sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

FELIZ ANO NOVO! (por Ellen White)

Acha-se agora no passado outro ano de vida. Abre-se um novo ano diante de nós. Que registro será o seu? Que escreverá cada um de nós em Suas páginas imaculadas? A maneira por que passamos cada dia que vem, decidirá.

Entremos no novo ano com o coração purificado da contaminação do egoísmo e do orgulho. Afastemos de nós toda condescendência pecaminosa, e busquemos tornar-nos fiéis, diligentes discípulos na escola de Cristo. Um novo ano descerra suas alvas páginas aos nossos olhos. Que escreveremos nós aí?

O ano velho com sua carga de recordações passou para a eternidade. Que todo pensamento, todo sentimento, agora sejam de lembrança do amor de Deus. Reunamos uma lembrança após outra.

Procurai começar este ano com justos desígnios e motivos puros, como seres responsáveis perante Deus. Conservai sempre em mente que os vossos atos estão passando diariamente à história pela pena do anjo relator. Encontrá-los-eis novamente quando o Juízo se assentar e forem abertos os livros.

Os anjos de Deus estão à espera para mostrar-vos o caminho da vida. Decidi agora, no começo do ano novo, que escolhereis o caminho da justiça, que sereis diligentes e sinceros, e que a vossa vida não se demonstre um erro. Avançai, guiados pelos anjos celestiais; sede corajosos; empreendedores; deixai a vossa luz brilhar.

Se nos ligarmos a Deus, a fonte da paz, da luz e da verdade, Seu Espírito fluirá por nosso intermédio como por um conduto, de modo a refrigerar e beneficiar a todos ao redor de nós. Este pode ser o último ano de vida para nós. Não o iniciaremos com refletida consideração? Não hão de a sinceridade, o respeito, a benevolência assinalar nossa conduta para com todos?

Não retenhamos coisa alguma dAquele que deu Sua preciosa vida por nós. Consagremos todos a Deus a propriedade que Ele nos confiou. Acima de tudo, demo-nos nós mesmos a Ele como oferta voluntária.

Deixemos de lado, para sempre, tudo o que se assemelha a desconfiança e falta de fé em Jesus. Iniciemos uma vida de singela confiança como a de uma criança, não confiando nos sentimentos, mas na fé.

Não desonreis a Jesus duvidando de Suas preciosas promessas. Ele quer que creiamos em Sua pessoa com inabalável fé. Há uma classe que diz: “Creio, creio”, e reivindicam todas as promessas que são feitas sob a condição de obediência. Conquanto reivindiquem tudo das promessas de Deus, não efetuam as obras de Cristo. Deus não é honrado por semelhante fé, a qual é uma fé espúria. Então vemos um povo procurando guardar todos os mandamentos de Deus, mas há muitos deles que não estão à altura de seus elevados privilégios e não reivindicam coisa alguma. As promessas de Deus são para os que guardam os Seus mandamentos e fazem diante dEle o que Lhe é agradável.

Tenho de combater cada dia o bom combate da fé. Tenho de empenhar ao máximo os poderes da fé e não confiar nos sentimentos, agindo como se soubesse que o Senhor me ouviu e me atenderá e abençoará. A fé não é um ditoso entusiasmo emocional, e, sim, aceitar simplesmente o que Deus afirma, e crer, porque Ele disse que faria isso.

Espero que de maneira alguma fiqueis desalentados. Deus quer que sejais livres, quer que sejais crentes e confiantes, e apenas deixeis de duvidar, passando a crer.

Que Deus vos ajude. Um novo ano descerrou-se diante de nós. Seja ele um novo ano feliz. Abrigai-vos nos acolhedores braços de Jesus, e não procureis desvencilhar-vos de Seus braços. Crede somente e louvai a Deus, e avançai. Quase estamos no lar.

O Senhor vem. Olhai para cima e regozijai-vos, porque a vossa redenção se aproxima. Vejo em Jesus um Redentor compassivo e amoroso, Alguém que pode salvar totalmente todos os que se chegam a Ele. Firmai-vos inteiramente nas promessas de Deus. Crede que é vosso privilégio crer.

Que o início deste ano seja uma ocasião inesquecível - ocasião em que Cristo entre em nosso meio, e diga: "Paz seja convosco" (João 20:19).

Desejo a todos um Feliz Ano Novo.

Ellen G. White (via Meditações Nossa Alta Vocação | Este Dia com Deus | Minha Consagração Hoje | Olhando para o Alto)

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

EM 2022, OLHE PARA O PRÓXIMO

Ilona Szabó de Carvalho, em um belíssimo artigo postado ontem (28) na Folha, diz: "Em 2022, olhe para o lado. Olhe nos olhos de quem está ao seu lado. Comece por onde se sente confortável, na sua casa, e em seus círculos mais próximos. Mas vá além. Ande pelas ruas e olhe nos olhos de quem cruza seu caminho nas calçadas. Preste atenção para não perder ninguém, pois pode passar por alguém que está sentado no chão, ou grudado na janela de um ônibus lotado. Reconheça o outro, não o evite. Reconheça-se no outro, seja pelas semelhanças, seja pelas diferenças e privilégios."

A Bíblia diz que nos últimos tempos o amor de muitos esfriaria. Se “o amor esfriar” não é ignorar as pequenas necessidades do próximo, não sei o que é. Ellen G. White diz: "O egoísmo e a fria formalidade quase têm extinguido o fogo do amor, dissipando as graças que deveriam deixar o caráter perfumado. Muitos dos que professam o nome de Jesus têm esquecido que os cristãos devem representar Cristo. A menos que mostremos sacrifício prático para o bem dos outros onde quer que estejamos, não somos cristãos, não importa o que declaremos ser" (O Libertador, p. 293).

Infelizmente, é muito difícil mudarmos as outras pessoas. Mas o que podemos fazer é mudar a nós mesmos. Por isso proponho a você uma reflexão sobre suas atitudes. Será que você tem amado de fato o próximo?

Entenda que o amor ao próximo não se demonstra apenas em gestos grandiosos. Não é sendo missionário na África, tornando-se a Madre Teresa de Calcutá ou doando milhões de reais para a caridade que você será alguém que ama o próximo. Até porque, convenhamos, essas são ações que não estão ao alcance da esmagadora maioria das pessoas. Mas você tem a possibilidade de exercer o amor ao próximo diariamente, em pequenos gestos.

Ceder o lugar no ônibus, abrir a porta para senhoras passarem, puxar a cadeira no restaurante, ceder a vez no trânsito, permitir que gente idosa passe à sua frente na fila, deixar que o último pão da padaria seja comprado por outra pessoa, abrir mão do seu tempo para ouvir quem está triste, fazer elogios, dar de comer a quem tem fome e de beber a quem tem sede… Atitudes como essas custam muito barato ou nada e, acredite, não doem.

Você pode achar que pequenos gestos como esses não fazem a diferença. Mas lembre-se de que é do acúmulo de uma grande quantidade de tijolos bem pequenos que você constrói um enorme edifício de dezenas de andares. Pequenos gestos de amor fazem toda a diferença. Jesus morreu pela humanidade, e isso foi um gesto grandioso. Mas Ele também providenciou comida para pessoas que estavam com fome. Ele chorou em solidariedade à tristeza daqueles que estavam abatidos com a morte de Lázaro. Ele criou as galáxias, mas também as pequenas sementes, o que demonstra que dá atenção ao macro e também ao micro. Perceba: Deus se preocupa com amor e não apenas com grandes gestos de amor. Se for amor, pode ter a dimensão que tiver, será apreciado pelo Senhor e fará toda a diferença para o próximo.

Pode ser que você pense que a pequena gentileza não importa mais, porque, afinal, ninguém mais dá bola para isso. Que pequenos atos de solidariedade são coisa do passado... Todos os samaritanos deixariam o judeu roubado espancado caído à beira do caminho, mas Jesus disse que quem amava o próximo era justamente aquele que fez o que todos os outros não fariam. Que exemplo! E lembre-se que Deus vive fora do tempo, por isso, o conceito de que “isso era gentileza, mas não é mais”, simplesmente não existe para o Senhor.

Amor é amor. O que revela o amor, seja “grande” ou “pequeno”, é um coração que abre mão de si pelo próximo. Ellen G. White diz: "Qualquer ser humano que necessite de nossa simpatia e de nossos préstimos é nosso próximo. Os sofredores e desvalidos de toda classe são nosso próximo; e quando suas necessidades são trazidas ao nosso conhecimento, é nosso dever aliviá-los tanto quanto nos seja possível. Devemos cuidar de todo caso de sofrimento e considerar-nos a nós mesmos como instrumentos de Deus para aliviar os necessitados até o máximo de nossas possibilidades. Devemos amar a Deus sobre todas as coisas, e ao nosso próximo como a nós mesmos. Sem o exercício desse amor, a mais alta profissão de fé não passa de hipocrisia" (Beneficência Social, p. 45-46).

Peço a Deus, meu irmão, minha irmã, que você faça a diferença em 2022. Que entenda que vivemos dias de muito desamor e que o amor é um item extremamente necessário e cada vez mais raro em nosso meio. Nem que sejam pequenas gotas de amor. Porque uma gota de amor após a outra, após a outra, após a outra… acaba gerando uma inundação de amor. Faça a sua parte. Ame. Por favor, ame. Pelo amor de Deus, ame. Abra mão de si em benefício do próximo, assim como Jesus abriu mão de si em nosso benefício. Acredito que, ao chegar diante do Pai celestial, o teu pequeno sacrifício será reconhecido como um grandioso gesto de amor.

Ellen White conclui: "Se formos, de fato, cristãos, ao vermos seres humanos em aflição, seja por alguma calamidade, seja por causa do pecado, nunca diremos: 'Isso não me diz respeito'” (O Libertador, p. 293).

terça-feira, 28 de dezembro de 2021

POR QUE DEVO PREGAR O EVANGELHO?

Paulo diz, em Romanos 2:14-16, que os gentios serão julgados por aquilo que a consciência lhes disse. E que eles “servem de lei para si mesmos” (Rm 2:14). Então, por que pregar o Evangelho às pessoas? Precisariam um indígena, um pagão africano ou um budista, por exemplo, ouvir o evangelho para ser salvo? 

Essa é uma questão que intriga muitos cristãos. Mas, com base na Bíblia, podemos ver pelo menos dez razões para cumprir o “Ide” de Cristo. Devo pregar o Evangelho porque: 

1. Cristo ordenou. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28:19). Uma vez que Ele mandou, deve haver razões para isso. Do contrário, Ele não teria mandado. 

2. Contribui para a minha própria salvação. “Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Fp 2:12), é o conselho do apóstolo Paulo. Ao pregar para os outros sobre a vida eterna, eu mesmo não desejarei ficar fora dela. 

3. O Evangelho apresenta um correto conceito sobre Deus, que, acima de tudo, é amor. “Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor” (1Jo 4:8). O conceito de um Deus que ama Suas criaturas a ponto de morrer por elas não está presente nas religiões pagãs. Mesmo entre os cristãos, muitos veem Deus como um ser duro, juiz severo, pronto a punir pelo menor erro cometido. 

4. Com a pregação do Evangelho, começa a restauração da imagem de Deus em quem o aceita. “Pois, outrora, éreis trevas, porém, agora, sois luz no Senhor; andai como fi lhos da luz” (Ef 5:8). “E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas” (Cl 1:21). Pela aceitação do Evangelho, a imagem de Deus já começa a ser restaurada no ser humano e há grande melhora na qualidade de vida de quem o aceita: canibais se tornam seres ternos e amáveis; pessoas sujas, doentes e quase sem nenhuma higiene se tornam limpas e saudáveis; o medo dos deuses e dos espíritos dá lugar à adoração a Deus pelo amor, etc. 

5. A pregação do Evangelho prepara o mundo para o fim. “E será pregado este Evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (Mt 24:14). Obviamente, Deus não ficará como nosso refém quanto a vir ao mundo somente quando pregarmos o Evangelho. Se não o fizermos, Ele empregará outros meios e outras pessoas. O fato é que a pregação do Evangelho prepara as pessoas para os eventos finais da história deste mundo.

6. A pregação do Evangelho é a regra pela qual as pessoas conhecem o plano da salvação e podem ser salvas. “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28:19, 20). Um indígena ou pagão que morre sem conhecer o Evangelho será salvo ou se perderá de acordo com a luz que teve quanto ao certo e errado (Rm 2:14, 15), mas essa é a exceção ao plano normal de Deus quanto à salvação. A exceção só confirma a regra. 

7. Ajuda-me a ser altruísta e a cumprir o mandamento “Amarás o teu próximo, como a ti mesmo” (Mc 12:31). O que desejo para mim (salvação, vida eterna, uma pátria celestial, reencontro com os entes queridos mortos, etc.) devo desejar também para meu semelhante. 

8. Faz-me empático e parecido com Deus, o qual “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1Tm 2:4). Ao pregar, engajo-me na mesma obra salvífica de Deus. Que privilégio o dos pregadores do Evangelho! 

9. Pela pregação do Evangelho, o reino de Cristo invade o reino de Satanás, limitando, e mesmo quebrando, o poder desse inimigo sobre os pecadores. “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do Seu amor” (Cl 1:13). 

10. A palavra de um pecador convertido tem mais credibilidade para outro pecador do que as palavras de um anjo de Deus, pois anjos não conhecem, por experiência, as lutas, tentações e limitações de um ser humano. São os seres humanos que devem ser “embaixadores de Deus”. “De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus” (2Co 5:20). Também somos “carta de Cristo”: “Estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações” (2Co 3:3). O papel de “embaixador” e “carta” é dado aos seres humanos, e não a anjos, que nunca pecaram. 

Como está você no assunto da pregação do Evangelho? Engajado? Se não, por quê? A verdade é que Deus não tem outra boca a não ser a nossa, outros pés que não os nossos, outras mãos que não as nossas. Ele poderia pregar o Evangelho mais rapidamente e melhor por outros meios, mas Ele prefere contar com você.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

SUCESSO EM 2022?

Pergunte para qualquer pessoa que estiver perto de você agora: todas querem alcançar o sucesso. Seja na carreira, no relacionamento ou com a família, ser bem-sucedido é o desejo de dez entre dez pessoas. Contudo, poucas delas entram em ação para fazer com que esse sonho se torne realidade. A principal justificativa para isso? É muito difícil alcançar o sucesso. Entretanto, se você prestar atenção, verá que ser alguém bem-sucedido não é um bicho de sete cabeças. Na verdade, é mais simples do que você pensa. Basta que você siga esses preciosos conselhos de Ellen G. White que compartilhamos aqui, para que você alcance êxito não somente em 2022, mas em toda a sua vida.

1. Necessidade de uma meta, um objetivo
“A necessidade de uma meta aparece como inevitável. Uma vida sem objetivo é uma vida morta” (Conselhos sobre Saúde, p. 51).

“O êxito em qualquer coisa que empreendamos exige um objetivo definido. Aquele que desejar alcançar o verdadeiro êxito na vida deve conservar firmemente em vista o alvo digno de seus esforços” (Educação, p. 262).

"Onde não há um objetivo, há uma tendência a indolência; mas onde há uma meta suficientemente importante em vista, todas as faculdades mentais se colocam em atividade. Para obter êxito na vida, os pensamentos devem fixar-se firmemente no objetivo da vida e não se deve deixá-los vagar, nem ocuparem-se de assuntos sem importância ou saciarem-se de ociosas reflexões, os quais são os frutos de evitar as responsabilidades" (Testemunhos para a Igreja, vol. 2, p. 382).

2. Aprender com as supostas derrotas
“Algumas vezes, Deus disciplina Seus obreiros levando-os a desapontamentos e aparente fracasso. É Seu propósito que aprendam a dominar as dificuldades. Ele procura inspirá-los com a determinação de fazer com que todo fracasso aparente resulte em sucesso” (E Recebereis Poder, p. 272).

“Frequentemente os homens oram e lamentam por causa das perplexidades e obstáculos que os confrontam. Mas é propósito de Deus que enfrentem perplexidades e obstáculos, e se mantiverem firme até o fim o princípio de sua confiança, determinados a levar avante a obra do Senhor, Ele lhes tornará o caminho claro. Terão êxito ao lutarem com perseverança contra dificuldades aparentemente insuperáveis e com o êxito virá a maior alegria” (Olhando para o Alto, p. 110).

3. Ter sempre uma atitude positiva
“Na luta por alcançar a norma mais elevada, o êxito ou o fracasso dependem muito do seu caráter e da forma como seus pensamentos são canalizados. Se forem bem direcionados, como Deus deseja a cada dia, se abrirão espaço para os temas que vão ajudar a aumentar nossa devoção. Se os pensamentos são corretos, então, como resultado, as palavras também serão corretas; as ações serão de tal natureza que produzirão alegria, consolo e descanso” (Cada Dia com Deus, p. 66).

4. Esforço e perseverança
“O verdadeiro sucesso em cada setor de trabalho não é o resultado do acaso, ou acidente ou destino. É a operação da providência de Deus, a recompensa da fé e a prudência, da virtude e perseverança. Superiores qualidades mentais e elevado caráter moral não se adquirem por casualidade. Deus dá oportunidades; o êxito depende do uso que delas se fizer” (Profetas e Reis, p. 486).

“Quando Deus abre o caminho para a realização de certa obra e dá garantias de sucesso, o instrumento escolhido deve fazer tudo que estiver em seu poder para alcançar os resultados prometidos. O sucesso será proporcional ao entusiasmo e perseverança com que o trabalho é levado a cabo” (Profetas e Reis, p. 263).

5. Confiança e fidelidade
“Ninguém que seja fervoroso e perseverante deixará de alcançar sucesso. Não é dos ligeiros a carreira, nem dos valentes a peleja. O mais fraco dos santos, bem como o mais forte, podem alcançar a coroa de glória imortal. Podem vencer todos os que, pelo poder da divina graça, conduzem a vida em conformidade com a vontade de Cristo. Cada ato acrescenta seu peso na balança que determina a vitória ou fracasso na vida. E a recompensa dada aos que triunfam será proporcional à energia e fervor com que lutaram” (Atos dos Apóstolos, pp. 313 e 314).

“Mas se nos entregarmos completamente a Deus, e seguirmos Sua direção em nosso trabalho, Ele mesmo Se responsabilizará pelo cumprimento. Não quer que nos entreguemos a conjeturas sobre o êxito de nossos esforços honestos. Nem uma vez devemos pensar em fracasso. Devemos cooperar com Aquele que não conhece fracasso. Não devemos falar de nossa fraqueza e inaptidão. Com isso manifestamos desconfiança para com Deus, e negamos Sua palavra. Ao murmurarmos por causa de nossas cargas, ou recusarmos assumir as responsabilidades de que nos encarregou, estamos dizendo virtualmente que Ele é um Senhor severo e que requer o que não nos deu força para executar” (Parábolas de Jesus, p. 363).

6. Sociedade com o Céu
“O segredo do êxito está na união do poder divino com o esforço humano. Quando o povo de Deus for inteiramente consagrado a Ele, o Senhor os usará para levar avante Sua obra na Terra. Mas devemos lembrar-nos de que, seja qual for o êxito que venhamos a ter, a glória e a honra pertencem a Deus; pois toda faculdade e todo poder são uma dádiva de Sua parte. Ele dará êxito aos mais débeis esforços, aos métodos menos promissores, quando designados por determinação divina e empreendidos com confiança e humildade” (E Recebereis Poder, p. 260).

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

O NASCIMENTO DE JESUS (POR ELLEN WHITE)

Situada entre as colinas da Galiléia, a pequena cidade de Nazaré era o lar de José e Maria que, posteriormente, tornaram-se os pais terrestres de Jesus.

José pertencia à linhagem ou família de Davi e quando saiu um decreto para o levantamento do censo da população, ele teve que ir a Belém, cidade de Davi, para ali registrar seu nome. Era uma jornada penosa, dadas as condições em que as viagens eram feitas na época. Maria, que acompanhava seu esposo, sentia-se extremamente fatigada ao subir a colina na qual Belém se localizava.

Como ela desejava um lugar confortável onde pudesse repousar! Mas as hospedarias estavam todas lotadas. Os ricos e orgulhosos estavam bem hospedados, enquanto aqueles humildes viajantes tiveram que encontrar descanso em uma rude estrebaria.

Embora José e Maria não possuíssem bens terrestres, sentiam-se amparados pelo amor de Deus e isso os tornava ricos em paz e contentamento. Eram filhos do Rei celestial que estava prestes a honrá-los de maneira maravilhosa.

Anjos os acompanharam durante a viagem e quando a noite chegava os mensageiros celestes guardavam o seu repouso. Não foram deixados a sós pois os anjos permaneceram com eles.

Ali, naquela pobre estrebaria, nasceu Jesus, o Salvador, e foi colocado em uma manjedoura. O Filho do Altíssimo, Aquele cuja presença havia inundado as cortes celestiais com Sua glória, repousava em um rude berço.

Antes de vir à Terra, Jesus fora o Comandante das hostes angelicais. Os mais brilhantes e exaltados filhos da alva anunciaram Sua glória na criação. Em Sua presença, diante do trono, cobriam o rosto e lançavam-Lhe aos pés suas coroas, cantando hinos de triunfo ao contemplarem Seu poder e majestade.

Entretanto, esse glorioso Ser tanto amou o desamparado pecador que tomou sobre Si a forma de um servo para que pudesse sofrer e morrer por nós.

Jesus poderia ter permanecido ao lado do Pai, usando a coroa e as vestes reais, mas por amor a nós trocou as riquezas do Céu pela pobreza da Terra. Ele escolheu renunciar ao posto de Supremo Comandante e a adoração dos anjos que tanto O amavam. Escolheu trocar a adoração dos seres celestes pela zombaria e desprezo de homens ímpios. Por amor a nós, aceitou uma vida de privações e uma morte vergonhosa.

Cristo fez tudo isso para provar o quanto Deus nos ama. Viveu na Terra para mostrar como podemos honrar a Deus através da obediência à Sua vontade. Assim agiu para que, seguindo Seu exemplo, possamos finalmente viver com Ele no lar celestial.

Os sacerdotes e príncipes judeus não estavam preparados para receber Jesus. Sabiam que o Salvador viria em breve, mas esperavam que viesse como um rei poderoso que traria poder e riqueza para a nação. Eram por demais orgulhosos para aceitar o Messias como um bebê indefeso.

Por isso, quando Jesus nasceu, Deus não lhes revelou o grande acontecimento, mas enviou as novas de grande alegria a alguns pastores que guardavam seus rebanhos nas colinas de Belém. Eram homens piedosos e enquanto cuidavam das ovelhas, conversavam a respeito do Salvador prometido e oravam tão sinceramente por sua vinda que Deus enviou-lhes brilhantes mensageiros desde o Seu trono de luz, para lhes contar a respeito das boas novas.

"Então um anjo do Senhor apareceu, e a luz gloriosa do Senhor brilhou por cima dos pastores. Eles ficaram com muito medo, mas o anjo disse: — Não tenham medo! Estou aqui a fim de trazer uma boa notícia para vocês, e ela será motivo de grande alegria também para todo o povo! Hoje mesmo, na cidade de Davi, nasceu o Salvador de vocês — o Messias, o Senhor! Esta será a prova: vocês encontrarão uma criancinha enrolada em panos e deitada numa manjedoura.

No mesmo instante apareceu junto com o anjo uma multidão de outros anjos, como se fosse um exército celestial. Eles cantavam hinos de louvor a Deus, dizendo: — Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem Ele quer bem!

Quando os anjos voltaram para o céu, os pastores disseram uns aos outros: — Vamos até Belém para ver o que aconteceu; vamos ver aquilo que o Senhor nos contou.

Eles foram depressa, e encontraram Maria e José, e viram o menino deitado na manjedoura. Então contaram o que os anjos tinham dito a respeito dele. Todos os que ouviram o que os pastores disseram ficaram muito admirados. Maria guardava todas essas coisas no seu coração e pensava muito nelas. Então os pastores voltaram para os campos, cantando hinos de louvor a Deus pelo que tinham ouvido e visto. E tudo tinha acontecido como o anjo havia falado.

Uma semana depois, quando chegou o dia de circuncidar o menino, puseram nEle o nome de Jesus. Pois o anjo tinha dado esse nome ao menino antes dEle nascer" (Lucas 2:1-21 NTLH).

(Ellen G. White - Vida de Jesus, pp. 13-16)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2021

VAZIO EXISTENCIAL

Apesar do “vazio” ser descrito como ausência de algo, no campo da psicologia esta dimensão se define por um sofrimento, um mal-estar e uma profunda tristeza. A frustração pessoal, a dor de uma infância complicada, o fracasso ou mesmo o estresse e a ansiedade podem evoluir para este buraco negro existencial. É um momento banhado de questionamentos sobre a própria existência, sobre seus objetivos, suas próprias características e o rumo que sua vida está levando.

E como preencher esse vazio existencial?

Em Eclesiastes 3:11, Salomão fala de forma enfática que “tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o princípio até ao fim”. Segundo o texto bíblico, na criação, Deus colocou no coração do homem a eternidade, algo eterno, algo maior do que tudo que pensamos ou fazemos ou planejamos. O que significa isso? Isso quer dizer que, como Deus pôs no coração do homem o anseio pelo infinito, logo as coisas finitas não podem em toda a sua plenitude preencher o coração do homem. Isto é notório na sociedade como um todo. De acordo com as Sagradas Escrituras, fomos feitos à imagem de Deus (Gn 1:26, 27). Temos uma necessidade interna de nos relacionarmos com Deus. Deixar de fazê-lo resulta num vazio do coração humano.

Indubitavelmente, uma “insatisfação divina” permeia a experiência humana, o que nos leva a indagar se existe alguma coisa capaz de satisfazer a busca do homem pela satisfação dos desejos do seu coração. O ser humano está numa constante busca pela realização. Há em nós uma sensação de incompletude. Isso é inegável. Esse fenômeno é um fato conhecido e discutido desde o início da história da filosofia. Platão, um dos grandes filósofos gregos da antiguidade, em um de seus diálogos (Górgias, 492b-d) compara os seres humanos a jarros que estão vazando. De algum modo, estamos sempre incompletos. Podemos despejar coisas nos recipientes de nossa vida, mas há algo que impede que o jarro fique cheio. Estamos sempre parcialmente vazios e, por esse motivo, temos uma consciência profunda de falta de completude e de felicidade.

Aristóteles, discípulo de Platão, afirmou que “todos os homens aspiram à vida feliz e à felicidade, está é uma coisa manifesta”. A emenda à Constituição brasileira nº 19, de 2010, proposta pelo senado, visa alterar o artigo 6º para incluir a “busca da felicidade por cada indivíduo e pela sociedade”. O fator a ser observado é que a felicidade e satisfação pessoal é a grande aspiração do ser humano. Porém esse desejo não é o problema, mas o fato dos homens buscarem nos lugares errados.

O avanço científico e tecnológico não resolveu, nem resolverá jamais, o problema existencial do ser humano – essa sensação de que sempre há algo faltando, mesmo depois de termos concretizado nossos sonhos. Sempre queremos mais e queremos coisas diferentes. Parece-nos então que nada que seja finito é capaz de satisfazer o profundo anseio que sentimos dentro de nós. Muitos se matam, e muitos outros estão sofrendo de depressão, stress, insônia, alcoolismo. Hoje há fobias de todos os tipos. A ansiedade é um mal generalizado. Isso tudo claramente aponta para um sentimento de vazio no ser humano.

“Nas profundezas da alma humana se acha implantada a inquietação pelo futuro. Essa percepção do infinito no tempo e no espaço produz insatisfação com a natureza transitória das coisas desta vida. É o plano de Deus que o homem perceba que o atual mundo material não constitui o centro de sua existência. Ele se acha ligado a dois mundos: fisicamente a este mundo, mas mental, emocional e psicologicamente ao mundo eterno” (Comentário Bíblico Adventista, v. 3, 1075).

Certa vez, Agostinho escreveu que cada um de nós tem dentro de si um espaço vazio deixado por Deus. Você pode tentar preencher esse vazio com qualquer coisa que existe no mundo, mas nunca vai conseguir, pois é imenso, infinito como Deus, e só Ele pode preencher.

Os seres humanos têm tentado de tudo, na ânsia de preencher esse vazio cavado por Deus. Diz C. S. Lewis: “O que Satanás pôs na cabeça de nossos primeiros pais foi a ideia de que eles poderiam ser como Deus, como se fossem independentes e tivessem vida em si próprios; que eles poderiam inventar algum tipo de felicidade sem Deus. E dessa tentativa infrutífera surgiu quase tudo na história humana – riqueza, pobreza, ambição, guerras, prostituição, classes, impérios, escravidão – a longa e terrível história do homem tentando achar outra coisa, menos Deus, para fazê-lo feliz.

“E por que isso nunca deu certo? É porque Deus nos criou, nos inventou, um como um fabricante inventa uma máquina. Se um veículo é fabricado para ser movido a óleo diesel, ele não vai funcionar direito com outro combustível. E Deus criou a máquina humana para se mover nEle. Ele é o combustível que nos faz agir, o alimento do qual precisamos para nos nutrir. Não há outro”.

A resposta para o Vazio não é encontrada em nós mesmos.

O preenchimento do vazio existencial não é encontrada no dinheiro. Podemos conquistar fortunas incalculáveis, e ainda que fosse possível conquistar o mundo todo, restaria sempre a ânsia de novas e maiores aquisições, nessa sede insaciável de preencher o vazio infinito do coração. O magnata Rockfeller disse: "Juntei milhões, mas eles não me trouxeram felicidade". Não é encontrada no poder. Alexandre, o Grande chorava após derrubar seus inimigos e dizia desconsolado: "Não há mais mundos para conquistar". Não é encontrada nos prazeres terrenos. O escritor pornográfico Lord Byron disse antes de morrer: "Tudo que me restou agora foram vermes, câncer e ressentimento". Por outro lado, Deus tem preenchido milhões de pessoas no correr da História, entre as quais eu me incluo.

Muitos povos achavam que eram espertos demais para precisar de Deus. Pensavam que poderiam preencher esse vazio infinito com poder, diversão, sexo ou malas cheias de dinheiro. Mas nunca conseguiram.

Amigo, talvez você também sinta dentro de si esse vazio. Não perca tempo e esforço tentando preenchê-lo com trabalho, estudo, consumismo, sexo, divertimentos, relacionamentos pessoais, viagens. Você poderá conseguir distrair-se por algum tempo, mas quando a sua máquina começar a engasgar e a tossir, por ter usado combustível errado, você vai ter de parar e pensar que a única solução é nEle viver, se mover e existir (At 17:28). A satisfação plena é produto da segurança absoluta e da paz interior que só Deus pode dar. Só um Deus infinito pode preencher, com o Seu amor, o espaço infinito do coração humano. E esta conquista espiritual está ao alcance de todos os que, reconhecendo a sua insuficiência, aceitam o presente que o Céu oferece – a vida eterna, através de Jesus Cristo: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 6:23).

Ocorre que o Senhor não invade nosso coração, Ele espera um convite para entrar e fazer morada. Em Apocalipse 3:20 diz: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele comigo”.

Quando detectamos o vazio de nossa alma, tentamos preenchê-lo de todas as formas, mas somente somos saciados quando Jesus entra em nosso coração. É Ele que quer saciar a sede de nossa alma. Quando Ele entra em nosso coração nos sentimos supridos, saciados, felizes, prontos para qualquer boa obra.

Quer as pessoas aceitem ou não; todos precisam de Jesus. Jesus está batendo à porta do nosso coração; se abrirmos, Ele entrará e equilibrará nossa alma e a paz que excede todo entendimento invadirá nossa vida para sermos plenos nEle.

Caro amigo leitor, que tal começar a buscar a Deus hoje? Que tal largarmos dessa vida miserável que o mundo oferece, vida vazia, e eu sei que uma vida longe de Deus é vazia, uma vida de aparência e buscarmos aquilo que é eterno. Que adianta preservar uma vida nessa terra, umas amizades, uns prazeres terrenos e perder a vida eterna? Perder a herança que Deus nos deixou?

Não existe vida sem Deus, não tem. Não é viver com Deus ou viver sem Deus, é viver. Com Deus você vive, sem Deus você não vive, simples. Ele é tudo o que você tem e precisa. Sem Ele você não tem nada.

Ricardo André de Souza (via A Verdade Como é em Jesus)

"Todas as nossas energias são de Deus; nada podemos fazer independentemente das forças que Ele nos tem dado. Onde está o homem ou mulher ou criança que não seja sustido por Deus? Onde o lugar vazio que o não encha Deus? Onde a necessidade que possa ser suprida por outro que não Deus? (Ellen G. White - A Fé pela qual eu vivo, p. 57).

terça-feira, 21 de dezembro de 2021

CEGUEIRA ESPIRITUAL

De todos os sentidos físicos, suponho que concordamos que o da visão é o de maior valor e o mais precioso. O cego encontra-se numa escuridão física e não pode ver os objetos, por mais brilhante que esteja o sol e a despeito de quão claramente estes mesmos objetos possam ser descritos. Mas há outro tipo de cegueira que é pior que a física ou corporal que é denominada cegueira espiritual. 

A cegueira espiritual impede as pessoas de enxergarem a verdadeira realidade da existência. Já foi dito que o pior cego é aquele que não quer ver, mas acredito que pior que isso é negar-se a enxergar a realidade através da fé.

A cegueira espiritual se instala gradativamente. No Salmo 1:1, a Bíblia nos ajuda a perceber como a escuridão do pecado, passo a passo, vai ganhando espaço. Nesse versículo, é como se o salmista nos mostrasse uma escada em que o primeiro degrau da cegueira é: (1) Andar no conselho dos ímpios. Isso ocorre quando, despretensiosamente, alguém começa a ser influenciado pelas ideias pecaminosas da sociedade. Um site ruim aqui, um filme impróprio ali, e a mente vai sendo preenchida com o conselho dos ímpios. Nesse degrau, a pessoa começa a ver os pecados de forma distorcida e passa a dar a eles nomes mais agradáveis. Um típico quadro de miopia espiritual.

O segundo degrau da escada da cegueira é: (2) Parar no caminho dos pecadores. Nessa circunstância, a pessoa passa a considerar a vida cristã muito chata. Sua mente está tão bombardeada que, para ela, a igreja perde a graça. É nesse estágio que se começa a questionar abertamente as normas bíblicas, e a vontade de deixar a igreja cresce. Esse é um quadro agudo de glaucoma espiritual. A pessoa vê muito pouco da beleza de Jesus.

O terceiro degrau da escuridão é: (3) Assentar-se na roda dos escarnecedores. Esse é o ponto da cegueira total. Nesse estágio, a pessoa não só pratica o que é errado, mas também se torna propagandista da maldade. É o fundo do poço.

Primeiro são ideias erradas transmitidas como se fossem certas e sempre acompanhadas do famoso “não tem nada a ver”. Em seguida, a pessoa começa praticar coisas que, no passado, lhe pareciam absurdas. E, finalmente, resolve ser parte integrante do círculo dos maus. É assim que se fica cego espiritualmente.

Outro alerta importante encontramos em Apocalipse 3:14-22. A mensagem de Jesus aos cristãos em Laodiceia é uma impressionante acusação, e é aplicável ao povo de Deus no tempo presente. A igreja de Laodiceia simboliza a situação espiritual da igreja de Deus perto do fim da história da Terra. Vejamos o que Ellen G. White diz:

"Que maior ilusão pode sobrevir ao espírito humano que a confiança de se acharem justos, quando estão totalmente errados! A mensagem da Testemunha Verdadeira encontra o povo de Deus em triste engano, todavia sinceros em seu engano. Não sabem que sua condição é deplorável aos olhos de Deus. Ao passo que aqueles a quem se dirige se lisonjeiam de achar-se em exaltada condição espiritual, a mensagem da Testemunha Verdadeira derriba-lhes a segurança, com a assustadora acusação de seu verdadeiro estado de cegueira espiritual. Foi-me mostrado que a maior causa de o povo de Deus se achar agora nesse estado de cegueira espiritual é o não receberem a correção. Muitos têm desprezado as reprovações e advertências que lhes foram feitas. A Testemunha Verdadeira condena o estado morno do povo de Deus, o qual dá a Satanás grande poder sobre eles, neste tempo de espera e vigilância" (Testemunhos Seletos, vol. 1, pp. 327-333).

E como é que ganharemos a nossa nova visão? Como nossos olhos espirituais se tornarão totalmente funcionais? Para que isso aconteça você deve aproximar-se do Criador. Em Marcos 8, os versos 34-38 estabelecem requisitos e fazem perguntas a respeito da visão eterna. Ver começa com rendição: “Se alguém quiser acompanhar-Me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me.” Leia estes versos e, como você está, imagine-se entrando em uma conversa íntima com o Senhor – Aquele que está pronto para conceder-lhe plena visão.

Se seus olhos espirituais estão escurecendo, saiba que Jesus tem poder de lhe devolver a luz da salvação. Ore hoje para que Ele toque seu coração, e o milagre de ver a vida com os olhos da fé será uma realidade para você.

"Porque, se o evangelho que anunciamos está escondido, está escondido somente para os que estão se perdendo. Eles não podem crer, pois o deus deste mundo conservou a mente deles na escuridão. Ele não os deixa ver a luz que brilha sobre eles, a luz que vem da boa notícia a respeito da glória de Cristo, o qual nos mostra como Deus realmente é. Pois nós não anunciamos a nós mesmos; nós anunciamos Jesus Cristo como o Senhor e a nós como servos de vocês, por causa de Jesus. O Deus que disse: 'Que da escuridão brilhe a luz' é o mesmo que fez a luz brilhar no nosso coração. E isso para nos trazer a luz do conhecimento da glória de Deus, que brilha no rosto de Jesus Cristo" (2Co 4:3-6).

segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

SÍNDROME DO FIM DE ANO

Estamos em dezembro, último mês do calendário, e é possível observar que as nossas emoções ficam mais exacerbadas, além do mais em um ano marcado por muitas perdas.

Nesta época, juntamos o pouco que resta das nossas energias para cumprir os relatórios finais do trabalho, organizar as festas familiares, comprar presentes, decorar a casa, programar a viagem, tudo isso regado a cansaço, irritabilidade, insônia, esgotamento profissional e estresse impactando negativamente a nossa saúde física mental. Este conjunto de sintomas, característico deste período do ano, é conhecido como “dezembrite” ou síndrome do fim de ano, fenômeno relacionado ao aumento dos casos de ansiedade e depressão.

Quer fazer um teste? Pergunte às pessoas quais emoções afloram nesta época. Claro que há quem genuinamente curta este período festivo tão colorido, mas não são todos. Em contraste, muitos relatam um mal estar que não sabem especificar de onde vem. Afinal, o natal, festa tão importante para os cristãos, pois celebra o nascimento de Cristo, também simboliza união, encontro com os familiares. No entanto, é justamente este o ponto de partida para a reflexão.

Para alguns, as festas familiares são indigestas, pois é o momento que vão reencontrar aquele parente e com ele o resgate de situações mal resolvidas. Outros se queixam da ausência das pessoas que já faleceram ou daqueles que não poderão estar presentes por outros compromissos. Em outros, despertam lembranças da infância, um universo encantado que ficou pra trás, além da deprimente constatação que o tempo passou mesclado com a sensação de que poucas coisas boas aconteceram de lá pra cá, aumentando o sentimento de solidão.

Soma-se a isso, dezembro nos convida a fazer um balanço do ano que, invariavelmente, nos leva a questionar a nossa vida. Isto é positivo, se a ideia é valorizar as conquistas e traçar novos planos. Porém, há aqueles que têm uma visão apenas negativa desse balanço e, assim, as perdas não elaboradas ressurgem com força total.

Não por acaso, há aqueles que expressam uma alegria exagerada como forma, inconsciente, de fugir de um período considerado triste. O que impera parece ser o sentimento de perda, dificultando mais ainda encontrar prazer.

Se você, querido amigo ou amiga, neste final de ano, se encontra deprimido, ansioso ou com sintomas físicos como dificuldades para dormir, irritabilidade e aperto no peito, é preciso procurar ajuda profissional para reverter o quadro de depressão. O auxílio de um psicólogo pode ser muito valioso para que seja possível superar de vez essa sensação tão angustiante que custa a passar.

O relacionamento com Deus e o envolvimento com Sua obra também são excelentes remédios para o deprimido. Ellen G. White diz: “As festividades de Natal e Ano Novo podem e devem ser celebradas em favor dos necessitados. Deus é glorificado quando ajudamos os necessitados que têm família grande para sustentar" (O Lar Adventista, p. 482). No serviço do Senhor, focamos em beneficiar os outros e, tirando o olhar de nós mesmos, podemos ter uma perspectiva mais positiva da vida, além do senso de utilidade que uma vida de serviço nos trás. 

No relacionamento com Deus também encontramos a esperança que afasta a desesperança da depressão, e a alegria que afasta a tristeza, assim como a segurança que afasta o medo. Leia estes maravilhosos conselhos de Ellen G. White: 

"Estamos seguros do favor de Deus quando somos sensíveis aos raios do Sol da justiça; mas se nuvens pairarem sobre nós, não nos devemos sentir abandonados. Nossa fé tem de atravessar as sombras, os olhos devem ser simples e todo o corpo estará pleno de luz" (Como Lidar com as Emoções, p. 41).

"Não ceda à depressão, mas deixe que a confortadora influência do Espírito Santo seja bem-vinda em seu coração, para lhe dar conforto e paz. Se quiser obter preciosas vitórias, encare a luz que procede do Sol da justiça. Fale em esperança e fé, e ações de graças a Deus. Seja animada, esperançosa em Cristo. Aprenda a louvá-Lo. Esse é o grande remédio para as doenças da mente e do corpo" (Carta 322, 1906).

"Por ser o amor de Deus tão grande e inalterável, os doentes devem ser estimulados a confiar nEle e ficar animosos. Estar ansioso quanto a si mesmo tende a causar fraqueza e doença. Se eles se erguerem acima da depressão e da tristeza, será melhor sua perspectiva de restabelecimento; pois 'os olhos do Senhor estão sobre os que esperam na Sua misericórdia' (Salmos 33:18)" (A Ciência do Bom Viver, p. 229).

Não deixe que as festas de fim de ano sejam desagradáveis e traumáticas. Ao invés disso, procure prevenir a depressão ao reconhecer os gatilhos que disparam a tristeza nessa época do ano e contorne a situação de forma planejada e sistemática. A sua saúde mental e espiritual agradecem. O Deus Criador é um Deus de amor, e Ele deseja ver todos bem e felizes, inclusive você. Ore agora e peça ajuda a Ele para que você consiga superar suas dificuldades e passe um feliz final de ano!

Com informações de G1

domingo, 19 de dezembro de 2021

VOCÊ É ALTRUÍSTA OU EGOÍSTA?

Altruísmo é um tipo de comportamento em que as ações voluntárias de um indivíduo beneficiam outros. É sinônimo de filantropia. No sentido comum do termo, é, muitas vezes, percebida como sinônimo de solidariedade. A palavra "altruísmo" foi criada em 1831 pelo filósofo francês Auguste Comte para caracterizar o conjunto das disposições humanas (individuais e coletivas) que inclinam os seres humanos a dedicarem-se aos outros. Esse conceito opõe-se, portanto, ao egoísmo, que são as inclinações específica e exclusivamente individuais (pessoais ou coletivas). 
Egoísmo é o hábito ou a atitude de uma pessoa colocar seus interesses, opiniões, desejos, necessidades em primeiro lugar, em detrimento (ou não) do ambiente e das demais pessoas com que se relaciona. Neste sentido, é o antônimo de altruísmo.

Altruísta ou egoísta?
A obra de Cristo deve ser nosso exemplo. Ele andava continuamente fazendo o bem. No templo e nas sinagogas, nas ruas das cidades, nas praças e nas oficinas, na praia e na encosta dos montes, pregava o evangelho e curava os doentes. Sua vida foi de serviço desinteressado, e nos deve servir de modelo. Seu terno e compassivo amor constitui-nos uma censura ao egoísmo e falta de coração.1

O Senhor Jesus veio na natureza humana a nosso mundo para dar Sua preciosa vida como um exemplo do que nossa vida deveria ser. Ele é o modelo, não de indulgência espiritual, mas de uma vida constantemente diante de nós como exemplo de altruísmo, abnegação. Temos a visão correta do que Cristo, nosso Modelo, veio nos dar. Está diante de nós o Príncipe do Céu, o Filho de Deus. Ele pôs de lado a coroa real e a veste de príncipe e veio assumir Sua posição em nosso mundo como um Homem de Dores e familiarizado com o sofrimento. Quão poucos assimilam isto!2

O motivo que nos dispõe ao trabalho por Deus não deve ter em si coisa alguma que lembre serviço a si próprio. Abnegada devoção e espírito de sacrifício têm sido e serão sempre o primeiro requisito do culto aceitável. Nosso Senhor e Mestre deseja que nenhum fio de egoísmo seja entretecido em Sua obra. A nossos esforços devemos acrescentar o tato e habilidade, a precisão e sabedoria que o Deus da perfeição exigiu dos construtores do santuário terrestre; contudo, em todos os nossos trabalhos devemos lembrar que os maiores talentos e os mais esplêndidos serviços são aceitáveis somente quando o eu é posto sobre o altar para consumir-se como um sacrifício vivo.3

De todos os povos da Terra, deviam ser os reformadores os mais abnegados, os mais bondosos, os mais corteses. Dever-se-ia ver em seus atos a verdadeira bondade dos atos desinteressados.4

As pequenas e grandes correntes de beneficência devem ser mantidas sempre fluindo. A providência de Deus vai muito adiante de nós, movendo-se muito mais depressa que a nossa liberalidade. O caminho para a edificação e progresso da causa de Deus é bloqueado pelo egoísmo, orgulho, cobiça, extravagância e amor à ostentação. Sobre toda a igreja recai a solene responsabilidade de fazer prosperar cada setor da obra. Se seus membros seguirem a Cristo, negarão a inclinação ao exibicionismo, o amor à moda, às casas elegantes e custosos mobiliários. 

É preciso que haja muito maior humildade, muito maior distinção do mundo, entre os adventistas do sétimo dia, doutro modo Deus não nos aceitará, seja qual for nossa posição ou o caráter da obra em que estivermos empenhados. Economia e abnegação proverão para muitos, em condições medianas, os meios para beneficência. É dever de todo discípulo de Cristo andar humildemente na trilha da abnegação palmilhada pela Majestade do Céu. Toda a vida do cristão deve ser de altruísmo, para que, ao serem feitos pedidos de auxílio, ele possa responder prontamente.5

E esta é a obra que também nós devemos realizar no mundo. Em simpatia e compaixão devemos ministrar aos que estão em necessidade de auxílio, procurando com fervente altruísmo aliviar as dores da humanidade sofredora. Empenhando-nos nesta obra seremos grandemente abençoados. Sua influência é irresistível. Por ela almas são conquistadas para o Redentor. A promoção prática da comissão dada pelo Salvador demonstra o poder do evangelho. Esta obra reclama laborioso esforço, mas é compensadora, visto que por ela almas a perecer são salvas. Por intermédio de sua influência homens e mulheres de talento devem ser levados à cruz de Cristo.6

Todos podem fazer alguma coisa na obra. Ninguém será declarado sem culpa perante Deus, a menos que tenha trabalhado fervorosa e altruisticamente pela salvação de almas.7

O pecado com que mais se condescende, e que nos separa de Deus e produz tantas contagiosas perturbações espirituais, é o egoísmo.8 Os perigos dos últimos dias estão a alcançar-nos. Os que vivem para agradar-se e satisfazer-se a si mesmos estão desonrando ao Senhor. Ele não pode operar por intermédio deles, pois O representariam mal perante os que são ignorantes da verdade. Quem nos dera amor, sagrado, santo e altruísta amor! Reconheçamos, como representantes do Senhor, que terrível coisa é representar falsamente o Salvador, revelando egoísmo.9

Referência dos textos de Ellen G. White
1. Testemunhos Seletos 3, pp.298, 299. 
2. Olhando para o Alto, p. 236
3. Profetas e Reis, p. 65. 
4. A Ciência do Bom Viver, p. 157.
5. Testemunhos para a Igreja 7, p. 296.
6. Beneficência Social, p. 117.
7. Serviço Cristão, p. 100.
8. Conselhos para a Igreja, p. 81.
9. Mente, Caráter e Personalidade 1, p. 273

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

RELAÇÕES ABUSIVAS

Quando lidamos com parceiros perversos, abusivos, tóxicos- sejam homens ou mulheres- é comum nos depararmos com diversas características que essas pessoas parecem ter em comum, bem como comportamentos repetitivos, previsíveis, como se tratasse sempre da mesma pessoa. Esses comportamentos, quando impostos dentro da relação, podem levar à total destruição da identidade, autoestima, capacidade de funcionar e vontade de viver da pessoa que se submete.

A seguir, vejamos como identificar ALGUNS desses comportamentos e características:

1. PIROTECNIA AMOROSA – Também chamada de bombardeamento amoroso, consiste em encantar o alvo com inúmeras demonstrações de amor, muitas delas exageradas ou públicas. Os pedidos de namoro, noivado são um show para outras pessoas verem, não um momento do casal. As surpresas são constantes, quase exageradas, deixando o alvo sem saber como retribuir ou agir diante do bombardeamento constante. O mais interessante é que o alvo percebe que as ações exageradas não parecem vir acompanhadas de real profundidade e sentimento. É quase uma intuição que, por não saber explicar, ignora.

2. DISTRAÇÃO/ILUSIONISMO – Junto com o item acima, nos primeiros dias, talvez meses, a pessoa perversa tende a ser muito atenciosa, presente, interessada, de um modo tão intenso que fará com que seu alvo pense que está “sendo cuidado”; que aquela presença imposta constantemente é um verdadeiro sinal de amor, mas o que na verdade faz é manter seu alvo ocupado o tempo todo, quase sempre com coisas ligadas à relação ou à pessoa perversa, de modo que não tenha mais tempo para si mesmo, para outras pessoas ou para prestar atenção em como a pessoa perversa realmente é.

3. TUDO PARA ONTEM – Pessoas perversas fazem planos para o futuro desde os primeiros contatos. Falam em casamento, filhos, morar juntos, adquirir patrimônio, tudo em tempo record. É tudo tão rápido que causa estranhamento em todos, exceto na pessoa apaixonada.

4. DESLIZES – Pessoas perversas fazem discursos moralistas, como se fossem as pessoas mais corretas do mundo, mas em meio ao discurso, sempre deixam escapar alguma coisa que vai na contramão do que pregam.

5. CICLO ABUSIVO – É um ciclo ininterrupto que alterna comportamento destrutivo e construtivo, típico de muitos relacionamentos e famílias disfuncionais. A pessoa perversa faz algo bom e logo em seguida algo ruim, desestabilizando o alvo e criando um ciclo vicioso de expectativa e insegurança.

6. ALIENAÇÃO – O ato de interferir ou cortar de vez as relações do indivíduo com os outros (amigos, família, colegas de classe, trabalho, etc). A ideia aqui é distanciar o alvo de qualquer pessoa que possa lhe servir de apoio.

7. “SEMPRE” e “NUNCA” – São declarações contendo as palavras sempre ou nunca. Elas são comumente usadas, mas raramente refletem a verdadeira intenção do perverso. “NUNCA mais fale comigo”, para logo estar perseguindo o alvo e encontrando desculpas para continuar o contato.

8. DESIGUALDADE LEGAL – A pessoa perversa sujeita o parceiro a uma séria de regras que ela não se sente na obrigação de seguir. Por exemplo, o alvo não tem a permissão de manter contato com pessoas do passado, mas a parte perversa pode, o alvo deve respeitar sua família, mas a parte perversa pode desprezar a sua, etc.

9. RAIVA – Pessoas que sofrem de certos transtornos de personalidade com frequência carregam um sentimento de raiva não resolvida e uma percepção mais aguçada ou exagerada que foram injustiçados, anulados, negligenciados ou submetidos a abuso, refletindo esta raiva sobre aqueles que os rodeiam.

10. ISCA – Um ato provocativo usado para provocar uma resposta irritada, agressiva ou emocional de um outro indivíduo. Diz algo que sabe que vai causar ira, mas o faz exatamente para ver seu interlocutor desequilibrado. Quando o alvo se desequilibra, a pessoa perversa parece a parte equilibrada.

11. CULPABILIZAR – O hábito de identificar uma pessoa ou pessoas como responsáveis por um problema, ao invés de identificar formas de lidar com ele. Fazem isso com tanta maestria que seus alvos vivem se sentindo culpados.

12. PROJETAR – É a prática de atribuir ao outro seus defeitos e maus comportamentos. A pessoa perversa dirá que o outro é mentiroso, promíscuo, agressivo, manipulador e tudo que achar de si mesmo. Às vezes, são coisas bem específicas. Um exemplo, um narcisista conhecido dizia que eu fazia sexo virtual com meu professor. Não entendia de onde aquilo tinha saído até descobrir que era viciado em sexo virtual. Outro narcisista tinha hábito de dizer que as mulheres se vitimizam para que homens paguem suas contas, mas quando em minha companhia, choramingava ganhar pouco para ter cada pãozinho seu pago, ou seja, era um explorador de mulheres.

13. BULLYING – Qualquer ação sistemática para ferir uma pessoa, aproveitando-se de uma posição de força seja física, hierárquica, social, econômica ou emocional. Pessoas perversas são experts em bullying contra seus parceiros, colegas de trabalho, amigos e familiares. Basta saberem de algo que lhe causa vergonha, que passam a utilizar da forma mais cruel possível.

14. RACIONAMENTO – O racionamento é um dos comportamentos mais cruéis do parceiro narcisista. Consiste em descobrir o que você mais gosta e simplesmente deixar de fazer ou racionar. Podem ser ações, frases ou palavras. Desta forma você passa a mendigar por aquilo que antes lhe dava em abundância e agora dá quando quer ou não dá. Pode ser de um simples ” bom dia” a comportamentos mais complexos. Se sabe que você gosta ou deseja, vai negar ou racionar.

15. TRAIÇÃO – envolve-se em relacionamentos românticos ou íntimos com outras pessoas quando já está empenhado em um relacionamento monogâmico com você. Para perversos, isso é bem comum, pois são extremamente promíscuos.

16. APROPRIAÇÃO – Consumir ou assumir o controle de um recurso ou bem pertencente ou compartilhado com um membro da família, parceiro ou cônjuge, sem antes obter a sua aprovação. Toma posse sem se importar com o que o outro pensa.

17. EXPLORAÇÃO – É a prática de explorar o parceiro, amigos ou familiares a fim de ter suas contas pagas. Vitimizam-se dizendo que não estão em condições, que precisam de ajuda, para poderem encostar-se. A exploração também se dá quando tomam empréstimos em família acreditando que não têm o dever de pagar, bem como está presente no modo que prestam seus serviços ou contratam serviços para si, tentando sempre tirar vantagem, cobrando a mais ou tentando pagar menos do que o que vale o serviço recebido.

18. CHANTAGEM EMOCIONAL – Um sistema de ameaças e punições por trás de uma aparência fragilizada de vítima, utilizado na tentativa de controlar os comportamentos de alguém. Algumas vezes, essa característica também passa a ser do alvo de pessoas perversas, pois crê que, assim, poderá acessar a empatia da pessoa perversa, o que jamais acontece.

19. SENSO DE DIREITO – Uma expectativa irrealista, não merecida ou inadequada de condições de vida e tratamento favorável vindo dos outros. Se acham mais merecedores do que as outras pessoas. Tratamentos especiais lhes são devidos, mas para os outros, jamais.

20. FALSAS ACUSAÇÕES – Padrões de crítica injustificada ou exagerada direcionada ao alvo. Você diz: “tal pessoa me paquerava quando eu era adolescente” e a partir daí passa a ouvir por anos que a pessoa foi ou é seu/sua amante. Acusa o alvo de ter feito coisas ou ter tido comportamentos que nunca teve simplesmente porque “suspeita”.

21. FAVORITISMO – Favoritismo é a prática de dar sistematicamente tratamento positivo e preferencial para um dos filhos, um dos subordinados ou um dos membros dentro de uma família ou grupo de iguais (trabalho) em modo que os outros se sintam inferiores ou menos queridos. Faz isso usando outras pessoas também em detrimento do parceiro amoroso.

22. FALSO LITÍGIO – O uso de processos judiciais sem mérito para machucar, assediar (especialmente em divórcios) ou ganhar uma vantagem econômica sobre um indivíduo ou organização.

23. AUTOPROMOÇÃO GENEROSA – É a prática de dar ao alvo uma lista de pessoas que gostariam de estar com a pessoa perversa, bem como uma lista dos defeitos do alvo para, então, dizer que, mesmo assim, deseja estar com ele. “Sou bom por aceitar estar com você, não obstante seus defeitos.”

24. GASLIGHTING – É a prática de lavagem cerebral e manipulação a fim de convencer um indivíduo mentalmente saudável que ele está ficando louco ou que a sua compreensão da realidade é equivocada ou falsa. Nega-se fatos ou falas como se nunca tivessem ocorrido.

25. PODA – Podar é o ato predatório de manobrar um outro indivíduo para uma posição que o torna mais isolado, dependente, propenso a confiar e contar somente com a pessoa perversa, tornando-o mais vulnerável a um comportamento abusivo. Fazem isso dizendo que o alvo não é capaz sem sua ajuda ou presença.

26. ASSÉDIO – Qualquer padrão persistente ou crônico de comportamento indesejável de um indivíduo para com o outro. O comportamento rotineiro de pessoas perversas é um assédio constante.

27. HOOVERING – Hoovering é uma metáfora tirada de uma marca muito popular de aspiradores de pó nos EUA e Grã-Bretanha (Hoover) para descrever como uma vítima de abuso, ao tentar fazer valer os seus próprios direitos, deixando ou limitando o contato num relacionamento disfuncional, é sugada de volta quando a pessoa perversa temporariamente apresenta um comportamento melhor ou desejável, passando por uma revitimização.

28. IMPULSIVIDADE – A tendência de agir ou falar com base em sentimentos do momento ao invés de raciocínio lógico. Pouco importa se o que é dito não faz o mínimo sentido. Se precisar se justificar, dirá que disse porque VOCÊ a forçou a agir daquela forma.

29. ISOLAMENTO IMPOSTO – É uma das primeiras providências tomadas pela pessoa perversa quando se envolve com um novo alvo. A ideia é distanciar; isolar o alvo de sua rede de apoio, o que inclui amigos e familiares. É muito comum que a pessoa perversa não tenha amigos íntimos e se relacione de forma superficial também com sua própria família e, por isso, não aceita que o alvo tenha relacionamentos mais profundos. Com o isolamento imposto e a alienação, a um certo ponto ficará somente ela e o alvo, o que aumenta seu poder de controle sobre o outro.

30. MANIPULAÇÃO FLOREADA – É um modo imperceptível de fazer exigências enquanto elogia. Por exemplo, um perverso conhecido dizia à moça com quem estava começando a se relacionar que queria fazer dela sua princesa, sua mulher para toda vida, porque ela era linda especial, mas que “não tinha certeza” que ela o colocaria entre suas prioridades “já que ela tinha muitos amigos e dava muita atenção aos seus familiares”, levando-a a distanciar-se dessas pessoas para ocupar o espaço de “princesa”.

31. INTIMIDAÇÃO – Qualquer forma velada de ameaça oculta, indireta ou não-verbal.

32. INVALIDAÇÃO – A criação ou promoção de um ambiente que incentiva o indivíduo a acreditar que seus pensamentos, crenças, valores ou presença física é inferior, imperfeita, problemática ou inútil.

33. FALTA DE CONSCIÊNCIA – Indivíduos que sofrem de alguns transtornos de personalidade são demasiadamente preocupados com suas próprias necessidades e interesses, às vezes, com a exclusão total das necessidades e preocupações dos outros. Algo que pode ser interpretado pelos outros como uma falta de consciência moral ou egoísmo e nada mais que isso, é na verdade o modo de vida da pessoa perversa.

34. FALTA DE CONSTÂNCIA DO OBJETO – Sintoma de alguns transtornos de personalidade, a falta de constância do objeto é uma incapacidade de lembrar que as pessoas ou objetos são consistentes, confiáveis e com os quais se pode contar, especialmente quando eles estão fora de seu campo imediato de visão. Constância do objeto é uma habilidade de desenvolvimento que a maioria das crianças não desenvolvem até dois ou três anos de idade. Daí a indiferença com seus sentimentos na ruptura, a falta de confiança quando não está controlando e etc.

35. NARCISISMO – Este termo descreve um conjunto de comportamentos caracterizados por um padrão de grandiosidade, o foco egocêntrico, necessidade de admiração, a atitude de auto-serviço (eu me sirvo sempre), falta de consideração e falta de empatia, sendo esta última a característica mais forte e maligna do narcisismo e portanto, essencial para a identificação desse padrão de comportamento. Não existem narcisistas capazes de se colocar no lugar do outro.

36. DESQUALIFICAÇÃO FLOREADA – A prática de elogiar, inserindo desqualificadores dentro de uma frase, de modo que a parte desqualificadora não seja percebida, mas surta efeito. Exemplo: “Eu amo suas gordurinhas” “Adoro seu corpo, tanto que conheço cada uma de suas 387 estrias” “Minha gorducha linda” “Você é um homem tão bom para mim que passei a amar até o seu péssimo português”. Serve para minar a autoestima do alvo de modo que se esmere para “melhorar” até ter o elogio “completo”.

37. NEGLIGÊNCIA – Uma forma passiva de abuso em que as necessidades físicas e emocionais de um dependente são desconsiderados ou ignorados pela pessoa responsável por eles. Nas relações tóxicas com pessoas perversas, a negligência vem à tona com frequência quando o alvo tem problemas de saúde, financeiros ou precisa de cuidados.

38. NORMALIZAÇÃO – Numa relação com perversos, é uma tática usada para dessensibilizar o indivíduo para comportamentos abusivos, coercitivos ou inapropriados. Em essência, a “normalização” nada mais é do que a banalização de coisas que, em sã consciência, não aceitamos como normais; é a manipulação de outro ser humano para levá-los a aceitar algo que está em conflito com a lei, as normas sociais ou seu próprio código básico de comportamento. Ex.: Aceitar traição, agressão física, verbal, promiscuidade, poligamia, etc.

39. JOGOS SEM VITÓRIA – São situações comumente criadas por pessoas que sofrem de transtornos de personalidade, onde eles apresentam duas opções ruins para alguém próximo a eles e as pressiona a escolher entre os duas, assim sempre sairá perdendo. Isso geralmente deixa a pessoa que não tem transtorno de personalidade com um sentimento de “se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.

40. COISIFICAÇÃO – A prática de tratar uma pessoa ou um grupo de pessoas como objetos, mantendo-as à sua disposição ou descartando-as de acordo com suas necessidades. No sexo, o alvo também é coisificado no sentido que, após a relação sexual, comportamentos frios e abusivos são restabelecidos do nada, quando minutos antes tudo era maravilhoso, fazendo com que o alvo se sinta usado.

41. SÍNDROME DE ALIENAÇÃO PARENTAL – Um termo usado para descrever o processo pelo qual um dos pais, geralmente divorciado ou separado do outro progenitor biológico, usa sua influência para fazer uma criança acreditar que o outro progenitor é mau ou inútil.

42. MENTIRA PATOLÓGICA – Decepção persistente por parte de um indivíduo para servir os seus próprios interesses e necessidades com pouca ou nenhuma relação com as necessidades e preocupações dos outros. Um mentiroso patológico é uma pessoa que existe apenas para servir suas próprias necessidades ainda que para isso deve lançar mão de mentiras.

43. VITIMIZAÇÃO – É a prática de assumir uma postura de vítima diante de amigos e familiares, relatando histórias onde aparece como vítima e o alvo como o vilão, de tal forma que as pessoas se compadeçam de si e odeiem o alvo. Para isso, lançam mão de histórias que jamais ocorreram, inacreditáveis quando ouvidas pelos alvo e que normalmente causam muita angústia, sentimento de injustiça e desejo de vingança.

44. RECRUTAMENTO – A maneira que a pessoa perversa tem de controlar ou abusar do alvo através da manipulação de outras pessoas para que estas inconscientemente passem a defendê-la, falar por ela, “comprar sua briga” ou “fazer o trabalho sujo” que ela deseja contra seu alvo. Essas pessoas são chamadas em inglês de “flying monkeys” que se traduz em “macacos voadores”, que nada mais são do que possibilitadores, facilitadores e colaboradores recrutados pela pessoa perversa.

45. EXPLOSÃO, RAIVA E AGRESSIVIDADE IMPULSIVA – Elevações explosivas verbais, físicas ou emocionais em uma briga, desproporcional à situação real. Mas atenção, esse comportamento sozinho não indica perversidade, já que acompanhado de culpa e remorso verdadeiros pode indicar Transtorno Explosivo Intermitente, que nada tem a ver com perversidade e pode ser tratado.

46. SABOTAGEM – A ruptura espontânea da calma ou status quo, a fim de servir a um interesse pessoal, provocar um conflito ou chamar a atenção.

47. BODE EXPIATÓRIO – a escolha de um indivíduo ou grupo para receber culpa ou tratamento negativo não merecido. A pessoa perversa faz e põe a culpa nos outros.

48. MEMÓRIA SELETIVA E AMNÉSIA SELETIVA – O uso de memória, ou a falta de memória seletiva com o intuito de reforçar um preconceito, crença ou obter um resultado desejado, utilizando somente aquilo que lhe convêm.

49. AUTOENGRANDECIMENTO – É um padrão de comportamento pomposo; o hábito de vangloriar-se. Presença de narcisismo ou competitividade projetados para criar uma aparência de superioridade.

50. VERGONHA – A diferença entre culpa e vergonha é que ao culpar alguém você diz a uma pessoa que ela FEZ algo ruim e ao envergonhar alguém você lhe diz que a pessoa É algo ruim. Por exemplo, um perverso conhecido quando queria envergonhar, dizia que eu era mentirosa diante de todos (vergonha). Na intimidade, dizia que não podíamos ser felizes porque eu mentia muito (culpa). Nenhuma das duas coisas acompanha fundamento ou explicação lógica, sempre, quase sempre, fruto de suposições.

51. STALKING (PERSEGUIÇÃO) – Qualquer padrão invasivo e indesejável de buscar o contato com outro indivíduo. A pessoa narcisista pratica stalking somente quando é dispensada pelo alvo antes que ela o descarte. Como não aceitam ser deixadas, perseguem. O alvo, normalmente, também pratica stalking ao ser descartado.

52. TESTE – Forçar repetidamente outra pessoa a demonstrar ou provar seu amor ou compromisso com o relacionamento a fim de demonstrar para a pessoa narcisista o seu valor.

53. POLICIAMENTO DO PENSAMENTO – Um processo de interrogatório ou tentativa de controlar os pensamentos ou sentimentos de outra pessoa. É uma prática percebida especialmente quando o alvo deseja estar em silêncio ou reflexão.

54. TRIANGULAÇÃO – Ganhar uma vantagem sobre os “presumidos rivais” ao manipulá-los para que entrem em conflito uns com os outros. Falam mal de uma pessoa para a outra a fim de ver a relação entre elas se deteriorar ou ver pessoas disputando um posto importante na vida da pessoa perversa

55. SILÊNCIO AGRESSIVO – Método insidioso de violência psicológica que consiste em passar horas ou dias tratando o alvo com silêncio injustificado e punitivo, quase sempre acompanhado de cara fechada e pequenas frases de acusação sem sentindo ou embasamento na realidade. “Você sabe porque estou assim.”

56. VISÃO DE TÚNEL – Uma tendência a se concentrar em um único interesse (seu) ou ideia e negligenciar ou ignorar outras prioridades importantes ou todas as circunstancias.

57. DESCARTE OU SUMIÇO – Como toda relação com uma pessoa com essas características é superficial, independente do tempo que passou, quando ela sentir que o alvo não serve mais aos seus propósitos, ou seja, deixou de ser uma fonte de suprimento narcísico, ela o descartará e desaparecerá sem explicação ou com um arroubo de raiva injustificada que deixará o alvo se perguntando o que fez de errado. Um relacionamento com uma pessoa perversa narcisista jamais termina com uma conversa clara e civilizada; um comum acordo. Ou some ou demonstra ódio para justificar o fim.

P.S. É óbvio que a presença de um desses comportamentos isoladamente não indica perversidade ou transtornos de personalidade. É um conjunto deles que dará sinais claros de que se trata de pessoa perversa/tóxica/abusiva da qual preservar-se é preciso!

Lucy Rocha (via Conti Outra)

Nota do blog: Confira algumas preciosas orientações de Ellen G. White extraídas do livro O Lar Adventista:

"Não há em muitas famílias aquela polidez cristã, aquela verdadeira cortesia, deferência e respeito mútuo que deveriam preparar os membros para se casarem e constituírem por sua vez famílias felizes. Em lugar da paciência, bondade, terna cortesia, e da simpatia e amor cristãos, há palavras ásperas, idéias em conflito e um espírito crítico e ditatorial. Por meio de dissensões sobre assuntos triviais, cultiva-se um espírito de amargura. Francos desacordos e brigas trazem inexprimível miséria para o lar, e separam os que deveriam achar-se unidos nos laços de amor" (p. 83).

"Se o marido é tirânico, exigente, criticando os atos da esposa, não pode ele manter seu respeito e afeição, e a relação matrimonial lhe tornar-se-á odiosa. Não amará o marido, pois ele não procura tornar-se amável. Devem os maridos ser cuidadosos, atentos, constantes, fiéis e compassivos. Devem manifestar amor e simpatia" (p. 228).

"Durante anos, tenho recebido cartas de diferentes pessoas que contraíram casamento infeliz, e as revoltantes histórias que me apresentaram são suficientes para oprimir o coração. Não é coisa fácil decidir que conselho possa ser dado a esses infelizes, ou como sua dura sorte possa ser aliviada; mas sua triste experiência deveria servir de advertência aos outros" (p. 85).

"Deve-se procurar seja o lar tudo quanto está implícito nessa palavra. Deve ser um pequeno Céu na Terra, um lugar onde se cultivem as afeições em vez de serem estudadamente reprimidas. Nossa felicidade depende do cultivo do amor, da simpatia e da verdadeira cortesia de uns para com outros" (p. 15).

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

JESUS NÃO ESTÁ DE FÉRIAS

O cristianismo tem mais de 2,3 bilhões de seguidores (cerca de um terço da população mundial), mas a maioria aparentemente não sabe o que Jesus está fazendo na atualidade. Dos que sabem, talvez nem todos consigam explicar os detalhes do seu ministério celestial. No máximo, reconhecem que Ele intercede por nós “à direita” Deus, expressão repetida muitas vezes no Novo Testamento.

Criticada e distorcida por uns, defendida apaixonadamente por outros, a doutrina do santuário celestial tem sido uma parte fundamental da teologia adventista desde o início do movimento. Pode-se dizer que ela começou a ser elaborada já no dia seguinte ao desapontamento de 22 de outubro de 1844, com a descoberta de Hiram Edson de que, nessa data, Jesus entrara no santíssimo para inaugurar uma nova fase de seu ministério.

Para o adventista do século 21, o papel do santuário precisa continuar a ser valorizado, até para entender a real vindicação do caráter de Deus e evitar enfoques humanos de salvação. Como ponto de partida, há cinco verdades básicas que precisamos compreender:

1. O santuário é o lugar da habitação de Deus. “E me farão um santuário, para que Eu possa habitar no meio deles”, disse o Senhor (Êx 25:8). A presença divina era simbolizada por uma espetacular nuvem de glória acima ou dentro do tabernáculo/templo. No Antigo Testamento, esse fenômeno/conceito é mencionado várias vezes. Isso significa que, pela fé, podemos ir ao santuário celestial para encontrar Deus e, portanto, perdão, reconciliação, refúgio e esperança.

2. O santuário celestial e o terrestre são estruturas reais. Deus enfatizou a Moisés que ele deveria seguir o “modelo” que lhe fora “mostrado” (Êx 25:9, 40). A palavra hebraica tabnit (“modelo”, “padrão”), derivada do verbo banah (“construir”), ocorre 23 vezes no Antigo Testamento com o sentido geral de “semelhança” (como em uma imagem), “forma” (como em aparência), “modelo” (como usado para fazer uma cópia) e “plano” (como em um desenho ou esboço).

3. O santuário celestial e o terrestre tinham uma íntima relação tipológica. Os dois santuários eram separados em termos cósmicos/geográficos, mas suas funções eram conceitualmente inseparáveis. A correlação é mais funcional e vertical do que espacial e material. O santuário terrestre era uma “figura” e “sombra” do celestial (Hb 8:5). Tinha três áreas e cada uma simbolizava um aspecto da obra de Cristo: pátio (sacrifício na cruz), lugar santo (mediação no Céu) e lugar santíssimo (julgamento). Os dois rituais (serviços diários e anuais) prefiguravam as duas fases do ministério celestial de Cristo: intercessão (do ano 31 até o fim, pois o ministério dos sacerdotes não cessava durante o Dia da Expiação e o de Cristo não cessa no período investigativo) e julgamento (pós-1844).

4. O santuário celestial tem múltiplas funções. Conforme o teólogo Elias Brasil demonstrou em sua tese doutoral defendida na Universidade Andrews, o santuário é o lugar (de) onde Deus administra e supervisiona o cosmos, realiza reuniões com o conselho celestial, exerce atos de julgamento, faz expiação pelo pecado e perdoa os pecadores, ouve as orações dos necessitados e recebe adoração dos habitantes do Universo. Uma das funções mais importantes de Deus no santuário é ministrar a justiça, o que conforta os que vivem num mundo ao mesmo tempo “judicializado” e injusto.

5. O ministério de Cristo no santuário celestial é a garantia de acesso ao trono da graça. Como único caminho ao Pai (Jo 14:6; Hb 9:8; 10:19, 20), Jesus é o liturgista (leitourgos, “ministro”) que atua no santuário celestial em nosso favor (Hb 8:2). Ele não está de férias por 2 mil anos, mas age para “salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7:25). “Com efeito, nos convinha um sumo sacerdote como este, santo, inculpável, sem mácula, separado dos pecadores e feito mais alto do que os céus” (v. 26). Assim, você pode contar com um defensor 100% sem pecado, mas 100% em favor dos pecadores, na mais alta corte do Universo.

Marcos De Benedicto (via Revista Adventista)

"O santuário do Céu, no qual Jesus ministra em nosso favor, é o grande original, de que o santuário construído por Moisés foi uma cópia. [...] Cristo está no santuário celestial e faz expiação pelo povo. Apresenta ao Pai Seu lado ferido e Suas mãos cicatrizadas. Intercede por Sua igreja na Terra. Ele está purificando o santuário dos pecados do povo. Qual é nossa parte? Nossa parte é estar em harmonia com a obra de Cristo. Pela fé, devemos trabalhar com Ele, estar em união com Ele" (Ellen G. White - Review and Herald, 28/01/1890).