segunda-feira, 31 de outubro de 2022

OS 14 GRUPOS QUE DEIXARÃO A IGREJA

“Sacudidura” é uma palavra figurativa usada em nossa igreja que designa uma experiência especial de seleção entre o povo de Deus. A palavra vem do ambiente agrícola. Após a colheita, os grãos são peneirados e sacudidos, método que descarta os grãos quebrados e a palha é soprada para fora.

"Vou dar ordem e vou separar os bons dos maus em Israel, como quem separa o trigo da casca, sem perder um só grão." (Amós 9:9)

A sacudidura escatológica, conforme ensinam os adventistas, é um período que acontecerá antes da segunda vinda de Jesus Cristo, finalizando com o término do juízo investigativo no santuário celestial (fechamento da porta da graça), abrangendo tanto indivíduos como grupos.

Ellen G. White alerta: “A sacudidura deve em breve acontecer para purificar a igreja” (Carta 46, 1887, p. 6). "Haverá uma sacudidura da peneira. No devido tempo, a palha precisa ser separada do trigo. Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos está esfriando. Este é precisamente o tempo em que o genuíno será o mais forte" (Eventos Finais, p. 173).

Quem são os que deixarão a Igreja, sob a ação da sacudidura, identificados de forma geral sob as figuras do “joio”, “palha” e “mornos”? Em diferentes fontes, nos escritos de Ellen White, encontramos pelo menos 14 grupos que, eventualmente, deixarão a igreja:

1. Os autoenganados (Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 89, 90; v. 5, p. 211, 212).

2. Os descuidados e indiferentes (Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 182).

3. Os ambiciosos e egoístas (Primeiros Escritos, p. 269).

4. Os que recusam sacrificar-se (Primeiros Escritos, p. 50).

5. Os orientados pelo mundanismo (Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 288).

6. Os que comprometem a verdade (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 81).

7. Os desobedientes (Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 187).

8. Os invejosos e críticos (Testemunhos para a Igreja, v. 1, p. 251).

9. Os fuxiqueiros, que acusam e condenam (Olhando Para o Alto, p. 236).

10. A classe conservadora superficial (Testemunhos para a Igreja, v. 5, p. 463).

11. Os que não controlam o apetite (Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 31).

12. Os que promovem desunião (Review and Herald, 18 de junho de 1901).

13. Os estudantes superficiais das Escrituras (Testemunhos para Ministros, p. 112).

14. Os que perderam a fé no dom profético (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 84).

Dois fatos aqui são convergentes. Primeiramente, a ampla variedade desse catálogo. Em segundo lugar, todas essas categorias estão hoje representadas na igreja. 

Ellen White afirma: "Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário" (O Grande Conflito, p. 608). Novamente, a ênfase é colocada no fato de que são os infiéis que abandonarão a igreja.

"Ele, porém, respondeu: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada" (Mateus 15:13). Neste texto, Jesus nos adverte contra as heresias teológicas do rigorismo farisaico como plantas que Deus não plantou. As heresias, contudo, não se limitam às doutrinas. Há também as heresias do comportamento, que serão também eliminadas.

Confira estes outros dois textos de Ellen White: "Introduzir-se-ão divisões na igreja. Desenvolver-se-ão dois partidos. O trigo e o joio crescerão juntos para a ceifa" (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 114). "É uma solene declaração que faço à igreja, de que nem um entre vinte dos nomes que se acham registrados nos livros da igreja, está preparado para finalizar sua história terrestre, e achar-se-ia tão verdadeiramente sem Deus e sem esperança no mundo, como o pecador comum" (Eventos Finais, p. 172).

O extraordinário a respeito desse processo é que ele ocorrerá naturalmente, como resultado da incompatibilidade fundamental entre a verdade e tudo aquilo que é contrário a ela. Nosso desafio é: "Quando a religião de Cristo for mais desprezada, quando Sua lei mais desprezada for, então deve nosso zelo ser mais ardoroso e nosso ânimo e firmeza mais inabaláveis. Permanecer em defesa da verdade e justiça quando a maioria nos abandona, ferir as batalhas do Senhor quando são poucos os campeões - essa será nossa prova. Naquele tempo devemos tirar calor da frieza dos outros, coragem de sua covardia, e lealdade de sua traição" (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 31).

A purificação da igreja virá, mas administrada pelo Senhor da igreja. "Mas quem suportará o dia da Sua vinda? E quem subsistirá, quando Ele aparecer? Porque Ele será como o fogo do ourives e como o sabão dos lavandeiros. E assentar-Se-á, refinando e purificando a prata; e purificará os filhos de Levi, e os refinará como ouro e como prata" (Malaquias 3:2 e 3).

Ellen White adverte: "Estamos no tempo da sacudidura, tempo em que cada coisa que pode ser sacudida, sacudir-se-á. O Senhor não desculpará os que conhecem a verdade, se não obedecem a Seus mandamentos por palavra e ação" (Eventos Finais, p. 173).

Contudo, a igreja não cairá, e por fim, novos conversos ocuparão os lugares dos que se retirarem: "A igreja talvez pareça como prestes a cair, mas não cairá. Ela permanece, ao passo que os pecadores de Sião serão lançados fora na sacudidura - a palha separada do trigo precioso. É esse um transe terrível, não obstante importa que tenha lugar" (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 380).

"Os lugares vagos nas fileiras serão preenchidos pelos que foram representados por Cristo como tendo chegado na hora undécima. Há muitos com quem o Espírito de Deus está lutando. O tempo dos juízos destruidores da parte de Deus é o tempo de misericórdia para aqueles que [agora] não têm oportunidade de aprender o que é a verdade. O Senhor olhará para eles com ternura. Seu coração compassivo se enternece, e a mão do Senhor ainda está estendida para salvar, enquanto a porta é fechada para os que não querem entrar. Será admitido um grande número de pessoas que nestes últimos dias ouvirem a verdade pela primeira vez" (Eventos Finais, p. 182).

COMPETIÇÃO E RIVALIDADE

Quando ouvimos a palavra competição, muitas vezes pensamos em uma arena esportiva. Embora seja esse um exemplo tangível, talvez devêssemos considerar o quadro em um plano mais amplo. Ao fazê-lo, não estamos sozinhos. Ellen White abordou a questão da rivalidade na área dos jogos,1 mas ela escrevia com mais frequência sobre a competição no contexto da vida. Examinaremos a avaliação de Ellen White sobre a competição dentro dessa estrutura mais abrangente.2

competição pode ser definida como “esforçar-se para ganhar algo ou vencer alguém derrotando ou estabelecendo sua superioridade sobre os outros”.3 É mais frequentemente equiparada ao termo rivalidade.4 Da mesma forma, Ellen White descreveu a competição como uma luta pela supremacia5 e o desejo de ser o primeiro.6 Ela usou também os termos competição e rivalidade de forma intercambiável.7

EXEMPLOS BÍBLICOS

Ellen White frequentemente fazia referência às Escrituras ao discutir sobre competição e rivalidade. Ela observou que o desejo de autoexaltação de Lúcifer “trouxe contendas nas cortes celestiais” (ver Isaías 14:13).8 Mostrou também como o espírito de rivalidade entre Jacó e Esaú9, levou ao engano (Gênesis 25:29-34; 27) e observou como, mais tarde, a vida de Jacó “foi amargurada pela rivalidade entre as esposas-irmãs”, Lia e Raquel.10

Cristo Se deparou com “um espírito de rivalidade” entre Seus discípulos enquanto discutiam quem seria o maior no reino.11 Descrevendo os esforços de Cristo para cultivar um espírito de humildade e serviço altruísta em Seus seguidores, Ellen White acrescentou: “Esta lição é para nós”.12

A metáfora de Paulo ao comparar as corridas antigas com a vida cristã (1 Coríntios 9:24-27) é um texto a que Ellen White frequentemente fazia referência, chamando a atenção pela comparação e pelo contraste. Por um lado, Paulo convidou os crentes a imitarem o comprometimento dos competidores para conseguirem o prêmio.13 Por outro, ele fez distinção entre as competições populares, em que apenas um recebia o prêmio, e a corrida para o Céu, na qual a vitória de um não prejudica a do outro.14

CONFIGURAÇÕES CORPORATIVAS

Ellen White abordou a competição e a rivalidade em diferentes contextos, tanto corporativos quanto pessoais. Ela reafirmou que as instituições denominacionais não deveriam competir entre si. “Não deve haver rivalidade entre as instituições do Senhor”, ela afirmou.15 Quando alguns membros da igreja deram início à implantação de um sanatório no Colorado, por exemplo, para competir com uma instituição já estabelecida ali, ela escreveu: “[O Senhor] ordena que esse miserável trabalho de rivalidade seja encerrado”.16

Ellen White também afirmou que as instituições da igreja não devem procurar se rivalizar com as entidades não denominacionais. “Nunca, ao fundar instituições, deveremos procurar competir com as instituições mundanas em tamanho e suntuosidade.”17 Outro exemplo foi a rivalidade que surgiu entre as editoras adventistas. “Meu coração está doente, triste, decepcionado”, escreveu ela.18 Uma forma de competição dessas instituições foi aumentando o número de ilustrações nos materiais publicados, o que aumentou significativamente seu custo.19 “Não deve haver rivalidade entre nossas casas publicadoras”, declarou Ellen White.20

Com respeito às escolas, Ellen White perguntou: “Qual é a tendência da educação dada?” Ao que ela respondeu: “Para o egoísmo.” A esse “apelo à emulação e rivalidade”, ela advertiu, “fomenta o egoísmo, a raiz de todo mal”. No plano de Deus para a educação, porém, não deve haver lugar para tal rivalidade.21

Da mesma forma, ela aconselhou os líderes da Escola Sabatina a não procurarem “conservar o interesse por meio de oferecimento de prêmios”, alertando que esse “oferecimento de recompensas produzirá rivalidade, inveja e ciúme”. Além do mais, essas disputas trarão “demasiado esforço na criança ambiciosa, ao passo que as demais se tornam desanimadas”.22

NO CONTEXTO PESSOAL

Não era apenas a rivalidade entre e dentro de entidades denominacionais que preocupava Ellen White, mas a competição entre aqueles que nelas trabalhavam, especialmente entre os obreiros evangélicos. “Nenhuma partícula de conflito ou rivalidade deve existir entre os trabalhadores. O trabalho é um, supervisionado por um Líder.”23 Aos ministros, ela escreveu: “Entre os pastores do rebanho de Deus não deve haver rivalidade.”24 Os membros da igreja também foram advertidos a não cultivar um espírito de rivalidade.25

Nas relações comerciais, por exemplo, Ellen White observou que alguns dos que estavam ligados à igreja faziam barganhas usando de esperteza e eram vistos pelos não crentes como “concorrentes mais astuciosos em busca de vantagem no comércio”. Embora esses membros da igreja possam ter pensado que estavam beneficiando a obra por meio de maiores dízimos e ofertas, “suas artimanhas os tornaram inúteis no fortalecimento da igreja” e “a obra foi grandemente prejudicada”.26

Ellen White também escreveu sobre a competição e a rivalidade dentro da família. “Competir com seus vizinhos e membros da igreja em questões de vestimenta e exibição é o pecado de muitos pais”, afirmou ela, alertando que isso resultaria na “ruína de seus filhos”.27 Tal competição foi evidenciada na forma como os pais vestiam seus filhos e na maneira como mobiliavam e decoravam a casa.28

Ellen White até achou necessário alertar seus próprios filhos quanto aos perigos da rivalidade. “Edson”, escreveu ela, “desejo adverti-lo sobre o surgimento de um espírito de rivalidade. Deus está usando Willie e Ele tem prazer em usar você. Trabalhe em perfeita harmonia nos diferentes ramos na obra em que atua e não permita a entrada de nenhum espírito de ciúme ou busca pela supremacia”.29

RESULTADOS DA COMPETIÇÃO E DA RIVALIDADE

Ellen White ressaltou as consequências de se nutrir um espírito de competição e rivalidade. Esse “espírito de luta pelo domínio”, ela alertou, criará desunião e “causará divergência e contenda”.30 Alguns ficarão desconfiados e com ciúmes. Ela apontou para as consequências de tudo isso: “A grande debilidade nas igrejas é o resultado do espírito de rivalidade, de buscar ser o primeiro.”31 Isso se deve a vários fatores:

Primeiro, a vida espiritual é afetada. Para aqueles que amam as práticas competitivas do mundo, Ellen White declarou que “perderam sua visão espiritual”.32 Em outra ocasião, ela escreveu: “O espírito de rivalidade [...] irá ferir e finalmente arruinar toda alma que se envolver nisso.”33

O testemunho cristão da igreja também fica comprometido. Como resultado desses fortes competidores, o mundo, “em grande parte, perdeu a convicção de que os adventistas do sétimo dia são um povo leal a Deus, de forma peculiar”.34 Não só a verdade é deturpada e a Causa de Deus é desonrada,35 pois o espírito de rivalidade “vai suplantar o espírito missionário”.36

Tragicamente, quando a rivalidade toma lugar, o Espírito Santo se entristece, os anjos ministradores são banidos e Deus não pode abençoar.37 No entanto, fazendo uma declaração afirmativa sobre essa questão, ela escreveu: “Quando os obreiros tiverem a presença permanente de Cristo em sua alma, quando estiver morto todo o egoísmo, quando não houver nenhuma rivalidade, nenhuma contenda pela supremacia, quando existir unidade, quando eles se santificarem, de maneira que o amor de uns pelos outros seja visto e sentido, então os chuveiros da graça do Espírito Santo virão [...] seguramente virão sobre eles”38

O REMÉDIO

Embora Ellen White abordasse diretamente sobre seus perigos, a competição e a rivalidade eram um tema secundário em seus escritos. Sua ênfase estava no antídoto — na cooperação, na unidade e no espírito de serviço altruísta. Na verdade, ela se referiu à cooperação dez vezes mais do que à competição e à rivalidade combinadas, e à unidade e ao serviço ainda mais frequentemente. O que ela disse?

“Que não haja anexação, concorrência, criticismo, afirmou Ellen White, “mas a cooperação é o plano de Deus para as Suas instituições.”39 Com relação à educação, ela escreveu: “A cooperação deve ser o espírito da sala de aula, a lei de sua vida.”40 Os obreiros evangélicos foram assim instruídos: “Deve haver conselhos frequentes e fervorosa e sincera cooperação.”41 Independentemente da situação, “a cooperação e a unidade são essenciais na formação de um todo harmonioso”.42

Buscar a harmonia e a unidade é fundamental. Quando há “um esforço decidido, não por rivalidade, não para exaltar o próprio eu, mas para harmonizar-se com os outros”, escreveu Ellen White, “o eu desaparece e Cristo é exalta-do.”43 Apontando para o objetivo da unidade, ela perguntou: “O que vemos? Uma competição egoísta entre irmãos. […] O fato de sermos salvos pelo imensurável sacrifício do Filho de Deus não deveria ser suficiente para nos unir nos laços de unidade e amor?”44

Medidas contra o espírito de competição e rivalidade são encontradas nos atributos da humildade, graça e amor. Ellen White escreveu que quando somos participantes da graça divina, “[então] não haverá rivalidade, nem egoísmo, nem desejo pelo lugar mais elevado”.45 Em outra ocasião, ela acrescentou: “Em cada linha de serviço, toda rivalidade deve ser extinta. Coração deve estar ligado a coração. O amor cristão deve ser manifestado.”46

Em última análise, o remédio para a competição e a rivalidade é receber o Espírito de Cristo e colocar Deus no centro da vida. “Sua energia e eficiência na edificação do Meu reino, diz Jesus, dependem de você receber o Meu Espírito. [...] Então não haverá rivalidade, nem egoísmo, nem desejo de obter o lugar mais elevado.”47 Quando “o Senhor for considerado o grande Centro”, afirmou Ellen White, não haverá “divisão, nem rivalidade perigosa, mas uma conexão e dependência mútuas” que produzirão “uma harmonia semelhante à harmonia do Céu”.48

Que nossa vida seja cheia do Espírito de Jesus, que “não veio para ser servido, mas para servir e dar a Sua vida em resgate por muitos” (Mateus 20:28).

John Wesley Taylor V PhD pela Universidade Andrews, Berrien Springs, Michigan, EUA; EdD pela Universidade de Virgínia, é diretor associado do Departamento de Educação na Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Silver Spring, Maryland, EUA. E-mail: taylorjw@gc.adventist.org. (via Diálogo)

NOTAS E REFERÊNCIAS

  1. Como exemplo, há uma carta escrita para WW Prescott, presidente do Battle Creek College, uma parte da qual foi publicada em Manuscript Releases, volume 6, páginas 127 e 128 sob o título “Competitive Sports in Adventist Schools”. Em outra carta escrita da Austrália em 1894. a respeito das corridas de bicicleta que engolfaram Battle Creek, Michigan, onde estava sediada a obra da Igreja Adventista do Sétimo Dia e onde o primeiro colégio adventista havia sido estabelecido, Ellen White observou que um mensageiro celestial havia revelado a ela que: “Havia alguns que lutavam pela liderança, cada um tentando superar o outro no rápido movimento de suas bicicletas. Havia um espírito de luta e contenda entre eles, sobre qual deveria ser o maior. O espírito era semelhante ao manifestado nos jogos de beisebol, no terreno da faculdade.” Ela então registrou que o mensageiro celestial declarou: “Estas coisas são uma ofensa a Deus” (Testemunhos para a Igreja [Mountain View, Calif.: Pacific Press, 1948], 8:52). Um artigo bem documentado, intitulado “Ellen G. White and Competitive Sports”, escrito por Ron Graybill, foi publicado na Edição de julho de 1974 da Revista Ministry, páginas 4 a 7, e está disponível em http://documents. adventistarchives.org/Periodicals/MIN/MIN19740701-V47-07.pdf.
  2. O presente artigo é baseado em uma revisão de todas as declarações escritas por Ellen G. White, que incluem os termos competição ou rivalidade, ou seus derivados (por exemplo, competir, concorrente, etc.), utilizando o recurso de pesquisa online (https:// egwwritings.org/) fornecido pelo Ellen G. White Estate ( https://whiteestate.org/ ).
  3. Oxford UK Dictionary (https://www.lexico.com/definition/competition).
  4. O American Heritage Dictionary define competição como: “O ato de competir, seja por lucro ou prêmio; rivalidade” (https://ahdictionary.ctom/word/search.html?q=competition) e rivalidade como “o ato de competir ou emular” (ibid.:https://ahdictionary.com/word/search.html? q = rivalidade). Da mesma forma, o Cambridge Dictionary define rivalidade como “uma situação em que pessoas, empresas, etc., competem entre si pela mesma coisa”. (https://dictionary.cambridge.org/us/dictionary/english/rivalry).
  5. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985) v.1, p. 175.
  6. __________, Parábolas de Jesus (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), p. 101; __________, O Desejado de Todas as Nações (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990), p. 439; e , __________, “The Truth and Its Power in the Heart”, Signs of the Times (13 de outubro de 1898).
  7. Fazendo referência ao ministério editorial, por exemplo, ela escreveu: “Há uma rivalidade entrando na Obra. [...] Os editores e autores que entrarem nessa competição perderão a graça de Deus de seu coração” (Carta 133, 1899; datada de 10 de setembro, para Edson e Emma White; itálicos acrescentados). Ver também __________, Testemunhos para a Igreja, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2009) v.7, p. 100.
  8. __________, O Desejado de Todas as Nações, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1990), p. 435.
  9. __________, Manuscrito 139, 1899.
  10. __________, Patriarcas e Profetas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1992), p.189. Davi também experimentou “discordância infeliz, rivalidade e ciúme entre suas numerosas esposas e filhos” Spirit of Prophecy (Battle Creek, Michigan: Seventh-day Adventist Publ. Assn., 1870), volume 1, p. 377.
  11. __________, O Desejado de Todas as Nações, p. 432. O incidente está registrado em Mateus 18.
  12. __________, Carta 26a, 1889.
  13. Nesse contexto, Ellen White fez uma referência positiva à competição: “Esta gloriosa competição está diante de nós. O apóstolo procura nos inspirar a entrar em uma nobre emulação, uma competição na qual não será visto o egoísmo, a injustiça ou o trabalho dissimulado. Devemos usar cada nervo e músculo espiritual na disputa pela coroa da vida. Ninguém que dê o seu melhor falhará nessa competição” (Manuscrito 74, 1903).
  14. Em uma carta a seu filho Edson, Ellen White escreveu: “Nos jogos em que nos tempos antigos os homens lutavam pela ascendência, apenas um recebia o prêmio. Apenas uma mão poderia agarrar a cobiçada guirlanda. Por mais ansiosa e fervorosamente que os outros competidores tivessem se esforçado, ficaram desapontados. Não é assim na competição celestial, a corrida pela vida eterna. Cada um que der o seu melhor receberá a coroa da imortalidade” (Carta 270, 1903).
  15. Manuscrito 41, 1901. Em outra ocasião, ela escreveu “O que mais me alarma é o espírito de rivalidade em nossas instituições” (Carta 146, 1899 a WC Sisley e CH Jones).
  16. __________, Carta 262, 1907 para J. E[dson] White, datada de 21 de agosto. Poucos dias depois, Ellen White novamente escreveu a Edson: “O Senhor não é glorificado pela obra do sanatório que foi estabelecido em Boulder, em rivalidade com a instituição original. A criação desse sanatório e seu funcionamento foram contrários à vontade e ao caminho do Senhor” (Carta 410, 1907, de 26 de agosto). Algumas semanas depois, ela escreveria para JJ Wessels e sua esposa descrevendo melhor a situação: “Um sanatório rival foi construído em Boulder a uma curta distância da instituição original. Um estava trabalhando nas linhas certas, o outro em linhas erradas. Na segunda instituição, o consumo de carne era permitido, bem como entretenimentos que não deveriam ter sido realizados” (Carta 286, 1907, datada de 17 de setembro). Uma carta anterior havia sido escrita para OG Place, um líder do sanatório rival, e a seus associados, com relação a esse assunto que ele havia desconsiderado (Carta 196, datada de 26 de junho 1906).
  17. Ellen G. White, Medicina e Salvação (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1991), p. 158.
  18. __________, Manuscrito 2, 1902. Ellen White então acrescentou: “Por causa do desejo demonstrado de obter vantagem uns sobre os outros, Deus certamente humilhará os homens que têm responsabilidades nesses escritórios de publicações. [...]. O poder de conversão operado por Deus é necessário para purificar as instituições de toda rivalidade e fingimento”.
  19. __________, The Publishing Ministry (Hagerstown, Md.: Review and Herald, 1983), p. 213. Semelhantemente, Ellen White escreveu a GA Irwin, presidente da Associação Geral, a respeito do assunto: “A sucessão quase interminável de pesquisas cansativas, de demora e ansiedade, e a grande despesa em aumentar as facilidades a fim de multiplicar as ilustrações está simplesmente levando antecipadamente a uma espécie de idolatria. Espírito e ação que sejam harmoniosos não são trazidos para o trabalho, mas sim rivalidade e contenda” (Carta 145, 1899).
  20. __________, Testemunhos para a Igreja, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2007) v. 7, p. 173.
  21. __________, Educação (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1966), p. 225.
  22. __________, Conselhos sobre a Escola Sabatina (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996), p. 182.
  23. Carta 53, 1887, datada de 1o de março e endereçada aos “Irmãos e Irmãs que Estão Participando da Reunião de Oakland”. Uma década mais tarde, Ellen White afirmaria: “Quando os obreiros combinam fé e obras, não haverá a quebra das responsabilidades sagradas e santos encargos. Não haverá rivalidade” (Carta 49a, 1896).
  24. Ellen G. White, Manuscrito 128, 1901.
  25. Com respeito ao caso sobre erigir um prédio de igreja em Healdsburg, Ellen White escreveu: “Há muitos carpinteiros e outros que vieram de vários lugares e se estabeleceram em Healdsburg, que não foram movidos pelo espírito correto, ou por motivos corretos. Assim que o assunto da construção de uma capela foi lançado, eles começaram a manifestar um espírito de rivalidade e a cobiçar egoisticamente o trabalho para que alguém fora de Healdsburg não fosse chamado para realizar uma parte ou ser o líder do trabalho” (Manuscrito 23), 1886).
  26. Manuscrito 41, 1901. Ao discutir essas práticas comerciais, Ellen White acrescentou: “Ganhos ilícitos, pequenos truques de comércio, exagero, competição, venda inferior a um irmão que está buscando um negócio honesto – essas coisas estão corrompendo a pureza da igreja, e arruinam a sua espiritualidade” (Testemunhos para a Igreja, v. 4, p. 494). Ver também Educação, p. 137.
  27. Manuscrito 12, 1898. Ela advertiu ainda que se os pais buscassem “estilo e ostentação para conquistar a influência no mundo”, isso levaria seus filhos a “competirem com o espetáculo e a extravagância do mundo” e, como resultado, a estarem menos inclinados a “salvar aqueles por quem Cristo morreu” – Ver: Testemunhos para a Igreja, (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2005), v.6, p. 450). Um princípio de mordomia também está envolvido. Ver: Conselhos sobre Mordomia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1998), p. 95 e Mensagens aos Jovens (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985), p. 312).
  28. Ver, por exemplo, __________, Orientação da Criança (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1993), p. 417; e __________, O Lar Adventistas (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1992), p. 151.
  29. __________, Carta 30, 1878; datada de 20 de junho e endereçada a J. E[dson] White. Cerca de 20 anos depois, ela escreveria novamente a Edson: “Aconselho-o a não criar rivalidade ao serem feitos os livros, pois o perigo por que você passa me foi apresentado” (Carta 242, 1899).
  30. __________, Carta 206, 1907, para JE Tenney, diretor da Graysville Academy, que mais tarde se tornou na Southern Adventist University.
  31. __________, Carta 136, 1900.
  32. __________, Manuscrito 41, 1901.
  33. __________, Manuscrito 139, 1899.
  34. __________, Manuscrito. 41, 1901.
  35. __________, Manuscrito. 41, 1901.
  36. __________, Carta 105, 1904, para J. E[dson] White. Ver também Spirit of Prophecy (Battle Creek, Michigan: Seventh-day Adventist Publ. Assn., 1877), v. 2, p. 138.
  37. __________, Testemunhos para a Igreja, v. 7, p. 174.
  38. __________, Testemunhos para a Igreja, v. 7, pp. 173-174. Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 175.
  39. __________, Manuscrito 24, 1896.
  40. __________, Testemunhos para a Igreja, v. 7, p. 74. Observe que aqui Ellen White contrastou cooperação com rivalidade, por um lado, quando as instituições competem umas com as outras pela supremacia, e com consolidação, por outro, por meio da qual as instituições se fundem, perdendo sua própria identidade.
  41. __________, Educação, p. 285.
  42. __________, Testemunhos para a Igreja, v. 9, p. 109.
  43. __________, Evangelismo (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1997), p. 104.
  44. __________, Carta 152, 1899.
  45. __________, Manuscrito 160a, 1898. Em uma carta a JE Tenney, diretor da Graysville Academy, no Tennessee, Ellen White declarou, semelhantemente: “Devemos guardar-nos contra a chegada de um espírito de rivalidade. [...] Deus pede uma manifestação de unidade e amor” (Carta 206, 1907).
  46. __________, O Desejado de Todas as Nações, p. 439.
  47. __________, Manuscrito 131, 1899.
  48. __________, O Desejado de Todas as Nações, p. 439. Ellen White também escreveu: “Um espírito [...] que mostra superioridade ou rivalidade, é uma ofensa a Deus. O Espírito de Cristo levará Seus seguidores a se preocuparem não apenas com seu sucesso e vantagem, mas a estarem igualmente interessados no sucesso e vantagem de seus irmãos” (That I May Know Him [Washington, DC: Review and Herald, 1964], p. 176).
  49. __________, Manuscrito 176, 1901.

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

POLÍTICA: O EXEMPLO DE CRISTO

A ligação entre o evangelho e a responsabilidade social é claramente representada no ministério de Cristo, e tanto no Velho como no Novo Testamentos. Quando os estragos da pobreza, injustiça e opressão estão bem presentes, a Palavra de Deus insiste que uma fé que fala somente das necessidades espirituais do povo, mas deixa de demonstrar sua compaixão mediante auxílio prático é vista como um culto falso (ver Isaías 58). Com efeito, como Gandhi certa vez disse: “Precisamos viver em nossas vidas as mudanças que queremos ver no mundo.”

Um discípulo de Cristo verdadeiramente crente não pode tratar com indiferença as desigualdades materiais e a manifestação de poder e privilégio que atingem a tantos e leva ao empobrecimento espiritual de outros. O evangelho convida o discípulo de Cristo e a igreja à solidariedade com todos os que sofrem, a fim de juntos podermos receber, incorporar e partilhar as boas-novas de Jesus, a fim de melhorar a vida de todos.

Jesus raramente mencionou o tipo de sociedade política à qual Seus discípulos deviam aspirar. Ele não pretendeu ser um reformador sociopolítico. Ele não enunciou nenhuma plataforma política. As tentações no deserto tinham uma dimensão claramente política e Ele as resistiu. Embora Ele tivesse mais de uma oportunidade para apoderar-Se do governo da sociedade por uma espécie de golpe de estado (ex.: o alimentar a multidão e a entrada triunfal em Jerusalém), Ele não escolheu esta opção.

Ao mesmo tempo, os ensinos de Jesus não podiam deixar de ter uma influência sociopolítica ao serem observados pela comunidade cristã. Ele ofereceu boas novas aos pobres, liberdade para os oprimidos e vida abundante (João 10:10). Portanto, os adventistas, seguindo o exemplo de cristãos através dos séculos, precisam reconhecer sua responsabilidade social. Os pioneiros adventistas pregavam não só o evangelho de salvação individual, mas também se preocupavam com alcoólatras, escravos, mulheres oprimidas e as necessidades educacionais de crianças e jovens.

Assim, o cristianismo não é uma religião de individualismo isolado ou de introversão; é uma religião de comunidade. Os dons e as virtudes cristãs têm implicações sociais. Devoção a Jesus Cristo significa devoção a todos os filhos de Deus, e devoção gera responsabilidade pelo bem-estar de outros.

Ellen White afirma: "Os que são genuinamente cristãos são ramos da Videira verdadeira, e darão o mesmo fruto que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não usarão distintivos políticos, mas os de Cristo" (Obreiros Evangélicos, p. 392).

A igreja e o seguidor de Cristo precisam responder à pergunta: “Sou eu guardador do meu irmão?” O sofrimento de nossos semelhantes nos causa dor. Podemos tentar escondê-lo, negá-lo, encobri-lo ou descartá-lo, mas ainda assim o sofrimento e a dor dos outros não nos podem deixar completamente impassíveis. Nossa fé cristã reforça isso. Como posso chamar-me de seguidor de Cristo quando não me preocupo com meus semelhantes? Como posso representar o reino de Deus e não me preocupar profunda e praticamente com as pessoas que são incluídas em Seu reino?

Na Palavra de Deus, a responsabilidade do seguidor de Cristo pelos pobres e necessitados não é menos importante do que a pregação do evangelho, nem é opcional. É parte integrante de toda a história do evangelho, porque realmente vemos na face do pobre a face de Cristo: “Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes Meus pequeninos irmãos, a Mim o fizestes” (Mateus 25:40).

Finalizamos com este texto de Ellen White: “Mas não necessitamos de ir a Nazaré, a Cafarnaum ou a Betânia para andar nos passos de Jesus. Encontraremos Suas pegadas ao pé do leito dos doentes, nas choças de pobreza, nos apinhados becos das grandes cidades, e em qualquer lugar onde há corações humanos necessitados de consolação. Fazendo como Jesus fazia quando na Terra, andaremos nos Seus passos" (O Desejado de Todas as Nações, p. 616).

(Com informações de Diálogo)

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

SETE MENTIRAS SOBRE DEUS

Entre as mentiras com consequências mais trágicas, estão as mentiras sobre Deus. Deus é o Deus da verdade (Is 65:16), e é avesso à mentira (Pv 12:22; Hb 6:18). No entanto, o diabo existe e é o “pai da mentira” (Jo 8:44). Ele tem se empenhado em espalhar falsidades sobre Deus, a fim de que tenhamos um conceito incorreto de sua Pessoa divina (At 13:10; Gn 3:4, 5). As informações erradas sobre Deus são produto da especulação de filósofos sem compromisso com a revelação bíblica e justificativa para dogmas religiosos não fundamentados nas Escrituras Sagradas. Infelizmente, esses mitos levam muita gente a ter atitudes equivocadas para com o Único que pode salvar (At 4:12).

Com palavras poéticas, o profeta Isaías descreveu o estado de perdição espiritual em que se encontra quem crê numa mentira a respeito daquele que é a Verdade: “O seu coração enganado o iludiu, de maneira que não pode livrar a sua alma, nem dizer: Não é mentira aquilo em que confio?” (Is 44:20)

A seguir, menciono sete mentiras muito populares sobre Deus, com a respectiva apresentação do que a Bíblia tem a dizer sobre quem o Senhor realmente é.

1. Deus determina tudo o que acontece. Muita gente entende mal um dos atributos de Deus: a sua soberania. Imagina que o Todo-Poderoso, que tem autoridade sobre todo o Universo, comande tudo o que acontece em sua vasta criação a ponto de determinar cada coisa que vai acontecer. Na verdade nem tudo o que acontece é por que Deus quer. Se Deus realmente determinasse tudo, seria impossível desobedecer-lhe!

Deus intervém na história humana (Dn 2:21), mas não determina tudo. Ele concedeu ao ser humano a faculdade de tomar as decisões que determinarão seu próprio destino (Dt 30:15-20; Js 24:15; 1Rs 18:21). Pessoas podem optar por dedicar a vida a Deus (Mc 9:24; At 8:37; At 16:13), ou podem escolher permanecer sob o domínio do pecado (Gn 4:6, 7; Is 66:3, 4), mesmo que a vontade de Deus seja que todos escolham o arrependimento e a salvação (2Pe 3:9). Deus deixa as pessoas praticarem sua própria vontade, mesmo que a vontade humana seja contrariar a vontade de Deus (Rm 1:24, 25). Ele dá liberdade para você e eu escolhermos se queremos acreditar ou não nele (Jo 3:16).

2. Quando alguém morre, é porque foi a vontade de Deus. Muito ao contrário, Deus não quer que ninguém morra, mas que se arrependa e tenha a vida eterna (2Pe 3:9). Quem deseja que pessoas morram é o diabo, que “vem para roubar, matar e destruir”. Mas Deus quer nos dar “vida completa” (Jo 10:10, NTLH).

Para Deus, a morte de uma pessoa que tem a vida entregue a Ele é um momento especial (Sl 116:15). É algo comparado a um sono, do qual Deus deseja despertar-nos (Jo 11:11; 1Ts 4:14). Portanto, Deus, além de não desejar a morte de ninguém, ressuscitará aqueles que pertencem a Ele (1Ts 4:16).

3. Deus é energia. No imaginário popular, Deus frequentemente é descrito como sendo uma “energia”, uma “luz”, que permeia o Universo; uma espécie de grande fantasma, invisível, sem forma, um espírito sem corpo que está em todos os lugares, algo impessoal. Nada poderia estar mais longe da verdade. A Bíblia descreve Deus com um Ser pessoal, com aparência física, apesar de diferente da nossa natureza humana, e extremante grandioso (1Co 15:40; 1Rs 8:27).

Deus, o Pai, é apresentado na Bíblia como tendo boca (Nm 12:8), costas (Êx 33:18-23), cabeça (Ez 1:26; Dn 7:9), rosto (Lv 10:1; Dt 5:4, 1Ts 1:9), olhos (Am 9:8), dedo (Êx 8:19; 31:18; Dt 9:10), mão (Êx 9:3), pés (Êx 24:10), se assentando num trono (Is 6: 1-6; Ez 1:26-28), usando roupas (Is 6:1; Dn 7:9), com cabelos brancos (Dn 7:9); enfim, com aparência de um ser humano (Ez 1:26). E não é para menos que Ele seja parecido conosco, uma vez que nos fez semelhantes à sua imagem (Gn 1:26, 27). Apesar de Ele ser agora invisível para nós (Cl 1:15; 1Tm 1:17; Hb 11:27), um dia os salvos verão a Deus (Mt 5:8).

Deus também tem uma personalidade. Ele tem desejos (Ef 5:17), sente ira (Dt 6:15), faz reconsiderações (Gn 6:6), se compadece (2Rs 13:23), enfim, Deus tem emoções e gostos. Deus é pessoal, conhece nossa experiência. Por meio de seu Espírito Santo, pode estar em todos os lugares (Sl 139), e podemos nos aproximar dele e conversar com Ele (Hb 4:16).

4. Deus nunca vai desistir de alguém. Essa afirmação é muito próxima da verdade, mas não deixa de ser incorreta. Deus deseja que todos se salvem (2Pe 3:9), enviou Cristo para morrer por todas as pessoas do mundo (Jo 3:16), e trabalha para persuadir cada uma a aceitar a salvação (Rm 2:4). Mas, como há pessoas que desistem completamente de Deus, não há nada que Ele possa fazer para convencê-las a se arrependerem de sua vida de pecado (Hb 6:4-7).

A Bíblia descreve algumas pessoas que, apesar de Deus ter demonstrado seu favor para com elas e de terem sido agraciadas com ricos privilégios espirituais, rejeitaram de modo tão obstinado a vontade de Deus para sua vida que o Senhor não pôde fazer mais nada para salvá-las. Um exemplo bíblico claro é Saul, que rejeitou a Palavra de Deus e foi, por isso, rejeitado por Deus (1Sm 15:26).

5. Deus é Deus de bênção, não de maldição! Esse lema pode até trazer segurança para o fiel, mas trata-se de uma inverdade. Deus abençoa aqueles que lhe obedecem e fazem a sua vontade (Dt 28:1, 2), mas adverte que maldições estão reservadas para os que não guardam os seus mandamentos (Dt 28:15-68).

6. Muitos caminhos levam a Deus. Não! Só há um único caminho, que é Jesus Cristo, e ninguém pode se achegar a Deus a não ser por meio dele (Jo 14:6). Cristo é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2:5). Outras alternativas espirituais além de Jesus Cristo são “vaidade. Suas obras não são coisa alguma” (Is 41:29), e quem procurar se aproximar de Deus por outros caminhos, além de Jesus Cristo, está percorrendo “caminhos de morte” (Pv 14:12; 16:25), ou “caminho que conduz para a perdição” (Mt 7:13).

7. Deus não condena ninguém. Deus não enviou Cristo ao mundo “para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele” (Jo 3:17). No entanto, pessoas que rejeitam a salvação oferecida a elas por Deus receberão a condenação reservada aos desobedientes e incrédulos (Jo 3:18-21). Um dia, Deus, por meio de Jesus Cristo, vai julgar os segredos de todos (Rm 2:16), e castigará aqueles que terão rejeitado Cristo como seu Salvador (Hb 10:29), condenando-os à morte eterna (Mt 25:41).

Infelizmente, muita gente tem sido enganada com mentiras sobre Deus. Mas a Palavra de Deus é “em tudo verdade” (Sl 119:160). E, na Bíblia, a Palavra de Deus, podemos conhecer a verdade sobre Ele, ser libertos pela verdade (Jo 8:38), e ter a vida eterna, que advém de conhecer verdadeiramente a Deus (Jo 17:3).

Fernando Dias (via Revista Adventista)

terça-feira, 25 de outubro de 2022

BORA PARAR DE COMER CARNE?

Qualquer mudança radical requer cautela e, claro, acompanhamento médico. Para dar uma mãozinha para quem está cogitando parar de comer carne e aderir a um novo estilo de vida, listamos cinco benefícios para quem está pensando em cortar este alimento do cardápio.

1. Reduz a inflamação no organismo
A inflamação crônica tem sido associada ao desenvolvimento de aterosclerose, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e doenças autoimunes. Em contrapartida, as dietas à base de plantas são naturalmente anti-inflamatórias. Ricas em fibras, antioxidantes e outros nutrientes, elas têm menos chances de desencadear a gordura saturada e endotoxinas (toxinas liberadas a partir de bactérias comumente encontradas em alimentos de origem animal).

2. O nível de colesterol despenca
A gordura saturada, encontrada principalmente em carnes, aves, queijo e outros produtos de origem animal, é uma das principais causas do elevado índice de colesterol no sangue. E isso implica em maior risco para doenças cardíacas e derrames. Além disso, as dietas à base de vegetais são ricas em fibras, o que reduz ainda mais os níveis de colesterol no sangue. Também foi comprovado que a soja, um dos substitutos da carne, desempenha um papel na redução do colesterol.

3. A imunidade fica mais forte
Os trilhões de micro-organismos que vivem em nosso corpo são chamados de microbiota. Cada vez mais, estes micro-organismos são reconhecidos como cruciais para a nossa saúde em geral: não só ajudam a digerir os alimentos, mas também produzem nutrientes necessários, treinam nosso sistema imunológico, mantêm o intestino saudável e nos protegem do câncer. Estudos também mostraram que eles desempenham um papel importante no controle de obesidade, diabetes, inflamação do intestino, doenças autoimunes e do fígado.

4. Afasta você do diabetes tipo 2
A proteína animal, especialmente as provenientes de carne vermelha e processadas, tem sido apontada em estudos como um fator que aumenta o risco de diabetes tipo 2. Por que a carne causaria a doença? Várias razões: gordura animal, ferro de origem animal e conservantes de nitrato em carne foram comprovados como danificadores das células pancreáticas, além de piorar a inflamação e causar ganho de peso. Além disso, uma dieta baseada em vegetais pode melhorar ou até mesmo reverter o diabetes, se você já tiver sido diagnosticada.

5. Vai melhorar a quantidade e a qualidade da proteína
Os onívoros dos Estados Unidos consomem, em média, mais do que 1,5 vezes a quantidade ideal de proteínas. Ao contrário do que a maioria pensa, esse excesso de proteína não faz você mais forte ou mais magro, é armazenado como gordura ou transformado em resíduos. Por outro lado, a proteína que se encontra nos alimentos vegetais protege você de muitas doenças crônicas. Então você não precisa se preocupar com o excesso. Vai precisar, é claro, consultar um nutricionista para descobrir a quantidade mínima que você precisa para não deixar o seu organismo debilitado. 

Como é necessário em qualquer intervenção nutricional, antes de qualquer coisa, é essencial fazer um exame de sangue completo, para que possa ser detectado qualquer tipo de deficiência ou ou desequilíbrio nutricional. Exames periódicos também são importantes. Quem adota a dieta vegetariana deve ficar mais atento às taxas de ferro, cálcio, vitamina B12 e vitamina D, por exemplo. Sendo bem planejada, a dieta é capaz de fornecer todos os nutrientes necessários para um vida saudável. Assim, é importante manter uma alimentação bem variada, sem monotonia, para evitar carências nutricionais.

Cada pessoa possui suas individualidades bioquímicas e o corpo pode responder de forma diferente à retirada da carne. Ela pode optar em cortar totalmente ou parcialmente a carne, depende da ideia ou filosofia que está motivando a mudança de hábito. Quando bem planejada, a dieta vegetariana não acarretará nenhum desequilíbrio nutricional, portanto, se optar em tirar de vez a carne do cardápio, não haverá problema algum, neste sentido. Porém, muitas pessoas iniciam a transição retirando inicialmente a carne vermelha e, posteriormente, frango e peixe, até que o orgismo possa se acostumar.

Alguns vegetarianos que não possuem orientação nutricional aumentam o consumo de carboidratos refinados, como massas, pães e bolos, por exemplo. Isso não é correto, pois são alimentos que não contribuem positivamente para a nossa saúde. Tendo em vista que a alimentação vegetariana já possui uma boa oferta de carboidratos, exagerar no consumo destes alimentos pode causar alterações nos exames bioquímicos e levar ao aumento de peso. Se a pessoa estiver com uma alimentação balanceada e equilibrada em nutrientes, ela não sentirá necessidade de “descontar” a ausência da carne comendo muitos alimentos hipercalóricos. 

Ellen G. White também fala sobre esse assunto no livro A Ciência do Bom Viver, p. 316-317

"A carne nunca foi o melhor alimento; seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as doenças nos animais estarem crescendo com tanta rapidez. Os que comem alimentos cárneos mal sabem o que estão ingerindo. Frequentemente, se pudessem ver os animais ainda vivos, e saber que espécie de carne estão comendo, iriam repelir enojados. O povo come continuamente carne cheia de germes de tuberculose e câncer. Assim são comunicadas essas e outras doenças. 

A poucas pessoas se pode fazer ver que é a carne que ingerem o que lhes tem envenenado o sangue e ocasionado os sofrimentos. Muitos morrem de doenças inteiramente devidas ao uso da carne, ao passo que a verdadeira causa não é suspeitada nem por eles nem pelos outros.

Que homem, dotado de um coração humano, havendo já cuidado de animais domésticos, poderia fitá-los nos olhos tão cheios de confiança e afeição, e entregá-los voluntariamente à faca do açougueiro? Como lhes poderia devorar a carne como um delicioso bocado? É um erro supor que a força muscular depende do uso de alimento animal. As necessidades do organismo podem ser melhor supridas, e mais vigorosa saúde se pode desfrutar, deixando de usá-lo.

Quando se deixa o uso da carne, há muitas vezes uma sensação de fraqueza, uma falta de vigor. Muitos alegam isso como prova de que a carne é essencial; mas é devido a ser o alimento desta espécie estimulante, a deixar o sangue febril e os nervos estimulados, que assim se lhes sente a falta. Alguns acham tão difícil deixar de comer carne como é ao bêbado o abandonar a bebida; mas se sentirão muito melhor com a mudança. 

Quando se abandona a carne, deve-se substituí-la com uma variedade de cereais, nozes, verduras e frutas, os quais serão a um tempo nutritivos e apetitosos. O lugar da carne deve ser preenchido com alimento são e pouco dispendioso. A esse respeito, muito depende da cozinheira. Com cuidado e habilidade se podem preparar pratos que sejam ao mesmo tempo nutritivos e saborosos, substituindo, em grande parte, o alimento cárneo. 

Em todos os casos, educai a consciência, aliciai a vontade, supri alimento bom, saudável, e a mudança se efetuará rapidamente, desaparecendo em breve a necessidade de carne. 

Não é o tempo de todos dispensarem a carne da alimentação? Como podem aqueles que estão buscando tornar-se puros, refinados e santos a fim de poderem fruir a companhia dos anjos celestes continuar a usar como alimento qualquer coisa que exerça tão nocivo efeito na alma e no corpo? Como podem tirar a vida às criaturas de Deus a fim de consumirem a carne como uma iguaria? Volvam antes à saudável e deliciosa alimentação dada ao homem no princípio, e a praticarem e ensinarem a seus filhos a misericórdia para com as mudas criaturas que Deus fez e colocou sob nosso domínio."

[Com informações de Claudia e Boa Forma]

E SE O MEU CANDIDATO NÃO GANHAR AS ELEIÇÕES?

Breve teremos a definição das eleições presidenciais. Tenho ouvido discursos de tensos a apocalípticos sobre o futuro do Brasil e da igreja brasileira caso o candidato A ou B ganhe. Isso deve nos levar a refletir desde já: e se meu candidato não ganhar? Permita-me compartilhar algumas reflexões em resposta a essa pergunta.

1. Se o seu candidato não ganhar, Deus continuará sendo Deus, todo-poderoso, Senhor de toda a criação, bondoso, amoroso, luz de luz, digno de gratidão, honra, glória e louvor.

2. Se o seu candidato não ganhar, seguiremos tendo de orar pelos nossos governantes, para que façam um governo de justiça e paz.

3. Se o seu candidato não ganhar, continuaremos tendo de amar o próximo e, inclusive, o inimigo.

4. Se o seu candidato não ganhar, seguiremos sendo conclamados a cumprir a grande comissão.

5. Se o seu candidato não ganhar, continuaremos tendo de manifestar as virtudes do fruto do Espírito: autocontrole, mansidão, fidelidade, bondade, amabilidade, paz, paciência, alegria e amor.

6. Se o seu candidato não ganhar, seguiremos tendo de ser amáveis com todos, sem viver brigando com quem se opõe, como convém aos servos do Senhor, aptos a ensinar e pacientes, instruindo com mansidão os que se opõem na esperança de que Deus os leve ao arrependimento.

7. Se o seu candidato não ganhar, ainda teremos de ser bem-aventurados pacificadores, sem permitir que o sol se ponha sobre a nossa ira - que, aliás, é obra da carne.

8. Se o seu candidato não ganhar, continuaremos tendo de fazer o bem a quem nos odeia, abençoar quem nos amaldiçoa e orar por quem nos maltrata, sempre pagando o mal com o bem.

9. Se o seu candidato não ganhar, quem se irar contra alguém seguirá sendo sujeito a julgamento, quem xingar alguém de estúpido seguirá correndo o risco de ser levado ao tribunal e quem chamar alguém de louco ainda correrá o risco de ir para o inferno de fogo.

10. Se o seu candidato não ganhar, continuaremos tendo de ser sal e luz, glorificando a Deus com as boas obras, servindo ao Príncipe da Paz e caminhando para a eternidade em novos céus e nova terra, onde não haverá mais sofrimento, nem choro, nem dor - pois todas essas coisas já terão passado.

Maurício Zágari (via facebook)

segunda-feira, 24 de outubro de 2022

O SEGREDO PARA SE MANTER FIEL NO TEMPO DO FIM

"À lei e aos mandamentos! Se eles não falarem conforme esta palavra, vocês jamais verão a luz!” (Is 8:20). O povo de Deus é encaminhado às Santas Escrituras como salvaguarda contra a influência dos falsos ensinadores e do poder ilusório dos espíritos das trevas.

Satanás emprega todo artifício possível para impedir as pessoas de obter conhecimento da Bíblia; pois os claros ensinos dela põem a descoberto seus enganos. Em todo avivamento da obra de Deus, o príncipe do mal está desperto para a atividade mais intensa; aplica atualmente todos seus esforços em preparar-se para a luta final contra Cristo e Seus seguidores.

O último grande engano deve logo patentear-se diante de nós. O anticristo vai operar suas obras maravilhosas à nossa vista. Tão meticulosamente a contrafação se parecerá com o verdadeiro que será impossível distinguir entre ambos sem o auxílio das Escrituras Sagradas. Pelo testemunho da Palavra de Deus toda declaração e todo prodígio deverão ser avaliados e provados.

Os que se esforçam por obedecer a todos os mandamentos de Deus defrontarão oposição e escárnio. Somente em Deus lhes será possível subsistir. A fim de suportarem a prova que diante deles está, devem compreender a vontade do Senhor como se acha revelada em Sua Palavra; somente poderão honrá-Lo tendo uma concepção correta de Seu caráter, governo e propósitos, e agindo de acordo com esses. Pessoa alguma poderá resistir no último grande conflito, a não ser os que fortaleceram a mente com as verdades das Escrituras.

A toda pessoa virá a inquiridora prova: obedecerei a Deus de preferência aos homens? A hora decisiva está mesmo agora às portas. Estão nossos pés firmados na rocha da imutável Palavra divina? Estamos preparados para permanecer firmes em defesa dos mandamentos de Deus e da fé de Jesus?

Antes de Sua crucifixão, o Salvador explicou a Seus discípulos que Ele deveria ser morto, e do túmulo ressuscitar. Anjos estavam presentes para gravar Suas palavras na mente e no coração deles. Mas os discípulos aguardavam livramento temporal do jugo romano, e não podiam tolerar a ideia de que Aquele em quem se centralizavam todas suas esperanças devesse sofrer morte vergonhosa. As palavras de que necessitavam lembrar-se fugiram-lhes da mente; e, ao chegar o tempo da prova, esta os encontrou desprevenidos. A morte de Cristo destruiu-lhes tão completamente as esperanças como se Ele não os houvesse advertido previamente.

Assim, nas profecias, o futuro se patenteia diante de nós tão claramente como se revelou aos discípulos pelas palavras de Cristo. Os acontecimentos ligados ao fim do tempo da graça e a obra de preparo para o período de angústia acham-se claramente apresentados. Porém, multidões não possuem maior compreensão dessas importantes verdades do que teriam se nunca houvessem sido reveladas. Satanás vigia para impedir toda impressão que os faria sábios para a salvação, e o tempo de angústia os encontrará sem o devido preparo.

AUTORIDADE HUMANA X DIVINA
Quando Deus envia aos seres humanos advertências tão importantes que são representadas como proclamadas por santos anjos a voar pelo meio do céu, Ele requer que toda pessoa dotada de faculdade de raciocínio atenda à mensagem. Os terríveis juízos pronunciados contra o culto à besta e sua imagem (Ap 14:9-11) deveriam levar todos a diligente estudo das profecias para aprender o que é o sinal da besta e como devem evitar recebê-lo.

Contudo, as massas populares tapam os ouvidos à verdade, preferindo as fábulas. Olhando para os últimos dias, o apóstolo Paulo declarou: “Virá tempo em que não sofrerão a sã doutrina” (2Tm 4:3). Já chegamos a esse tempo. As multidões rejeitam a verdade das Escrituras, por ser ela contrária aos desejos do coração pecaminoso; e Satanás lhes oferece os enganos que desejam.

Entretanto, Deus terá sobre a Terra um povo que mantenha a Bíblia, e a Bíblia somente, como norma de todas as doutrinas e base de todas as reformas. As opiniões de homens ilustrados, as deduções da ciência, os credos ou as decisões dos concílios eclesiásticos, tão numerosos e discordantes como são as igrejas que representam a voz da maioria – nenhuma dessas coisas, nem todas em conjunto, deveriam considerar-se como prova em favor ou contra qualquer ponto de fé religiosa. Antes de aceitar qualquer doutrina ou preceito, devemos pedir em seu apoio um claro “Assim diz o Senhor”.

Satanás se esforça constantemente por atrair a atenção para o homem, em lugar de Deus. Ele induz o povo a olhar para os bispos, pastores, professores de teologia, como seus guias, em vez de examinarem as Escrituras a fim de que, por si mesmos, aprendam seu dever. Então, dominando a mente desses dirigentes, o diabo pode influenciar as multidões de acordo com sua vontade.

Quando Cristo veio para falar as palavras de vida, o povo comum O ouvia alegremente; e muitos, mesmo dos sacerdotes e príncipes, creram Nele. Mas os líderes máximos da nação estavam decididos a condenar e repudiar os ensinos Dele. Fossem embora frustrados todos seus esforços para encontrar acusações contra Ele, e sem mesmo poder fugir à influência do poder e sabedoria divinos, que acompanhavam Suas palavras, encerraram-se, entretanto, no preconceito; rejeitaram a mais clara evidência de Seu caráter messiânico, receosos de que fossem constrangidos a se tornarem Seus discípulos.

Esses oponentes de Jesus eram homens que, desde a infância, o povo havia sido ensinado a reverenciar e a cuja autoridade os israelitas haviam se acostumado implicitamente a se curvarem. Eles perguntavam: “Como é que nossos príncipes e doutos escribas não creem em Jesus? Não O receberiam esses homens piedosos se Ele fosse o Cristo?” Foi a influência desses ensinadores que levou a nação judaica a rejeitar seu Redentor.

O espírito que atuava naqueles sacerdotes e príncipes ainda é manifesto por muitos que fazem alta profissão de piedade. Eles se recusam a examinar o testemunho das Escrituras relacionados às verdades especiais para este tempo. Apontam para seu número, riqueza e popularidade, e olham com desdém os defensores da verdade, sendo esses poucos, pobres e impopulares, e que sustentam uma fé que os separa do mundo.

Cristo previu que aquela postura de acatar a autoridade humana não se limitaria a seu tempo. Olhando profeticamente, Ele viu que, no futuro, a obra de exaltação da autoridade humana teria o objetivo de controlar a consciência individual, postura que tem sido uma terrível maldição para a igreja em qualquer época. É por isso que as tremendas acusações de Jesus contra os escribas e fariseus, bem como as advertências Dele ao povo para que não seguisse aqueles guias cegos, foram registradas como aviso às gerações futuras. [...]

FUNDAMENTADOS NA PALAVRA
Deus nos deu Sua Palavra para que pudéssemos nos familiarizar com Seus ensinos e saber, por nós mesmos, o que Ele requer de nós. Quando o doutor foi ter com Jesus com a pergunta: “Que farei para herdar a vida eterna?”, o Salvador lhe fez referência às Escrituras, dizendo: “Que está escrito na lei? Como lês?” A ignorância não desculpará jovens nem idosos, nem os livrará do castigo devido pela transgressão da lei de Deus, pois têm ao seu alcance uma exposição fiel daquela lei, de Seus princípios e requisitos.

Não basta termos boas intenções; não basta fazermos o que se julga ser direito, ou o que o ministro diz ser correto. A salvação de nossa alma está em jogo, e devemos examinar as Escrituras por nós mesmos. Por mais fortes que possam ser nossas convicções, por maior confiança que tenhamos de que o ministro sabe o que é a verdade, não seja esse nosso fundamento. Na jornada em direção ao Céu, temos um mapa dando todas as indicações do caminho, e não devemos conjeturar a respeito de coisa alguma. [...]

Estamos vivendo no período mais solene da história deste mundo. O destino das imensas multidões da Terra está prestes a ser decidido. Nosso próprio bem-estar futuro, e também a salvação de outras pessoas dependem do caminho que agora seguimos. Necessitamos ser guiados pelo Espírito da verdade. Todo seguidor de Cristo deve fervorosamente perguntar: “Senhor, que queres que eu faça?”

Precisamos nos humilhar perante o Senhor, com jejum e oração, e meditar muito em Sua Palavra, especialmente nas cenas do juízo. Cumpre-nos buscar agora uma experiência profunda e viva nas coisas de Deus. Não temos um momento a perder. Acontecimentos de importância vital estão a ocorrer ao redor de nós; estamos no terreno encantado de Satanás. Não durmam, sentinelas de Deus! O adversário está perto, de emboscada, pronto para a qualquer momento, caso haja negligência e sonolência, saltar sobre vocês.

Muitos estão enganados quanto à sua verdadeira condição diante de Deus. Orgulham-se dos maus atos que não cometem; porém, se esquecem de enumerar as boas e nobres ações que Deus exige deles, mas negligenciaram cumprir. Não basta que sejam árvores no jardim de Deus. Devem corresponder à Sua expectativa, produzindo frutos. Ele os responsabiliza pela sua falta em cumprir todo o bem que poderiam fazer, mediante Sua graça que os fortalece. Nos livros do Céu, a vida dessas pessoas está registrada como uma árvore que em vão ocupa o terreno. Contudo, mesmo o caso dessa classe não é inteiramente desesperador. […]

Quando o tempo de prova vier, serão revelados os que fizeram da Palavra de Deus sua regra de vida. No verão, nenhuma diferença se nota entre os ciprestes e as outras árvores; porém, ao soprarem as rajadas hibernais, os ciprestes permanecem inalteráveis, enquanto as outras árvores perdem a folhagem.

Assim, aquele que com coração falso professa a religião pode agora não ser diferente do cristão verdadeiro; contudo, está diante de nós justamente o tempo em que a diferença entre eles aparecerá. Levante-se a oposição, de novo exerçam domínio o fanatismo e a intolerância, acenda-se a perseguição, e os insinceros e hipócritas vacilarão, renunciando a fé. No entanto, o verdadeiro cristão permanecerá firme como uma rocha, tornando sua fé mais forte e sua esperança mais viva do que nos dias da prosperidade.

Este artigo foi extraído das páginas 593 a 602 do livro O Grande Conflito de Ellen G. White.

sexta-feira, 21 de outubro de 2022

FALSO TESTEMUNHO NA REDE

Já virou um hábito! Basta uma brecha no trabalho, uma palestra tediosa, um bom sinal Wi-Fi por perto ou um smartphone com pacote de dados generoso para que o indicador continue seu movimento automático, quase involuntário, deslizando sobre a tela e um mundo de informações. Assim tem sido a rotina de milhões de pessoas nas redes sociais. O que não interessa cai no esquecimento; se algo compensar, quem sabe ganha um like, um comentário ou alguma crítica.

Redes sociais fazem de nós espectadores da vida. Porém, os inúmeros recursos oferecidos por essas plataformas digitais nos dão a possibilidade de não somente observar o que se passa na rede, mas de ser autores, promotores e incentivadores de qualquer ideia. É nesse ponto que vale a pena refletir sobre a maneira como temos utilizado esses espaços virtuais, considerando que eles têm tomado direções perigosas que esbarram em questões éticas, morais e espirituais.

Já nos acostumamos a ser inundados de postagens com pensamentos prontos, frases de efeito, memes, sátiras, ironias e insinuações. Muitas delas abordando situações do dia a dia e, diga-se de passagem, algumas muito criativas e engraçadas. Entretanto, temos observado o crescente número de conteúdos falsos, produzidos por grupos com interesses ideológicos, comerciais e políticos. São as chamadas fake news. De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) nos EUA, as notícias falsas se espalham 70% mais rápido do que as notícias verdadeiras. Já a consultoria internacional Trend Micro concluiu que se trata de um mercado consolidado que tem orçamentos que chegam a 400 mil dólares. Com essa verba, é possível criar uma celebridade digital ou manipular um processo de decisão. De fato, temos constatado o papel delas na formação da opinião pública sobre os diferentes temas da atualidade.

Não podemos esquecer que tudo o que falamos ou fazemos exerce algum tipo de impacto na vida de outras pessoas. Nosso comportamento nos ambientes virtuais pode igualmente influenciar a maneira de outros pensarem e agirem, tanto para o bem quanto para o mal. Em um tempo tão solene, infelizmente muitos cristãos estão desperdiçando as boas oportunidades que são oferecidas de promover o bem, a paz e o amor. Em vez disso, preferem transformar as redes em campos de guerra ideológica, política e religiosa. Alguns, de maneira intransigente e descuidada, ignoram a possibilidade de se tornarem agentes de uma eventual fake news quando postam ou compartilham conteúdos sem se certificar da autenticidade da informação.

Considerando a maneira como Deus deseja que vivamos, a questão é mais grave do que parece. Nosso papel é restaurar a verdade, não propagar a mentira. Os adventistas têm dado grande ênfase na obediência à Lei de Deus, os dez mandamentos, com especial destaque no quarto mandamento, que diz respeito ao sábado como dia sagrado. Contudo, consideramos que os outros nove devem ser igualmente praticados, inclusive o nono, que afirma: “Não darás falso testemunho contra o teu próximo” (Êx 20:16, NVI). Não seria o caso de pensarmos na grave possibilidade de milhões de usuários virtuais se enquadrarem em uma rotineira transgressão do nono mandamento quando atribuem a personalidades, políticos, autoridades e a outras pessoas frases descontextualizadas, pensamentos distorcidos ou vídeos editados com propósito de defender seus próprios interesses?

No meio jurídico, testemunhar a respeito de alguém é tão sério que pode ser determinante sobre uma decisão judicial a favor ou contra determinada pessoa. No ambiente virtual, cada notícia falsa que é compartilhada e viralizada seguramente cumprirá seu propósito de difamar e denegrir a pessoa mencionada, podendo trazer sérias consequências psicológicas e emocionais sobre a mesma. Nesse sentido, Fernando Peres, advogado especialista em direito digital e crimes cibernéticos, expressa que os usuários são virtuais, mas as vítimas são reais.

Contrariamente, há quem possa dizer que rede social é um amplo espaço para discussão das questões contemporâneas, e que seu uso, ainda que de forma inadequada, deve ser aproveitado para denunciar conceitos filosóficos, ideologias, assim como falhas de líderes políticos e religiosos. Entretanto, considere a seguinte questão: Seria essa a missão do povo de Deus para os dias finais da Terra? Não deveríamos gastar mais energia na tarefa de amar e apresentar o Cristo Salvador ao próximo do que em batalhas virtuais? Alguns têm manifestado uma verdadeira obsessão em sempre levar a melhor em debates e discussões. Contudo, a Palavra de Deus adverte que “nossa luta não é contra pessoas, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6:12, NVI). Este é um conflito sério demais para ser reduzido a um ambiente virtual com cristãos armados com frases de efeito ou imagens convincentes.

Aqui na Terra, Cristo venceu o mal propondo uma revolução. Não um levante contra o corrupto sistema vigente. A revolução de Cristo consistia numa deflagrada reversão dos efeitos do pecado sobre cada pessoa, materializada em cada gesto de amor, em cada sofrimento aliviado, ou então numa singela palavra compassiva. Assim, Cristo transformou pessoalmente um ser humano de cada vez, preparando-o para sair deste mundo, e não para ficar nele.

Ser um militante da rede pode fazer alguém parecer engajado nas questões sociais, mas isso não passa de uma fantasia particular. Sendo assim, será que vale a pena querer mudar o mundo pela tela de um celular, correndo o risco de violar princípios eternos, principalmente o nono mandamento?

Ellen G. White orientou: “Cultivem o hábito de falar bem do próximo. Detenham-se sobre as boas qualidades daqueles com que estão associados e olhem menos possível para seus erros e fraquezas” (A Ciência do Bom Viver, p. 492). Faça logoff das teorias, objeções, tumultos e insurreições e login na prática do serviço, amor e serenidade do evangelho. Todas as partes envolvidas só terão a ganhar.

Marco Santana (via Revista Adventista)

Nota do blog: Segue mais um comentário precioso de Ellen G. White: 

"A intenção de enganar é o que constitui a falsidade. Por um relance de olhos, por um movimento da mão, uma expressão do rosto, pode-se dizer falsidade tão eficazmente como por palavras. Todo o exagero intencional, toda a sugestão ou insinuação calculada a transmitir uma impressão errônea ou desproporcionada, mesmo a declaração de fatos feita de tal maneira que iluda, é falsidade. Este preceito proíbe todo esforço no sentido de prejudicar a reputação de nosso próximo, pela difamação ou suspeitas ruins, pela calúnia ou intrigas. Mesmo a supressão intencional da verdade, pela qual pode resultar o agravo a outrem, é uma violação do nono mandamento" (Patriarcas e Profetas, p. 309).