sexta-feira, 28 de junho de 2019

Política na igreja: A administração moral do poder

A política geralmente traz consigo uma conotação negativa. Normalmente se pensa que a atividade política envolve uma conduta ética comprometida, distorção da verdade, endosso temporário de grupos de interesses especiais e intensas críticas sobre os pontos de vista e caráter dos oponentes. Se você é identificado como um “líder político”, provavelmente não vê isso como um elogio.

Falar de “política na igreja” envolve dizer que há um elemento estranho na organização, que serve para minar a esperada pureza do processo e o foco definido na missão. Muitos preferem pensar que a igreja deve estar acima da política. Este artigo afirma que a política é uma parte necessária da vida em comunidade – até mesmo na vida da igreja – e que os princípios espirituais devem nortear a administração do poder.

As sociedades, com exceção das ditaduras, operam com base na política. Toda organização precisa de um sistema de estrutura e autoridade. A política é o processo de organizar a distribuição do poder e o ambiente para o controle de valores na sociedade. Caso contrário, a vida se torna uma busca pela sobrevivência por meio da força bruta. Na sociedade civilizada, a política é uma característica necessária da vida com os outros.

A política ganhou uma imagem um tanto negativa por causa do comportamento e de práticas questionáveis empregadas por pessoas ou grupos que advogam causas e ideologias específicas. Um martelo pode ser usado para pregar um prego que prende dois pedaços de madeira. Ou o martelo pode ser usado para quebrar uma janela e facilitar a entrada do ladrão que vai roubar uma casa, ou ainda para ferir um oponente. A política, da mesma maneira, pode ser usada para propósitos bons ou corruptos.

A igreja também emprega procedimentos políticos para determinar quem tem autoridade e como a organização funcionará. A igreja é uma organização dinâmica, não estática. Ela opera em um ambiente de mudanças e emprega processos políticos para permanecer relevante.

A política é necessária na igreja! A necessidade urgente é de que os membros e líderes da igreja saibam como usar a política de maneira ética e sábia; evitar o mau uso intencional ou acidental da política; e garantir que os processos políticos resultem em bem para toda a igreja.

Essa abordagem levanta imediatamente considerações éticas e morais. Como cristãos, não podemos simplesmente ignorar a espiritualidade quando pensamos em política. Eugene Peterson faz uma importante observação a respeito das implicações políticas da liderança: “Tendo em vista que a liderança é necessariamente um exercício da autoridade, ela facilmente se torna um exercício do poder. Mas, assim que isso acontece, ela começa a causar danos tanto ao líder quanto ao liderado" (The Message: The New Testament, Psalms, and Proverbs).

A política é um elemento necessário e apropriado na vida da igreja. Mas a política da igreja deve ser estruturada em uma plataforma ética bastante diferente daquela que geralmente prevalece na sociedade.

COMO OS LÍDERES CRISTÃOS DEVEM AGIR?
Quais são os comportamentos políticos apropriados para os líderes em uma organização religiosa? O que constitui o processo político na igreja?

Presume-se que cada líder em uma organização cristã vá exercer sua função com base nos valores espirituais vindos de um crescente relacionamento espiritual com Jesus. Assim, espera-se que cada líder reflita a imagem de Cristo em todo o tempo. Entretanto, todo líder necessita reconhecer quão fácil é permitir que questões pessoais influenciem o comportamento de um líder.

Uma das tarefas mais difíceis da liderança é a pessoa ser honesta consigo mesma diante de Deus. É muito simples usar a linguagem espiritual e uma capa de piedade religiosa para camuflar os interesses pessoais. O primeiro comportamento político da liderança é estar em paz com Deus e manter esse relacionamento. Ao assim fazer, dará mostras de seu comportamento, influenciará a conduta e levará reflexão moral às próprias meditações. Quando os líderes cuidam em manter sua vida particular com Deus, sua vida pública cuidará de si mesma.

Em sua carta à igreja em Corinto, Paulo lembrou: “Eu mesmo, irmãos, quando estive entre vocês, não fui com discurso eloquente nem com muita sabedoria para lhes proclamar o mistério de Deus. Pois decidi nada saber entre vocês, a não ser Jesus Cristo, e este, crucificado. E foi com fraqueza, temor e com muito tremor que estive entre vocês. Minha mensagem e minha pregação não consistiram de palavras persuasivas de sabedoria, mas consistiram de demonstração do poder do Espírito, para que a fé que vocês têm não se baseasse na sabedoria humana, mas no poder de Deus” (1 Coríntios 2:1-5).

Pressupondo que a vida pessoal dos líderes com Deus recebe os devidos cuidados, há várias formas de comportamento que ilustram seu envolvimento de forma apropriada na vida política da organização. Essas formas de comportamento incluem:

- Um registro do compromisso com a transparência.

- Honestidade e integridade – viver o que prega. As pessoas vão discernir as características repetitivas dos atos da liderança e tirarão conclusões a respeito do caráter e dos motivos.

- Preocupação deliberada pela conformidade e justiça.

- A humildade, combinada com a autoconsciência de que ninguém está certo todo o tempo.

- Compromisso de servir em vez de receber honras.

- Respeito e civilidade para com os oponentes.

- Coragem para resistir aos grupos de interesses especiais.

- Sistema integrado de pensamento – compreensão de como tudo está conectado.

- Disposição de ouvir outras perspectivas.

- Compromisso com a não violência e meios pacíficos.

- Buscar habitualmente colaboração e parceria.

- Atenção constante para com a construção da verdade.

- Respeito constante pela diversidade.

AMBIENTE POLÍTICO: ESTABELECIMENTO E MONITORIZAÇÃO
Como uma organização (como é a igreja) pode estabelecer e monitorar seu próprio ambiente político e processos relacionados para que não seja precisamente descrita como uma “organização política”?

Qualquer esforço válido – seja espiritual, político, econômico, acadêmico ou caritativo – necessita de um sistema de organização para existir por qualquer período de tempo e alcançar os objetivos compensadores. A igreja é uma organização tanto religiosa como política. Ao longo dos séculos, seu foco na missão e na exaltação de Jesus como seu líder a têm elevado acima da política comum.

No entanto, compete às organizações da igreja garantir que o caráter de sua atividade política venha conferir credibilidade à sua proclamação. As seguintes práticas, no mínimo deveriam estar evidentes, de imediato:

- Procedimentos claramente definidos (ou seja, constituições e estatutos, políticas e práticas).

- Composição dos representantes dos grupos de tomada de decisão.

- Distribuição da autoridade cuidadosamente designada e documentada.

- Procedimentos e disposição para manter líderes responsáveis.

- Dialogar/escutar o suficiente antes de as decisões serem tomadas.

- Verificação das informações em vez de confiar em rumores e pressuposições.

- Respeito pelo papel exercido por uma imprensa independente.

- Uso apropriado da tecnologia na comunicação. (A tecnologia pode ser mal-utilizada como um meio de ampliar a política.)

- Comunicação das informações em tempo hábil.

- Reconhecimento do princípio da autoridade majoritária enquanto se preserva o respeito pelas necessidades e opiniões das minorias. A maioria nem sempre está certa.

- Submissão pessoal dos membros e dos grupos de líderes ao senhorio de Jesus Cristo.

- Honestidade quanto às motivações pessoais.

- Sensibilidade para com a diversidade, incluindo o impacto da cultura, geografia e circunstâncias locais.

- Processos de tomada de decisão que envolvam e dependam da oração, reflexão espiritual e discernimento dirigido pelo Espírito.

CONCLUSÃO
A política, mesmo na igreja, é inevitável. Embora a política possa ser facilmente corrompida e mal utilizada para fins partidários ou pessoais, os líderes e organizações podem empregar a política de maneira apropriada.

Quando aplicada no contexto do evangelho, a política pode levar à paz, à reconciliação e ao avanço da missão, em vez de promover a dissensão e a divisão.

A tendência humana é a de exercer poder e autoridade, pelo menos em certo grau, no interesse de si mesmo – o desejo de ser o primeiro, de subir a escada do sucesso, de derrotar os competidores, de ser considerado poderoso, de obter prestígio e louvor. Uma liderança semelhante à de Cristo significa exercer o poder e autoridade para o bem dos outros. Os líderes cristãos não abandonam o uso da autoridade, mas, ao contrário, exercem seu poder com base no serviço sacrificial para o bem de outros.

Lowell C. Cooper (via Diálogo Universitário)

quinta-feira, 27 de junho de 2019

Um apelo aos membros preguiçosos da igreja

É um mistério que não haja centenas de pessoas trabalhando onde hoje vemos apenas uma. O universo celeste acha-se pasmo em face da apatia, da frieza, da indiferença daqueles que professam ser filhos e filhas de Deus. Existe na Verdade um poder vivo. 

Jamais poderemos ser salvos na indolência e inatividade. Não há pessoa verdadeiramente convertida que viva vida inútil e ociosa. Não nos é possível deslizar para dentro do Céu. Nenhum preguiçoso pode lá entrar. Quem recusa cooperar com Deus na Terra, não cooperaria com Ele no Céu. Não seria seguro levá-los para lá. 

Todo o Céu olha com intenso interesse à igreja, para ver o que seus membros estão individualmente fazendo para iluminar os que estão em trevas.

Deveis considerar solenemente que estais tratando com o grande Deus, e deveis lembrar-vos sempre de que Ele não é uma criança com quem se brinque. Não podeis empenhar-vos em Seu serviço de acordo com sua vontade, e abandoná-lo quando muito bem o quereis. 

Seres celestiais têm esperado para cooperar com os instrumentos humanos, mas não temos discernido sua presença. Os anjos celestiais têm esperado longamente que os agentes humanos - os membros da igreja - com eles cooperem na grande obra a ser feita. Eles estão esperando por ti.

Muitos, muitos, se estão aproximando do dia de Deus sem fazer coisa alguma, eximindo-se às responsabilidades, e em resultado, são anões religiosos. No que respeita à obra de Deus, as páginas da história de sua vida apresentam-se lamentavelmente em branco. São árvores no jardim de Deus, mas apenas ocupam o terreno, ensombrando com seus improdutivos ramos o solo que árvores frutíferas poderiam ter ocupado. 

Há perigo para os que fazem pouco ou nada para Cristo. A graça de Deus não habitará por muito tempo na alma daqueles que, tendo grandes privilégios e oportunidades, permanecem silenciosos. 

Não há agora tempo para dormir - não há tempo para nos entregarmos a vãos pesares. Aquele que ousa cochilar agora, perderá preciosas oportunidades de fazer o bem. É-nos concedido o bendito privilégio de reunir molhos na grande ceifa; e cada alma salva será uma estrela a mais na coroa de Jesus, nosso adorável Redentor. Quem estará ansioso por depor a armadura quando, sustentando a batalha um pouquinho mais, alcançará novas vitórias e arrecadará novos troféus para a eternidade? 

Os mensageiros celestiais estão fazendo sua obra; mas, que estamos nós fazendo? Irmãos e irmãs, Deus nos convida a remirmos o tempo. Aproximai-vos de Deus. Despertai o dom que há em vós. Que aqueles que tiveram oportunidade de se familiarizar com as razões de nossa fé usem agora esse conhecimento para alguma finalidade. 

Como podereis vós, que fazeis a oração do Senhor: "Venha o Teu reino, seja feita a Tua vontade, assim na Terra como no Céu" (Mt 6:10), assentar-vos comodamente em vossos lares, sem ajudar a levar a outros a tocha da verdade? Como podereis erguer as mãos a Deus e rogar Suas bênçãos sobre vós e vossas famílias, quando tão pouco fazeis para ajudar aos outros?

Há entre nós pessoas que, se tomassem tempo para observar, considerariam sua posição indolente como um descuido pecaminoso dos talentos que Deus lhes conferiu. Irmãos e irmãs, vosso Redentor e todos os santos anjos estão entristecidos com a vossa dureza de coração. Cristo deu Sua própria vida para salvar almas e, não obstante, vós, que Lhe haveis provado o amor, pouco esforço fazeis para partilhar as bênçãos de Sua graça com aqueles por quem Ele morreu. Semelhante indiferença e negligência do dever assombra os anjos. No juízo tereis que encontrar-vos com as almas de que vos haveis descuidado. Naquele grande dia, sentir-vos-eis culpados e condenados. Oxalá o Senhor vos induza agora ao arrependimento e perdoe ao Seu povo o haver descuidado a obra que Ele lhes deu para fazerem em Sua vinha.

Que podemos dizer ao membro da igreja ocioso, a fim de fazer-lhe reconhecer a necessidade de desenterrar o seu talento e entregá-lo aos banqueiros?

Não haverá no reino dos Céus ociosos nem preguiçosos. Que Deus apresente este assunto em toda a sua importância às igrejas dormentes! Oxalá se levante Sião e vista as suas roupagens de gala! Oxalá resplandeça!

Existe uma obra a fazer em benefício daqueles que não conhecem a verdade, uma obra idêntica àquela que foi feita por vós quando vos acháveis em trevas. É demasiado tarde para dormir, tarde demais para ser indolentes que nada fazem. O Pai de família deu a cada um a sua obra. Avancemos, não retrocedamos. Necessitamos diariamente de uma nova conversão. Necessitamos que o amor de Jesus palpite em nosso coração, a fim de podermos ser instrumentos em salvar muitas almas.

O mundo tem de ser advertido da breve volta do Senhor. Temos apenas pouco tempo para trabalhar. Passaram para a eternidade anos que poderiam ter sido aproveitados para buscar primeiramente o reino de Deus e Sua justiça, e para difundir a luz aos outros. Deus agora convoca o Seu povo que possui grande luz e está firmado na verdade, e com o qual teve muito trabalho, para trabalharem por si mesmos e pelos outros como nunca dantes o fizeram. Fazei uso de toda aptidão; ponde em exercício toda faculdade, todo talento confiado; empregai toda a luz que Deus vos concedeu, para fazer bem aos outros. Não procureis tornar-vos pregadores, mas tornai-vos ministros de Deus.

Textos de Ellen G. White extraídos do livro Serviço Cristão, pp. 88-92.

quarta-feira, 26 de junho de 2019

Rumo ao porto seguro

A saga de milhares de famílias que estão deixando seus países de origem na tentativa de fugir da violência e da pobreza e em busca de uma vida melhor em outro lugar, ganhou novo fôlego hoje, acentuando o cenário caótico que atinge a região.

Um homem de El Salvador e uma criança de quase dois anos, pai e filha, morreram afogados quando tentavam atravessar o Rio Bravo na altura da cidade de Matamoros, que fica no estado de Tamaulipas, no México, tentando chegar aos Estados Unidos.

Os corpos foram encontrados na manhã da última segunda-feira, mas o incidente se deu no domingo, 23. Uma foto do pai e da filha foi registrada pela jornalista Julia Le Duc e comoveu o mundo. De acordo com a jornalista, que relatou o momento em que fez a foto ao jornal britânico The Guardian, a família salvadorenha aguardava na cidade mexicana de Matamoros a oportunidade de solicitar asilo nos Estados Unidos. Na tarde de domingo (23), o cozinheiro Óscar Martínez Ramírez, de 25 anos, decidiu que faria a travessia do rio.

A mulher dele e mãe da menina, Tania Vanessa Ávalos, contou ao jornal mexicano “La Jornada” que ele pegou a pequena Valeria nos braços, fez a travessia e a deixou em terra firme em segurança. Porém, ele voltou para ajudar a mulher. Ao ver o pai se afastar, a criança se jogou na água. Ele voltou e conseguiu segurá-la, mas não resistiu à forte correnteza. A mãe viu o momento em que os dois submergiram.

A tragédia chama atenção para a crise migratória na fronteira dos Estados Unidos. Em caravanas, hondurenhos, salvadorenhos e nicaraguenses fazem longas travessias a pé até chegar à fronteira com os Estados Unidos com o objetivo de pedir asilo político. Dados da Organização Internacional de Migração (OIM), referentes ao mês de maio de 2019, revelaram que mais de 40 pessoas morreram tentando atravessar o Rio Bravo.

Comparações à parte, essa busca por uma terra melhor me fez recordar o relato bíblico da saída dos hebreus do Egito, quando Deus agiu poderosamente para libertá-los da servidão e levá-los à terra da promessa. Primeiro, dez pragas forçaram um faraó obstinado a finalmente permitir que os israelitas deixassem o país. Depois, as águas do Mar Vermelho foram como violentos instrumentos de vingança contra soldados implacáveis que, sob a ordem do insolente rei, queriam manter seus prisioneiros. Horas mais tarde, centenas de corpos inertes na praia foram para Israel um sinal do “grande poder do Senhor contra os egípcios” (Êx 14:31). O sonho de Deus era levá-los à terra de Canaã precisamente após esse episódio, porém sua persistente incredulidade os manteve quarenta anos no deserto.

O livro de Josué fala da chegada dos hebreus à terra de Canaã e a divisão do território. Como afirma Ellen White, “os longos anos de suas vagueações pelo deserto haviam-se findado. Os pés de Israel estavam finalmente a pisar na terra prometida” (Profetas e Reis, p. 355). Ao longo da história da igreja cristã, essa experiência do povo de Israel tem sido usada como prenúncio da experiência do novo Israel. Porém, diferentemente dos imigrantes salvadorenhos rumo aos Estados Unidos, os quais saíram para uma terra que não lhes havia sido prometida e para a qual não lhes foi estendido qualquer convite, estamos seguindo para um lugar que nos pertence por um juramento pronunciado pelo próprio Deus (Hb 6:17-20).

Em uma reunião de despedida com os discípulos, Jesus lhes deu uma garantia que ainda hoje aquece o coração de muitos peregrinos: “Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E, quando eu for e vos preparar lugar, virei outra vez…” (Jo 14:1-3; grifos acrescentados).

Receosas com um possível aumento desordenado da população, as autoridades de alguns países estão preocupadas com o alto fluxo de imigrantes e estão fechando cada vez mais suas fronteiras, porém, na Canaã celestial há espaço suficiente para todos os refugiados deste mundo.

"Na Bíblia, a herança dos salvos é chamada um país. Há ali casas para os peregrinos da Terra. Estamos em caminho para casa. Aquele que nos amou de tal maneira que morreu por nós, construiu para nós uma cidade. A Nova Jerusalém é o nosso lugar de repouso. Não haverá tristeza na cidade de Deus. Nenhum véu de infortúnio, nenhuma lamentação de esperanças frustradas e afeições sepultadas serão jamais ouvidas" (Ellen G. White - O Lar Adventista, p. 543).

Fontes: G1 e Exame | Texto adaptado de Revista Adventista

terça-feira, 25 de junho de 2019

A igreja não é um parque de diversões

Para Henry H. Halley, ministro e autor evangélico na primeira metade do século 20, a maior fraqueza do protestantismo é a ausência dos membros nas reuniões da igreja. Isso, contudo, é agravado pela atitude de muitos dos que ainda frequentam os cultos, enfadados e negativos.

Por que tanta relutância em relação à igreja? A lista das razões pode ser longa, todas iniciadas com um “se”: “se o coral cantasse melhor”; “se a pianista tocasse mais alto”; “se a música fosse mais animada”; “se voltássemos a cantar os hinos antigos”; “se o pregador falasse apenas 20 minutos”; “se os bancos fossem mais confortáveis”; “se o serviço de som fosse melhor”; “se tivéssemos ar-condicionado”, etc. Pode você identificar-se com essas desculpas? O problema não está com a igreja, mas com a má compreensão dela.

A igreja não é primariamente um lugar para o qual vamos com a finalidade de sermos entretidos. Não é um local em que uma plateia se assenta de braços cruzados para assistir a um show. A igreja não apresenta um espetáculo aos sentidos, em que alguns “atores” devem se esforçar para agradar pessoas mal-humoradas. A igreja não é um lugar em que pessoas com carrancas de desaprovação dizem ao pregador que não estão gostando de seu desempenho. A igreja não é um parque de diversões para distrair pessoas enfadadas.

A igreja é primariamente um lugar de culto. Jesus disse: “A Minha casa será casa de oração.” (Lucas 19:46). A igreja, note bem, não é um lugar aonde você vai primariamente para receber qualquer coisa. Em vez disso, você vai oferecer seu louvor e sua adoração, oferecer a vida a Deus e aos outros, em serviço alegre e voluntário. Alguns perguntam: “O que tem a igreja para me oferecer?” Se tal pergunta não é feita em palavras, ela é manifestada em nossa atitude consumista, camuflada de cristianismo.

Acostumados a nos assentar passivamente diante da TV, vemos a igreja com o mesmo espírito. Mas, se estamos buscando um espetáculo, a igreja não pode competir com Hollywood, que, além de contar com tecnologia, recursos e estímulos para anestesiar os sentidos, manipula a natureza caída que se alimenta daquilo que é oferecido. A mensagem da igreja é precisamente contrária à nossa natureza básica, que precisa ser redimida e transformada. Gostaria de fazer algumas sugestões que poderiam tornar mais significativa sua ida à igreja para a adoração:

1. Comece orando na noite anterior à sua ida à igreja. Ore para que Deus fale a você pessoalmente por meio do sermão, da música, do estudo das Escrituras ou de qualquer outro aspecto do culto. Ore para que o pregador seja livre no Espírito. Livre do medo, da insegurança humana, das distrações. Ore para que a Palavra de Deus o alcance com poder, de forma clara, oportuna, efetiva e redentora. Ore pela conversão de alguém.

2. Vá à igreja para ter um encontro com Deus. Você percebeu quantos itens na lista dos “ses” estavam relacionados com Deus? Exatamente. Nenhum deles. Isso acontece porque permitimos que o culto esteja centralizado em nós. O culto tornou-se o que nós queremos, focalizado naquilo que nos satisfaz. O culto verdadeiro está relacionado com Deus. Vá à igreja com alegria, júbilo (Sl 100:2, 4), reverência e gratidão. Há pessoas que realmente vão à igreja para adorar, não para se distrair, ficar nos corredores, no saguão, nos degraus ou nas salas dos departamentos. Outras pessoas vão à igreja, mas nunca chegam até ela.

3. Antes de ir à igreja, faça uma lista de pelo menos dez coisas pelas quais você louva a Deus. Leve a lista com você. Quando chegar o instante da oração, medite nesses dons divinos. Reconheça que Deus é bom, que “toda boa dádiva e todo dom perfeito são lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança” (Tg 1:17). O louvor convida a presença de Deus. Leia 2 Crônicas 5:11-14. Imagine o espetáculo, como descrito nesse texto. O louvor convida a presença da glória de Deus. Mude o foco dos problemas ou das situações da vida para Aquele que resolve os problemas e muda situações adversas.

4. Leve caneta e papel para a igreja. Faça anotações. Não fique apenas assentado, esperando receber o alimento na boca. Leve sua Bíblia. Procure as passagens. Escreva os pontos e ideias principais do sermão. Isso ajudará você a ficar conectado. Faça um sumário do sermão para enviar a alguém que não tenha ido à igreja. Isso aumentará sua habilidade de ouvir Deus falando a você e abençoará outros.

5. Escolha os bancos na primeira metade da igreja. Por que muitos competem pelos últimos bancos? Indo ao teatro, no campo de esportes ou em qualquer espetáculo, as pessoas procuram se assentar o mais próximo possível do palco. As primeiras cadeiras custam mais caro. Os mais interessados querem estar perto da ação. Na igreja, muitos agem de forma inversa. Observadas as exceções, como pais com crianças pequenas e pessoas enfermas, os últimos lugares podem significar desinteresse ou falta de compromisso. Como professor, raríssimas vezes vi bons alunos nos últimos bancos. Se você se assentar atrás, possivelmente terá sua atenção distraída. Vá para a frente, onde aquilo que desvia a atenção é mínimo. Lá você pode ver melhor, ouvir melhor e receber a bênção que o Senhor tem para você.

6. Pense em ser uma bênção para os outros, em vez de meramente buscar uma bênção para você. Peça que Deus o desperte para alguém que necessite de um sorriso, um abraço, uma palavra de encorajamento, uma oração. Não fique satisfeito em sair do culto até que você tenha tornado a ida de alguém à igreja significativa para ela. Isso é precisamente o que dá sentido à igreja. A igreja não é o carpete, um sistema de som perfeito, computador, apresentação multimídia. A igreja tem que ver com pessoas preocupadas em servir e abençoar. Não espere por outros. Tome a iniciativa!

7. Finalmente, quando você for à igreja, vá em atitude de perdão e aceitação. Procure, pela graça divina, desintoxicar-se do ódio, da hostilidade, da rejeição e da amargura contra outros irmãos e irmãs. Lembre-se, nosso inimigo não é nenhum ser humano. Por menos que gostemos de algumas pessoas, elas também são vítimas dele. Segundo Jesus, “se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta” (Mt 5:23, 24). Isso é difícil? Sem dúvida. Gostaria que Ele não tivesse dito isso. Mas Ele disse, e não posso mudar Sua ordem.

Amin A. Rodor (Meditações Diárias: Encontros com Deus, pp. 207-209)

Nota: Em um artigo intitulado Um Templo ou um teatro?, Charles H. Spurgeon escreveu:

"Por meio de apresentações dramatizadas, os pastores fazem com que as casas de oração se assemelhem a teatros; transformam o culto em shows musicais e os sermões, em arengas políticas ou ensaios filosóficos. Na verdade, eles transformam o templo em teatro e os servos de Deus em atores cujo objetivo é entreter os homens. Não é verdade que o Dia do Senhor está se tornando, cada vez mais, um dia de recreação e de ociosidade; e a Casa do Senhor, um templo pagão cheio de ídolos ou um clube social onde existe mais entusiasmo por divertimento do que o zelo de Deus?"

Creio que precisamos de forma genuinamente bíblica, nos voltar para o culto que arranca o orgulho do nosso coração e nos constrange a dizer: ai de mim, pecador! Assombrar-nos pela presença poderosa de Deus com um santo temor reverente e profunda admiração pela Sua glória e livre graça soberana!

Com relação ao comportamento na casa de Deus, Ellen G. White nos advertiu:

"Houve uma grande mudança, não para melhor mas para pior, nos hábitos e costumes do povo com relação ao culto religioso. As coisas sagradas e preciosas, destinadas a prender-nos a Deus, estão quase perdendo sua influência sobre nosso espírito e coração, sendo rebaixadas ao nível das coisas comuns. A reverência que o povo antigamente revelava para com o santuário onde se encontrava com Deus, em serviço santo, quase deixou de existir completamente. Entretanto, Deus mesmo deu as instruções para Seu culto, elevando-o acima de tudo quanto é terreno" (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 193).

"Todo o culto deve ser efetuado com solenidade e reverência, como se fora feito na visível presença do próprio Deus. Deus deve ser a razão exclusiva de nossos pensamentos e de nossa adoração; qualquer coisa tendente a desviar a mente de Seu culto solene e sagrado constitui uma ofensa a Ele" (Conselhos para a Igreja, p. 258).

segunda-feira, 24 de junho de 2019

O cristão e a masturbação

A Bíblia não fala explicitamente sobre masturbação, mas apresenta vários princípios que nos ajudam na compreensão do assunto. Somos ensinados pela Palavra de Deus que o sexo, em vez de ser usufruído egoisticamente, deve ser compartilhado exclusivamente dentro do relacionamento matrimonial. O plano divino não é “que o homem esteja só” (Gn 2:18), mas que se realize sexualmente no casamento (ver Gn 2:24; Êx 20:14; Pv 5:18; 6:20-35; 7:1-27).

A despeito de ser encarada positivamente por muitos médicos e sexólogos contemporâneos, a masturbação é uma negação direta do princípio bíblico de que “a mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim o marido; e também, semelhantemente, o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, e sim a mulher” (1Co 7:4). Além disso, ao se masturbar, a pessoa geralmente contempla fotos pornográficas ou imagina cenas eróticas, não condizentes com os elevados princípios de pureza moral e espiritual do cristianismo (ver 1Pe 2:11). 

Cristo foi claro em afirmar que o adultério condenado pelas Escrituras (Êx 20:14) não se restringe meramente às relações sexuais fora do casamento, mas envolve também os próprios pensamentos imorais, “que contaminam o homem” (Mt 15:19 e 20). Ele asseverou no Sermão do Monte: “Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela” (Mt 5:27 e 28). E no Salmo 24:3 e 4 lemos: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no Seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração…”

Apesar de não ser fácil romper com o vício da masturbação, a graça de Cristo é poderosa para nos dar a vitória sobre todo e qualquer hábito pecaminoso (ver 1Co 15:57; Fp 2:13; 4:7; 1Jo 1:7-9) e para desenvolver em nossa vida o ideal divino enunciado nas seguintes palavras: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento” (Fp 4:8). 

Alberto R. Timm (via Centro White)

Nota: Segue abaixo mais alguns textos bíblicos em que encontramos fundamentos para esta situação:

"Dirige-me pelo caminho dos teus mandamentos, pois nele encontro satisfação. Inclina o meu coração para os teus estatutos, e não para a ganância. Desvia os meus olhos das coisas inúteis; faze-me viver nos caminhos que traçaste" (Salmos 119:35-37).

"Tudo me é permitido, mas nem tudo convém. Tudo me é permitido, mas eu não deixarei que nada me domine" (1 Coríntios 6:12).

"Por isso digo: Vivam pelo Espírito, e de modo nenhum satisfarão os desejos da carne" (Gálatas 5:16).

"Ao contrário, revistam-se do Senhor Jesus Cristo e não fiquem premeditando como satisfazer os desejos da carne" (Romanos 13:14).

"Acima de tudo, guarde o seu coração, pois dele depende toda a sua vida" (Provérbios 4:23).

"Mas, se vocês não podem dominar o desejo sexual, então casem, pois é melhor casar do que ficar queimando de desejo" (1 Coríntios 7:9).

No Espírito de Profecia também encontramos vários textos sobre esse assunto. Vejamos apenas três:

"Jovens e crianças de ambos os sexos se entregam à masturbação, e praticam este repulsivo vício, destruidor da alma e do corpo. Muitos professos cristãos acham-se tão embotados pela mesma prática, que suas sensibilidades morais não podem ser despertadas para compreender que isto é pecado, e que se nisto continuam, os seguros resultados serão completa ruína do corpo e da mente" (Testemunhos Seletos 1, p. 257). 

"A masturbação destrói as boas resoluções, o esforço fervoroso, e a força de vontade para formar um bom caráter religioso. Todos os que têm qualquer verdadeiro senso do que significa ser cristão sabem que os seguidores de Cristo estão na obrigação, como discípulos Seus, de trazerem todas as suas paixões, forças físicas e faculdades mentais, em perfeita subordinação à Sua vontade. Os que são controlados por suas paixões não podem ser seguidores de Cristo" (Orientação da Criança, p. 445).

"A prática de hábitos secretos certamente destrói as forças vitais do organismo. Toda ação vital desnecessária será seguida de correspondente depressão. Entre os jovens, o capital vital, o cérebro, é tão severamente submetido a esforço, em tenra idade, que há uma deficiência e grande exaustão, que deixam o organismo exposto a enfermidades de várias espécies" (Orientação da Criança, p. 444).

Assista alguns vídeos que tratam sobre este tema:







Deus e o excremento no rosto dos sacerdotes

Malaquias é um livro surpreendente. Parte de uma coleção de doze livros denominada de Os Doze, ou Profetas Menores, encontramos nesse livro duras advertências de grande riqueza poética.

Da mesma maneira que em qualquer período da história, Malaquias testemunhou o exercício de uma liderança religiosa corrupta e egoísta. No final do capítulo 1 (versos 6-14), lemos palavras divinas de reprovação aos sacerdotes. Sua conduta não estava honrando o nome de Deus ao profanarem o altar oferecendo sacrifícios inadequados. De acordo com o texto, enquanto em outras nações o nome de Deus era honrado, em Israel, os sacerdotes ouviam de Deus: “Não tenho prazer em vós” (verso 10).

A crítica divina no livro de Malaquias alcança seu ápice no início do capítulo 2 por meio de palavras dirigidas ao sacerdócio de Israel que chegam a ser desconcertantes. Em Malaquias 2:3 lemos: “Eis que reprovarei a descendência, atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos sacrifícios, e para junto deste sereis levados.”

O tema do abjeto e do desprezível há muito tem sido estudado por inúmeros estudiosos de diversos campos do conhecimento. Por exemplo, no livro Powers of Horror: an essay on Abjection, a filósofa e psicanalista Julia Kristeva observa[1]: “contrário ao que entra pela boca e nutre, o que sai do corpo, através de seus poros e aberturas […], dá origem à abjeção.” Segundo ela, ao permanentemente expelir seus dejetos, o corpo paga o preço para se tornar limpo e puro fisicamente. 

Contudo, a referência ao excremento na face dos sacerdotes em Malaquias indica mais do que a demonstração da impureza física associada ao corpo. Aqui lemos uma expressão metafórica que ilustra a inadequação dos lideres religiosos para servir no altar de Deus.

Curioso é que a palavra פֶּרֶשׁ [pereš; “entranhas”; “excremento”], enfatizada aqui por sua repetição, pode se referir tanto aos resíduos corporais como às entranhas que poluíam a área próxima a onde os animais eram sacrificados. Em outras instâncias, o termo é empregado para as entranhas do novilho oferecido na consagração de Arão e seus filhos ao sacerdócio. Para assegurar a pureza do sacrifício, deveriam ser retiradas as vísceras dos animais antes de serem trazidos ao altar[2]. As entranhas do animal deveriam ser levadas para fora do acampamento, pois eram consideradas impuras. Se permanecessem no acampamento, contaminariam o lugar de habitação de Deus com seu povo[3]. De acordo com Êxodo 29:14 e Levítico 8:17, o excremento, a pele, e outras partes deveriam ser queimados fora do arraial.

A declaração em Malaquias emprega uma das imagens mais chocantes de impureza ritual para transmitir a falha dos sacerdotes em honrar a Deus adequadamente através de suas atividades no templo. Aqueles que deveriam ser os primeiros a prezar pela pureza associada às tarefas do templo, tornar-se-iam impuros através da ação divinas de atiramento de excremento.

A declaração final do profeta indica que Deus carregaria os sacerdotes com o excremento para fora do acampamento da mesma maneira que os sacerdotes deveriam carregar as entranhas dos animais do sacrifício para fora do arraial. Ironicamente, por não cuidarem com a pureza do templo contaminando-o com a imundície dos sacrifícios, eles seriam tratados como as próprias impurezas.

A tarefa de separar o imundo do puro dentre aqueles que se dizem honrar o nome de Deus como líderes religiosos é divina, e não humana. A nós resta o cuidado em, particularmente, honrar o nome de Deus. Desse modo, nossa face será coberta de nenhuma outra coisa a não ser de pureza.


[1] 1982, p. 108
[2] ver: Êxodo 29:14; Levítico 4:11; 8:17; 16:27; Números 19:5
[3] ver: Levítico 10:4-5; 13:46; 24:14; Números 5:3; Deuteronômio 23:10

Nota: Comentário de Rosana Barros no RPSP"Diante da realidade de uma igreja morna e sem noção de sua condição reprovável, Deus apresenta a principal causa de tamanho mal: uma liderança desprezível e indigna (Ml 2:9), desobediente às instruções divinas. Em seus corações não havia o sincero desejo de honrar o nome de Deus, mas de conquistar o apreço daqueles que poderiam satisfazer os seus próprios interesses. Contudo, tudo aquilo que recebiam julgando ser bênção, Deus tornaria em maldição. E não poderia haver linguagem mais forte e maneira mais clara de discernir a reprovação de Deus para com os sacerdotes do que a verbalização de tais palavras: 'atirarei excremento ao vosso rosto, excremento dos vossos sacrifícios, e para junto deste sereis levados' (Ml 2:3)."

sexta-feira, 21 de junho de 2019

Lúcifer não é seriado, é armadilha

Recebi tantas dúvidas que me obrigo tomar posição. Se é fenômeno de audiência, ou enredo psicodélico, não sei. Mas não silenciarei perante a miragem do aparente “entretenimento”. Não é. E as consequências deste consumo de mídia serão inevitáveis. Peço permissão pra me expressar sem ofender o fã clube. 

Cuidado! ⚠️

A Bíblia diz que o Diabo é leão devorador (1Pd 5:18), ou seja, ele é astuto, sagaz e traiçoeiro. Se a serpente perdeu a áurea, o engano ainda é galã sedutor. Sempre. Portanto, não espere tentação fácil ou armadilha evidente. Dissimular é especialidade da contrafação. ⠀

Se uma atração tentando açucarar o maior impostor do Universo não for “tão errada assim”, o que seria? De gerações seduzidas com Harry Potter, Crepúsculo, GOT e Good Omens, a fórmula se repete: mistura adocicada de humor anestésico, ou violência sodômica, com cianeto deturpador da verdade. Como posso dizer “calma lá, não é tudo isso”?
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Cuidado! ⚠️ 
Os olhos são a lâmpada do corpo (Mt 6:22,23), e luz ou escuridão dependem do que passa por deles. Jesus disse isso e eu emudeço. Como seres multi-telas não surpreende o investimento inacreditável do mal relativizando a exibição do pecado. Das maratonas de séries às bilheterias bilionárias, somos expectadores de uma overdose de material visual. Sem filtro, padeceremos ludibriados. 
Lembro aterrorizado das notícias trágicas de óbito por envenenamento de gás. A maioria morre dormindo ao inalar o inodoro monóxido de carbono. Não percebem. Apenas entram em letargia mórbida e invencível. Meu medo? Uma geração de intoxicados visuais. Consumidores apáticos de um conteúdo nocivo. Até que nada mais pareça errado. ⠀

Cuidado! ⚠️ ⠀

Portanto, guardar a entrada do coração (Pv 4:23) é questão de sobrevivência eterna. Não brinque com o que Deus leva a sério: você salvo. A imaginação é terreno fértil para imensas bênçãos e areia movediça pra ciladas. Depende do que você imagina (Pv 23:7) - nutrido pelo que vê.
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Para vencer? Proteja seus sentidos. Refine suas escolhas. Tenha atitude pra dizer NÃO ao catálogo do erro. Vai valer a pena! Você honrará a Deus e anteverá o Céu. ⠀

E traga a pipoca.

Odailson Fonseca (via facebook)

Assista também o vídeo do prof. Leandro Quadros:

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Como dialogar sobre suas crenças

Em tempos de polarização, aprender a dialogar sobre sua própria fé numa cultura relativista e muitas vezes cética é um desafio para boa parte dos cristãos. Como você lida, por exemplo, com perguntas sobre tópicos delicados como descrença em Deus, a existência do mal, a criação em seis dias literais ou a posição bíblica sobre homossexualidade? As dicas abaixo podem ajudá-lo a evitar confrontos e a transformar essas situações em oportunidades de testemunho e crescimento pessoal.

1. NÃO SE DEFENDA
Quando alguém discorda de você ou ridiculariza um ponto de sua fé, a tentação inicial é responder defensivamente, valendo-se muitas vezes de respostas prontas ou acusatórias. O problema é que essa atitude não convence os céticos bem informados, além de estimular o sarcasmo e dificultar o diálogo. Não defenda a si mesmo; existem vitórias mais importantes para ganhar.

2. FAÇA PERGUNTAS
As pessoas estão mais interessadas em falar sobre o que acham do que em ouvir o que os outros pensam. Perguntas educadas e sinceras podem ajudar você a entender por que a outra pessoa crê daquela maneira. Questione quais são os dados, especialistas ou experiências nos quais ela se fundamenta. Dessa maneira, caberá a ela se defender e argumentar sobre o próprio ponto de vista. Lembre-se de que a verdade é clara e simples, enquanto o erro é sinuoso e demanda muitas explicações. Não se desespere se for confrontado com informações que não domina. Reconheça suas limitações e pesquise posteriormente sobre isso. Não tente “converter” com uma conversa apenas. Sua função é colocar “pedras no sapato” do interlocutor.

3. OUÇA
Preste atenção nas respostas dele, no dito e no não dito. Muitas pessoas que parecem apresentar argumentos racionais para descrer, na verdade estão sendo movidas por questões emocionais, como o trauma de uma perda, ou pela decepção com a hipocrisia da igreja. Entender as entrelinhas dessa descrença vai ajudá-lo no próximo passo.

4. COLOQUE UMA “PEDRA NO SAPATO”
Uma “pedra no sapato“ é uma informação ou pergunta que você levanta que não pode ser ignorada por seu interlocutor, seja porque desafia a visão de mundo dele ou porque ele ainda não tem uma resposta satisfatória para a questão. Esse “desconforto” talvez o leve a refletir até a conversa seguinte e a se abrir para ouvir seus argumentos.

5. DISCORDE SEM DESRESPEITAR
Como adventistas, cremos numa verdade objetiva e absoluta, conforme revelada na Bíblia, mas acreditamos também que cada pessoa tem valor incalculável para Deus; portanto, merece nosso respeito. Isso não significa concordar com o erro. Contrariando a cultura atual, devemos deixar claro que as pessoas são iguais em termos de valor, mas que existem ideias melhores do que outras: algumas são verdadeiras, enquanto outras são equivocadas e até destrutivas. Demonstre em sua linguagem corporal e atitudes que valoriza o outro. Desse modo, ainda que continue discordando, poderá estabelecer ou fortalecer uma amizade. Reflita sobre o que pode aprender com essa pessoa e seu ponto de vista, e continue orando para colaborar com a ação do Espírito Santo na vida dela.

Nathan Tasker (via Revista Adventista)

Nota: Segue abaixo mais algumas dicas de Ellen G. White:

"A obra especial, enganosa de Satanás tem sido a provocação de debates, para que haja contendas em torno de palavras, que nenhum proveito trazem. Bem sabe ele que isto ocupará a mente e o tempo. Desperta a combatividade e sufoca, na mente de muitas pessoas, o ardor da convicção, levando-as à diversidade de opiniões, acusação e preconceito, o que cerra a porta para a verdade" (Evangelismo, p. 155).

"Na Sua maneira de tratar com Tomé, Jesus deu uma lição para Seus seguidores. Seu exemplo nos mostra como devemos tratar aqueles cuja fé é fraca, e põem suas dúvidas em destaque. Jesus não esmagou a Tomé com censuras, nem entrou com ele em discussão. Revelou-Se ao duvidoso. Tomé fora muito irrazoável em ditar as condições de sua fé, mas Jesus, por Seu generoso amor e consideração, venceu todas as barreiras. Raramente se vence a incredulidade pela discussão. Antes, isso como que a põe em guarda, encontrando novo apoio e desculpa. Mas revele-Se Jesus, em Seu amor e misericórdia, como o Salvador crucificado e, de muitos lábios antes contrários, ouvir-se-á a frase de reconhecimento, proferida por Tomé: 'Senhor meu e Deus meu!' (João 20:28)" (O Desejado de Todas as Nações, p. 808).

"Não somos chamados a entrar em controvérsia com aqueles que mantêm teorias falsas. A controvérsia é sem proveito. Cristo nunca participou dela. 'Está escrito' é a arma que o Redentor do mundo usava. Conservemo-nos bem achegados à Palavra. Deixemos que o Senhor Jesus e Seus mensageiros testifiquem. Sabemos que seu testemunho é verdadeiro" (Life Sketches, p. 93).

"Não cultiveis um espírito de controvérsia ou polêmica. Pouco bem é realizado pelos discursos acusatórios. O mais seguro meio de destruir falsas doutrinas, é pregar a verdade. Apegai-vos à afirmativa. Fazei com que as preciosas verdades do evangelho matem a força do mal. Manifestai um espírito brando, compassivo para com os que erram. Ponde-vos em contato com os corações" (Evangelismo, p. 304).

“Não devemos, ao entrar em um lugar, criar barreiras desnecessárias entre nós e outras denominações, de maneira que eles pensem que somos declarados inimigos seus. Não devemos suscitar preconceito desnecessariamente em seu espírito, fazendo ataques contra eles” (Manuscrito 14, 1887).

“Esta mensagem tem de ser dada, mas conquanto tenha de ser dada, devemos ter cuidado em não acusar, constranger e condenar os que não possuem a luz que nós possuímos. Não devemos sair de nosso caminho a fazer duras acusações aos católicos. Entre eles existem muitos que são cristãos conscienciosos, que vivem segundo a luz que lhes é proporcionada, e Deus operará em seu favor” (Obreiros Evangélicos, p. 329).

quarta-feira, 19 de junho de 2019

O que fazer quando seu filho abandona a fé?

“Não me interesso mais pela igreja” diz o seu adolescente. Eles podem até dizer a mesma coisa de várias maneiras, mas não há uma resposta fácil para a sua situação. Cada filho é diferente e fará seus próprios deslizes. É por isso que cada caso deve ser avaliado individualmente. Você se pergunta: Por que meu filho é tão difícil? Será que medicamento o ajudará? É como se andássemos por um deserto. A família fica dividida e muitas vezes não sabe como lidar da maneira correta com ele. Tentamos vários caminhos: a disciplina ofensiva, o amor ofensivo, mas é complicado compreendê-lo.

Quando o filho sai de casa (decide ir para a faculdade em outra cidade, por exemplo) a primeira coisa que fazemos é encontrar um apartamento. A segunda é encontrar uma igreja local. Queremos ter certeza que ele continuará frequentando. Porém nem sempre gostam, se sentem à vontade na nova igreja. Acham-na muito antiquada, ou não gostam da música. Mesmo assim temos esperança de que vá encontrar outra igreja na qual se sinta mais à vontade. Como nem sempre esse é o caso, inicialmente é uma decepção e começamos a nos perguntar o que deu errado.

No momento em que você mãe/pai admite que seu filho já não é mais da mesma igreja, que não sabe mais o que fazer quando ele se revolta, é importante lembrar-se que não esta só. Todavia, não devemos perder a esperança, mesmo sendo este um dos desafios mais difíceis na família.

Algumas sugestões de como lidar com esse cenário:

1. Não desista
A tentação é jogar tudo pra cima e desistir, e você não seria a única a fazer isto. Muitos pais desistem e, incapazes de tolerar a dor, eles se protegem, fingindo que não se incomodam. O filho grita, “me deixe em paz” e assim eles fazem o que ele pede, retirando-se emocionalmente de sua vida. O que alguns pais não percebem é que apesar de as ações e palavras do adolescente destinarem-se a afastar os pais, lá no fundo ele anseia que os mesmos continuem tentando, apoiando, independente de seu comportamento.

Nunca desista. Vá em frente apesar das circunstâncias e não pare de fazer as coisas boas, tentar coisas novas se as antigas não funcionarem, continue fazendo as coisas que você sabe serem certas, ame incondicionalmente, faça seu papel de mãe/pai, mesmo quando prefere desaparecer.

2. Não tenha vergonha de pedir apoio e oração
É prudente consultar um pastor ou um conselheiro, e você pode encontrar conforto de pais cristãos que também têm filhos pródigos. Seja sincero sobre o seu desejo de compreensão. Valorize as orações intercessoras, mas tenha cuidado para não compartilhar detalhes íntimos. Uma resposta simples, como: “Você não faz ideia do quanto precisamos e valorizamos suas orações” é suficiente.

Uma mãe admitiu que não queria que o mundo todo soubesse sobre o adolescente rebelde porque seu marido era o ancião da igreja, mas uma dor compartilhada, diminui. Uma alegria compartilhada, aumenta.

3. Seja firme e afetuoso
Você precisa de uma casca dura e de um coração sensível, principalmente no que diz respeito aos comentários dos outros. Mesmo que as intenções sejam boas, pessoas ofendem, mas não deixe que suas farpas penetrem, sendo sensata o suficiente para ouvir as palavras de apoio que outros oferecerem.

4. Aprenda a arte da entrega
Isso pode significar liberar seu sonho para seu filho, abrir mão do controle sobre o adolescente, deixando os resultados com Deus.

5. Obtenha ajuda para você e sua família
Se quebrar o braço, você imediatamente pedirá ajuda no Pronto Socorro. Então por que tantos pais se vergonham de buscar ajuda quando a família está quebrada? Alguns preferem aconselhamento pastoral, outros optam por terapia. Dê apenas o passo inicial e busque ajuda.

6. Permita-se algum prazer
Muitos casais cujos filhos saem da igreja, eliminam qualquer ato que possa trazer alegria, até que a “situação se normalize”. Alguns sentem-se culpados por estarem se divertindo, ao invés de “fazerem algo” para resolver o problema. Outros ficam em constante estado de alerta, tensos, preocupados ou envergonhados e não conseguem se distrair. Mas precisamos recarregar a bateria. Relaxe num banho de banheira, assista um filme engraçado e veja-o juntos, pois se afastar um pouco do problema pode ser a saída ideal para olhar melhor, com a mente mais descansada.

7. Mantenha seus valores fundamentais
Não deixe que a crise contínua a desgaste, Deus ainda a conhece exatamente como antes da crise. Se sempre deu presente de aniversário para seu filho, continue dando durante essa fase difícil também. Se ajudava no ministério da criança antes de seu filho sair da igreja, continue usando seu talento nessa área. Não se afaste de tudo e todos porque algo está saindo fora do que planejou ou sonhou.

8. Escreva um diário
Registrar seus pensamentos, sentimentos e orações pode ajudá-la a identificar o que é importante. Pode usar uma caderneta, um computador ou até enviar um e-mail ou mensagem a um amigo de confiança. Expressar emoções e externá-las é uma forma de visualizar o problema como alguém de fora.

9. Não se culpe
Provérbios 22:6 diz: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele." No entanto este texto nunca teve a intenção de despertar culpa. O pior pesadelo de muitos pais é ter um filho rebelde – que segue seu caminho na vida de maneira destrutiva, ignorando tudo que aprendeu, recusando-se a obedecer as regras, causando caos nas vidas com as quais entra em contato.

O medo é tão grande que os pais se estressam com tudo que os filhos fazem, chegando a considerar comportamentos normais como sinais de que os filhos estão à beira do abismo. Outros pais fazem o oposto. Ignoram sinais óbvios de alerta, achando que é apenas uma fase da qual os filhos passarão. Alguns outros abdicam e descobrem que, não importa o que fizeram para educar seus filhos, é provável que pelo menos um saia da igreja.

Há pais que observaram seus filhos fazerem más escolhas e foram arrastados por desvios mais perigosos. Eles agonizaram, choraram, oraram – mas de alguma forma sobreviveram. O que eles aprenderam no processo?

10. Você não pode controlar as escolhas do seu adolescente
Uma vez que seu filho sai de casa, não dá pra dizer o que ela está fazendo. Pode estar ou não na escola. Pode jogar fora o lanche que você fez pra ela e comer algo gorduroso, consumir drogas, colar nos testes, dirigir bêbada – ou estudar bastante e fazer parte dos melhores 10% de sua classe. Pode ser a presidente ou a palhaça da classe. E não há nada que se possa fazer quanto à isso. Aceite!

11. Saiba a diferença entre ajudar e possibilitar
Joe White recomenda que quando meu adolescente se revolta devo manter uma maternidade firme e terna. Possibilitar um comportamento irresponsável é diferente de deixar que o filho pródigo assuma as consequências de seus atos.

12. Não esqueça o resto de sua família
Existe o risco de numa situação de crise familiar com um filho que está afastado, todas as atenções sejam pra ele. Pare de focar no filho rebelde a tal ponto de negligenciar os outros filhos e o cônjuge. Às vezes temos que confiar nosso filho pródigo ao Senhor e deixá-Lo operar nele, enquanto continuamos com nossa vida.

13. Perceba que sua parentalidade mudou
Quando um filho deixa o cuidado e proteção dos pais, o relacionamento muda para sempre. Devemos mostrar-lhe que o amamos, mas temos que nos libertar de nossa responsabilidade por ele. Ele é um ser dono de sua individualidade e é preciso respeitar.

14. Construa uma frente unida com seu cônjuge
Avise a seu filho que vai conversar com seu cônjuge antes de tomar qualquer decisão. Além disso, não se esqueça de trabalhar em seu relacionamento conjugal. Não negligencie o lado físico: Tire um fim de semana livre, marque uma noite para saírem juntos, e não fale sobre os filhos durante esse tempo.

15. Estabeleça limites
O filho pródigo beneficia-se mais da mãe que diz “eu te amo, mas não vou tolerar desrespeito.” Estabeleça limites em qualquer área que lhe diz respeito, especialmente se seu filho quer se mudar de volta. Certifique-se de que ele entende seus limites e as consequências ao ultrapassá-los.

16. Cuide dos seus sentimentos
Pais de filhos rebeldes enfrentam muitas emoções: raiva (do filho, de si mesmo, do parceiro, da má companhia do filho), dor, tristeza, depressão e culpa. Quaisquer que sejam os sentimentos, temos de reconhecê-los, antes de podermos lidar com eles.

17. Lembre-se que Deus ama seu filho mais do que você o ama
Mães de filhos rebeldes se sentem desamparadas. É por isso que devemos nos apoiar em Deus e Sua graça. Ele constantemente os atrai para Si e estará com eles mesmo quando não podemos.

18. Antecipe um futuro melhor
Em conversa com dezenas de pais, aprendi que a temporada do filho pródigo é apenas isso, uma temporada. Mais cedo ou mais tarde, a maioria deles volta a ter bons relacionamentos com seus pais e, às vezes, com seu Pai celestial.

19. Não perca de vista a perspectiva mais ampla
Enquanto continua a amar e orar por seu filho, tenha fé que ele é a obra de Deus em andamento. Apesar dos desafios específicos desta faixa etária, os jovens precisam da igreja. Para que mantenham a identidade da fé, a atmosfera da igreja desempenha papel importante na permanência deles nela. Pode-se, então, dizer que igreja de verdade é primordialmente trabalho com jovens. Por isso não perca a esperança!

Todavia, lembre-se: eles pertencem a Deus e a nós, e não à igreja. Conte com as orações de membros cuidadosos, mas não permita que qualquer censura que você receber lhe desanime.

Telma Witzig (via blog da Fabiana Bertotti)

Nota: Ellen G. White nos deixou lindos textos que nos trazem esperança:

“Quando a tempestade da perseguição realmente irromper sobre nós, [...] muitos que se desviaram do aprisco retornarão para seguir o grande Pastor” (Testemunhos Para a Igreja, v. 6, p. 401). 

“O amor de Deus anela sempre aquele que dEle se afastou, e põe em operação influências para fazê-lo tornar à casa paterna. [ ... ] Uma cadeia dourada, a graça e compaixão do amor divino, é atada ao redor de toda pessoa em perigo” (Parábolas de Jesus, p. 202). 

“O Céu aguarda e anela a volta dos pródigos que vagueiam longe do rebanho. Muitos dos que se extraviaram podem ser trazidos de volta, pelo amoroso serviço dos filhos de Deus” (Nos Lugares Celestiais [MD 1968], p. 10).

terça-feira, 18 de junho de 2019

Para quem brigou com amigos ou irmãos em Cristo por causa de política

Temos vivido dias estranhos na igreja. Amigos de anos vêm rompendo laços de amizade por conta de suas ideologias e posições políticas. Parentes estão parando de se falar porque A votou em B e C votou em D. Pior: irmãos em Cristo estão brigando entre si, se ofendendo e se afastando pela mesma razão. Será que a Bíblia tem algo a dizer sobre isso? Sim, tem. E pode não ser algo que você gostará de ouvir.

Vamos analisar o que está em jogo na situação de irmãos em Cristo que brigam, se ofendem e se afastam por diferenças de opinião política. De um lado, está um amigo que pensa diferente de você. Do outro, está a sua opinião. A questão aqui é: o que pesa mais? Se você chega ao (lamentável) ponto de brigar com um irmão por ele ter ideias distintas das suas, isso deixa claro que você valoriza mais a sua opinião pessoal do que aquele indivíduo. Na hora de pôr na balança, um ser humano teve menos peso para você do que uma ideia política ou econômica. E isso está muito, muito, muito errado.

Aponte, por favor, uma única passagem das Escrituras que diga que uma opinião sobre política partidária vale mais que pessoas. Garanto que você não encontrará nenhuma. Por outro lado, há dezenas e dezenas de passagens que falam sobre amor ao próximo, pacificação, reconciliação, perdão, bons relacionamentos, não devolver mal com mal, abençoar quem nos amaldiçoa, orar por quem nos maltrata etc. etc. etc. À luz do evangelho de Cristo, não há nenhuma dúvida: sua opinião sobre política partidária não vale nada em comparação aos relacionamentos de amizade e, principalmente, fraternidade.

O grande mandamento estabelece: “Ame o seu próximo como a si mesmo” (Mt 22:39). Ora, pare para pensar: alguém amar a própria opinião a ponto de desamar quem dela discorda lhe parece estar cumprindo esse mandamento? No mínimo, deveria estar em pé de igualdade. Mas a resposta é óbvia: quem põe ideologias políticas acima do valor da amizade e da fraternidade do próximo evidentemente não o está amando como a si mesmo. Logo, não está cumprindo o grande mandamento. Logo, está pecando.

Se, por um lado, quem rompe vínculos de fraternidade em razão de divergências de opinião não compreendeu o que significa amar o próximo, por outro, a boa notícia é que há uma solução, vinda dos lábios do próprio Cristo: “Portanto, se você estiver apresentando uma oferta no altar do templo e se lembrar de que alguém tem algo contra você, deixe sua oferta ali no altar. Vá, reconcilie-se com a pessoa e então volte e apresente sua oferta” (Mt 5:23‭-‬24). Isso não são apenas palavras bonitas soltas ao vento: é uma verdade de fé. É um mandamento do cristianismo. Você lhe tem obedecido?

Meu irmão, minha irmã, você brigou com alguém da sua família, do seu círculo de amizades ou da igreja por causa de divergências ideológicas ou políticas? Então o único caminho para cumprir a vontade de Deus é o da reconciliação. Peça perdão. Perdoe. Valorize o que Deus valoriza. O maior empecilho para cumprir a vontade de Deus nesse caso, acredite, não é a política partidária nem o diabo: é o seu ego. Não deixe seu ego sabotar a necessidade de manter bons relacionamentos com os outros membros do Corpo.

Não custa lembrar que, em Gálatas 5, Paulo contrapõe as obras da carne com o fruto do Espírito. E, entre as obras da carne, estão hostilidade, discórdias, acessos de raiva, dissensões e divisões. Já entre as virtudes do fruto do Espírito estão amor, paz, paciência, amabilidade, bondade, mansidão e domínio próprio. Sinceramente, o que você enxerga no seu posicionamento pessoal na situação que gerou a sua briga com seus amigos ou irmãos? Virtudes espirituais? Ou obras pecaminosas da carne?

Sabe… para além da Bíblia, se há algo que meu quase meio século de vida me ensinou é que candidatos, governos e governantes passam. Já amigos verdadeiros ficam. Irmãos em Cristo, então, esses permanecerão pela eternidade. Você realmente acha que vale a pena trocar algo tão precioso por algo tão fugaz e passageiro? Se você valoriza mais o seu ego e as suas opiniões do que o amor ao próximo, lamento informar, você está a anos-luz do coração de Deus. Mas ainda está em tempo de se consertar. O que você está esperando?

Paz a todos vocês que estão em Cristo,

Maurício Zágari (via Apenas)

Nota: Ellen G. White também deixou registrada em seus escritos a orientação de que a igreja jamais deveria se envolver em polêmicas políticas:

“Não é empenhando-nos em polêmicas políticas, seja no púlpito ou fora dele, que agradamos a Deus" (Testemunhos para Ministros, p. 331).

“Mantenha sua votação para si. Não sinta como seu dever insistir para que todos façam como você” (Carta 4, 1898; citado em Mensagens Escolhidas, vol. 2, pp. 336 e 337).

“Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores, de colaboradores de Deus em qualquer sentido, não têm batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania se acha nos Céus. O Senhor pede-lhes que permaneçam como um povo separado e peculiar. Ele não quer que haja cismas no corpo de crentes. Seu povo tem de possuir os elementos de reconciliação. É porventura sua obra fazer inimigos no mundo político? - Não, não! Eles têm de permanecer como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira em que se acha inscrito: ‘Os mandamentos de Deus e a fé em Jesus’” (Fundamentos da Educação Cristã, pp. 478 e 479).

Que a esperança na volta de Cristo molde nossas ações em todas as esferas da vida. Inclusive na política.

O WhatsApp e a Missão

O WhatsApp é um fenômeno da comunicação digital. No mundo, o aplicativo de mensagens conta com cerca de 1,5 bilhão de usuários. Como mídia social, perde apenas para o Facebook, empresa do mesmo grupo. O número de usuários é equivalente às populações dos maiores países do planeta, como China e Índia. No Brasil, por exemplo, 91% da população que possui acesso à internet utilizam WhatsApp, segundo pesquisa on-line do Ibope. 

Com características como custo zero, interatividade, facilidade de uso e alcance, o aplicativo é uma novidade comunicacional importante demais para ser ignorada. Como líderes da igreja, temos o interesse em usá-lo como ferramenta para disseminação do evangelho. Na sede sul-americana da denominação, por exemplo, temos explorado a ferramenta como uma forma de contato com as pessoas e também como canal para oferecer estudos bíblicos que são disponibilizados na própria plataforma. Contamos até com recursos de inteligência artificial para ajudar os evangelistas digitais na identificação das necessidades das pessoas. 

No entanto, o WhatsApp pode também ser usado para desestabilizar a reputação da igreja e consequentemente prejudicar a missão. Nesse caso, é uma nova realidade desafiadora para quem se preocupa com a imagem e a reputação da nossa denominação. 

Uma das formas de esse prejuízo acontecer é quando o aplicativo é usado para divulgar fatos da vida privada ou deslizes morais de pastores, oficiais ou membros da igreja. Essas informações costumam circular com dados exagerados e distorções. E, mesmo quando se trata de algo verdadeiro, não agrega para quem envia nem para quem recebe. Na verdade, fazer isso é falta de ética, discernimento espiritual e compaixão. 

O WhatsApp tem servido de prova em ações civis e trabalhistas no Brasil e no mundo. Há registros de chefes e empregados que perderam seus postos de trabalho e tiveram problemas legais devido ao uso do aplicativo. Situações como calúnia, difamação e injúria, entre outras coisas, servem de referência. Isso mostra a atenção que precisa haver ao compartilhar conteúdos sobre terceiros de forma irrefletida e sem a devida orientação. 

Apesar de não haver ainda uma regulamentação clara sobre o aplicativo, o conteúdo que você publica nele pode ser facilmente “printado” por alguém e usado contra você. Nesse caso, a pergunta que precisa se fazer é: Eu veicularia esse mesmo conteúdo em um canal de comunicação aberto da igreja, como uma revista, rádio ou TV? 

A comissão dada por Cristo à igreja é muito clara: pregar o evangelho a todas as pessoas. Para tanto, é preciso usar todos os meios possíveis. Desconsiderar isso é ignorar o propósito de Deus de alcançar quanto antes o mundo inteiro com a mensagem de esperança e, desse modo, consumar a nossa tão aguardada redenção. 

Rafael Rossi (via Revista Adventista)

Nota: Ferramentas como o WhatsApp se popularizam cada vez mais, atribuindo relevância à criação de grupos na rede social para facilitar a interação entre os membros, líderes de departamentos e pequenos grupos da Igreja Adventista. Podemos e devemos também utilizar o WhatsApp para disseminar o evangelho e espalhar esperança. Basta nos colocarmos nas mãos de Deus e nos mantermos sensíveis e atentos às oportunidades de falar de Jesus e de Sua Palavra. Pensando no alcance evangelístico desta ferramenta, algumas iniciativas de instituições e fiéis adventistas têm utilizado a ferramenta para alcançar pessoas através da mensagem bíblica de Jesus Cristo. 

Antevendo o rápido avanço das invenções humanas, Ellen G. White nos deixou alguns conselhos sobre o uso correto e equilibrado destes novos meios de comunicação:

“Deus dotou os homens de talentos e capacidade inventiva, a fim de que seja efetuada a Sua grande obra em nosso mundo. As invenções da mente humana parecem proceder da humanidade, mas Deus está atrás de tudo isso. Ele fez com que fossem inventados os rápidos meios de comunicação para o grande dia de Sua preparação” (Fundamentos da Educação Cristã, p. 409).

“Descobrir-se-ão meios para alcançar os corações. Alguns dos métodos usados nesta obra serão diferentes dos que foram usados na mesma no passado; mas não permitamos que alguém, por causa disto, ponha obstáculos no caminho mediante a crítica” (Review and Herald, 30 de setembro de 1902).

“Não deve haver regras fixas; nossa obra é progressiva, e deve haver oportunidade para os métodos serem melhorados. Sob a direção, porém, do Espírito Santo, a unidade deve ser preservada e sê-lo-á” (Review and Herald, 23 de julho de 1895).

segunda-feira, 17 de junho de 2019

Deus não nos chamou para sermos hipócritas

"Como é feliz aquele a quem o Senhor não atribui culpa e em quem não há hipocrisia!" (Salmos 32:2)

Um dos predicados que Jesus mais usou para (des)qualificar as pessoas durante seu ministério terreno foi “hipócrita”. Era o adjetivo principal que Ele utilizava para se referir aos escribas e fariseus, por exemplo. Nas minhas leituras da Bíblia, acabei atentando para essa palavra e acabei me entregando à reflexão acerca da hipocrisia. E tenho pensado tanto sobre a minha hipocrisia quanto a das pessoas que me cercam. Não se espante de eu dizer “a minha”, porque quando se é honesto consigo mesmo é impossível não reconhecer que todos temos um pouco (ou muito) dela. Uns mais, outros menos, mas todos temos nossa dose desse mal, nem que seja em nome do bom convívio social. Não virar a mão na cara de uma pessoa que você sabe que está mentindo para você e ficar sorrindo para ela não deixa de ser um ato hipócrita, se você parar para pensar. Então, eu e você temos nossa cota de hipocrisia, admitamos. Afinal, não admitir isso seria… hipocrisia.

“Hipocrisia” vem do grego hupokrisía, vocábulo que tem o sentido de “alguém que desempenha um papel”. Ou seja, em resumo, hipocrisia tem a ver com fingimento. É uma coisa meio teatral, quando você finge ser, sentir ou pensar algo que não condiz com a realidade. Mas, mesmo sendo uma característica tão presente no ser humano como qualquer outro pecado, preciso reconhecer que ultimamente tenho visto tanta hipocrisia que chega a gerar em mim uma certa repulsa.

Algo que detectei no trato com pessoas que têm agido de forma hipócrita é que há quatro estágios de reação da sua parte quando você se depara com um ato de hipocrisia perpetrado por alguém que você conhece e com quem se preocupa: 1. Revolta; 2. Exortação; 3. Conformismo; 4. Anestesia (esta geralmente vem acompanhada de um consequente afastamento).

É mais ou menos assim que ocorre quando alguém por quem você se importa embarca num comportamento hipócrita perene: primeiro você se revolta, acha um absurdo. “Como fulano consegue ser tão fingidor?! Como ele aguenta viver assim?!”. Depois vem a fase da exortação, quando você tenta chamar a pessoa à responsabilidade, faz o que está ao seu alcance para que ela abandone seus atos hipócritas e que vão acabar por machucá-la ou machucar terceiros, aconselha, fala, adverte, alerta para os problemas que aquilo causará. Mas, no instante em que você percebe que de nada adiantou admoestar e que a pessoa persiste em sua trajetória de hipocrisia, começa a etapa do conformismo. “É… fulano escolheu ser hipócrita mesmo, fazer o que, né?! Deixa estar”. Por fim, chega a anestesia. É quando você já se esforçou tanto e fez tudo o que estava ao seu alcance para libertar a pessoa com quem você se importa dos grilhões de seu fingimento que literalmente fica exausto. E percebe, enfim, que a pessoa tomou a decisão definitiva: viver a hipocrisia até o fim. É quando você desiste.

Infelizmente, isso acaba despertando em você uma boa dose de asco por tamanho fingimento, a ponto de te deixar meio anestesiado ao fato – talvez como uma casca protetora para proteger você de sentir o sentimento ruim que está sentindo. Se você assistiu ao filme Pink Floyd – The Wall vai entender um pouco do que estou falando: você se torna Comfortably Numb (Confortavelmente Entorpecido). É nessa hora que você larga a mão de quem insiste em pular no abismo e deixa pra lá. Como se dissesse: “Você persiste nessa atitude? Então quer saber? Azar o seu, colha os frutos amargos das suas ações”. Nesse ponto se dá a ruptura e a gente simplesmente sai de cena, entregando o ente querido à própria sorte. “Que Deus o ajude”, é o que resta dizer. E vamos cuidar da vida, esperando só o dia em que chegarão as inevitáveis notícias dos desastres ocorridos por causa daqueles persistentes atos hipócritas (é claro que oramos muito pedindo a Deus que isso não ocorra, mas é como a Bíblia diz: “Quem semeia corrupção na carne colhe corrupção na carne”. É inevitável.). Ou você acha que uma hipocrisia perene não traz infelicidade ao hipócrita? Ou você acha que hipocrisia passa impune?

Todos somos hipócritas, logo, não serei eu a atirar a primeira pedra. Mas há uma grande diferença entre os tipos de pessoas que praticam a hipocrisia: há o hipócrita que percebe suas escorregadas e se corrige e o hipócrita que, por mais que você advirta, persiste em levar adiante seu erro. Só que Deus não nos chamou para sermos hipócritas. E se você percebe que está vivendo atrás de máscaras, sorrindo quando queria chorar, dizendo “sim” quando deveria dizer “não”, fingindo ser quem você não é… meu irmão, tome uma atitude. Por quê?

Porque senão o seu modo de proceder em nada será diferente do modo dos escribas e fariseus que Jesus tanto condenou. E a quem chamou de sepulcros caiados.

"O maior dos enganos do espírito humano, nos dias de Cristo, era que um mero assentimento à verdade constituísse justiça. Em toda experiência humana, o conhecimento teórico da verdade se tem demonstrado insuficiente para a salvação. Não produz os frutos de justiça. (...) Os fariseus pretendiam ser filhos de Abraão e se vangloriavam de possuir os oráculos de Deus; todavia, essas vantagens não os preservavam do egoísmo, da malignidade, da ganância e da mais baixa hipocrisia. (...)

O mesmo perigo existe ainda hoje. Muitos se têm na conta de cristãos simplesmente porque concordam com certos dogmas teológicos. No entanto, não introduziram a verdade na vida prática. Não creram nela nem a amaram; não receberam, portanto, o poder e a graça que advêm mediante a satisfação da verdade. As pessoas podem professar fé na verdade; mas, se ela não os tornar sinceros, bondosos, pacientes, dominados, tomando prazer nas coisas de cima, isso é uma maldição a seu possuidor e, por meio de sua influência, uma maldição ao mundo.

A justiça ensinada por Cristo é conformidade de coração e de vida com a revelada vontade de Deus. Os pecadores só se podem tornar justos à medida que têm fé em Deus e mantêm vital ligação com Ele. Dessa forma, a verdadeira piedade elevará seus pensamentos e enobrecerá a vida. Então, as formas externas da religião se harmonizarão com a interior pureza cristã. Nesse caso, as cerimônias exigidas no serviço de Deus não são ritos destituídos de sentido, como os dos fariseus hipócritas." (Ellen G. White - A Fé Pela Qual eu Vivo, p. 108)

O que o texto acima de Ellen White quer nos dizer é que a tendência de muitos é de achar que por terem o conhecimento da "verdade" isso os torna "verdadeiros"; por terem o conhecimento da Justiça, isso os torna justos; por terem o conhecimento do que é o cristianismo, isso os torna cristãos. Não é assim que acontece. Isso era comum com certa classe de pessoas, nos dias de Cristo, e parece que é mais comum nos dias de hoje!

A única coisa que identifica uma pessoa não é o que ela profere ser, mas o que ela é de fato, ou seja, o que os seus atos dizem que ela é. Coerência é tudo o que Jesus ensinou. Busquemos incansavelmente conhecer a verdade e pratiquemos a verdade que conhecemos, dessa forma não traremos maldição, ou escândalo ao mundo, que já está farto de gente que diz ser o que nunca foi. Antes de tudo, conheça a verdade que é Cristo (João 14:6 e 8:32), e Ele transformará suas atitudes, de forma que a hipocrisia - um dos maiores males que enchem bancos de igrejas e lotam as ruas, praças, faculdades e a sociedade em geral - não se achará em sua vida.

A nossa hipocrisia não engana a Deus. A Bíblia diz em Lucas 16:15: “E ele lhes disse: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.”

A hipocrisia tem motivos duvidosos. A Bíblia diz em Mateus 6:2: “Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.”

Hipocrisia é conhecer a verdade, mas não obedecer – dizer que Cristo é o Senhor mas não segui-Lo. A Bíblia diz em Mateus 23:13: “Mas ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque fechais aos homens o reino dos céus; pois nem vós entrais, nem aos que entrariam permitis entrar.”

"A advertência foi dada; Deus tem claramente mostrado Seu desprezo por este pecado; e todos os que se dão à hipocrisia, podem estar certos de que estão destruindo a própria alma. A hipocrisia é deveras ofensiva a Deus" (Atos dos Apóstolos, p. 76).

Adaptação de textos de Apenas e Na Contramão