sexta-feira, 29 de março de 2019

Como lidar com pessoas insuportáveis na igreja?

Todos nós conhecemos e convivemos com pessoas insuportáveis dentro da igreja. Gente chata, pedante, mentirosa, enganadora, hipócrita, arrogante, sem noção, inconveniente, deselegante, ofensiva, sem limites, abusada, sem amor, irritante, insubmissa, incompatível… Nossa, são tantos os adjetivos que tornam uma pessoa insuportável que fica até difícil listar todos. Mas elas estão aí, fazem parte da nossa vida, a convivência geralmente é compulsória e não tem jeito: somos obrigados a compartilhar ambientes, conversas, tarefas ou simplesmente a presença delas. A pergunta é: como suportar as pessoas insuportáveis que convivem conosco na igreja?

Nessa hora, como em tudo na vida, temos que voltar nossos olhos para as Sagradas Escrituras em busca de respostas. Porque, se formos agir segundo a nossa carne, simplesmente vamos começar a brigar, ofender, cortar relações e a ter outras reações nada espirituais com relação a essas pessoas insuportáveis. Quando, na verdade, Jesus deseja que nós consigamos conviver com o diferente. Porque, se você parar pra pensar, a pessoa nada mais é do que uma “pessoa diferente” de você. Numa família, por exemplo, onde todos falam baixo, o insuportável é aquele primo que fala alto como um italiano. Já num família de italianos, o insuportável pode ser aquele que não participa da bagunça, como aquele primo que se comporta como um inglês.

Então, ser ou não ser insuportável depende de quão diferente alguém é de você. Esse é o parâmetro. Eu já ouvi de certas pessoas “nossa, o fulano é tão caladinho”. Outras vezes, ao final de uma viagem soube que esse mesmo fulano incomodou as pessoas no carro “de tanto que ele falou”. Certamente tal fulano não é calado e tagarela ao mesmo tempo, mas dependendo do contexto em que está se torna mais ou menos insuportável. 

E, vou te contar um segredo: a esmagadora maioria das pessoas é diferente de você. Logo, insuportável. Dentro da igreja, então, onde todos deveriam ser um amor e agir segundo o exemplo de Cristo, o coeficiente de insuportabilidade é enorme. Que fazer? Deixar de ir à igreja? Fugir da comunhão? Paulo toca no assunto em Efésios 4. Ele diz: 
“Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor“.
Repare: de todas as atitudes que o apóstolo poderia nos recomendar ter, ele nos manda logo “suportar uns aos outros“. E se você for pensar bem, ele certamente não está mandando suportar quem é gente fina, os carismáticos, os que nos fazem rir e sorrir. Está se referindo aos insuportáveis. Mas, e aí, qual é o segredo para conseguir isso? Como suportar os insuportáveis como a Bíblia manda? O segredo é o que Paulo diz logo depois: “suportando-vos uns aos outros em amor“. Amor: essa é a formula mágica. Isso se confirma quando lemos I Coríntios 13.7: 
“O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta“.
Sim, o amor tudo suporta, inclusive o que é insuportável. Senão não seria “tudo”. “Mas falar de amor é fácil”, alguém poderia argumentar”, “na hora de lidar com a pessoa insuportável quero ver amar de verdade”. Só que esse amor não se restringe a um sentimento fácil. Exige esforço. Exige a consciência de que dele depende a união do Corpo de Cristo. Repare o que o apóstolo Paulo diz em Efésios logo em seguida a “suportando-vos uns aos outros em amor”: 
“Esforçando-vos diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz; há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação“.
Amar aqui é uma atitude apresentada como algo que exige esforço. E não um esforço qualquer, mas um esforço “diligente”, ou seja, com zelo, com cuidado, com dedicação. E com qual finalidade? “Preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz“.

Deus deseja paz para sua Igreja. Deseja paz para cada membro de seu Corpo. Para os gente fina, mas também para os insuportáveis. Jesus nunca prometeu que na congregação dos santos todos seriam pessoas fantásticas, nossos melhores amigos. Temos que amar todos os que ali estão, o que significa um grande esforço para aturá-los em suas chatices. Você certamente sabe quem são os insuportáveis da sua igreja. Ame-os. Suporte-os. Despenda esforços nesse sentido. E faça isso com zelo. Pois essa é a única forma possível de haver unidade na Igreja. 

Ah, só mais uma coisa: nunca se esqueça de que o insuportável da sua igreja pode ser… você. 

Paz a todos vocês que estão em Cristo. 

Maurício Zágari (via Apenas)

quinta-feira, 28 de março de 2019

O trabalho está matando as pessoas e ninguém se importa

Parece exagerado, mas os números não mentem: o atual sistema de trabalho está matando as pessoas. Pelo menos é o que afirmou Jeffrey Pfeffer, escritor, pesquisador e professor da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos. Evidências compiladas por ele durante décadas mostram que 61% dos trabalhadores americanos consideram o stress como causa de seus problemas de saúde, enquanto 7% revelaram ter sido hospitalizados em algum momento por causas relacionadas ao trabalho. Suas estimativas sugerem que o stress laboral está associado à morte de 120.000 americanos. As informações são da rede BBC.

Segundo Pfeffer, pesquisas indicam que questões associadas ao trabalho seriam a quinta maior causa de morte nos EUA, cujo sistema é copiado pelo mundo afora. No entanto, não é apenas nos Estados Unidos que esse tipo de situação acontece. Em países asiáticos, como Japão e Coreia do Sul, onde o regime laboral é exigente, muitos trabalhadores também morrem por causas ligadas ao stress ou são levados a cometer suicídio por causa dele.

O pesquisador mencionou o caso do japonês Kenji Hamada, homem de 42 anos, que morreu em decorrência de um ataque cardíaco enquanto estava em seu escritório em Tóquio. De acordo com Pfeffer, antes de morrer, Hamada havia trabalhado 40 dias consecutivos sem folga. Isso sem contar as duas horas gastas diariamente para chegar ao trabalho. A esposa de Hamada revelou que ele estava extremamente estressado devido à rotina exaustiva.

Este é apenas um dos inúmeros casos coletados por Pfeffer em seu último livro “Morrendo por um salário” (tradução livre do inglês). “O trabalho tem se tornado desumano. Existem provas dos efeitos da carga excessiva de trabalho na saúde das pessoas. As longas jornadas, demissões e falta de planos de saúde provocam uma enorme insegurança econômica, conflitos familiares e doenças”, comentou à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

O especialista ainda ressaltou que ninguém parece estar muito preocupado com este fato, o que agrava ainda mais o cenário.

Segundo Pfeffer, durante os anos 50 e 60, os diretores de empresas afirmavam que era preciso equacionar os interesses de acionistas, clientes e funcionários. No entanto, essa perspectiva mudou e agora está totalmente centrada nos acionistas, cujos interesses não estão alinhados com o bem-estar dos funcionários – tudo o que eles desejam é retorno financeiro. Por causa disso, novos regimes de trabalho são instaurados, forçando os indivíduos a trabalharem horas a fio.

O pesquisador usa como exemplo os bancos de investimentos, onde há uma prática generalizada na qual os funcionários praticamente voltam para casa apenas para tomar banho. Para ele, esse tipo de sistema induz os trabalhadores a utilizarem algum tipo de substância química para se manterem acordados. Isso causa dependência química e, consequentemente, problemas graves de saúde.

A insegurança econômica, especialmente a enfrentada por trabalhadores informais, também influencia o cenário. “As empresas desconsideram a responsabilidade que têm com seus empregados”, comentou Pfeffer. Mas a responsabilidade não recai apenas sobre os empregadores, o governo também carrega sua parcela de culpa, uma vez que não faz nada a respeito do problema.

Para o especialista, a situação precisa ser resolvida através de uma intervenção sistêmica a partir de algum método regulatório. Essa regulação precisa vir do Estado, mas isso não acontecerá a menos que a população pressione os governos para criar leis que protejam os trabalhadores de forma coletiva.

Além do papel da empresa e do governo, o trabalhador precisa assumir a própria responsabilidade nesse contexto. Isso significa cuidar da própria saúde. “Se você não consegue equilibrar seu trabalho e sua vida pessoal, é melhor sair e procurar outro emprego. Tem gente que contesta: ‘Não posso sair do emprego’. Eu respondo: ‘Se você está em uma sala cheia de fumaça, você vai sair, porque as consequências para a sua saúde serão severas'”, salientou. (Veja)

Nota: Ellen G. White também falou sobre o perigo do excesso de trabalho:

Os servos de Cristo não devem tratar sua saúde com indiferença. Ninguém trabalhe a ponto de exaustão, incapacitando-se assim para futuros esforços. Não tenteis amontoar num dia o trabalho de dois. Afinal, verificar-se-á que os que trabalham cuidadosa e sabiamente, terão realizado tanto como os que expõem de tal modo sua resistência física e mental, que não possuem mais reservas de onde tirar no momento necessário.

Reina por toda parte a intemperança no comer e beber, no trabalho e em quase tudo. Os que exercem grande tensão para realizar uma determinada porção em certo espaço de tempo, e continuam a trabalhar quando sua razão lhes diz que devem descansar, nunca saem ganhando. Estão despendendo forças, de que hão de necessitar em tempos futuros. Quando a energia que eles gastam tão descuidosamente é requerida, falham à míngua dela. A resistência física desapareceu, e o poder mental acha-se inutilizado. Chegou-lhes o tempo da necessidade, e seus recursos se acham exaustos.

Cada dia traz as suas responsabilidades e deveres, mas os deveres de amanhã não devem ser acumulados nas horas de hoje. Deus é misericordioso, cheio de compaixão, razoável em Seus requisitos. Ele não nos pede que sigamos uma maneira de proceder que dará em resultado a perda de nossa saúde física, ou o enfraquecimento das faculdades mentais. Ele não quer que trabalhemos sob pressão ou tensão até ficarmos exaustos, com prostração nervosa." (Obreiros Evangélicos, pp. 244-245)

quarta-feira, 27 de março de 2019

Amar o próximo ou manter as unhas limpas?

Unhas pretas são um negócio feio demais. Eu detesto ver pessoas com as unhas encardidas, pois passam uma ideia de sujeira, desleixo e negatividades semelhantes. Porém, preciso confessar que, ultimamente, tenho vivido com as unhas pretas em boa parte de meus dias. A razão para isso é que decidi me dedicar a transformar meu apartamento em um grande jardim suspenso. Com isso, tenho mexido em terra diariamente, plantado, replantado, podado e – a suma tarefa que deixa as unhas pretas – enfiado sempre um dedo na terra de cada vaso para verificar se já está seca e é necessário regar, ou não. Não gosto do resultado, pois me vejo obrigado a ficar lavando e raspando com frequência minhas unhas se não quero parecer um ogro sujismundo, mas não tem o que fazer: é o que todos os entendidos de jardinagem e paisagismo recomendam caso você não queira matar suas plantinhas afogadas ou esturricadas. Então, o preço para mantê-las vivas, e bem, é empretar as unhas.

Para amar o próximo de fato e não só na teoria, muitas vezes é preciso sujar a unha. Abrir mão do tempo em que você estaria lendo um livro para chorar com quem chora. Dedicar horas de seu merecido descanso a algo que não lhe dará nenhum lucro além de ver seu amigo sorrir. Dormir tarde para ouvir o desabafo do estressado. Acordar cedo para ajudar a viúva. Adiar o banho para abraçar o desesperado. É, meu irmão, minha irmã, é impossível se dedicar em amor verdadeiro ao próximo sem deixar as unhas pretas.

Frequentemente, somos tentados a deixar para lá ou terceirizar a tarefa de amar o próximo. Afinal, ficar limpando e raspando a terra de sob a unha dá trabalho. Já perdi a conta de quantas vezes eu, vergonhosamente, me omiti no cuidado e no amor ao próximo por não querer ficar com as unhas sujas e, por isso, sei que é muito mais fácil virar a cara quando plantas murchas e carentes de cuidados aparecem em nosso caminho. Porém, se o fazemos, as plantas morrem. O preço de nosso desleixo e omissão no cuidado com quem precisa é um cotoco ressecado, desfolhado, infrutífero, sem flores. Sem viço. Sem vida. Uma triste lembrança de uma bela planta, que acabou-se porque preferimos ficar com as unhas limpas do que nos dedicarmos a ela. Falta de amor faz isso.

Amar o próximo é mandamento. É preceito que está no topo da pirâmide. Dizer que ama a Deus, mas não amar o próximo, em verdade e de forma prática, é atitude que faz de nós mentirosos, diz a Palavra. A olhos humanos limitados por sua humanidade, amor pode ser uma opção, uma escolha. Mas, para Deus, não é. Amor ao próximo é mandamento. É ordenança divina. É dever sagrado e inegociável. Não dá para se dar conta de que algo é mandamento, fazer a “opção” de agir diferente e achar que tudo está bem. Não. Nada disso. Deus não nos diz para amarmos o próximo “se quisermos” ou “se optarmos por isso”. Não. Ele diz: “Enfie o dedo na terra. Se sujar a unha, paciência, depois você limpa”.

Meu irmão, minha irmã, você tem fugido do amor prático ao próximo porque não quer ficar com a unha preta ou não quer se dar ao trabalho de limpá-la depois? Eu não te condeno, pois já fiz isso muitas vezes. Desgraçadamente, mas fiz. E preciso dizer: que vergonha sinto por isso. Que vergonha sinto de ter cometido o pecado do desamor.

Deus, tem misericórdia de mim, pois sou pecador. Preferi muitas vezes ficar com as unhas limpas do que me dar ao trabalho de sujá-las por amor ao próximo. Perdoa-me e ajuda-me a vencer a mim mesmo, ao meu egoísmo, ao meu egocentrismo e à minha sanha preguiçosa, e mostra-me o caminho do amor. O caminho da unha preta. O caminho do reino de Deus.

E você, pode fazer essa oração?

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari (via Apenas)

"O amor é uma planta de origem celeste, e precisa ser cultivada e nutrida. A preciosa planta do amor deve ser tratada ternamente, e tornar-se-á forte e vigorosa, e rica de frutos, dando expressão ao caráter todo. O amor é uma tenra planta. Necessita de ser constantemente cultivada, do contrário seca e morre." (Ellen G. White)

terça-feira, 26 de março de 2019

A igreja não é um palco

“Quando fizerem o bem, tenham o cuidado para que seu gesto não vire peça de teatro. Pode até ser um bom espetáculo, mas Deus não vai aplaudir. Quando for ajudar alguém, não chame atenção para você mesmo. Você já viu gente assim em ação, tenho certeza – eu os chamo atores. Eles vão orar nas esquinas, como se elas fossem palcos, atuando para o público, interpretando para as multidões. Eles recebem aplausos sim, mas é tudo. Quando você ajudar alguém, não pense na impressão que vai causar. Apenas ajude – com simplicidade e discrição. É assim que Deus, que o criou com todo amor, faz. Ele age nos bastidores para ajudar você.” (Mateus 6:1-4, A Mensagem)

Nessa seção do Sermão da Montanha, Jesus adverte quanto ao perigo da hipocrisia, o pecado de usar a religião para esconder nossa verdadeira face. Hipócrita, na definição de Cristo, não é alguém que fica aquém dos ideais divino. Hipócrita é aquele que usa a máscara religiosa para ocultar sua identidade real e para autopromoção. No original grego, “hipócrita” significa “ator”. Hipócrita é aquele que busca “visibilidade”, que troca o alvo de agradar a Deus pelo objetivo idólatra de ganhar aplauso humano. Como os fariseus, cuja religião era praticada visando ao louvor dos observadores, e não à glória do Senhor. Depois de apresentar a Seus discípulos uma justiça superior, Jesus passa a advertir quanto aos perigos da encenação religiosa. Ele muda o foco da justiça em sentido positivo, para a “justiça” em sentido formal e exterior, que transforma a religião em um show de ostentação.

Ellen G. White diz sobre esta passagem: "Essa lição de Jesus aos discípulos tinha o objetivo de repreender aqueles que desejavam receber a glória dos homens. Davam esses suas esmolas em lugares de reunião pública e, antes disso, uma proclamação pública era feita anunciando sua generosidade diante do povo. Muitos davam grandes somas meramente para ter seu nome exaltado pelos homens. Os meios dados dessa maneira eram frequentemente extorquidos de outros, pela opressão aos assalariados e aos pobres." (Testemunho para a Igreja 1, p. 193)

Como sabemos, uma falsa motivação pode prostituir bons atos. Isto é, podemos fazer as coisas corretas pela motivação errada, apenas para “sair bem na foto”. A tentativa de viver de acordo com esse tipo de “justiça”, cuja motivação é a busca de aplauso dos homens, destrói a importância de qualquer desempenho religioso. Nessa narrativa de Mateus (6:1-18), Jesus discute os três atos principais da piedade judaica: esmolas, oração e jejum, virtudes recomendáveis, mas corrompidas pela hipocrisia. O que Ele diria hoje de restrições de dieta, “zelo” missionário, música e contribuições para a igreja? Tudo isso, bom em si, pode tornar-se apenas um bom espetáculo sem o aplauso de Deus.

"Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos Céus." (Mateus 5:20)

Amin A. Rodor (via Meditações Diárias - Encontros com Deus)

segunda-feira, 25 de março de 2019

O menino Samuel e o balão corintiano que voou 17 km

No domingo passado (17), os jogadores do Corinthians fizeram uma homenagem às oito vítimas da tragédia na escola Raul Brasil, em Suzano: 22 balões, com os nomes dos mortos ganharam o céu da Zona Leste de São Paulo.

Um deles, com o nome de Samuel Melquíades Silva de Oliveira, de 16 anos, foi parar longe: viajou mais de 17 quilômetros, do estádio do Itaquerão até Suzano. E foi encontrado por Seu Arlindo, que fazia sua corrida diária. A história viralizou nas redes sociais. Samuel era desbravador e membro da Igreja Adventista Central de Suzano. Era atuante e comprometido com as atividades promovidas pela igreja, onde dedicava seus talentos para apoiar as ações de sua congregação

O Fantástico acompanhou o encontro entre ele e o pai do jovem. (assista aqui)

sexta-feira, 22 de março de 2019

5 coisas que acontecem quando você para de comer carne

1. Reduz a inflamação no organismo
A inflamação crônica tem sido associada ao desenvolvimento de aterosclerose, ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais, diabetes e doenças autoimunes. Em contrapartida, as dietas à base de plantas são naturalmente anti-inflamatórias. Ricas em fibras, antioxidantes e outros nutrientes, elas têm menos chances de desencadear a gordura saturada e endotoxinas (toxinas liberadas a partir de bactérias comumente encontradas em alimentos de origem animal).

2. O nível de colesterol despenca
A gordura saturada, encontrada principalmente em carnes, aves, queijo e outros produtos de origem animal, é uma das principais causas do elevado índice de colesterol no sangue. E isso implica em maior risco para doenças cardíacas e derrames. Além disso, as dietas à base de vegetais são ricas em fibras, o que reduz ainda mais os níveis de colesterol no sangue. Também foi comprovado que a soja, um dos substitutos da carne, desempenha um papel na redução do colesterol.

3. A imunidade fica mais forte
Os trilhões de micro-organismos que vivem em nosso corpo são chamados de microbioma. Cada vez mais, estes micro-organismos são reconhecidos como cruciais para a nossa saúde em geral: não só ajudam a digerir os alimentos, mas também produzem nutrientes necessários, treinam nosso sistema imunológico, mantêm o intestino saudável e nos protegem do câncer. Estudos também mostraram que eles desempenham um papel importante no controle de obesidade, diabetes, inflamação do intestino, doenças autoimunes e do fígado.

4. Afasta você do diabetes tipo 2
A proteína animal, especialmente as provenientes de carne vermelha e processadas, tem sido apontada em estudos como um fator que aumenta o risco de diabetes tipo 2. Por que a carne causaria a doença? Várias razões: gordura animal, ferro de origem animal e conservantes de nitrato em carne foram comprovados como danificadores das células pancreáticas, além de piorar a inflamação e causar ganho de peso. Além disso, uma dieta baseada em vegetais pode melhorar ou até mesmo reverter o diabetes, se você já tiver sido diagnosticada.

5. Vai melhorar a quantidade e a qualidade da proteína
Os onívoros dos Estados Unidos consomem, em média, mais do que 1,5 vezes a quantidade ideal de proteínas. Ao contrário do que a maioria pensa, esse excesso de proteína não faz você mais forte ou mais magro, é armazenado como gordura ou transformado em resíduos. Por outro lado, a proteína que se encontra nos alimentos vegetais protege você de muitas doenças crônicas. Então você não precisa se preocupar com o excesso. Vai precisar, é claro, consultar um nutricionista para descobrir a quantidade mínima que você precisa para não deixar o seu organismo debilitado. (Boa Forma)

Nota: “E disse Deus: Eis que vos tenho dado toda a erva que dê semente, que está sobre a face de toda a terra; e toda a árvore, em que há fruto que dê semente, ser-vos-á para mantimento” (Gênesis 1:29).

Ellen White também fala sobre esse assunto no livro A Ciência do Bom Viver, pp. 316-317:

"Quando se deixa o uso da carne, há muitas vezes uma sensação de fraqueza, uma falta de vigor. Muitos alegam isso como prova de que a carne é essencial; mas é devido a ser o alimento desta espécie estimulante, a deixar o sangue febril e os nervos estimulados, que assim se lhes sente a falta. Alguns acham tão difícil deixar de comer carne como é ao bêbado o abandonar a bebida; mas se sentirão muito melhor com a mudança.

Quando se abandona a carne, deve-se substituí-la com uma variedade de cereais, nozes, verduras e frutas, os quais serão a um tempo nutritivos e apetitosos. 

O lugar da carne deve ser preenchido com alimento são e pouco dispendioso. A esse respeito, muito depende da cozinheira. Com cuidado e habilidade se podem preparar pratos que sejam ao mesmo tempo nutritivos e saborosos, substituindo, em grande parte, o alimento cárneo. Em todos os casos, educai a consciência, aliciai a vontade, supri alimento bom, saudável, e a mudança se efetuará rapidamente, desaparecendo em breve a necessidade de carne. 

Não é o tempo de todos dispensarem a carne da alimentação? Como podem aqueles que estão buscando tornar-se puros, refinados e santos a fim de poderem fruir a companhia dos anjos celestes continuar a usar como alimento qualquer coisa que exerça tão nocivo efeito na alma e no corpo? Como podem tirar a vida às criaturas de Deus a fim de consumirem a carne como uma iguaria? Volvam antes à saudável e deliciosa alimentação dada ao homem no princípio, e a praticarem e ensinarem a seus filhos a misericórdia para com as mudas criaturas que Deus fez e colocou sob nosso domínio."

quinta-feira, 21 de março de 2019

Vitimismo crônico: pessoas que trabalham em “modo queixa”

Todos nós, em algum momento ou outro, assumimos o papel de vítimas.

No entanto, assim como existem pessoas que se sentem culpadas por tudo, existem pessoas que se tornam vítimas permanentes, sofrem o que pode ser considerado uma “vitimização crônica”. Essas pessoas se disfarçam de falsas vítimas, consciente ou inconscientemente, para simular agressões inexistentes e, incidentalmente, culpar os outros, libertando-se de toda responsabilidade.

Na realidade, a vitimização crônica não é uma patologia, mas pode levar a um distúrbio paranoico, quando a pessoa insiste em culpar os outros pelos males que sofre. Além disso, esse modo de enfrentar o mundo, por si só, leva a uma visão pessimista da realidade, que produz desconforto, tanto na pessoa que reclama quanto na pessoa que recebe a culpa.

Em muitos casos, a pessoa que abraça a vitimização crônica acaba alimentando sentimentos muito negativos, como ressentimento e raiva, que levam à vitimização agressiva. É o caso típico daqueles que não apenas se queixam, mas atacam e acusam os outros, mostrando intolerância e continuamente violando os direitos das pessoas.

Raio-X de uma vítima crônica
Deformar a realidade. Esses tipos de pessoas acreditam firmemente que a culpa do que acontece com eles é dos outros, nunca é deles. Na verdade, o problema é que eles têm uma visão distorcida da realidade, têm um locus de controle externo, e acredita que ambos os aspectos positivos e negativos que ocorrem em sua vida não depende diretamente de sua própria vontade, mas de circunstâncias externas. Além disso, eles exageram os aspectos negativos, o desenvolvimento de um pessimismo exacerbado que os levaram a se concentrar apenas nas coisas negativas que acontecem, ignorando o positivo.

Encontram consolo no lamento. Essas pessoas acreditam que são vítimas dos outros e das circunstâncias, por isso não se sentem culpadas ou responsáveis ​​por nada que aconteça a elas. Como resultado, tudo o que resta é arrependimento. De fato, eles frequentemente sentem prazer em reclamar porque assim assumem melhor seu papel de “pobres vítimas” e conseguem atrair a atenção dos outros. Essas pessoas não pedem ajuda para resolver seus problemas, apenas lamentam seus infortúnios na busca desenfreada de compaixão e protagonismo.

Procuram culpados continuamente. Pessoas que assumem o papel de vítimas eternas, desenvolvem uma atitude desconfiada, muitas vezes acreditam que os outros sempre agem de má fé. Por essa razão, geralmente têm um desejo quase mórbido de descobrir queixas mesquinhas, sentir-se discriminados ou maltratados, apenas para reafirmar seu papel como vítimas. Assim, acabam desenvolvendo uma hipersensibilidade e tornam-se especialistas em formar uma tempestade em um copo de água.

São incapazes de fazer uma autocrítica sincera. Essas pessoas estão convencidas de que não são culpadas por nada, então não há nada para criticar em seus comportamentos. Como a responsabilidade pertence a outros, não aceitam críticas construtivas e, muito menos, realizam um exame minucioso de consciência que os leva a mudar de atitude. Para essas pessoas, os erros e defeitos dos outros são intoleráveis, enquanto os deles são uma simples sutileza.

Quais são suas estratégias?
Para uma pessoa assumir o papel de vítima, deve haver um culpado. Portanto, você deve desenvolver uma série de estratégias que permitam que a outra pessoa assuma a culpa no assunto. Se não tivermos conhecimento dessas estratégias, provavelmente entraremos em suas redes e estaremos dispostos a levar toda a culpa nas nossas costas.

1. Retórica vitimista
Basicamente, a retórica dessa pessoa visa desqualificar os argumentos de seu adversário. No entanto, na realidade, ele não refuta suas afirmações com outros argumentos que são mais válidos, mas, ao contrário, ele cuida da suposição da outra pessoa, sem perceber, o papel de atacante. Como acontece? Ela assume o papel de vítima na discussão, de modo que a outra pessoa seja como alguém autoritário, sem empatia ou mesmo agressiva. É o que se conhece no campo da argumentação como “retórica centrista”, já que a pessoa é responsável por mostrar seu adversário como um extremista, em vez de se preocupar em refutar suas afirmações. Desta forma, qualquer argumento que seu adversário exerça será apenas uma demonstração de sua má fé.

Por exemplo, se uma pessoa se atreve a contrastar uma declaração com irrefutáveis ​​ou estatísticas do fato de fontes confiáveis, a vítima não vai responder-lhe com fatos, mas dizer algo como: “Você está sempre me atacando, agora você diz que eu estou mentindo” ou “Você está tentando impor seu ponto de vista, por favor, peça desculpas.”

2. Recuo de vítima
Em alguns casos, o discurso da vítima visa evitar a responsabilidade e evitar pedir desculpas ou reconhecer seu erro. Portanto, ele tentará escapar da situação. Para conseguir isso, sua estratégia consiste em desacreditar o argumento do vencedor, mas sem explicitar que ele estava errado. Como acontece? Mais uma vez, assume o papel de vítima, joga com os dados ao seu bel prazer e os manipula a sua conveniência com o objetivo de semear confusão. Basicamente, essa pessoa irá projetar seus erros no outro.

Por exemplo, se uma pessoa responder com um fato comprovado, o que nega sua declaração anterior, a vítima não reconhecerá seu erro. Em qualquer caso, tentará fazer um retiro digno e dirá algo como: “Esse fato não nega o que eu disse. Por favor, não vamos criar mais confusão, é claro que é inútil discutir com você porque você não quer ouvir a razão”, quando na realidade quem cria confusão é o próprio.

3. Manipulação emocional
A manipulação emocional é uma das estratégias preferidas das vítimas crônicas. Quando essa pessoa conhece bem seu interlocutor, não hesitará em recorrer à chantagem emocional para colocar o conselho a seu favor e adotar o papel de vítima. De fato, essas pessoas são muito habilidosas em reconhecer emoções, então elas usam qualquer lampejo de dúvida ou culpa a seu favor. Como isso acontece? Eles descobrem o ponto fraco do adversário e exploram a empatia que podem sentir.

Desta forma, eles acabam envolvendo-o em sua teia de aranha, de modo que essa pessoa assuma toda a responsabilidade e o papel de carrasco, enquanto eles permanecem confortáveis ​​em seu papel como vítimas e podem continuar a lamentar.

Por exemplo, uma mãe que não quer reconhecer seus erros pode colocar a culpa na criança dizendo coisas como: “Com tudo que fiz por você, e é assim que você me paga”. No entanto, esse tipo de manipulação também é muito comum nas relações entre parceiros, entre amigos e até mesmo no ambiente de trabalho.

Como enfrentar esse tipo de gente?
O primeiro passo é perceber se estamos diante de uma pessoa que assume o papel de vítima. Então, é sobre resistir ao ataque e não nos deixar enredar em seu jogo. O mais sensato é dizer que não temos tempo para ouvir suas lamentações, que se você quiser ajuda ou uma solução, teremos o prazer de ajudá-lo, mas não estaremos dispostos a perder tempo e energia ouvindo continuamente suas queixas.

Lembre-se que o mais importante é que essas pessoas não estraguem o seu dia baixando sua dose de negatividade e, acima de tudo, não o façam se sentir culpado. Não se esqueça de que só pode machucá-lo emocionalmente, aquele a quem você lhe dá poder suficiente.

Texto traduzido e adaptado de Rincon Psicología (via Conti Outra)

Nota: Segue abaixo alguns conselhos de Ellen G. White sobre deste assunto:

"A autocomiseração é deteriorante ao caráter dos que a cultivam, e exerce uma influência que estraga a felicidade dos outros." (Medicina e Salvação, p. 177)

"Muitos exageram grandemente aparentes dificuldades e então se põem a nutrir autocomiseração, cedendo ao desânimo. Esses precisam fazer completa mudança em si mesmos. Precisam disciplinar-se, empenhando-se em vencer todos os sentimentos infantis. Devem convencer-se de que a vida não deve ser gasta em trabalhos triviais. ... Cada qual deve ter um alvo, um objetivo, na vida. A mente deve ser protegida e os pensamentos treinados para que se fixem no objetivo, como a bússola aponta ao pólo. A mente deve ser dirigida no conduto certo, de acordo com bem formados planos. Então cada passo será um passo para a frente. ... O êxito ou o fracasso nesta vida depende muito da maneira em que os pensamentos são disciplinados." (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 630)

"Necessitamos de evitar a compaixão de nós mesmos. Nunca alimenteis a impressão de que não sois estimados como deveríeis, que os vossos esforços não são apreciados e que o vosso trabalho é demasiado penoso. A lembrança de que Jesus sofreu por nós reduza ao silêncio todo o pensamento de murmuração. Somos tratados melhor do que foi nosso Senhor." (A Ciência do Bom Viver, p. 476)

quarta-feira, 20 de março de 2019

Dia Internacional da Felicidade + 10 dicas de Ellen White

O Dia Internacional da Felicidade é comemorado anualmente em 20 de março, e foi criado pela ONU (Organização das Nações Unidas) em junho de 2012. International Day of Happiness, como é conhecido internacionalmente, tem o objetivo de promover a felicidade e alegria entre os povos do mundo, evitando os conflitos e guerras sociais, étnicas ou qualquer outro tipo de comportamento que ponha em risco a paz e o bem-estar das sociedades.

Deus, e não a felicidade, é o alvo final da vida e o bem maior da existência. Porém, a felicidade melhora todos os principais aspectos da vida, dá sentido à existência e deve ser buscada. O ser humano foi criado com uma ilimitada capacidade de ser feliz. Mas, com o pecado, adquiriu uma habilidade imensa de ser infeliz e estragar a felicidade dos outros. O plano de Deus é que sejamos felizes aqui e muito mais no futuro.

Abaixo temos 20 importantes e sábios conselhos de Ellen G. White para atingirmos a real felicidade:

1. Saúde
"Tão estreitamente está a saúde relacionada com a nossa felicidade, que não podemos ter a última sem a primeira. É necessário um conhecimento prático da ciência da vida humana, a fim de que glorifiquemos a Deus em nosso corpo." (Conselhos Sobre Saúde, p. 38)

2. Trabalho altruísta
"Nossa felicidade será proporcional a nosso trabalho altruísta movido pelo amor divino, pois no plano da salvação Deus indicou a lei da ação e reação." (Beneficência Social, p. 302)

3. Fonte da própria felicidade
"Cada um possui em si mesmo a fonte da própria felicidade, ou infortúnio. Se ele quiser, poderá erguer-se acima das impressões baixas, sentimentais, que constituem a vida de muitos; mas enquanto ele for cheio de si mesmo, o Senhor nada poderá fazer em seu benefício." (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 190)

4. Fiel seguidor de Cristo
"Se há alguém que devia ser continuamente agradecido, é o seguidor de Cristo. Se há alguém que frua felicidade real, mesmo nesta vida, é o fiel cristão. Devemos ser o povo mais feliz da face da Terra, e não pedir perdão ao mundo por sermos cristãos." (Nossa Alta Vocação, MM, 1962, p. 201)

5. Serviço de Deus
"A felicidade que se busca por motivos egoístas, fora do caminho do dever, é volúvel, caprichosa e transitória; dissipa-se, deixando n'alma uma sensação de isolamento e pesar; no serviço de Deus, porém, há satisfação e alegria." (Caminho a Cristo, p. 124)

6. Coração em paz com Deus
"No alicerce da ruína de muitos lares reside a paixão da ostentação. Homens e mulheres planejam e tramam para conseguir meios para darem aos outros a impressão de serem mais ricos do que os vizinhos. Mas embora possam ter êxito em sua luta desesperada, não são na verdade felizes. A verdadeira felicidade provém de um coração em paz com Deus." (Manuscrito 99, 1902)

7. Regra áurea
"'Tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lho também vós' (Mateus 7:12). O Salvador ensinou este princípio para tornar feliz a humanidade, e não infeliz; pois de nenhum outro modo pode vir a felicidade. Deus deseja que homens e mulheres vivam a vida mais elevada. Todos devem buscar sua felicidade na felicidade daqueles a quem ajudam e beneficiam." (Minha Consagração Hoje, MM, 1989, p. 165)

8. Felicidade ao seu alcance
"O mundo está cheio de espíritos insatisfeitos, que passam por alto a felicidade e as bênçãos que se acham ao seu alcance, e estão continuamente buscando a felicidade e satisfação que não possuem. Estão constantemente lutando por algum bem esperado futuramente, maior do que o que possuem, e estão sempre num estado de decepção." (Testimonies, vol. 2, p. 640)

9. Remoção dos pecados
"Deus busca nossa verdadeira felicidade. Se qualquer coisa se acha no caminho dela, Ele vê que isto precisa primeiro ser removido. O pecado é a causa de todos os nossos infortúnios. Se quisermos ter verdadeira paz de espírito e felicidade, o pecado precisa ser removido." (Nossa Alta Vocação, MM, 1962, p. 81)

10. Através da eternidade
"Quando por meio de Jesus, entramos no repouso, o Céu começa aqui. Atendemos-Lhe ao convite: Vinde, aprendei de Mim; e assim fazendo começamos a vida eterna. O Céu é um incessante aproximar-se de Deus por intermédio de Cristo. Quanto mais tempo estivermos no Céu da bem-aventurança, tanto mais e sempre mais de glória nos será manifestado; e quanto mais conhecermos a Deus, tanto mais intensa será nossa felicidade." (O Desejado de Todas as Nações, p. 331)

terça-feira, 19 de março de 2019

Satanás e seus anjos podem ler nossos pensamentos?

Pode Satanás e seus anjos lerem nossas mentes ou conhecer nossos pensamentos?

Essa é uma dúvida de muitas pessoas. Já presenciei uma pessoa ficar até doente pelo fato de acreditar que o diabo atuava em seus pensamentos, vendo o que ela pensava, e agindo também para que ela pensasse coisas más sobre Deus. Por isso, é importante analisarmos o que a Bíblia diz para que tenhamos paz.

De acordo com a Bíblia, o único que sabe os pensamentos de todas as criaturas do universo é Deus.

“Ouve tu nos céus, lugar da tua habitação, perdoa, age e dá a cada um segundo todos os seus caminhos, já que lhe conheces o coração, porque tu, só tu, és conhecedor do coração de todos os filhos dos homens.” (1 Reis 8:39)

“O SENHOR conhece os pensamentos do homem..." (Salmos 94:11) 

De acordo com estes textos, Satanás não pode ler os pensamentos dos seres humanos; a Bíblia não apresenta Satanás como possuidor da onisciência (que sabe tudo); este atributo é uma qualidade apresentada nas Escrituras apenas para o Eterno:

“SENHOR, tu me sondas e me conheces. Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos. Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos. Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda." (Salmos 139:1-4)

Vejamos o que diz Ellen G. White acerca deste assunto: 

“Satanás não pode ler os nossos pensamentos, mas pode ver os nossos atos, ouvir-nos as palavras; e por meio do seu longo conhecimento da família humana, pode moldar suas tentações para tirar vantagem de nossos pontos fracos de caráter. E quão frequentemente lhe revelamos o segredo de como poderá obter vitória sobre nós! Oh! como deveríamos dominar nossas palavras e ações! Quão fortes poderíamos tornar-nos se nossas palavras fossem tais que nos não envergonhássemos de enfrentar o seu registro no dia do juízo! Quão diferentes aparecerão elas no dia de Deus do que agora aparentam ao serem pronunciadas!” (Mensagens aos Jovens, p. 328) 

A única coisa que o diabo pode fazer é “tentar adivinhar” o que uma pessoa está pensando, pois ele aprendeu a conhecer algumas coisas olhando a fisionomia do rosto de alguém. Só em ver o semblante da pessoa, Satanás pode perceber se está nervosa, angustiada, etc. 

O inimigo também poder saber o que está em nossos pensamentos através de nossas palavras e ações. Devemos ter muito cuidado no tipo de palavras que proferimos e como agimos. Não devemos dar chance a ele para que descubra todos os nossos defeitos de caráter. Quando ele descobre nossas fraquezas, passa a trabalhar em cima delas a fim que nos induza a pecar. Ele monta uma grande estratégia a fim de tentar nos pegar nos pontos fracos; e no momento em que ‘mostramos a ele’ nossos pontos fracos, mais chances damos às trevas para serem usadas contra nós. 

"O adversário das pessoas não tem permissão de ler os pensamentos dos homens; é, porém, perspicaz observador, e nota as palavras; registra-as e adapta habilmente suas tentações de modo a se ajustarem ao caso dos que se colocam em seu poder. Caso trabalhássemos para reprimir os pensamentos e sentimentos pecaminosos, não lhes dando expressão em palavras ou ações, Satanás seria derrotado pois ele não poderia preparar suas especiais tentações para adaptar ao caso. Mas quantas vezes, por sua falta de domínio próprio, professos cristãos abrem a porta ao adversário das pessoas!" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 658) 

"Satanás tem seus anjos maus a nossa volta, e embora não possam ler os pensamentos dos homens, observam de perto suas palavras e atos. Satanás aproveita-se das fraquezas e defeitos de caráter que assim se revelam, e impele suas tentações onde houver a menor força de resistência. Ele faz más sugestões e inspira pensamentos mundanos, sabendo que assim pode levar a pessoa em cativeiro e condenação. Aos que são egoístas, mundanos, avarentos, orgulhosos, críticos, ou dados à calúnia - a todos os que estão nutrindo erros e defeitos de caráter - Satanás apresenta a condescendência com o próprio eu e desvia a pessoa para um trilho que a Bíblia condena, mas que ele faz parecer atraente." (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 659)

Satanás não pode entrar na mente sem nosso consentimento: 

"Se vivemos inteiramente para Deus, não permitiremos que a mente se demore em imaginações egoístas. Se houver um meio qualquer pelo qual Satanás possa alcançar acesso à mente, ele semeará o seu joio e o fará crescer até que redunde em farta colheita. Em caso algum pode Satanás obter domínio sobre os pensamentos, palavras e ações, a menos que voluntariamente lhe abramos a porta e o convidemos a entrar. Ele entrará então, lançando fora a boa semente semeada no coração e tornando de nenhum efeito a verdade." (O Lar Adventista, p. 402) 

Apesar de Deus nos ajudar a vencer, incluindo os maus pensamentos, isto não quer dizer que não tenhamos de fazer nossa parte. Devemos purificar nossos pensamentos, a fim de que não façamos ou falemos coisas erradas para que Satanás não tenha ainda mais armas para usar contra nós: 

"Deveis conservar-vos afastados do terreno encantado de Satanás, e não permitir que vossa mente se desvie da fidelidade para com Deus. Se os pensamentos forem maus, maus serão também os sentimentos; e os pensamentos e os sentimentos, combinados, constituem o caráter moral. Quando julgais que, como cristãos, não vos é requerido restringir os pensamentos e sentimentos, sois levados sob a influência dos anjos maus, e convidais a sua presença e o seu domínio. Se cederdes às vossas impressões, e permitirdes que os pensamentos sigam o rumo da suspeita, da dúvida, dos lamentos, achar-vos-eis então entre os mais infelizes dos mortais, e vossa vida se demonstrará um fracasso." (Mensagens aos Jovens, p. 92)

“Precisamos de um constante senso do enobrecedor poder dos pensamentos puros, e da danosa influência dos pensamentos maus. Ponhamos nossos pensamentos em coisas santas. Sejam eles puros e verdadeiros, pois a única segurança para qualquer pessoa é o pensar correto. Devemos usar todos os meios que Deus pôs ao nosso alcance, para o governo e o cultivo de nossos pensamentos. Devemos pôr a mente em harmonia com a mente divina."  (Carta 123, 1904) 

A purificação dos pensamentos - uma comunhão com Deus tão profunda a ponto de nossa vida ser plenamente dEle – é o que mais necessitamos. Ore a Deus. Tenha certeza de que, mesmo orando em pensamento, Ele irá atender-lhe. Creia no Eterno Senhor. Aceite a Jesus como seu Salvador. Fazendo isto, sua vida será outra e sua vitória será certa.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Amor na era do gelo

Vivemos numa verdadeira era do gelo nas relações humanas, uma crise de indiferença mortal. O individualismo extremo se revela numa profunda falta de amor ao semelhante, reflexo da ausência do amor de Deus no coração. Esse frio humano, oposto ao calor humano, se manifesta todos os dias nos assustadores índices de violência no lar, nas ruas, no choque entre culturas, religiões e países.

Quando Cristo olhou para nosso tempo, não poderia dar um diagnóstico mais preciso: “E, por se multiplicar a iniquidade [anomian], o amor [agapē] se esfriará de quase todos [pollōn, “muitos”] (Mateus 24:12). O Salvador não só antecipou nossa era do gelo, mas explicou sua causa. O amor-princípio, de origem divina (agapē) se esfriaria quanto mais se multiplicasse a iniquidade (anomia). Mas o que é anomia? O termo ocorre 14 vezes no Novo Testamento e, em 11 delas, é traduzido como “iniquidade”, e nas três restantes, como “maldade” (duas vezes em Romanos 6:19,) e como “transgressão da lei” (1 João 3:4). A passagem de 1 João é esclarecedora, pois a tradução é determinada pela etimologia da palavra grega anomia (a = “não”, “contra”; nomos = “lei”). Se a essência da lei está no amor a Deus e ao semelhante (Marcos 12:28-31), a essência da iniquidade se revela na rejeição à lei do amor.

Na primeira mensagem às sete igrejas do Apocalipse, lemos um forte chamado de retorno ao “primeiro amor”. “Tenho, porém, contra ti que abandonaste [afekas] o teu primeiro amor [agapenproten]” (Apocalipse 2:4). Apesar de serem elogiados por Cristo por suas obras, labor, perseverança, zelo doutrinário e resistência diante das maiores provações, os efésios tinham perdido seu “primeiro amor”. Note que eles não estavam no processo de perder, ou quase perdendo, mas já o haviam perdido, como indicam os tempos verbais de “abandonar”, tanto no grego (aoristo) quanto na tradução (pretérito perfeito), que expressam uma ação acabada. É possível que, na luta contra “lobos vorazes”, com seus falsos ensinos, os efésios tinham perdido de vista o mais importante. O problema não era tanto uma corrosão teológica, mas uma perda de essência.

Os cristãos da capital da Ásia Menor haviam recebido a mensagem do evangelho de braços abertos, mas após algumas décadas sua religião estava se tornando “legalista e sem amor”[1]. Talvez, a pressão dos falsos ensinadores tenha desviado o coração de alguns membros e gerado um clima faccioso na Igreja.[2] Na luta contra os falsos ensinos, a Igreja se esqueceu de viver os verdadeiros. Perdeu de vista o agapē, o amor-princípio que vem de Deus – o mesmo tipo de amor mencionado por Jesus e por João, como vimos. Os efésios não tinham perdido apenas o amor que vem de Deus, mas estavam perdendo o amor a Ele e, sem dúvida, o amor tanto pelos de dentro quanto pelos de fora.

A situação particular daquela igreja representava o quadro maior do fim da primeira e mais pura fase do cristianismo: uma igreja fervorosa, doutrinariamente saudável, mas que, ao fim do primeiro século, dava mostras de fadiga. Tinha algum amor, mas não como o “primeiro”. Seu amor a Deus e a Cristo estava se arrefecendo. Em relação aos últimos contemporâneos de Jesus, João entre eles, as novas gerações de cristãos deixavam a desejar.

Cristo, então, vai direto ao ponto: “Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas” (Apocalipse 2:5). Três verbos marcam o conselho de Jesus, que serve muito bem para nós, hoje: (1) A igreja precisa se lembrar em que ponto de sua jornada espiritual perdeu seu primeiro amor; (2) também deve se arrepender de seu desvio; e (3) tem que voltar “à prática das primeiras obras”. O amor tem que ver com ação, com a prática de boas obras (Efésios 2:10; Tito 2:7, 14; 3:8; Hebreus 10:24; 1 Pedro 2:12) e não só com teorias ou belos discursos vazios de atitude.

Dias atrás visitei parentes que não pertencem à nossa fé, de uma forma especial: pregando numa igreja próxima da casa deles. Vários foram ao culto e apreciaram a mensagem de exortação e consolo. À tarde, pude visitar alguns desses parentes e conversar com eles. José, um primo que tem paixão pela natureza e pela fé cristã, tinha acabado de chegar de um trabalho em favor de moradores de rua do centro de São Paulo. Ele e um grupo de sua igreja cortam os cabelos e fazem a barba dos moradores de rua, levam-lhes alimentos, limpam suas feridas e aplicam curativos, entre outros serviços.

Naquele dia frio, José me contou que haviam sido pegos de surpresa por uma chuva. Porém, ele compartilhou algo marcante: “Diogo, não sou muito da liturgia; gosto mais de ajudar as pessoas”. José estava onde muitos de nós deveríamos estar. Nossa profissão de fé e adoração se tornam genuínas quando são o clímax da celebração de uma vivência cristã em amor ao longo da semana.

Se a igreja do primeiro século precisava voltar ao primeiro amor, a igreja da era do gelo moral, muito mais. Embora muitas pregações e iniciativas sejam louváveis, precisamos da rara combinação entre uma doutrina sadia, fundamentada na Bíblia, associada a uma fé genuína e impulsionada ao amor prático. As características do povo de Deus nos últimos não se resumem na pregação dos verdadeiros mandamentos de Deus e a fé em Jesus, mas na prática da lei (Apocalipse 12:17; 14:12). Só o amor divino em corações humanos pode aquecer pessoas em meio ao individualismo congelante deste mundo. A iniquidade esfria o amor de muitos, mas não de todos.

Diogo Cavalcanti (via Apocalipses)

[1] Stefanovic, Ranko, Revelation of Jesus Christ. 2 ed. Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2009, p. 118.

[2] Nichol (ed.), Francis D. Comentário Bíblico Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, vol. 7, p. 823.

domingo, 17 de março de 2019

Uma reflexão sobre as tragédias que marcaram a semana

Parece consenso que o ano de 2019 tem sido um ano de tragédias muito frequentes. Isso não é estatístico, é simplesmente intuitivo, até porque é difícil mensurar uma tragédia. O que faria uma fatalidade ser mais trágica que a outra? O número de mortos? Cada vida tem valor inestimável. A maldade humana? Alguns desastres são resultado da ganância do ser humano, não necessariamente da intenção direta de destruir vidas. A extensão dos estragos? Quase sempre aqueles que têm menos são os mais atingidos e os que mais perdem nas calamidades. Perdem pouco em valor material, mas pedem tudo o que têm.

Numa única semana, é difícil elencar a quantidade de fatalidades. No domingo, 157 pessoas morreram com a queda de um avião na Etiópia. As chuvas intensas na metrópole de São Paulo causaram a morte de 13 pessoas. Só na segunda-feira, 11, choveu na cidade o que se esperava que chovesse em todo o mês de março. Na terça-feira, 12, o destaque noticioso foi para os apagões na Venezuela, uma crise econômica e política que tem forçado muita gente a tentar fugir do país, o que acaba provocando repressão e violência próximo às fronteiras com as nações vizinhas. Na quarta-feira, 13, dois jovens “armados até os dentes”, isto é, com armas de fogo e outros instrumentos de violência menos sofisticados, provocaram um massacre em uma escola pública na cidade de Suzano, no estado de São Paulo, antes de tirarem a própria vida. Na quinta-feira, 14, o ciclone tropical Idai atingiu Moçambique e Malaui, dois dos países mais pobres do mundo, causando 122 mortes e deixando quase um milhão de pessoas desabrigadas. No mesmo dia ocorreu a queda de um edifício na Nigéria, que deixou dezenas de mortos, sendo muitas crianças. Na sexta-feira, 15, terroristas entraram simultaneamente em um templo religioso lotado para o culto e em um centro cultural associado ao templo em Christchurch, Nova Zelândia, e dispararam armas de fogo, matando 49 pessoas e ferindo pelo menos outras 48.

Enquanto escrevo o texto, a semana nem terminou e já foi possível apontar uma tragédia para cada dia. Alguns desastres foram provocados pela irresponsabilidade de alguns profissionais. Outros surgiram pela revolta da natureza, agredida e alterada pela ação gananciosa do ser humano. Os mais pobres são geralmente as vítimas mais frequentes nos desastres; as más condições de vida em que vivem neste mundo em que uns têm tanto e outros têm tão pouco os deixam desprotegidos na hora da calamidade. O ódio irracional, o racismo e a xenofobia instigam massacres. O totalitarismo faz nações sofrerem na mão de déspotas que pouco se importam se o povo governado por eles carece dos artigos mais elementares para a sobrevivência e o conforto. E, o mais revoltante de tudo, algumas mortes não são explicadas pelo amor ao dinheiro e ao poder, nem pelo ódio a quem é diferente. Alguns matam e ferem simplesmente pelo bizarro prazer de matar e ferir.

O articulista Rodrigo Constantino, ao comentar o massacre de Suzano, uma das várias desgraças desta semana, apontou, entre as várias possíveis motivações para comportamentos extremamente violentos, “o niilismo, a falta de sentido mais elevado para suas vidas, as famílias desestruturadas, jovens drogados como consequência disso, a ausência divina que costumava preencher o vazio existencial de muita gente no passado. A vida humana não é mais sagrada, foi banalizada.”

Todas as infelicidades que atingem o mundo têm sua raiz no coração do ser humano (Mt 15:19; Mc 7:23; Gl 5:19-21). Direta ou indiretamente, a atitude negativa de alguns atinge a toda a humanidade. Isso acontece porque o homem é o responsável pelo planeta em que vive (Gn 1:28). Não só pelos recursos naturais, mas também pela vida dos demais membros da família humana. Na apuração da primeira morte trágica da história, Deus perguntou ao assassino Caim sobre seu irmão Abel, morto por ele. A resposta de Caim foi uma pergunta debochada: “Não sei; por acaso sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4:9). Sim, Caim, você é guardador do seu irmão. Todos nós somos responsáveis pela vida de nosso irmão.

Sentimentos e atitudes destrutivas têm o potencial de surgir como ervas daninhas no solo do coração humano. Todos temos o germe do pecado em nosso ser (Rm 3:12-18). O simples descuido faz brotar um matagal de pensamentos deletérios. O mal latente pode ser irrigado com a exposição à violência e a sedução da cobiça. Em um determinado momento, não há espaço para o amor e o respeito ventilar dentro do coração. A alma se torna um território selvagem. As consequências de deixar crescer os espinhos são fatais. A indiferença, a irresponsabilidade, a ganância e a maldade estão grandes o suficiente para espetar e ferir o próximo.

Em sua sabedoria, Deus estabeleceu um protocolo eficaz para evitar o surgimento, em seu nível mais incipiente, de tragédias como as desta semana. Se todos os desastres têm sua origem mais remota na maldade e na cobiça, sentimentos que brotam no interior do coração humano, é neste nível que o mal precisa ser combatido. As ervas daninhas da natureza má, que todos temos latente, não podem receber nutrição, enquanto as flores e os frutos da natureza boa, plantada por Cristo na vida por ocasião da conversão a Ele, precisam ser cultivados. “Como é que se alimentam as naturezas? Através dos cinco sentidos. Tudo o que entra em nossa mente através dos sentidos é alimento para uma ou outra natureza. Especialmente aquilo que vem através da visão e da audição. Este é o motivo pelo qual precisamos ser cuidadosos na escolha dos programas a que assistimos, dos filmes que vemos, das revistas e livros que lemos, das músicas que ouvimos e das conversas que participamos” (Alejandro Bullón, Conhecer Jesus é Tudo, 2015, p. 45). 

A Bíblia orienta: “Aquele que anda em justiça e fala o que é reto; que despreza o ganho da opressão; que, com um gesto de mãos, recusa aceitar suborno, que tapa os ouvidos, para não ouvir falar de homicídios, e fecha os olhos, para não ver o mal. Este habitará nas alturas; as fortalezas das rochas serão o seu alto refúgio […]. Os olhos de vocês verão o Rei na Sua formosura, verão a terra que se estende até longe” (Is 33:15-17).

Não é simplismo tentar resolver as grandes tragédias no nível do coração. As evidências têm demonstrado que não se pode subestimar o potencial violento de jovens e adultos que gastam horas consumindo conteúdo violento, que se entretém com jogos eletrônicos violentos e que se associam a grupos de ódio. Não se pode menosprezar o potencial deletério da irresponsabilidade de quem está operando uma máquina ou que supervisiona uma construção, uma irresponsabilidade alimentada pela indiferença com a vida e pela mesquinhez. As grandes tragédias surgem como pensamentos e sentimentos, e substituir pensamentos e sentimentos negativos por pensamentos e sentimentos positivos é o protocolo divino para evitar fatalidades.

Cristo nos diz: “Finalmente, irmãos, tudo o que é puro, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o pensamento de vocês. O que também aprenderam, receberam e ouviram de Mim, o que viram em Mim, isso ponham em prática; e o Deus da paz estará com vocês” (Fp 4:9). Alimentar o espírito humano com reflexões a respeito da bondade, da mansidão e do amor vistos em Jesus é a única estratégia eficaz para prevenir tragédias.

Fernando Dias (via Revista Adventista)

sexta-feira, 15 de março de 2019

Como as notícias sobre violência afetam nossa mente?

É indiscutível que os meios de comunicação de massa tornam o acesso a informações de todas as partes do mundo praticamente instantâneo, mas como lidar com todas essas notícias, especialmente as sobre violência? Enquanto alguns autores e especialistas defendem que essa exposição exagerada está deixando a população anestesiada e insensível em relação a esses temas, outros observam que esse tipo de notícia causa ansiedade e até depressão em outras pessoas. 

Um grupo de pesquisadores da Universidade de Bradford (Inglaterra) relatou em um congresso de psicologia que a exposição a imagens violentas nas redes sociais pode causar sintomas semelhantes ao transtorno de estresse pós-traumático. Esse transtorno é definido como uma reação emocional persistente a um evento traumático que trouxe grande impacto na vida de uma pessoa.

Segundo a psicóloga e diretora do departamento de Transtornos de Ansiedade da Universidade de Columbia (EUA) Anne Marie Albano, uma das maiores preocupações dos psicólogos é que as pessoas fiquem com tanto medo que se fechem em um mundinho solitário em busca da sensação de segurança. Albano sugere diminuir o tempo de exposição aos meios de comunicação. 

Se você tem filhos, a Associação Americana de Psicologia recomenda conversar com eles sobre como estão se sentindo em relação às notícias violentas. Afinal de contas eles também prestam atenção nos meios de comunicação e nas conversas dos adultos com quem convivem. 

A Palavra de Deus diz: "O que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue, e fecha os seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas" (Isaías 33:15, 16). E Ellen White também nos deixou importantes conselhos para que evitemos ter acesso a esse tipo de notícias:

"Devemos fazer todo o possível para nos colocarmos, e a nossos filhos, em posição onde não vejamos a iniquidade que é praticada no mundo. Devemos guardar cuidadosamente nossa habilidade de ver e ouvir, para que essas coisas más não entrem em nossa mente. Quando os jornais chegam em casa, quase desejo escondê-los, para que as coisas ridículas e sensacionalistas não sejam vistas. Parece que o inimigo é responsável por muitas coisas que aparecem nos jornais. Todo mal que pode ser encontrado é descoberto e desnudado perante o mundo." (Fundamentos do Lar Cristão, p. 133)

"Satanás está empregando todos os meios para tornar populares o crime e o vício aviltante. A mente é educada de maneira a familiarizar-se com o pecado. A conduta seguida pelos que são baixos e vis é posta perante o povo nos jornais do dia, e tudo que pode provocar a paixão é trazido perante eles em histórias excitantes. Ouvem e leem tanto acerca de crimes aviltantes que a consciência, que já fora delicada, e que teria recuado com horror de tais cenas, se torna endurecida, e ocupam-se com tais coisas com ávido interesse." (Patriarcas e Profetas, p. 336)

"Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás, devem guardar bem as vias de acesso à mente; devem-se esquivar de ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensamentos impuros. Não devem permitir que a mente se demore ao acaso em cada assunto que o inimigo possa sugerir. O coração deve ser fielmente guardado, pois de outra maneira os males externos despertarão os internos, e a mente vagará em trevas." (Fundamentos do Lar Cristão, p. 133)

“As condições do mundo mostram que estão iminentes tempos angustiosos. Os jornais diários estão repletos de indícios de um terrível conflito em futuro próximo. Roubos ousados são ocorrência frequente. As greves são comuns. Cometem-se por toda parte furtos e assassínios. Homens possuídos de demônios tiram a vida a homens, mulheres e crianças. Os homens têm-se enchido de vícios, e campeia por toda parte toda espécie de mal.” (Serviço Cristão, p. 57)

"Sabes que nosso corpo é composto do alimento que assimila. Ora dá-se o mesmo com a nossa mente. Se fazemos a mente demorar-se nas coisas desagradáveis da vida, não teremos nenhuma esperança. Precisamos demorar-nos nas cenas prazenteiras do Céu." (Manuscrito 7, 1888)

"Em confiar continuamente em Deus há segurança; não haverá o constante temor de um mal futuro. Esse cuidado e ansiedade tomados emprestados, cessarão. Temos um Pai celestial que cuida de Seus filhos, e deseja tornar, e tornará, Sua graça suficiente em todos os tempos de necessidade." (Testimonies, vol. 2, p. 72)

quarta-feira, 13 de março de 2019

Ellen White e a violência nos últimos dias

Um adolescente e um homem encapuzados mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano (SP), por volta das 9h30 desta quarta-feira (13), e cometeram suicídio em seguida. O tio de um deles, dono de loja próxima, foi baleado antes e depois morreu. A dupla usou revólver, arco e flecha e machado no massacre. Somente nos últimos meses, vimos aviões caindo, trens se chocando, inundações, tráfico, corrupção, crimes ambientais... e a violência aumentando. Estamos vivendo em um mundo sem sentido do qual o Espírito Santo vai Se retirando paulatinamente. E há mais de um século, Ellen G. White parece ter assistido aos noticiários de nossos dias. Vejamos o que ela disse:

"Vivemos em meio de uma epidemia de crime, diante da qual ficam estupefatos os homens pensantes e tementes a Deus em toda parte. A corrupção que predomina está além da descrição da pena humana. Cada dia traz novas revelações de conflitos políticos, de subornos e fraudes. Cada dia traz seu doloroso registro de violência e ilegalidade, de indiferença aos sofrimentos do próximo, de brutal e diabólica destruição de vidas humanas. Cada dia testifica do aumento da loucura, do assassínio, do suicídio. Quem pode duvidar que instrumentos satânicos se achem em operação entre os homens, numa atividade crescente, para perturbar e corromper a mente, contaminar e destruir o corpo?" (A Ciência do Bom Viver, p. 142) 

"Mais e mais claro está se tornando que os habitantes do mundo não estão em harmonia com Deus. Nenhuma teoria científica pode explicar a firme marcha de obreiros iníquos sob o comando de Satanás. Em toda multidão, anjos ímpios estão em operação, instando homens a cometer atos de violência. A perversidade e crueldade dos homens alcançarão tal atitude que Deus Se revelará em Sua majestade. Muito em breve a impiedade do mundo terá atingido seu limite e, como nos dias de Noé, Deus derramará os Seus juízos." (Olhando Para o Alto, Meditações Matinais, 1983, p. 328) 

"Foi-me mostrado que o Espírito do Senhor está-Se retirando da Terra. O poder mantenedor de Deus logo será recusado a todos os que continuam desrespeitando os Seus mandamentos. Os relatos de transações fraudulentas, homicídios e crimes de toda a espécie chegam até nós diariamente. A iniquidade está-se tornando uma coisa tão comum que não ofende mais as suscetibilidades como em tempos passados." (Carta 258, 1907) 

"Em todo o mundo, as cidades estão se tornando viveiros de vícios. Por toda parte se vê e ouve o que é mau, e encontram-se estimulantes à sensualidade e ao desregramento. Avoluma-se incessantemente a onda da corrupção e do crime. Cada dia oferece um registro de violência: roubos, assassínios, suicídios e crimes inomináveis." (A Ciência do Bom Viver, p. 363) 

“O espírito de anarquia está invadindo todas as nações, e as explosões sociais que de tempos em tempos provocam horror ao mundo não são senão indicações dos fogos contidos das paixões e ilegalidades, os quais, havendo escapado à sujeição, encherão a Terra com miséria e ruína. O quadro que a Inspiração nos deu do mundo antediluviano representa mui verdadeiramente a condição a que rapidamente a sociedade moderna caminha. Mesmo agora, no século presente, e nos países que professam ser cristãos, cometem-se crimes diariamente, tão negros e terríveis como aqueles pelos quais os pecadores do velho mundo foram destruídos." (Serviço Cristão, p. 54) 

“As condições do mundo mostram que estão iminentes tempos angustiosos. Os jornais diários estão repletos de indícios de um terrível conflito em futuro próximo. Roubos ousados são ocorrência frequente. As greves são comuns. Cometem-se por toda parte furtos e assassínios. Homens possuídos de demônios tiram a vida a homens, mulheres e crianças. Os homens têm-se enchido de vícios, e campeia por toda parte toda espécie de mal.” (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 280) 

"O Senhor está retirando da Terra Suas restrições e breve haverá morte e destruição, crescente criminalidade, e cruéis e maus intentos contra os ricos, os quais se exaltaram contra os pobres. Os que estão sem a proteção de Deus não encontrarão segurança em lugar nenhum nem em posição alguma. Os agentes humanos estão-se preparando e usando sua faculdade inventiva para fazer funcionar o mais poderoso aparelhamento para ferir e matar." (Testimonies, vol. 8, p. 50, 1904) 

"Os terríveis relatos que ouvimos de homicídios e roubos, e atos de violência, declaram que o fim de todas as coisas está próximo. Agora, agora mesmo, precisamos estar nos preparando para a segunda vinda do Senhor." (Carta 308, 1907) 

"Na grande obra de finalização, nos defrontaremos com perplexidades que não saberemos contornar, mas não nos esqueçamos de que as três grandes potestades do Céu estão atuando, que a divina mão está posta ao leme, e Deus fará cumprir os Seus desígnios." (Evangelismo, p. 65)

Mateus 24:12 diz que “por se multiplicar a iniquidade, o amor se esfriará de quase todos”, mas no verso 13 encontramos outra fórmula atual: “Aquele, porém, que perseverar até o fim, esse será salvo”. Resumindo, somos chamados a perseverar em Cristo, nossa única esperança, e que nos prometeu um mundo novo e sem violência. Você pode acreditar.

terça-feira, 12 de março de 2019

7 coisas para as quais você nunca deve olhar

1. Nunca olhe para nada que o impeça de obedecer a Deus. “E se o seu olho o fizer tropeçar, arranque-o e jogue-o fora. É melhor entrar na vida com um só olho do que, tendo os dois olhos, ser lançado no fogo do inferno” (Mateus 18:9). "Um só mau traço de caráter, um só desejo pecaminoso acariciado neutralizarão finalmente todo o poder do evangelho. As dores do dever e os prazeres do pecado são as cordas com que Satanás prende os homens em seus ardis. Os que preferem morrer a praticar um mau ato, são os únicos que serão achados fiéis (Maranata, p. 79).

2. Nunca olhe para coisas inúteis. “Desvia os meus olhos das coisas inúteis; faze-me viver nos caminhos que traçaste” (Salmo 119:37). "Deus deu aos homens olhos, para que vejam as maravilhas da Sua lei" (O Lar Adventista, p. 401).

3. Nunca olhe para as atrações do mundo. “Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do mundo” (1 João 2:16). "A concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos, e a soberba da vida estão controlando homens e mulheres. Satanás está em atuação, mesmo entre os filhos de Deus, a fim de causar desunião. O egoísmo, a corrupção e o mal de toda sorte, estão se apoderando firmemente dos corações. Muitos negligenciam a preciosa palavra de Deus. Aquilo que excita a imaginação é devorado rapidamente, ao passo que é posta de lado a Palavra de Deus" (Nos Lugares Celestiais, p. 318).

4. Nunca olhe para o lado escuro da vida. “Os olhos são a candeia do corpo. Quando os seus olhos forem bons, igualmente todo o seu corpo estará cheio de luz. Mas quando forem maus, igualmente o seu corpo estará cheio de trevas” (Lucas 11:34). "Não olhemos ao lado escuro. Cultivemos a disposição animosa do espírito" (Carta 208, 1903).

5. Nunca olhe para os outros. Este é um dos segredos da vitória cristã. Nunca olhe para o irmão ao lado. Se ele é hipócrita ou não cumprimentou você, ou falou mal de você, ou não vive o que prega, “que te importa a ti? Segue-Me tu”, é a ordem de Jesus. "O próprio ato de olhar para o mal nos outros, desenvolve o mal em quem olha" (A Ciência do Bom Viver, p. 492)

6. Nunca olhe para seus próprios sentimentos. "Muitos cometem em sua vida religiosa um erro sério, por manterem a atenção fixa nos sentimentos próprios, julgando assim seu progresso ou declínio. Os sentimentos não são critério seguro. Não devemos olhar para nosso interior em busca de prova de nossa aceitação para com Deus. Aí nada encontraremos senão para nos desanimar. Os que olham para dentro de si mesmos em busca de conforto, fatigar-se-ão e ficarão decepcionados. Nossa única esperança está em olhar a 'Jesus, Autor e Consumador da fé' (Hb 12:2). NEle há tudo quanto possa inspirar esperança, fé e ânimo. Ele é nossa justiça, nossa consolação e regozijo." (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 59).

7. Nunca olhe para trás. “Olhe sempre para frente, mantenha o olhar fixo no que está diante de você” (Provérbios 4:25). Nada resolve olhar para trás, rememorando um passado de erros e fracassos. Todos nós erramos, mas Deus, como Pai, em Sua infinita misericórdia já nos perdoou. Agradeça a Deus pelas oportunidades que estão diante de você, e encare a vida com fé, coragem e muito otimismo! "Somos muito inclinados a olhar aos obstáculos como impossibilidades. Ter fé nas promessas de Deus, ir à frente pela fé, prosseguir sem ser governado pelas circunstâncias, é uma lição de difícil aprendizado. Entretanto é positiva necessidade que todo filho de Deus aprenda esta lição" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 533)