vezes trazido à tona" (Testemunhos Seletos vol. 2, p. 210).

Ao olharmos para nossa sociedade, em uma concorrência de vaidades, vemos que onde há separação de Deus, há a divinização do “eu”. O mundo entrou de tal forma em um fervor de vaidades que pode-se procurar com lupa uma classe nobre que não seja vítima dessa realidade. Parece que todos caíram dentro da mesma fogueira das vaidades.

Qual é a alternativa? Para quem correremos então? Para Deus, o único que pode nos conceder nobreza espiritual e uma vida espiritual capaz de resistir às tentações vaidosas de nosso tempo. Se ouvirmos Sua voz, haverá uma decisão voluntária a favor do que é eterno e uma indiferença diante das vaidades humanas. Diz Ellen White: "Contemplando a Cristo, tornar-vos-eis transformados, até ao ponto de odiardes vosso orgulho anterior, vossa anterior vaidade e estima própria, vossa justiça própria e incredulidade. Lançareis para o lado esses pecados, como cargas inúteis, e andareis humilde, mansa e confiantemente perante Deus" (Mensagens Escolhidas 1, p. 388).

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

TRUMP VENCE... MAS HÁ UM DEUS NO CÉU

O candidato republicano Donald Trump, 78 anos, venceu as eleições presidenciais ao garantir votos suficientes para um novo mandato como presidente dos Estados Unidos, aponta projeção da Associated Press desta quarta-feira (6).

Trump assume o cargo em 20 de janeiro de 2025. A eleição dele representa uma situação totalmente inédita na história dos Estados Unidos: Trump será o primeiro presidente já condenado na Justiça. Em maio deste ano, ele foi condenado por fraude contábil ao declarar como gasto de campanha um pagamento feito a uma ex-atriz pornô. O dinheiro, segundo a acusação, foi pago para comprar o silêncio de Stormy Daniels para que ela não tornasse público o suposto caso que tiveram durante a campanha presidencial de 2016, da qual ele saiu vencedor.

O republicano ainda é réu em três processos diferentes, com dezenas de acusações. E, mesmo reeleito, terá de ir a julgamento e pode até governar atrás das grades se for condenado à prisão em algum deles. Em um dos processos, Trump é acusado de tentar reverter de forma ilegal as eleições presidenciais de 2020. Ele sistematicamente contestou a sua derrota nas urnas naquele pleito, que culminou na invasão do Capitólio (o prédio do Congresso dos EUA) em janeiro de 2021. O republicano é acusado ainda por 18 mulheres de crimes sexuais — três deles estupros — segundo um levantamento da rede de TV norte-americana ABC. Ele nega todos os casos.

O republicano disse que os americanos deram a ele "um mandato poderoso e sem precedentes" e classificou a vitória como o "maior movimento político de todos os tempos". No novo governo, Donald Trump prometeu consertar tudo o que, segundo ele, está de errado nos Estados Unidos, começando pela fronteira e pela segurança nacional. Ainda falando sobre imigração, Trump afirmou que os Estados Unidos precisam fechar suas fronteiras.

Fazendo uma referência às tentativas de assassinato que sofreu nos últimos meses, Trump disse que teve sua vida poupada por Deus para que pudesse ser eleito presidente. "Deus salvou minha vida por uma razão: para salvar nosso país e restaurar a América em sua grandeza. Vamos seguir essa missão juntos. Essa tarefa não será fácil, mas trarei toda a minha energia e minha alma para conseguir."

"É Deus quem põe os reis no poder e os derruba" (Daniel 2:21).

Em mais do que uma ocasião, vi crentes duvidarem se Deus está verdadeiramente no controle deste mundo. Apesar da vitória de Donald Trump, esse texto de Ellen White me traz consolo e conforto.

"Nos anais da história humana o crescimento das nações, o levantamento e queda de impérios, aparecem como dependendo da vontade e façanhas do homem. O desenvolver dos acontecimentos em grande parte parece determinar-se por seu poder, ambição ou capricho. Na Palavra de Deus, porém, afasta-se a cortina, e contemplamos ao fundo, em cima, e em toda a marcha e contramarcha dos interesses, poderio e paixões humanas, a força de um Ser todo misericordioso, a executar, silenciosamente, pacientemente, os conselhos de Sua própria vontade. A Bíblia revela a verdadeira filosofia da História. [...] O poder exercido por todo governante sobre a Terra, é-lhe comunicado pelo Céu; e depende seu êxito do uso que fizer do poder que assim lhe é concedido. [...] Reconhecer a operação destes princípios na manifestação do Seu poder que 'remove os reis e estabelece os reis' corresponde a entender a filosofia da História" (Educação, pp. 173-175).

Unicamente na Palavra de Deus isto se acha claramente estabelecido. Ali se revela que a força das nações, como a dos indivíduos, não se acha nas oportunidades ou facilidades que parecem torná-las invencíveis; não se acha em sua decantada grandeza. Mede-se ela pela fidelidade com que cumprem o propósito de Deus. 

Uma ilustração desta verdade encontra-se na história da antiga Babilônia. Ao rei Nabucodonosor, o verdadeiro objeto do governo nacional foi representado sob a figura de uma grande árvore, cuja altura “chegava até ao céu; e foi vista até aos confins da terra. A sua folhagem era formosa, e o seu fruto abundante, e havia nela sustento para todos”; à sua sombra os animais do campo moravam, e entre os seus ramos as aves do céu tinham sua habitação (Daniel 4:11, 12). Tal representação mostra o caráter de um governo que cumpre o propósito de Deus — governo este que protege e consolida a nação. Mas o rei deixou de reconhecer o poder que o exaltara. No orgulho de seu coração, disse Nabucodonosor: “Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei para a casa real, com a força do meu poder, e para glória da minha magnificência?” (Daniel 4:30). Em vez de ser protetora dos homens, Babilônia tornou-se opressora orgulhosa e cruel.

Em toda a história humana, aparentemente casual, nações e governantes levantam-se e caem sujeitos ao tempo, ao acaso e à mudança. Essa é a perspectiva humana, míope. Mas a Bíblia mostra Deus no controle, dirigindo os acontecimentos na terra, levando a cabo seus propósitos em direção a um fim beneficente. Ele é o que “remove reis e estabelece reis”, “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (Dn 2:21; 4:32).

Assim, o Deus da Bíblia está tão estreitamente associado à Sua obra que não se pode passar os olhos sobre a história do mundo sem relembrar ao mesmo tempo a história da própria providência divina. Não existe nada tão bem estabelecido como a finalidade providencial para a qual a humanidade se encaminha. A filosofia providencialista da história ensina-nos que a existência humana tem uma razão de ser, que Deus governa a história e que o Seu objetivo será realizado. Os planos divinos nos são revelados na Bíblia, a qual não é outra coisa senão o relato dos atos sucessivos de Deus na Terra, atos esses que conduzem ao ato redentor da encarnação e culminam no estabelecimento do Seu reino.

Ellen White continua: "Conquanto as nações rejeitassem os princípios de Deus, e com esta rejeição operassem a sua própria ruína, todavia era manifesto que o predominante propósito divino estava agindo através de todos os seus movimentos" (Idem, p. 177).

Este sentido escondido da história permite-nos descobrir com esperança que, apesar do mau uso que os homens fazem frequentemente da liberdade e das oportunidades que Deus nos dá, o leme desta nave está nas mãos do Pai celestial, que faz de cada ser humano, criado à Sua imagem, o objeto da Sua solicitude, do Seu amor e providência.

Ellen G. White conclui: "A história das nações que, uma após outra, têm ocupado seus destinados tempos e lugares, testemunhando inconscientemente da verdade da qual elas próprias desconheciam o sentido, fala a nós. A cada nação, a cada indivíduo de hoje, tem Deus designado um lugar no Seu grande plano. Homens e nações estão sendo hoje medidos pelo prumo que se acha na mão dAquele que não comete erro. Todos estão pela sua própria escolha decidindo o seu destino, e Deus está governando acima de tudo para o cumprimento de Seu propósito" (Idem, p. 178).

Deus é Senhor de tudo, inclusive da história. Através da sua morte e ressurreição, Jesus triunfou sobre os poderes deste mundo. O que quer que aconteça no curso dos acontecimentos humanos não irá anular o propósito final de Deus, a Sua vitória está assegurada. O reino de Deus virá, não importa o que aconteça. Com Donald Trump ou com qualquer outro, Deus é a nossa proteção.

Hoje te convido a reconhecer que há um Deus nos Céus que está no controle deste planeta. As Suas promessas são seguras. Decide ser-Lhe fiel. "O mundo não está sem um governante. O programa dos sucessos futuros está nas mãos do Senhor. A Majestade do Céu tem sob Sua direção o destino das nações e os negócios de Sua igreja" (Eventos Finais, p. 29).

terça-feira, 5 de novembro de 2024

IGREJA TEM DONO?

Você é um líder em sua igreja? O que isso significa para você? Você pensa em liderança em termos de um cargo?

Infelizmente, muitos pensam em liderança em termos da habilidade de alcançar uma posição. Portanto, vivem permanentemente em busca de status, de cargos de chefia ou títulos. Pensam que uma vez lá, isso faz deles líderes. Dentre os tópicos de suas fixações, o poder é um dos mais fortes. Pensam que ele os tornará importantes. Junto ao poder estão os seus “primos” sucesso e fama, que pensam farão deles seguros e felizes. 

O pastor Amin Rodor, em seu livro Meditações Diárias - Encontros com Deus, cita o que ocorreu depois que uma comissão de nomeações havia escolhido os oficiais para o novo período na igreja em que ele servia como pastor: 

"Domingo pela manhã, recebi uma ligação irada. 'Eu pensava que você era meu amigo', dizia a voz alterada do outro lado da linha. 'Por dez anos, servi como ancião nessa igreja, e você não me reelegeu.' Respondi, então, com a voz mais calma que pude encontrar: 'Caro irmão, você está confuso em dois aspectos. Primeiramente, a escolha de oficiais para a igreja é feita pela comissão de nomeações, que você certamente ajudou a escolher, e não pelo pastor. Em segundo lugar, você está se esquecendo de que na igreja não temos cargos vitalícios.'"

Encontramos igrejas divididas por lutas internas por posições. Tenho pensado muitas vezes sobre o que realmente leva alguns a agir como “donos” da igreja, ou proprietários de cargos nela. Certamente, quando agimos assim, não estamos seguindo a Jesus Cristo, que modelou outro tipo de grandeza. É um privilégio servir a Deus em algumas funções, mas realmente não precisamos de cargo algum para servir a Ele. Liderança nada tem que ver com “títulos”, mas com desempenho real. Lembra-se da princesa Diana, da Inglaterra? Quando divorciou-se, ela não perdeu em nada a capacidade de influenciar. Seu ex-marido tinha o título, mas era ela que tinha o poder da liderança.

O supremo exemplo de liderança baseada no serviço, contudo, é encontrado em Jesus Cristo. Sua breve visita ao planeta Terra marcou a vida de milhões de pessoas. Seu estilo de vida revolucionou para sempre nossa percepção de grandeza. Em apenas três anos e meio de vida pública, Ele encarnou os princípios vitais de liderança, que transcendem tempo, espaço e cultura, e que representam um desafio extraordinário para Seus seguidores. Jesus nos ensinou que a liderança autêntica é baseada em integridade e serviço em benefício dos outros. Como Ele responde à questão da grandeza em Seu reino? Por meio do princípio da humildade.

Segue abaixo quatro importantíssimos recados para os nossos líderes que agem como "donos" da igreja, extraídos do livro Liderança Cristã de Ellen G. White:

1. O Senhor nada tem a ver com os métodos de trabalho em que se permitem a homens finitos dominar sobre seus semelhantes. Ele apela para que uma decisiva mudança seja feita. A voz de comando não mais deve ser ouvida. O Senhor tem, entre Seus obreiros, homens humildes e discretos; deve-se escolher entre estes, homens que conduzirão a obra no temor do Senhor.

2. Nenhum homem foi feito um senhor, para governar a mente e consciência de um seu semelhante. Sejamos bem cuidadosos quanto à maneira com que lidamos com a herança de Deus comprada por sangue. O líder não deve sequer permitir-se pensamentos indelicados em relação a seus irmãos, muito menos tomar o lugar de juiz e censurá-los e condená-los, quando você mesmo, em muitos aspectos, merece mais censura do que eles. Seu trabalho está sendo inspecionado por Deus.

3. Às vezes, um homem que foi colocado em posição de responsabilidade, como líder, concebe a ideia de que está numa posição de suprema autoridade, e que todos os seus irmãos, antes de fazerem qualquer movimento de avanço, devem primeiro dirigir-se a ele pedindo permissão para fazer aquilo que eles sentem que se deve fazer. Tal homem está numa posição perigosa. Perdeu de vista a obra do verdadeiro Líder do povo de Deus.

4. Há sempre alguns que, quando seus irmãos estão empurrando para diante, pensam ser seu dever puxar para trás. Fazem objeções a tudo que é proposto, e combatem todo plano que não partiu deles próprios. Nunca aprenderam na escola de Cristo a preciosa e todo-importante lição de se tornar manso e humilde. Não há nada mais difícil para os que são dotados de vontade forte do que desistir de suas idéias e submeter-se ao juízo dos outros.

O princípio pelo qual somos admitidos no reino de Deus continua em operação no serviço que prestamos a Ele. Arrogância, egoísmo e pretensões humanas nos desqualificam tanto para a entrada como para o serviço no reino dos Céus.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

DIA DE TODOS OS SANTOS

A Igreja Católica celebra o Dia de Todos os Santos (Festum Omnium Sanctorum) anualmente no dia 1 de novembro. A origem do dia remonta ao século II, quando os cristãos começaram a honrar os que tinham sido perseguidos e martirizados por causa da sua fé. No século VIII, o Papa Gregório III dedicou uma capela a todos os santos na Basílica de São Pedro em Roma, e a data foi oficialmente reconhecida para se celebrar a todos os santos da Igreja Católica, principalmente aqueles que não tinham um dia específico para eles. O Papa Gregório IV foi responsável, em 840, por difundir o então chamado Dia de Todos os Santos por todo o mundo, ordenando sua celebração universal.

Para o cristianismo católico, "santo" é todo aquele que já está no céu, junto de Deus, aguardando a parúsia (segunda vinda de Cristo). Aqueles que a Igreja Católica reconhece como santos, através da canonização, são as pessoas que desempenharam uma obra admirável, ou cuja vida serve de testemunho aos demais católicos. Esse título denota que, além de grande caráter, a pessoa está na graça de Deus (no Céu), mas a falta desse reconhecimento formal não significa necessariamente que o indivíduo não seja um santo. Aqueles santos que não possuem o reconhecimento formal da Igreja Católica recebem o título de Santos Anônimos. E para celebrar a honra desses santos é que foi instituído o Dia de Todos os Santos.

Qual o significado de santo na Bíblia?
O conceito bíblico de santos não é o mesmo apregoado pelos que defendem a canonização. A palavra grega hagios, normalmente traduzida para santos, tem muito a ver com o conceito de pessoas separadas do pecado, portanto consagradas a Deus. Há muitos textos, mas vamos a alguns deles que evidenciam que os santos são os cristãos vivos de hoje em dia e não apenas quem já morreu. A palavra não denota um grupo de pessoas diferenciada ou em nível acima dos demais que estão militando na fé cristã ainda. O apóstolo Paulo, testemunhando ao rei Agripa, relembra que ele perseguiu muitos santos e os jogou nas prisões (Atos 26:10). Ainda ele, autor da carta aos romanos, destaca na introdução que os destinatários de sua epístola são santos (Romanos 1:7). E vai mais além. Diz que, em determinado momento da história do mundo, os santos hão de julgar o mundo (1 Coríntios 6:2). Ele está falando de gente comum que decide se colocar nas mãos de Deus e abandonar o pecado ou de um grupo seleto de gente que, por decisão de homens, passa a exibir esse status de santos? Há outros textos nessa mesma linha e a ideia é a mesma.

Os santos, na Bíblia, são os que passam pelo processo de santificação aqui e isso não está associado a meramente se fazer obras em favor dos outros. O apóstolo Pedro destaca que, assim como Deus é santo, Ele espera que Seus filhos se tornem santos (1 Pedro 1:15). Mas não há indicação de que essa busca por santidade deva acontecer somente depois da morte e nem que está baseada apenas em boas obras praticadas. É uma ação divina que acontece obviamente enquanto a pessoa está viva (1 Tessalonicenses 5:23) e que vai até a vinda de Jesus Cristo. Logicamente se Deus habitar na vida de uma pessoa e impressionar sua mente, isso resultará em mudança de comportamento e consequente realização de obras dignas (Efésios 2:8-10 e Filipenses 2:12,13).

Não há qualquer aprovação divina para que alguém busque pessoas mortas como intercessores perante Ele. Os mortos não possuem consciência do que se passa com os vivos (Eclesiastes 9:5,6 e Jó 7:8-10), portanto, não podem ser intercessores junto a Deus. No livro de Apocalipse, capítulo 5 e verso 8, há menção das orações dos santos, porém não há qualquer base para se pensar que mortos possam fazer preces. Está falando, em realidade, de uma visão profética dada ao apóstolo João em que ele tem um vislumbre do que é o santuário celestial e a comparação de que o incenso, que era usado no santuário terrestre no tempo em que o povo de Israel antigo mantinha essa representação autorizada divinamente, significa justamente a oração dos santos (ou seja, pessoas tementes a Deus). A única intercessão amparada pela Bíblia é a de Jesus Cristo. Apesar da reputação digna e da maneira honrosa de vida que tiveram muitos homens e mulheres fiéis cristãos ao longo dos séculos, isso não os credencia a ser intercessores junto a Deus. Há um só mediador entre Deus e os homens (I Timóteo 2:5) e, desde o tempo do santuário terrestre, fica bem claro que o sangue do cordeiro representava o perdão dos pecados, ou seja, a morte de Cristo (Hebreus 8, 9 e 10 os capítulos inteiros e Apocalipse 19).

Verdadeira santificação
A santificação é um tema de profundo interesse espiritual e teológico. A santidade é tanto um atributo de Deus como uma demanda para o crente. Embora se trate de um tema complexo e integrado por aspectos tensos, o essencial é claro. E o que Ellen G. White escreveu nos facilita para uma compreensão equilibrada e desafiante desse aspecto que é importantíssimo para a fé cristã.

"A santificação exposta nas Sagradas Escrituras tem que ver com o ser todo - as partes espiritual, física e moral. [...] A verdadeira santificação é uma inteira conformidade com a vontade de Deus. Pensamentos e sentimentos de rebelião são vencidos, e a voz de Jesus suscita uma nova vida, que penetra todo o ser. Aqueles que são verdadeiramente santificados não ostentarão sua própria opinião como uma norma do bem ou do mal." (1)

"A verdadeira santificação vem por meio da operação do princípio do amor (1 João 4:16). A vida daquele em cujo coração Cristo habita, revelará a piedade prática. O caráter será purificado, elevado, enobrecido e glorificado. A doutrina pura estará entretecida com as obras de justiça; os preceitos celestiais misturar-se-ão com as práticas santas." (2)

"Santificação significa perfeito amor, perfeita obediência, inteira conformidade com a vontade de Deus. Se nossa vida estiver ajustada à vida de Cristo mediante a santificação da mente, alma e corpo, nosso exemplo será uma poderosa influência no mundo." (3)

"Ninguém que pretenda ser santo é realmente santo. Quanto mais se aproximam de Cristo, mais lamentam suas imperfeições em comparação com Ele, pois sua consciência se torna mais sensível, e percebem melhor o pecado, assim como Deus o percebe." (4)

"Eu me assusto e me sinto indignada quando ouço um pobre e caído mortal exclamar: “Eu sou santo; estou sem pecado!”. Ninguém a quem Deus concedeu uma extraordinária visão de Sua grandeza e majestade jamais declarou algo semelhante. Ao contrário, eles se sentiam afundados na mais profunda humilhação da alma quando viam a pureza de Deus e, em contraste com ela, as imperfeições de sua própria vida e caráter." (5)

"Aceitar Jesus deve ser seguido por imitar o Seu exemplo. É um processo a que a Bíblia chama santificação. Os dois devem sempre ir juntos." (6)

"A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda." (7)

“Como Deus é santo em Sua esfera, assim deve o homem caído, mediante fé em Cristo, ser santo na sua.” (8)

Viver em santidade
Viver em santidade significa separar-se do mundo. Isso não quer dizer que você terá de fugir para as montanhas, isolar-se e nunca mais falar com incrédulos. Significa que terá de separar seu coração do sistema de valores do mundo e valorizar as coisas que Deus considera mais importantes.

Viver em santidade significa purificar-se. Purificar-se não é vestir uma túnica branca e cobrir tudo o que não é santo em sua vida. Antes, é pedir para o Deus santo purificar seu coração.

Viver em santidade significa viver no Espírito, e não na carne. Nossos pensamentos carnais podem desqualificar-nos tanto quanto nossas ações. Ore para Deus ajudá-lo viver no Espírito, não na carne.

Viver em santidade significa ser santificado por Jesus. Uma vez que aceitamos a Jesus, não podemos manter nosso antigo estilo de vida pecaminoso. Agora que Cristo vive em nós e o Espírito Santo nos guia e nos transforma, não temos mais desculpas para andar segundo nossos velhos hábitos.

Viver em santidade significa andar perto de Deus. Só conseguimos ver o Senhor com clareza quando nos esforçamos para caminhar perto dEle em pureza e paz. “Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor” (Hebreus 12:14).

Viver em santidade significa deixar Deus nos guardar. Santidade é a vontade de Deus para nossa vida, algo que Ele planejou para nós desde o princípio. E Ele é capaz de nos manter santos. Quando nosso coração deseja viver em pureza e fazer o que é certo, Deus nos guarda de cair em pecado.

Referências
1. Santificação, p. 7 e 9
2. Refletindo a Cristo, p. 73
3. Cuidado de Deus, p. 287
4. Reavivamento Verdadeiro, p. 49
5. Review and Herald, 16 de outubro de 1888
6. Um Convite à Diferença, p. 33
7. Atos dos Apóstolos, p. 314
8. Atos dos Apóstolos, p. 559

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

HALLOWEEN, DOCE ENGANO

Enquanto estava trabalhando com o livro Os Ungidos, a versão de Profetas e Reis, de Ellen White, com linguagem preparada para adolescentes, encontrei um texto que chamou muito a minha atenção. Ao se referir à triste condição do antigo povo de Israel, que havia se afastado tanto de Deus a ponto de seus líderes buscarem conselho e até mesmo cura entre os representantes do príncipe das trevas, a autora diz o seguinte: “Hoje em dia, as pessoas talvez não se ajoelhem diante de deuses pagãos; porém, milhares estão adorando no altar de Satanás assim como o rei de Israel. [...] A fé na segura palavra da profecia está em decadência e, em seu lugar, superstições e magia cativam a mente de muitos. Os mistérios do culto pagão são substituídos pelo ocultismo e fenômenos dos médiuns espíritas. As revelações desses médiuns são recebidas com interesse por milhares que se recusam a aceitar a luz por meio da Palavra de Deus. Há muitos que nem podem se imaginar consultando médiuns espíritas, mas são atraídos por formas mais agradáveis do espiritismo” (Itálico acrescentado, p. 93).

Sempre me surpreende a atualidade das palavras dessa mulher que gostava de ser chamada mensageira do Senhor. Você também não teve a impressão de que o texto se refere exatamente ao que tem acontecido hoje?

Permita-me citar apenas um exemplo, aproveitando que estamos no dia em que uma festa aparentemente inocente tem se tornado cada vez mais popular, sendo comemorada até mesmo no meio cristão. Estou me referindo ao Halloween, ou Dia das Bruxas, como ficou conhecido no Brasil.

Diferente do que alguns pensam, o Halloween não nasceu nos Estados Unidos. Ele teve origem com os celtas, um povo bastante antigo que habitou a Europa na Idade Média, e estava relacionado a um festival pagão chamado Samhain, ou a Festa dos Mortos. Os descendentes dos celtas que moravam na Irlanda no século 19 acabaram levando esse costume para a América do Norte quando a colheita de batatas falhou e eles precisaram se mudar para um lugar em que pudessem se manter.

De acordo com informações da bruxaria moderna (Wicca), os celtas acreditavam que quando uma pessoa morria, ela ia morar com o povo das fadas. Para muitos deles, as fadas eram consideradas hostis e perigosas, porque teriam ficado ressentidas quando os homens tomaram seu lugar sobre a Terra. Depois da chegada dos cristãos, os celtas passaram a acreditar que “as fadas eram os anjos que não haviam se aliado nem com Deus nem com Lúcifer em sua disputa, e assim foram condenados a andar na Terra, até o dia do julgamento” (citado no blog Gato Místico, sobre as origens do Halloween).

Como o Samhaim equivalia ao ano novo para os celtas, esse era o tempo em que, para eles, o véu entre os mundos se tornava mais fino, e os vivos podiam se comunicar com os mortos.

Era comum as famílias deixarem do lado de fora das casas uma oferenda de alimentos, como uma forma de ficar em paz com os mortos. Acreditava-se que, além das fadas, muitos seres humanos saíam às ruas, passando-se por fadas para enganar as pessoas. Aqueles que não deixavam suas oferendas, eram amaldiçoados. Com a mistura dos rituais pagãos e católicos, foi acrescentado o costume de levar nabos esculpidos, com velas dentro para simbolizar uma alma presa no purgatório. Com o tempo, os nabos foram substituídos pelas lanternas de abóbora, que eram mais fáceis de encontrar e de esculpir.

Bem, é daí que se originaram as comemorações atuais envolvendo o Dia das Bruxas. As fantasias de fantasmas, vampiros, lobisomens, bruxas e zumbis são usadas como uma tentativa de confundir os espíritos dos mortos. E a frase típica “doces ou travessuras”, dita pelas crianças ao baterem à porta dos vizinhos, faz referência à oferenda pedida em troca de uma oração pelos mortos.

A palavra Halloween vem da expressão All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos) e está ligada ao dia 31 de outubro porque essa era a data que antecedia o Dia de Todos os Santos, comemorado pela Igreja Católica em 1º de novembro. Até hoje se comemora, na sequência, o Dia de Finados, em 2 de novembro.

Tendo conhecimento da origem dessa festa, podemos considerá-la apenas uma simples brincadeira inocente? Não seria essa comemoração também uma das “formas mais agradáveis do espiritismo”, logo que sua base está na crença na imortalidade da alma?

Não podemos nos deixar iludir se nosso interesse é estar em harmonia com a referência bíblica. “O culto aos mortos é, na verdade, o culto aos demônios” (Ellen White, Patriarcas e Profetas, p. 686). E a Bíblia faz sérias advertências quanto aos enganos que Satanás usaria para desviar os filhos de Deus (1 Coríntios 10:20; Efésios 6:12; 1 Tessolonicenses 2:10; 1 Timóteo 4:1; 2 Pedro 2:1-4).

Fica aqui uma sugestão: aproveite a ocasião para ensinar, especialmente às crianças, por que os cristãos não devem participar de tal comemoração e as incentive para que sejam um raio de luz em meio às trevas (Isaías 60:1).

Neila Oliveira (via Notícias Adventistas)

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

UM TUTORIAL DE ATOS 4:4

O mundo está sofrendo. Ninguém pode negar que o mundo em que vivemos está passando por uma turbulência global. Claro, essas situações difíceis podem ser uma grande oportunidade para apresentar as mensagens dos últimos dias de Deus para aqueles que estão em desespero e incerteza. As pessoas se tornaram mais abertas a ter conversas espirituais, mas isso não significa que proclamar a Palavra se tornou fácil.

Contexto
Atos 4 descreve um tempo muito interessante. Talvez tenha sido muito parecido com o que estamos testemunhando hoje. Muitas pessoas estavam em desespero, decepção e incerteza. As pessoas estavam confusas e assustadas. Embora os crentes tenham testemunhado a ascensão de Jesus Cristo (Atos 1), o poder do Espírito Santo durante o Pentecostes (Atos 2) e a cura de um homem aleijado no templo (Atos 3), ainda havia preocupações, pois enfrentavam intensa oposição e perseguição de líderes religiosos. É aqui que Atos 4:4 entra. “Mas muitos que ouviram a mensagem creram; de modo que o número dos homens que creram cresceu para cerca de cinco mil” (NVI). Este versículo é realmente significativo para nós hoje, pois não apenas revela o poder da Palavra durante esses tempos de turbulência, mas também nos chama a estar unidos na missão como adventistas do sétimo dia.

Poder da Palavra
Embora Pedro e João tenham sido presos (versículo 3) por “ensinar o povo, proclamando em Jesus a ressurreição dos mortos” (versículos 1, 2, NVI), aqueles que ouviram a mensagem creram, e os números cresceram (versículo 4). Atos 4 nos lembra que a Palavra de Deus permanece como um farol inabalável de verdade e luz. Não é apenas algo para usar como referência, mas uma revelação do próprio Deus em tempos de caos e incerteza. A Palavra de Deus é uma comunicação divina para inspirar, capacitar e transformar nossas vidas. Certamente há poder na Palavra de Deus. As Escrituras nos dizem em Hebreus 4:12: “Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para julgar os pensamentos e intenções do coração” (NVI).

Ellen White nos lembra desse poder infinito. “Em seu poder, homens e mulheres quebraram as correntes do hábito pecaminoso. Eles renunciaram ao egoísmo. Os profanos se tornaram reverentes, os bêbados, sóbrios, os devassos, puros. Almas que carregaram a semelhança de Satanás foram transformadas na imagem de Deus. Essa mudança é em si o milagre dos milagres. Uma mudança operada pela Palavra, é um dos mistérios mais profundos da Palavra. Não podemos entendê-la; só podemos crer.” 1

É triste dizer que vivemos em meio à turbulência global. Na verdade, este mundo está caindo cada vez mais fundo nas consequências do pecado. Há esperança, no entanto! A Palavra de Deus fornece a maior esperança em Cristo. Ela transcende e quebra várias barreiras. Ela nos tranquiliza e nos lembra do amor e da fidelidade de Deus. Em última análise, a Palavra de Deus afirma que somos escolhidos para a missão de Deus.

Escolhido para a Missão
Quando Pedro e João foram avisados ​​para não falarem ou ensinarem em nome de Jesus (versículo 18), eles responderam dizendo: “O que é certo aos olhos de Deus: ouvir a vocês ou a ele? Vocês sejam os juízes!” (versículo 19, NVI). Então vem o famoso testemunho dos apóstolos no versículo 20: “Quanto a nós, não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos” (NVI). Obedecer à Palavra de Deus e participar da missão de Deus era seu chamado e propósito de vida.

Dois mil anos após Atos 4, vivemos em um tempo em que o mundo precisa da mensagem de esperança mais do que nunca. A crescente incerteza e turbulência levam as pessoas a buscar respostas e significado na vida. A esperança e a verdade em Cristo e somente Cristo podem proporcionar verdadeira felicidade e conforto. Deus nos confiou uma grande missão a ser cumprida nos últimos dias. Deus nos escolheu para compartilhar o que vimos e ouvimos.

Lembremo-nos do que Ellen White escreveu: “As palavras de Jesus Cristo são ditas a nós que vivemos aqui embaixo, no fim da história desta Terra. ‘Quando estas coisas começarem a acontecer, então olhem para cima e levantem as suas cabeças; porque a sua redenção se aproxima.’ As nações estão inquietas. Tempos de perplexidade estão sobre nós. As ondas do mar estão rugindo; os corações dos homens estão falhando de medo e pela expectativa das coisas que estão vindo sobre a Terra; mas aqueles que creem no Filho de Deus ouvirão Sua voz em meio à tempestade, dizendo: ‘Sou eu; não tenham medo.’... Vemos o mundo deitado na iniquidade e apostasia. A rebelião aos mandamentos de Deus parece quase universal. Em meio ao tumulto da excitação com confusão em todos os lugares, há uma obra a ser feita no mundo.” 2

Quando o povo testemunhou a libertação de Pedro e João da prisão e ouviu seus relatos, “eles levantaram suas vozes juntos em oração a Deus” (versículo 24, NVI). Observe sua oração incrível encontrada nos versículos 29 e 30: “Agora, Senhor, considere suas ameaças e capacite seus servos a falarem a sua palavra com grande ousadia. Estenda a mão para curar e realizar sinais e maravilhas por meio do nome do seu santo servo Jesus” (NVI). Aqui estão os resultados de sua oração. “Depois de orarem, o lugar onde estavam reunidos foi abalado. E todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam a palavra de Deus com ousadia” (versículo 31, NVI).

Conclusão
Permanecer nas promessas de Deus e aceitar o chamado para a missão era uma responsabilidade divina imutável há 2.000 anos e ainda mais hoje. Não é uma opção, mas uma parte de nossa identidade como adventistas do sétimo dia. Ao refletirmos sobre as palavras encontradas em Atos 4, lembremo-nos de nossa missão. Fomos escolhidos para sermos ousados ​​e inabaláveis ​​para alcançar os perdidos em tempos de incerteza e caos. Que possamos acreditar, praticar e proclamar a Palavra de Deus em tempos de turbulência global. Que o testemunho de Pedro e João seja nosso testemunho hoje: “Quanto a nós, não podemos deixar de falar do que vimos e ouvimos” (NVI).

Han Kim (via Adventist Review)

Referências
1 Ellen G. White, Educação, p. 172.
2 Ellen G. White, Evangelismo, p. 18.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

CORAÇÃO

"Cria em mim um coração puro, ó Deus" (Salmo 51:10).

Hoje não tenho muitas palavras. Só uma oração... Das páginas da Bíblia, guardo com cuidado especial os capítulos protagonizados por Davi. Suas vitórias e quedas, sua coragem e suas fugas, seus amores e guerras, suas orações, suas canções - cada uma dá cor peculiar ao quadro mais amplo da vida daquele a quem o próprio Deus chama "homem segundo meu coração" (Atos 13:22).

Numa das cenas mais escuras, num dos dias mais vazios, sobe ao céu uma oração. Um pedido angustiado, de quem pecou e simplesmente quer uma nova vida - um novo coração. Mas há nestas palavras uma força escondida. Davi pede: "Cria em mim, Deus"... mas o verbo "criar" usado aqui não é um verbo qualquer. é o hebraico barah - que indica um ato exclusivo de Deus, uma criação a partir do nada. O rei Davi toma emprestada a mesma expressão do Gênesis para descrever a criação necessária em sua existência.

Talvez hoje ao olhar para sua vida, tudo que veja seja um emaranhado de escolhas erradas e consequências traumáticas. Talvez relacionamentos errados, decisões impensadas tenham roubado a luz e a forma de alguns sonhos seus. Talvez esses últimos dias estejam passando meio lentos, sob o peso de uma culpa, sem forma e vazios. Lembre que uma única palavra de Deus pode transformar as coisas... A mesma palavra que trouxe todas as formas e cores, todos os sons e sabores à existência, pode criar uma nova experiência, pode dar um novo sentido ao nada que somos.

Oro para que hoje você experimente recriação em Cristo e sinta mais uma vez a alegria da salvação.

[via blog de Cândido Gomes]

"Uma das mais fervorosas orações registradas na Palavra de Deus é a de Davi quando rogou: 'Cria em mim um coração puro, ó Deus' (Sl 51:10). A resposta de Deus a tal oração, é: Dar-vos-ei coração novo. Eis uma obra que nenhum homem finito pode fazer. Homens e mulheres devem começar do início, buscando mais fervorosamente a Deus por uma genuína experiência cristã. Precisam experimentar o poder criador do Espírito Santo. Devem receber o coração novo, que é mantido brando e tenro pela graça do Céu. O espírito egoísta precisa ser expurgado da alma. Eles precisam trabalhar fervorosamente e com humildade de coração, cada um olhando a Jesus em busca de guia e animação. Então o edifício, bem ajustado, crescerá para templo santo no Senhor" (Ellen G. White - Nossa Alta Vocação, p. 154).