quinta-feira, 30 de abril de 2020

O Cristo das crises

“Crise”. Com que frequência você tem ouvido essa palavra? Uma simples busca do termo no Google revela que, dos mais de 100 milhões de ocorrências, uma quantidade significativa se refere ao momento atual que o Brasil e o mundo enfrentam.

De fato, vivemos dias difíceis. Nem é preciso acompanhar os noticiários para perceber isso. Basta olhar ao redor. Em casa, na rua, no comércio e nas rodas de amigos, o clima é de apreensão e, nas igrejas, os pedidos desesperados de oração se avolumam. E não é somente a crise do coronavírus, a crise política e econômica que têm causado tanto transtorno. Paralelamente, continuamos convivendo com outras antigas conhecidas, como a crise na educação e na segurança públicas; a crise moral da sociedade; e ainda outras de caráter mais pessoal, como crises familiares, psicológicas e emocionais. Em resumo, vivemos em crise!

Definição
Crise é sinônimo de dificuldade, adversidade, tensão, complicação, conflito, etc. A palavra praticamente não aparece na Bíblia, mas o conceito está presente do começo ao fim. Desde a rebelião de Lúcifer no Céu e a queda da humanidade no Éden (Ap 12:7-9; Gn 1-3), passando por toda a história do grande conflito e a cruz, até a vitória final de Deus sobre o pecado e o mal (Ap 19-22), as Escrituras apresentam os altos e baixos de um mundo em constante crise. Além do conceito, a Bíblia também contém a etimologia da palavra. “Crise” deriva do vocábulo grego krisis, que ocorre oito vezes no texto original do Novo Testamento, sempre com o sentido de juízo, julgamento ou decisão.

Nos escritos de Ellen G. White, o termo crisis, em inglês, aparece cerca de 50 vezes e é utilizado para definir diferentes situações, desde problemas circunstanciais na vida pessoal até momentos decisivos da história da redenção. Alguns exemplos do que Ellen White considerava crise:

- A luta e a agonia de Cristo no Getsêmani diante do fato de que estava em jogo o futuro da humanidade (O Desejado de Todas as Nações, p. 693).

- Os desafios enfrentados pela igreja primitiva em seu período formativo (Atos dos Apóstolos, p. 88, 405).

- Os momentos difíceis através dos quais Deus conduziu, conduz e conduzirá sua igreja (Review and Herald, 20 de setembro de 1892).

- O tempo atual, na iminência do fechamento da porta da graça, em que é urgente advertir as pessoas (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 371).

- Os acontecimentos finais da história; o tempo de angústia; a futura perseguição do povo de Deus e a última batalha entre as forças do bem e do mal (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 318-320; v. 3, p. 280; Profetas e Reis, p. 536).

- Lutas pessoais; provações e problemas em geral (Carta 47, 1889; Carta 70, 1894; Ciência do Bom Viver, p. 119).

- Crises financeiras (Conselhos Sobre Mordomia, p. 97).

Às vezes parece que não importa em que direção se olhe, nós nos encontramos diante de uma situação de crise! Em tempos como estes, é encorajador lembrar que o povo de Deus, já enfrentou muitas situações de crise. A Bíblia registra muitas dessas situações enfrentadas pelo povo de Deus no passado. Melhor de tudo, ela relata as coisas notáveis que Deus fez para o Seu povo nos dias de crise.

Ela também nos diz que estas situações foram registradas com um propósito, “Pois tudo que outrora foi escrito, para o nosso ensino foi escrito, para que pela paciência e consolação das Escrituras tenhamos esperança” (Romanos 15:4 ).

As Sagradas Escrituras dão testemunho eloquente do fato de que Deus nunca abandona o seu povo na mão em momentos de crise!

Antes do Mar Vermelho
Em Êxodo 14, encontramos o povo de Deus diante de uma grande crise. Eles foram milagrosamente libertados depois de gerações de escravidão. Agora, em sua jornada rumo à terra que Deus prometeu dar-lhes como herança, encontram-se bloqueados pelo Mar Vermelho. Enquanto eles estão pensando como vão atravessá-lo, eles ouvem atrás de si um grande tumulto.

Virando-se, eles descobrem para sua consternação que as hordas do exército egípcio está descendo sobre eles.

A sua destruição é iminente. Eles não podem ir para a frente, o Mar Vermelho estende-se diante deles. Eles não podem voltar atrás, o exército egípcio está avançando rapidamente na direção deles. Não há salvação para a direita ou para a esquerda. Sua única esperança de salvação vem de cima.

No momento de sua aflição, Moisés se dirige a eles com as heroicas palavras, “Não temais. Estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará. Aos egípcios que hoje vistes, nunca mais vereis para sempre. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calarei” (Êxodo 14:13-14).

Estas são palavras para os dias de crise. A aflição do Povo é a oportunidade de Deus. A Crise dá a Deus a Sua oportunidade de agir! O poder de Deus nunca é mais gloriosamente revelado que no contexto de crise.

Quando Golias Desafiou à Deus
Outra situação de crise a partir da qual podemos ganhar forças é registrada em 1 Samuel 17. Desta vez, não são os egípcios, mas os filisteus que estão ameaçando o povo de Deus. O campeão do inimigo é um gigante de 2,7 metros! Dia após dia, ele desfila diante do exército de Israel, desafiando-os a enviar alguém para lutar com ele e desafiando o Deus de Israel. “Quando os israelitas viram aquele homem,fugiram de diante dele, e temeram grandemente” (1 Samuel 17:24).

Agora, Deus nem sempre utiliza métodos espetaculares para enfrentar uma crise. Ele não manda outro Golias, que fosse maior e mais forte, para enfrentar Golias. Ao contrário, Deus escolheu um rapaz da fazenda. Davi saiu para enfrentar o gigante com sua funda de pastor e cinco pequenos seixos selecionados de um riacho e, com um arsenal tão simples, conquistou a vitória.

Como o exército de Israel, quando chegarmos ao fim dos nossos recursos humanos, Deus permanece. Há Golias estrangeiros no mundo hoje que estão desafiando o Deus do céu! Eles fariam bem em lembrar que o Deus de Davi, ainda hoje é Deus, e Ele tem meios e formas de realizar seu propósito, através dos meios mais discretos e também de formas surpreendentes e inesperadas.

As Forças Invisíveis de Deus
Outra crise é registrada em 2 Reis 6. Desta vez, os sírios estão ameaçando o povo de Deus. A Bíblia diz que “quando o moço do homem de Deus se levantou muito cedo, e saiu, viu que um exército com cavalos e carros tinha cercado a cidade. Então o seu moço lhe perguntou: Ai, meu senhor, o que faremos?” (2 Reis 6:15).

A resposta de Eliseu ao seu preocupado servo faz uma boa leitura para os tempos de crise: “Não tenha medo”, respondeu o profeta. “Mais são os que estão conosco do que os que estão com eles” E Eliseu orou, “Ó Senhor, peço-te que lhe abras os olhos para que veja”. Então o Senhor abriu os olhos do servo, e ele olhou e viu as colinas cheias de cavalos e carros de fogo em redor de Eliseu” (2 Reis 6:16-17).

É tão fácil para nós esquecermos isso. É tão fácil para nós focalizarmos nossa atenção sobre as forças do mal que parecem prontas para varrer tudo à sua frente e erradicar o próprio nome de Deus da face da terra. Pensamos com desânimo que um terço dos anjos do céu que seguiram Satanás em sua rebelião contra Deus estão empenhados em nossa destruição (ver Apocalipse 12:4, 7-9), e esquecemos os dois terços dos anjos que permaneceram fiéis a Deus. E isso significa que as forças do mal estão em desvantagem por 2-1! Nunca esqueçamos isso. Muitas vezes ouvimos dizer que o diabo está fazendo hora extra.

E certamente ele está. Mas não nos esqueçamos de que as forças do lado de Deus estão a trabalhar horas extraordinárias, também. Enquanto as forças do mal estão dedicadas a nossa destruição, lembre-se que as forças da justiça estão dedicadas a nossa salvação.

Cristo na Fornalha
Vamos considerar a situação de crise enfrentada por três homens de Deus, vivendo como cativos na Babilônia. Nabucodonosor, rei da Babilônia, uma das maiores potências da história, ergueu uma imagem enorme na planície de Dura e mandou todos os seus súditos reunirem-se para à consagração da estátua. Três dos súditos do rei se recusaram a obedecer seus comandos.

Eles não estavam preparados para adorar qualquer homem; sua fidelidade era somente a Deus.

Em fúria, o rei ordenou que as três jovens rebeldes fossem jogados em uma fornalha e a sua réplica foi insolente, “…quem é o Deus que vos poderá livrar das minhas mãos?” (Daniel 3:15).

Os personagens centrais desta história, no entanto, não são nem Nabucodonosor nem os três não-conformistas, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. O personagem central da história é posto em foco pelas chamas: “Então o rei Nabucodonosor se espantou, e se levantou depressa, e disse aos seus conselheiros: Não lançamos nós três homens atados dentro do fogo? Eles responderam: Certamente, ó rei. Disse ele: Eu, porém,vejo quatro homens soltos, que andam passeando dentro do fogo, sem nenhum dano, e o aspecto do quarto é semelhante ao filho dos deuses” (Daniel 3:24-25).

O Cristo da crise tinha chegado, e estava com os Seus servos, em meio às chamas! E ele está com seus servos em meio às chamas de hoje. E Ele estará com os Seus servos em meio às chamas de amanhã. Ele continua com os seus servos em meio ao fogo até o fim dos tempos.

A Tempestade na Galileia
Jesus e seus discípulos estavam atravessando o Mar da Galileia, num pequeno barco quando uma terrível tempestade desceu sobre eles. “Levantou-se grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, de modo que já estava a encher-se. E Jesus estava na popa, dormindo sobre uma almofada. Os discípulos o despertaram dizendo: Mestre, não se te dá que pereçamos? Ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: cala-te, aquieta-te. Então o vento se aquietou, e houve grande bonança. Ele disse aos discípulos: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé? Eles sentiram grande temor, e diziam uns aos outros: Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?” (Marcos 4:37-41).

Há momentos na vida de todos nós quando sentimos nosso coração gritando dentro de nós, “Não te importa que pereçamos? Senhor, por que você não faz alguma coisa?”

Nós todos experimentamos isto, às vezes, em ambas as crises pessoais e corporativas.

Esta história foi registrada na Bíblia, para que você e eu pudéssemos saber que nas tempestades da vida existe Aquele que é maior do que a tempestade. O vento e as ondas ainda o obedecem. E quando Ele se levanta e ordena: “Silêncio! Não se mexa!” os ventos cessam e ainda há calma completa.

Para nós que vivemos em tempos de crise, Jesus diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus, serei exaltado entre as nações, serei exaltado sobre a terra” (Salmo 46:10).

Tenha bom ânimo. Cristo ainda é o Cristo das crises. E o Cristo das crises está com você…

Textos extraídos de Sétimo Dia e Revista Adventista

quarta-feira, 29 de abril de 2020

Campo ou cidade?

Viver no campo ou na cidade? Deixar os centros urbanos ou realizar um ministério dentro deles? Essas são perguntas que têm despertado discussão na igreja por mais de um século. Qual é a visão correta, a decisão equilibrada, o momento certo? Os últimos acontecimentos do cenário profético têm aumentado o interesse por esse tema tão sensível e, para evitar decisões imprudentes, precisamos ter uma visão abrangente dos escritos de Ellen White.

São enfáticos os conselhos da autora sobre a vida no campo, especialmente para aqueles que buscam mais pureza e sensibilidade espiritual: “O apelo é para que o nosso povo fixe residência a quilômetros de distância das grandes cidades” (Eventos Finais, p. 95). “Sérias aflições se encontram perante nós; e sair das cidades se tornará uma necessidade para muitas famílias” (A Ciência do Bom Viver, p. 364).

O assunto, porém, é mais amplo. Por isso, foi publicada a compilação Vida no Campo, com as principais citações de Ellen White. Em Eventos Finais (cap. 7) também podem ser encontrados conselhos preciosos. E o livro Mensagens Escolhidas (vol. 2, p. 354-364) apresenta uma visão que se aplica ao assunto, com recomendações às famílias que se preparavam para sair de Battle Creek.

Em qualquer dos materiais estudados, a mensagem é clara e os benefícios são seguros. Não faltam, porém, pedidos de equilíbrio: “Cuidem para que não haja movimentos precipitados”, diz a autora (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 361). “Nada se faça de maneira desordenada, para que não haja grande perda nem sacrifício de propriedade, devido a discursos ardentes e impulsivos que despertam um entusiasmo que não é segundo a vontade de Deus” (p. 363).

Ellen White incentiva os que podem sair das cidades, mas também valoriza os que devem permanecer nelas para pregar o evangelho, reconhecendo que ambos estão sendo fiéis às orientações de Deus (Vida no Campo; Ministério Para as Cidades).

Um estudo feito por Monte Sahlin encontrou 107 artigos sobre ministério urbano no índex de Ellen White. Em 24 deles são apresentadas instruções à igreja para sair das cidades e estabelecer instituições fora delas. Por outro lado, 75% dos artigos apresentam instruções específicas para que haja um movimento para dentro das cidades.

Algumas citações chegam a ser apelativas: “O encargo das necessidades de nossas cidades tem pesado tanto sobre meus ombros que algumas vezes parecia que eu ia morrer” (Manuscrito 13, 1910). Segundo George Knight, “Ellen White estava tão insatisfeita com a falta de progresso do adventismo que chegou a questionar a conversão do presidente da Associação Geral, Arthur G. Daniells, sugerindo que, diante do que ela acreditava ser uma falta de interesse no trabalho nas cidades, ele não seria qualificado para liderar os adventistas”.

A visão equilibrada pode ser entendida pelo conceito “dentro/fora”: dentro das cidades deve ser realizado um ministério especial e fora delas pode ser encontrada a oportunidade para fortalecer a vida espiritual.

No entanto, a partir do decreto dominical, já não mais haverá opção, pois será tempo de sair das cidades maiores (Eventos Finais, p. 121), e, após o decreto de morte, chegará também o momento de abandonar as pequenas cidades. Enquanto esse tempo não chega, “como preparação para a vinda de nosso Senhor, devemos realizar um amplo trabalho nas grandes cidades” (p. 118).

Ao avaliar essa questão, é importante buscar o equilíbrio. Precisamos evitar os extremos, como o efeito do pêndulo de um relógio: nem o extremo do fanatismo, que impõe as próprias interpretações, gera alarmismo e critica os outros, nem o extremo do liberalismo, com sua espiritualidade superficial e comprometimento insuficiente. 

Pr. Erton Köhler (via Revista Adventista)

Mentes ansiosas

Você já sentiu uma sensação ruim de medo, uma preocupação incomum sobre o futuro e o aumento das batidas do coração a ponto de achar que iria morrer? Esse mal tem nome: ansiedade.

Presente na sociedade desde a aurora da civilização, a ansiedade acompanha o ser humano como parte de sua própria condição pós-pecado. Ela caracteriza nossa estrutura psíquica, já que a vida é precária e não podemos controlar nossas emoções, o ambiente e o futuro. Na busca por transcendência, descobrimos nossa limitação e finitude. Porém, nos últimos anos, com a aceleração do tempo, a desconexão do espaço, a mecanização das tarefas, a fragmentação da comunidade e a desvalorização da vida, o grau de ansiedade aumentou geometricamente. O próprio Cristo profetizou que, no fim, as nações experimentariam pânico por causa dos acontecimentos, e as pessoas, apreensivas, desmaiariam de terror (Lc 21:25-26). Portanto, se você tem sido vítima da ansiedade, não está sozinho.

Há vários tipos de ansiedade que dominam as mentes religiosas e seculares, como a existencial, a inquietude que angustia os que não veem significado na vida, nem propósito na existência; posicional, o desassossego que agita os que buscam popularidade e prestígio a qualquer preço; funcional, o temor exagerado de não ser bom o suficiente para encarar as exigências do mercado; econômica, o pavor de não ter dinheiro para enfrentar as crises financeiras e as carências da vida; cognitiva, a incerteza que intranquiliza os que vivem atribulados pela dúvida; tecnológica, a ambição que impacienta os que trocam de aparelho todo ano e consultam as mídias sociais a cada momento; familiar, o receio que resulta das dificuldades de convivência com o cônjuge ou das preocupações com os filhos; soteriológica, a apreensão que paralisa os que não têm certeza da salvação; tanatológica, o medo que aterroriza os que não estão preparados para a morte e se desesperam diante da possibilidade de separar-se dos queridos; e escatológica, a tensão que domina os que pensam demais sobre o fim do mundo e veem sinais alarmantes em cada notícia de jornal.

No sentido mais profundo, Deus tem a solução para todas essas ansiedades. A Bíblia não fala muito de ansiedade; o conceito de medo é muito mais frequente. Porém, o conselho bíblico é que não devemos andar ansiosos por nada e que lancemos toda a nossa ansiedade sobre Deus, pois Ele cuida de nós (Mt 6:25-34; Fp 4:6; 1Pe 5:7). Várias passagens bíblicas podem ser resumidas numa palavra: relaxe! Não no sentido de não ter responsabilidade nem fazer as coisas malfeitas, mas de confiar em Deus e descansar nEle.

Muitos cristãos vivem assustados e estão aprisionados no círculo sem saída da ansiedade porque veem ameaças em cada esquina. Mas não precisamos temer. A religião deveria reduzir a ansiedade, e não aumentá-la. Em termos coletivos, a igreja já passou por momentos de ansiedade superlativa, em épocas de guerra, perseguição, fanatismo, mornidão e crise, e sobreviveu. Com a ajuda divina, nós também sobreviveremos.

A vivência do evangelho, que inclui a libertação do medo, é o fim da ansiedade. Quem está em Cristo tem tranquilidade de espírito, pois Ele é nossa paz (Mt 11:28-30; Jo 14:27; 16:33; Ef 2:14; Fp 4:7). O amor, personificado por Deus (1Jo 4:8, 18), elimina o medo. Portanto, tranquilize-se! Substitua o medo pelo amor, a dúvida pela confiança e a ansiedade pela paz.

Marcos De Benedicto (via Revista Adventista)

Nota do blog: Deixo abaixo um sábio conselho de Ellen G. White:

"Achamo-nos num mundo de sofrimento. Dificuldades, provações e dores nos aguardam em todo o percurso para o lar celestial. Muitos existem, porém, que tornam duplamente pesados os fardos da vida por estarem continuamente antecipando aflições. Se têm de enfrentar adversidade ou decepção, pensam que tudo se encaminha para a ruína, que a sua situação é a mais dura de todas, e que vão por certo cair em necessidade. Trazem assim sobre si o infortúnio e lançam sombras sobre todos os que os rodeiam. A própria vida se lhes torna um fardo. Entretanto não precisa ser assim. Custará um decidido esforço mudar a corrente de seus pensamentos. Mas essa mudança pode acontecer. Sua felicidade, tanto nesta vida como na futura, depende de que fixem a mente em coisas animadoras. Desviem-se eles do sombrio quadro, que é imaginário, voltando-se para os benefícios que Deus lhes tem espargido na estrada, e para além destes, aos invisíveis e eternos." (A Ciência do Bom Viver, pp. 247 e 248)

terça-feira, 28 de abril de 2020

Feitos para outro mundo

O que leva uma pessoa a pensar que a vida faz sentido? Há muita gente que tem tudo o que se possa imaginar e, mesmo assim, continua procurando uma razão para viver. Por outro lado, ao longo da minha trajetória tenho conhecido pessoas que, apesar do convívio com a escassez, conseguem experimentar um tipo de paz interior que está além da experiência que a sociedade do consumo pode proporcionar.

No livro Em Busca de Sentido, o psiquiatra austríaco Viktor Frankl comenta que “a principal preocupação da pessoa humana não consiste em obter prazer ou evitar a dor, mas antes em ver sentido para sua vida”. A grande questão é que “o coração do homem tem um vazio do tamanho de Deus”, conforme expressou o escritor russo Fiódor Dostoiévski.

Pela visão cada vez mais ofuscada e distorcida da humanidade, muitos não sabem explicar o que é e de onde vem essa aspiração. A resposta está no fato de que Deus “pôs a eternidade no coração do homem” (Ec 3:11). Por isso, nenhuma condição terrena pode preencher um anseio que tem origem divina.

Após uma intensa reflexão sobre a sociedade de sua época e uma profunda autoanálise, Salomão chegou à conclusão de que toda busca para mitigar a sede da alma por meio das realizações humanas não passa de vaidade e “correr atrás do vento” (Ec 1:2, 14, 17; 2:11, 17, 26; 4:4, 6, 16; 6:9; 12:8).

O livro de Eclesiastes revela que “é desígnio de Deus que o ser humano compreenda que o mundo material não constitui a essência de sua existência. Ele está unido a dois mundos: fisicamente a este mundo, porém mental, espiritual e psicologicamente ao mundo eterno. Apesar da consciência obscurecida pelo pecado, o homem ainda parece ter percepção de que deveria continuar a viver para além dos estreitos limites desta vida insatisfatória” (Comentário Bíblico Adventista, vol. 3, p. 1215).

Em outras palavras, nós devemos viver com os “pés na terra e os olhos no céu”. Afinal, como disse C. S. Lewis no livro Cristianismo Puro e Simples, “se eu encontrar em mim mesmo desejos que nada neste mundo podem satisfazer, a única explicação lógica é que eu fui feito para outro mundo.”

Feitos para outro mundo. Por isso é bom estar constantemente olhando para lá, para não esquecer nossa origem e destino. Em Colossenses 3:1,2 o apóstolo Paulo aconselha: "Portanto, se fostes ressuscitados com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da Terra".

Ellen G. White teve o privilégio de conhecer este outro mundo e, quando voltou de sua visão, escreveu: 

“Depois que voltei da visão, todas as coisas pareciam mudadas; uma tristeza se espalhava sobre tudo que eu contemplava. Oh! quão escuro pareceu-me este mundo! Chorei quando me encontrei aqui, e senti saudade. Eu tinha visto um mundo melhor, e o atual perdeu o seu valor” (Primeiros Escritos, p. 20).

segunda-feira, 27 de abril de 2020

Verdade nua e crua

A Verdade saindo do poço armada do seu chicote para castigar a humanidade (no original: La Vérité sortant du puits armée de son martinet pour châtier l'humanité), conforme ilustrado acima, é um quadro realizado pelo artista francês Jean-Léon Gérôme em 1896. A pintura pertence às coleções do museu Anne-de-Beaujeu, em Moulins, na França, e está ligada ao texto abaixo que é atribuído a uma parábola judaica sobre a Verdade e a Mentira. Por certo reproduz muitas das situações que diariamente enfrentamos em nosso cotidiano, em que os cenários que se nos apresentam nem sempre são aquilo que aparentam ser. Ei-la, pois!

Certa vez, a Mentira e a Verdade se encontraram.

A Mentira, dirigindo-se à Verdade, disse-lhe:

– “Bom dia, dona Verdade!”

Zelosa de seu caráter, a Verdade, ouvindo tal saudação, foi conferir se realmente era um bom dia. Olhou para o alto, não havia nuvens de chuva; os pássaros cantavam; não havia cheiro de fumaça na mata; tudo parecia perfeito.

Tendo se assegurado de que realmente era um bom dia, respondeu:

– “Bom dia, dona Mentira!”

– “Está muito calor hoje, não é mesmo”, disse a Mentira.

Realmente o dia estava quente demais. Desse modo, vendo que a mentira estava sendo sincera, começou a relaxar, a “baixar a guarda”. Por qual razão haveria de desconfiar, se a Mentira parecia tão cordial e “verdadeira”?

Diante do calor insuportável, a Mentira, num gesto de aparente amizade, convidou a Verdade para juntas banharem-se no rio.

Como não havia mais ninguém por perto, a Mentira despiu-se de suas vestes, pulou na água e, dirigindo-se à Verdade, disse-lhe, insistentemente:

– “Vem, dona Verdade, a água está uma delícia, simplesmente maravilhosa.”

O convite parecia irrecusável. Assim sendo, dona Verdade, sem duvidar da Mentira, despiu-se de suas vestes, pulou na água e deu um bom mergulho.

Ao ver que a Verdade havia saltado na água, rapidamente a Mentira pulou para fora, em segundos vestiu-se com as roupas da Verdade que estavam à margem e se mandou sorrateira.

Tendo suas roupas furtadas, a Verdade saiu da água e, por sua vez – ciosa de sua reputação -, recusou-se a vestir-se com as roupas da Mentira, deixadas para trás.

Certa de sua pureza e inocência, nada tendo do que se envergonhar e não tendo outra opção que lhe fosse coerente, saiu nua a caminhar na rua.

Desde então, aos olhos das pessoas, ficou mais fácil aceitar a Mentira vestida com as roupas da Verdade do que aceitar a Verdade nua e crua.

Nietzsche escreveu: “(...) o homem também quer apenas a verdade. Ele quer as consequências agradáveis da verdade, que conservam a vida; (...) frente às verdades possivelmente prejudiciais e destruidoras ele se indispõe com hostilidade, inclusive.” Parece absurdo. Entretanto a observação nos faz concordar com o filósofo. A verdade preferida é a que supre a necessidade emocional e/ou espiritual. A verdade que fere, magoa e entristece não é essencial e, inclusive é evitada (“o que os olhos não vêm o coração não sente”, “fulano não está preparado para ouvir a verdade”, “a verdade dói”). Isso é bem visível nas relações diárias.

Suprimir a verdade acaba gerando a superficialidade. Comentários superficiais, relações humanas superficiais, religião superficial. Falar o que é preciso ser dito é fundamental para estabelecer uma relação de confiança. O que se vê, no entanto, são relações baseadas em meias-verdades. Diz-se o agradável, suprime-se o desagradável. Assim é que colocamos nossas ‘máscaras’. Na Bíblia, no entanto, a verdade é dita doa quem doer. Por mais politicamente incorreto que possa ser, dizer a verdade é a única forma de libertação do ser humano.

Jesus não apenas dizia a verdade (de maneiras distintas – ora exaltado com um chicote na mão e chamando certas pessoas de ladrões, ora conversando tranquilamente de madrugada com um rico medroso), Ele vivia a verdade, Ele é a verdade. “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (João 14:6). “Conhecereis a Verdade e ela vos libertará” (João 8:32).

Uma realidade é que ao passarmos a viver com e na Verdade, nossas máscaras tendem a cair, a superficialidade dos nossos relacionamentos tendem a sumir, não porque saímos a apontar erros e defeitos verdadeiros nos outros, mas porque a Verdade falará por nós e em nós.

Dê um fim na superficialidade dos seus relacionamentos e nas meias-verdades que conduzem sua vida. Busque a Verdade, ainda que doa no início. 

"Quantas vezes o orgulho, a paixão, o ressentimento pessoal, dão cores à impressão transmitida! Um olhar, uma palavra, a própria entonação da voz, podem estar cheios de mentira. Mesmo os fatos podem ser declarados de modo a dar uma falsa impressão. E o que passa da verdade é de procedência maligna. Tudo quanto os cristãos fazem deve ser tão transparente como a luz do Sol. A verdade é de Deus; o engano, em todas as suas múltiplas formas, é de Satanás; e quem quer que, de alguma maneira, se desvia da reta linha da verdade, está-se entregando ao poder do maligno. Não é, todavia, coisa leve ou fácil falar a exata verdade; e quantas vezes opiniões preconcebidas, peculiares disposições mentais, imperfeito conhecimento, erros de juízo, impedem uma justa compreensão das questões com que temos de lidar! Não podemos falar a verdade, a menos que nossa mente seja continuamente dirigida por Aquele que é a verdade" (Ellen G. White - O Maior Discurso de Cristo, p. 68).

Pensamento positivo

O mundo pode ser dividido em dois: o daqueles que têm um pensamento cujo padrão geral os conduz a focar o que é positivo; e o dos que têm seu foco nos acontecimentos negativos. 

O mundo vai cair sobre sua cabeça se continuar com o pensamento “por que tudo vai mal para mim?”, em vez de “como posso mudar isso?” 

Muitas pessoas não sabem que podem modificar o padrão negativo de pensar. Creem que aquele seu jeito de pensar é o único que podem ter. A verdade é que podemos desenvolver um modo melhor de pensar, com mais conteúdos saudáveis embutidos em nossos pensamentos. Também é verdade que não é fácil mudar a corrente dos pensamentos, porque habituamo-nos a tê-los num sentido (pessimista ou otimista, negativo ou positivo, sem esperança ou com ela, etc.) ao longo da vida. É importante compreender que muito do que sentimos depende do que pensamos, da nossa maneira de pensar e do que mais pensamos. Em parte nos tornamos aquilo em que mais pensamos. Ellen G. White nos orienta:

“Mais precioso do que as barras de ouro de Ofir é o poder do pensamento positivo. Precisamos dar elevado valor ao controle correto de nossos pensamentos, pois tal controle nos prepara para trabalhar pelo Mestre. É necessário para a nossa paz e felicidade nesta vida que nossos pensamentos se centralizem em Cristo. Como o homem imagina em sua alma, assim ele é” (Refletindo a Cristo, p. 300).

A informação não utilizada tende ao desaparecimento; em contrapartida, a que está mais presente na memória adquire maior força e influência sobre nossa conduta. 

"A mente natural, egoísta, uma vez deixada a seus próprios e maus desejos, agirá sem motivos elevados, sem referência à glória de Deus ou ao benefício da humanidade. Os pensamentos serão maus, e só maus continuamente. O Espírito de Deus produz uma nova vida na pessoa, levando os pensamentos e os desejos à obediência da vontade de Cristo" (Nossa Alta Vocação, p. 111).

Insira pensamentos positivos e permanentes em sua mente. Reforce-os com a repetição. Dê as boas-vindas a qualquer pensamento desejado que influencie sua conduta e suspenda todo aquele que lhe reforce o hábito de pensar de maneira negativa. 

"Como nós não pertencemos a nós mesmos, visto como fomos comprados por bom preço, é dever de todo que professa ser cristão, manter seus pensamentos sob o controle da razão e impor-se o dever de ser bem-humorado e feliz. Por amarga que seja a causa de sua tristeza, deve ele cultivar um espírito de repouso e quietude em Deus. O repouso que há em Cristo Jesus, a paz de Cristo, quão preciosa, quão salutar sua influência, quão calmante para o espírito opresso! Por escuras que sejam suas perspectivas, nutra ele um pensamento de boa esperança. Ao passo que coisa alguma se ganha pelo desânimo, muito por ele se perde. Ao passo que o bom ânimo e uma calma resignação e paz tornarão felizes e sadios os outros, ao mesmo tempo serão de maior benefício a si mesmo" (Mente, Caráter e Personalidade 2, p. 662). 

Vejamos algumas dicas práticas para mudarmos nossa maneira de pensar:

1) Modifique seus pensamentos a partir de sua linguagem
Quando fala, você atua em duplo cenário: de um lado, transmite seus pensamentos aos demais; de outro, suas palavras se transformam em comunicação para si mesmo. 

“Mas, o que sai da boca, procede do coração, e isso contamina o homem. Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, fornicação, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias. São essas coisas que contaminam o homem” (Mateus 15:18-20). 

"Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios ficará satisfeito. A morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto” (Provérbios 18:20-21).

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem” (Efésios 4:29).

“Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração“ (Efésios 5:19). 

Nossa percepção determina nossos pensamentos, que determinam nossa linguagem, que determinam nossas opções, que determinam nossa conduta (modo de agir), que determinam nossos resultados, que realimentam nossa percepção! 

"A tristeza e o falar em coisas desagradáveis, é o mesmo que animar cenas desagradáveis, trazendo sobre si o efeito ruim. Deus quer que esqueçamos tudo isso - não olhar para baixo mas para cima, para cima!" (Carta 1, 1883).

2. Circule em um ambiente positivo - Crie um ambiente de fé 
- Transforme-se no anjo das boas notícias. Não divulgue episódios negativos e repita muitas vezes fatos positivos! 

- Fuja do grupo de pessoas cuja principal função é propagar más notícias. 

- Selecione amizades que tragam alguma “contribuição” a seus propósitos. Cada um é responsável pelo ambiente e pelas pessoas que o cercam. 

- Cuidado com as notícias que chegam aos seus ouvidos. 

- Não acompanhe pormenores de notícias violentas e desalentadoras. 

- Informe-se, mas sem excesso. 

"Devemos fazer todo o possível para nos colocarmos, e a nossos filhos, em posição onde não vejamos a iniquidade que é praticada no mundo. Devemos guardar cuidadosamente nossa habilidade de ver e ouvir, para que essas coisas más não entrem em nossa mente. Quando os jornais chegam em casa, quase desejo escondê-los, para que as coisas ridículas e sensacionalistas não sejam vistas. Parece que o inimigo é responsável por muitas coisas que aparecem nos jornais. Todo mal que pode ser encontrado é descoberto e desnudado perante o mundo. [...] Os que não querem cair presa dos enganos de Satanás, devem guardar bem as vias de acesso à mente; devem-se esquivar de ler, ver ou ouvir tudo quanto sugira pensamentos impuros. Não devem permitir que a mente se demore ao acaso em cada assunto que o inimigo possa sugerir. O coração deve ser fielmente guardado, pois de outra maneira os males externos despertarão os internos, e a mente vagará em trevas" (Fundamentos do Lar Cristão, p. 133). 

"O que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue, e fecha os seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas" (Isaías 33:15, 16).

“Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Filipenses 4:8). 

"Precisamos de um constante senso do enobrecedor poder dos pensamentos puros, e da danosa influência dos pensamentos maus. Ponhamos nossos pensamentos em coisas santas. Sejam eles puros e verdadeiros, pois a única segurança para qualquer pessoa é o pensar correto. Devemos usar todos os meios que Deus pôs ao nosso alcance, para o governo e o cultivo de nossos pensamentos. Devemos pôr a mente em harmonia com a mente divina. Sua verdade nos santificará, corpo, alma e espírito" (Carta 123, 1904). 

3. Mude o tema da conversa 
- Controle rigorosamente seu modo de se referir ao cotidiano. Qual é a utilidade desses comentários? Eles auxiliam na resolução de situações, ou antes, exercem uma influência negativa sobre você e os demais ouvintes? 

- Não dirija insultos a si mesmo, nem a outros e nem às instituições. 

- Inicie a mudança por si mesmo e ela se projetará nos demais. 

"As palavras e o caráter de Cristo devem ser muitas vezes o assunto de nossos pensamentos e nossa conversação, e cada dia se deve dedicar algum tempo a uma devota meditação sobre esses temas sagrados" (Review and Herald, 3 de maio de 1881).

"Ninguém senão vós mesmos podereis dominar vossos pensamentos. Na luta para alcançar a mais elevada norma, o êxito ou o fracasso depende muito do caráter, e da maneira por que são disciplinados os pensamentos. Caso estes estejam bem cingidos, como Deus determina que o sejam dia a dia, estarão nos temas que nos ajudarão no sentido de maior devotamento. Se os pensamentos são justos, então, em resultado, as palavras o serão também; as ações serão de natureza a trazerem alegria e conforto e serenidade a outros" (Nossa Alta Vocação, p. 112). 

4. Renove sua mente pela Palavra de Deus 
“E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12:2). 

Transformar-se (mudar) pela renovação da nossa mente. Como? Substituindo a maneira de pensar de dúvida, incredulidade, ansiedade por fé e confiança. 

“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite” (Salmos 1:1-2).

"Meditar na Palavra de Deus de dia e de noite. Por quê? Pelo fato de que a Palavra tem os subsídios que você precisa para mudar os seus padrões de pensamento" (Josué 1:8).

"Os misericordiosos alcançarão misericórdia, e os limpos de coração verão a Deus. Todo pensamento impuro contamina o coração, debilita as faculdades morais, e tende a extinguir as impressões do Espírito Santo. Além disso, obscurece a visão espiritual, de modo que os homens não possam contemplar a Deus. O Senhor pode perdoar, e perdoa o pecador arrependido; mas embora perdoado, sua mente fica prejudicada. Toda impureza no falar e no pensar precisa ser evitada por aquele que deseja ter um claro discernimento da verdade espiritual" (Refletindo a Cristo, p. 300).

Conclusão
Necessitamos possuir um constante senso do poder enobrecedor dos pensamentos puros, bem como da influência danosa dos maus pensamentos. Voltemos nossos pensamentos para as coisas santas. Sejam eles puros e verdadeiros, pois a única segurança para a vida está no pensar corretamente. Devemos utilizar todos os meios que Deus colocou à nossa disposição para dominar e cultivar nossos pensamentos. Devemos trazer a mente em harmonia com a mente de Cristo. Sua verdade nos santificará, corpo, alma e espírito. Seremos habilitados a erguer-nos acima das tentações. “Pensai nas coisas lá do alto...” (Colossenses 3:2).

domingo, 26 de abril de 2020

A importância do caráter

Caráter é um conjunto de características e traços relativos à maneira de agir e de reagir de um indivíduo ou de um grupo. É um feitio moral. É a firmeza e coerência de atitudes. O conjunto das qualidades e defeitos de uma pessoa é que vai determinar a sua conduta e a sua moralidade, o seu caráter. Os seus valores e firmeza moral definem a coerência das suas ações, do seu procedimento e comportamento.

O caráter não vem por acaso. Não é determinado por uma explosão de temperamento, um passo na direção errada. É a repetição do ato que faz com que se torne hábito e molda o caráter, seja para o bem ou para o mal. O caráter reto só pode ser formado pelo esforço perseverante e incansável, aperfeiçoando cada talento e capacidade confiados para a glória de Deus. 

Pra começar, vejamos o que Ellen G. White falou sobre a importância do caráter: "O caráter formado segundo a semelhança divina é o único tesouro que podemos levar deste mundo para o futuro. Aqueles que nesta vida estão sob a instrução de Cristo levarão consigo, para as mansões celestes, todo aprendizado divino. E nos Céus deveremos progredir continuamente. Que importância tem, pois, o desenvolvimento do caráter!" (Parábolas de Jesus, p. 332). "O caráter que uma pessoa forma neste mundo determina seu destino para a eternidade” (Perto do Céu, p. 61).

Ou você tem caráter ou você é um simples personagem. Algumas pessoas procuram fazer algo para si mesmas, enquanto outras procuram fazer algo de si mesmas. Tryon Edwards declarou: "Idéias conduzem a propósitos e esses se transformam em ações; ações geram hábitos, que definem o caráter; e o caráter determina o nosso destino." 

A Bíblia afirma no livro de Provérbios: "A boa reputação vale mais do que grandes riquezas" (22:1). Ellen White diz que cada ato influencia o caráter: "Cada ato da vida, por menos importante que seja, tem sua influência na formação do caráter. Um bom caráter é mais precioso que posses mundanas, e a obra de formá-lo é a mais nobre na qual se possam empenhar os homens" (Testimonies, vol. 4, p. 657).

O caráter é a verdadeira base de todo sucesso que vale a pena. Uma boa pergunta para se fazer é: "Que tipo de mundo seria este se todos fossem exatamente como eu?" Você é simplesmente um livro aberto, contando ao mundo a respeito de seu autor. "Nenhum homem pode ir além dos limites de seu próprio caráter", exclamou John Morely. 

Jamais se envergonhe por fazer o que é certo. Marco Aurélio exortou: "Nunca aprecie como sendo uma vantagem vossa o que pode fazer-vos quebrar vossa palavra ou perder vosso respeito próprio." W. J. Dawson aconselhou: "Não é preciso escolher o mal; apenas deixe de escolher o bem e se desviará rapidamente para o mal. Não é preciso que se diga: 'Eu serei mau'; tudo o que se precisa dizer é: 'Não escolherei fazer a vontade de Deus', pois assim o mal já está estabelecido." Não existe o que se costuma chamar de um mal necessário. Phillip Brooks declarou: "O homem que vive de forma correta e é correto possui mais poder com o seu silêncio do que outro com suas palavras." 

A reputação de muitos homens não reconheceria seu caráter caso se encontrassem no escuro. Para mudar o seu caráter é preciso que se comece no centro de controle — o seu coração. A falência do caráter é inevitável quando não se consegue mais nutrir um sincero interesse às próprias obrigações morais. Ellen White declarou: "Se o coração foi renovado pelo Espírito de Deus, a vida dará testemunho desse fato. Ver-se-á mudança no caráter, nos hábitos e atividades" (Caminho a Cristo, p. 57).

Henry Ward Beecher ponderou: "Não se pode afirmar se alguém é rico ou pobre apenas pela inscrição em sua lápide. É o coração que faz uma pessoa ser rica. Ela é rica de acordo com o que é em si mesma e não pelo que possui." Viva de maneira que os seus amigos possam defendê-lo, mas nunca precisem chegar a isso. Considere o que Woodrow Wilson ensinou: "Se os seus pensamentos estão no que você deve fazer pelas pessoas, o seu caráter cuidará de si mesmo." 

Ellen White afirmou que ter um bom caráter é mais necessário do que simples demonstrações exteriores: "Se se considerasse de tanta importância que os jovens possuíssem um caráter belo, e amável disposição, como se considera importante que imitem as modas do mundo no vestuário e no comportamento, veríamos centenas onde hoje vemos um, que vem para o cenário da vida ativa preparado para exercer enobrecedora influência sobre a sociedade" (Fundamentos da Educação Cristã, p. 69).

Um excelente caráter é demonstrado quando se faz, em segredo, tudo o que se deseja fazer quando todos estão observando. Ser um bom cristão enquanto todos estão te olhando é fácil. No trabalho, quando o chefe não está; em casa, quando os seus pais saírem e te deixarem sozinho; ou na escola, quando o professor se distrair na hora da prova. É nessas horas que somos tentados a fazer coisas que desagradam a Deus. O grande evangelista americano Dwight L. Moody cunhou uma frase provocadora: “Caráter é o que você é no escuro”. E Ellen White alertou: "Toda má palavra, todo ato egoísta, todo dever não cumprido, e todo pecado secreto, juntamente com toda artificiosa hipocrisia estão escritos nos livros do céu com terrível exatidão" (O Grande Conflito, p. 481).

Permita-me lhe perguntar: O menino que você já foi um dia teria orgulho do homem que você se tornou? Você foi chamado a florescer como uma árvore e não como um cogumelo. É difícil crescer assim quando se tem um caráter fraco. O menor sermão do mundo é o que é pregado pela placa de trânsito nos países de língua inglesa: Keep Right, que em português pode significar tanto Mantenha a Direita quanto Seja Correto.

Vejamos alguns exemplos de falta de caráter:

Mentiras - Todos nós mentimos, quer admitamos, quer não. As mentiras podem ser coisas banais do dia a dia, como dizer que vamos para casa, quando realmente não queremos sair com alguém. (nesse caso, até uma maneira de tentar abrandar um mal-estar), como podem ser mentiras mais graves, e que envolvem consequências importantes. Entretanto, todos estamos sujeitos a um erro grave. A diferença entre uma mentira acontecer em uma pessoa normal (cheia de falhas, mas que tem consciência), e em uma pessoa com falta de caráter, será a repetição e a não correção do ato, mesmo após ter passado por situações delicadas com as mentiras anteriores. Uma, duas mentiras são aceitáveis. Entretanto, um mentiroso (a) frequente mostra sérios sinais de falta de caráter.

Traição - Longe de ser um tópico moralista, a traição pode ser entendida como falta de caráter, quando também acontece recorrentemente em uma relação em que o pacto do casal é de fidelidade. A traição também deve ser lembrada nos contextos de sociedade, no trabalho e amizade, em que o raciocínio é o mesmo: quebra de acordos e confiança.

Dívidas - Uma coisa é a pessoa passar por situações complexas e que impossibilitem o pagamento de suas contas, outra coisa é a má administração do dinheiro, o consumismo desnecessário e o “comprar sem ter a intenção de pagar”. Um exemplo que deve ser observado são as pessoas que emprestam dinheiro de familiares e/ou amigos e não se veem na obrigação de pagar, aproveitando-se do vínculo afetivo existente. Mais uma vez, a falta de caráter será observada na frequência das ações.

Tratamento diferenciado - O que motiva alguém a tratar bem algumas pessoas em detrimento de outras? O que pensar de alguém que só trata bem àqueles que têm dinheiro ou que podem lhe oferecer algo em troca? A arrogância, a hipocrisia e comportamento interesseiro também são, sem dúvidas, sinais de falta de caráter.

Manipulação - Tentar convencer alguém a pensar ou fazer algo de maneira diferente são coisas completamente diferentes de manipular pessoas a fazerem coisas que elas, se estivessem em plena consciência de seus atos, talvez não fizessem. A manipulação é um comportamento egoísta, uma vez que tira o direito de escolha do outro, e mostra falta ou total ausência de consideração pelo outro. O manipulador sempre visa driblar vontades e regras para favorecimento pessoal.

Falta de palavra - A falta de palavra pode caminhar próximo à mentira e à manipulação. Quando alguém combina algo ou assume um compromisso, a espera social é que o mesmo seja cumprido. Mais uma vez, descartando os casos isolados, uma “Palavra” quebrada com frequência oferece sérios indícios de falta de caráter.

Não assumir as próprias responsabilidades - Um dos maiores sinais de maturidade que pode ser encontrado em alguém é a capacidade de assumir as próprias responsabilidades. A falta de caráter pode ser observada se uma pessoa repetidamente atribui a outros a responsabilidade por atos que deveriam ser assumidos pessoalmente, principalmente, no que se refere às quebras de regras e leis que infringem com frequência.

Finalizo com este conhecido texto de Ellen White: "A maior necessidade do mundo é a de homens – homens que não se compram nem se vendam; homens que no íntimo da alma sejam verdadeiros e honestos; homens que não temam chamar o erro pelo seu nome; homens, cuja consciência seja tão fiel ao dever como a bússola o é ao pólo" (Educação, p. 57).

sexta-feira, 24 de abril de 2020

Reabertura de templos

Depois que o governo dinamarquês reabriu escolas para alunos de até 11 anos, a Noruega reativou creches, e países como Itália e Espanha anunciaram a retomada gradual de serviços não essenciais, novos debates em torno da flexibilização da quarentena foram travados nesta semana no cenário nacional e internacional. Por aqui, o governo do estado de São Paulo, território mais atingido pela Covid-19, informou que pretende flexibilizar o isolamento social a partir do dia 11 de maio. Já as autoridades do Rio de Janeiro anunciaram que preveem a reabertura de comércios e igrejas a partir do próximo dia 1º.

Diante desse cenário, a liderança da igreja na América do Sul percebeu a necessidade de formular diretrizes sobre o retorno aos cultos presenciais. Divulgado nesta quarta-feira (22), o novo documento (leia o documento completo aqui) sugere que “o retorno às atividades religiosas aconteça de forma progressiva, com responsabilidade e prudência”. A orientação oficial é que, em cada região, sejam avaliados os riscos e impactos sociais do retorno aos cultos presenciais, “seguindo as determinações governamentais e as orientações do escritório jurídico institucional”. O documento observa ainda que “a decisão sobre o reinício das reuniões será divulgada pelas Associações/Missões correspondentes”.

No caso daquelas que voltarem a ter reuniões públicas, a recomendação é seguir medidas de segurança, como manter a ventilação, oferecer cultos em diferentes horários para evitar aglomerações, realizar a higienização de áreas de uso coletivo, manter o distanciamento entre as pessoas e adotar as orientações sanitárias locais quanto ao uso de máscara.

Em um vídeo divulgado no Portal Adventista (clique aqui para assistir) no dia 17 de abril, o pastor Erton Köhler, líder sul-americano da igreja, também ressaltou que os adventistas vão agir com responsabilidade em relação à reabertura das igrejas. “Vamos retomar as atividades dos templos seguindo as orientações legais e com toda a prudência em cada decisão. A ameaça do vírus não vai terminar de um dia para o outro. Ela continua e, como adventistas do sétimo dia, queremos agir com responsabilidade”, ele enfatizou.

“Vamos retomar as atividades dos templos seguindo as orientações legais e com toda a prudência em cada decisão”

Cautela também é a palavra que define o modo como outros líderes da igreja estão reagindo em relação à possibilidade de reabertura dos templos. Nos Estados Unidos, um dos países mais afetados pela pandemia, o governador do estado da Geórgia decidiu reabrir estabelecimentos comerciais a partir desta sexta-feira (24), contrariando a opinião de epidemiologistas e até mesmo da Casa Branca. Segundo os especialistas, a flexibilização da quarentena na Geórgia, região que concentra quase 21 mil casos positivos de Covid-19 e mais de 850 mortes, preocupa porque a curva da pandemia ainda é crescente.

Isso explica o motivo de a presidência da União do Atlântico Sul ter feito um apelo ao governador nesta semana. Por meio de sua página oficial no Facebook, a sede da igreja para três estados norte-americanos, incluindo a Geórgia, pediu às autoridades que reconsiderassem a decisão de pôr fim à quarentena no dia 30 de abril. Na mensagem destinada a Brian Kemp, a liderança adventista expressou que seria igualmente irresponsável de sua parte reabrir templos nesse momento e que, portanto, as congregações adventistas e a sede da denominação nesse território permanecerão fechadas até que haja um clima de maior segurança para a reabertura.

Alguns países da Europa parecem ter um cenário um pouco mais favorável. No dia 20 de abril, a Alemanha, por exemplo, autorizou a abertura de algumas lojas. Na avaliação do ministro da Saúde, Jens Spahn, a pandemia está “sob controle e é administrável” no território alemão. Lá, representantes de diversas denominações se reuniram com líderes do governo no dia 17 de abril para pensar em um plano de retomada das atividades religiosas. Existe a possibilidade de isso acontecer gradualmente a partir do fim do mês, mas a liderança da igreja na Alemanha entende que “é importante avaliar os riscos à saúde em casos individuais e verificar os requisitos espaciais para saber se as regras de higiene e distância necessárias podem realmente ser observadas”, conforme noticiou uma das sedes administrativas da igreja no país em seu site na segunda-feira (20).

Márcio Tonetti (via Revista Adventista)

quinta-feira, 23 de abril de 2020

Relatos de sobreviventes

Desde que a pandemia do novo coronavírus se espalhou pelo mundo, mais de 178 mil pessoas já perderam a batalha contra a doença, segundo os últimos balanços divulgados pelo site da Universidade Johns Hopkins (EUA), que tem servido de referência na atualização de dados sobre a pandemia. Felizmente, um número bem maior tem vencido o vírus. Para se ter uma ideia, até agora, quase 700 mil já se recuperaram da Covid-19.

Registrar depoimentos desses sobreviventes foi uma das formas que a Igreja Adventista na Europa encontrou de transmitir uma mensagem de otimismo ao mundo. Na série de vídeos intitulada “Dear Coronavirus”, adventistas que foram infectados contam como foi vivenciar a experiência de contágio, as dificuldades enfrentadas e a forma como passaram a encarar a vida depois da recuperação. A seguir, reproduzimos trechos desses relatos, que você pode assistir na íntegra aqui. Trata-se de uma amostra do que será publicado na edição de maio da Revista Adventista, que trará vários depoimentos de adventistas brasileiros que também superaram a doença.

“Estou feliz por morar na Alemanha, pois, desde que fui diagnosticada com a Covid-19, me sinto cuidada pelo governo e por meus vizinhos.”

Tina, 37 anos, escritora e palestrante. Apesar de ter passado duas semanas muito doente, ela disse não ter se assustado com a Covid-19. Tina espera que, após a pandemia, as pessoas continuem tão preocupadas umas com as outras como agora.

“Pensei que estivesse lidando com uma forma leve da doença, mas os sintomas pioraram após sete dias. Houve momentos de séria preocupação, especialmente numa noite em que comecei a sentir que não tinha mais oxigênio, que não conseguia mais respirar. Minha única resposta desesperada foi: ‘Deus, aqui estou eu, em Suas mãos.’”


Pedro, 46 anos, é pastor na Espanha e havia perdido sete quilos. Sua esposa, Suzana, foi a primeira a ser infectada. Os filhos adolescentes do casal também contraíram a Covid-19. Pedro dizia temer pela saúde dos pais, ambos com mais de 80 anos, que moram no sul do país.

“Eu não tinha medo. Nunca pensei em questionar a Deus: ‘Por que eu?’ Isso é porque eu sempre carreguei comigo a pergunta: ‘por que não eu?’ Eu acredito que ser cristã não significa estar isento de passar por essas situações, mas sim de enfrentá-las com uma atitude prática, de confiança que Deus está com você durante a tempestade.”


Giusi, 56 anos, é mãe solo de dois filhos adultos e trabalha como assistente social na Itália. Seu maior receio não era ser infectada, mas hospitalizada.

“Não subestime o vírus, isso pode afetar qualquer pessoa. Ninguém deve se sentir um super-herói. Mantenha a distância social recomendada.”


Maurizio, 59 anos, trabalha num hospital em Bérgamo, na Itália, com sua esposa, Luisa, de 56 anos. Ambos foram infectados. Maurizio chegou a ser hospitalizado e disse ter se despedido de sua família com “medo na alma” quando foi levado de ambulância da sua casa. Ele confessa que algo mudou dentro dele, depois de ter visto muito horror no hospital. Luisa, por sua vez, diz que pretende valorizar mais o tempo com a família e amigos.

“Você tem tempo para refletir, para pensar mais sobre Deus e orar mais pela família, amigos e pelo mundo. Infelizmente, acho que nós humanos logo vamos nos esquecer do que passamos; porém, espero levar comigo a certeza de que, sem Deus, eu não sou nada.”


Rebecka, de 52 anos, é romena e vive na Suécia. Ela conta que teve febre muito alta, passou vários dias sem conseguir comer e raciocinar direito no hospital. Rebecka acabou infectando também o esposo, o sueco Thomas, de 67 anos.

Márcio Tonetti e Wendel Lima (via Revista Adventista)

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Enquanto você espera...

Sempre temos dificuldade quando precisamos esperar. “Quando é que vou ganhar meu primeiro salário de verdade?”, perguntam os alunos quando entram no último ano da faculdade. “Quando vai chegar o Natal?”, as crianças querem saber, impacientes. “Quando vou melhorar?”, perguntam aqueles que sofrem de alguma doença crônica. Um ditado popular diz que “paciência é uma virtude”, e virtudes, ao que parece, estão fora de moda. Vivemos em um mundo de recompensa instantânea.

Temos pregado sobre a vinda de Jesus por mais de 170 anos, e podemos aprender com os personagens bíblicos que também precisaram esperar. Abraão e Sara tiveram que esperar 25 anos (Gn 12:4; 21:5). A espera nem sempre foi fácil. Na verdade, o nascimento de Ismael, 11 anos após a promessa inicial de Deus, parecia um atalho interessante, mas causou muita dor a todas as partes envolvidas. Contudo, Abraão e Sara esperaram. Eles viveram pela fé (Hb 11:8-12), assim como muitos outros depois deles. Creram que Deus cumpriria a promessa. E Ele cumpriu.

Deus cumprirá sua promessa também do grande dia em que Jesus, finalmente, vai aparecer nas nuvens do céu. Por isso, precisamos esperar. Apocalipse 14:12 menciona que o povo de Deus nos últimos dias tem a “fé em Jesus” e a “guarda dos mandamentos”. Entretanto, nossa luta é com a “perseverança” (v. 12; 13:10), um aspecto essencial. O povo de Deus é fiel, conhece o cronograma de Deus e acredita no dom de profecia. Contudo, sua característica mais urgentemente necessária e que colore todo o restante é a perseverança.

A perseverança está intimamente ligada à fé (Ap 13:10). Aqueles que discernem o mal e resistem aos encantos da besta e de sua imagem são pacientes e terão perseverança. Não farão concessões. Não se esconderão em mosteiros e regiões desertas. Ao contrário, firmemente plantados em cidades e avenidas do mundo, representarão as mãos e os pés de Jesus, dispostos a servir.

DOIS GRUPOS
Jesus incluiu uma história intrigante em seus sermões sobre o fim dos tempos. Ao descrever uma cena de julgamento, Ele colocou um grupo de ovelhas à direita e um grupo de bodes à esquerda na sala do trono real (Mt 25:31-46). É evidente que Jesus não queria se referir à criação de animais domésticos nem às características de ovelhas e bodes. O relato tem implicações mais profundas.

Na história, o Rei, ao falar com os justos à sua direita, elogiou-os porque eles o alimentaram quando estava com fome, deram-lhe de beber quando estava com sede, visitaram-no quando esteve preso e o vestiram quando estava nu. Jesus descreveu o quadro de maneira tão magistral que, ao lermos o relato, podemos quase ver a expressão tímida e encabulada no rosto dos justos. “Senhor, quando te vimos com fome?”, eles perguntaram (v. 37). Então o rei respondeu: “Sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (v. 40).

A espera final é ativa. Ela envolve serviço aos necessitados e ligação com os excluídos. Cristo nos chama a sair de nossa zona de conforto e abraçar pessoas que normalmente não abraçaríamos. Seja em um centro de influência em uma capital ou em uma clínica médica pequena e mal equipada no interior, seja na liderança de uma instituição educacional altamente qualificada que oferece programas de doutorado ou na diretoria de uma pequena escola, Deus quer que seu povo mostre ao mundo o que significa realmente aguardar a vinda de Jesus. Ellen G. White escreveu:

“Estamos aguardando e vigiando a grande e terrível cena que encerrará a história da Terra. Mas não devemos simplesmente esperar; devemos estar vigilantemente trabalhando com relação a esse solene acontecimento. A igreja viva de Deus estará aguardando, vigiando e trabalhando. Ninguém deve ficar numa posição neutra. Todos devem representar Cristo num esforço ativo e sincero para salvar as pessoas que perecem” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 163).

Aqui há outro elemento a respeito da perseverança no tempo do fim: aguardar a vinda do Mestre para que Ele nos leve ao lar não se baseia em soar alarmes. As pessoas ao nosso redor não necessitam de grande euforia e alvoroço, nem de boatos sobre conspirações. As Escrituras confirmam a existência de poderes satânicos determinados a enganar, se possível, até mesmo os eleitos (Mt 24:24). Perseguição, informações falsas, distorções, fanatismo e manipulação são (e sempre foram) ferramentas úteis na caixa de ferramentas do arqui-inimigo de Deus.

No entanto, o foco dos sermões de Jesus a respeito do fim dos tempos está no serviço e na missão. “E será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então, virá o fim” (v. 14). Como é animador saber que Jesus não pode ser pego de surpresa!

PLANTANDO UM JARDIM
Todos os dias, um motorista de ônibus tinha que esperar sete minutos ao fim de sua rota em uma parte feia da cidade. Certo dia, enquanto esperava para recomeçar sua viagem, reparou um lote vazio cheio de entulho. O lixo estava espalhado por todo lado. Diariamente, o motorista passou a olhar para aquele lugar abandonado e precário. Então, certo dia tomou uma decisão. Algo precisava ser feito quanto àquele local. Ele desceu do ônibus e começou a encher com entulho uma grande sacola de lixo. Sete minutos depois ele voltou para o ônibus a fim de refazer sua rota. Isso se tornou sua rotina diária. Ele parava, descia do ônibus e começava a limpar o lote.

As pessoas na região perceberam a mudança. Quando todo o lixo e toda a sujeira foram removidos, o motorista de ônibus levou para o lote sementes de flores e sacos de terra. Ele começou a plantar um jardim. Os passageiros que leram a notícia no jornal começaram a pegar o ônibus até o ponto final. Alguns começaram a ajudar o motorista à medida que ele plantava e cuidava de seu jardim. Outros apenas apreciavam a bela vista. Sete minutos a cada dia foram suficientes para mudar e inspirar toda uma comunidade!

A espera pode ser difícil e desanimadora. No entanto, Deus quer nos conceder a perseverança dos santos. Enquanto esperamos, somos chamados a examinar secretamente nosso coração e, em seguida, pôr as mãos na massa. Sim, Jesus em breve voltará. Sim, Ele está buscando um povo totalmente comprometido com a sua causa. Mas, enquanto esperamos, que sirvamos a Ele onde estivermos, de todo o coração. Você pode ser as mãos e pés de Jesus de muitas maneiras práticas! 

Gerald Klimgbeil e Chantal Klimgbeil (via Revista Adventista)

terça-feira, 21 de abril de 2020

A Lei Dominical

Alguns, infelizmente, veem a lei dominical escondida em toda manchete. Ao longo da história da Igreja, e até nossos dias, surgiram, repetidas vezes, situações que certamente podem estar preparando o caminho para a lei dominical, a qual nós, adventistas, aguardamos por mais de um século. Devemos, porém, ser extremamente cautelosos em nossas especulações. Necessita-se equilíbrio nesse assunto. Precisamos de uma religião que esteja atenta aos sinais dos tempos, ao mesmo tempo que resista à tendência de criar sinais com base em acontecimentos que não merecem tanto significado. 

Apesar de Ellen G. White se referir a esse assunto muitas vezes, sem dúvida, os registros mais completos se encontram nos livros O Grande Conflito e Eventos Finais. Em síntese, ela diz que a besta semelhante a um cordeiro são os Estados Unidos, nação fundada sobre os princípios do protestantismo. A questão em jogo é a lealdade centralizada no dia de adoração. Um pouco antes do retorno de Jesus, ela diz, o protestantismo e o catolicismo se unirão com o objetivo de forçar a observância universal do domingo. Uma lei dominical nacional será promulgada nos Estados Unidos, seguida de uma lei dominical internacional. Todos os que concordarem com a união católico-protestante e prestarem homenagem ao dia de adoração espúrio, receberão a marca da besta. Toda cristandade estará dividida em duas grandes classes: os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal.

Vejamos agora detalhadamente o que é, como e quando esta Lei Dominical ocorrerá.

A Bíblia apresenta o sábado como dia sagrado desde a criação, porém existe uma grande controvérsia no mundo protestante atual sobre a validade desse mandamento, e a grande maioria dos evangélicos substituiu a guarda do sábado pelo domingo sob o argumento da ressurreição de Cristo, costume esse herdado da igreja católica, e essa afirma que a tradição é o fundamento da mudança. 

Portanto essa mudança não têm apoio nas escrituras, como o próprio Cristo afirmou: "Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir" (Mt 5:17). O Apóstolo João é ainda mais enfático: "Aquele que diz: Eu O conheço e não guarda os Seus mandamentos é mentiroso, e nele não está a verdade" (1 João 2:4). A Bíblia também afirma que o diabo é pai da mentira (Jo 8:44), portanto é do diabo a ideia de que o mandamento de Deus acerca do sábado seja desconsiderado. 

"Lembra-te do dia de sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou" (Ex:20:8-11).

O decálogo é a palavra usada para designar os dez mandamentos da Lei de Deus. Oito mandamentos começam com a palavra 'não', e é irônico o fato de que o mandamento do Sábado em Êxodo 20:8 é o único dos dez mandamentos que começa com a palavra 'lembra-te', pois é justamente esse que as pessoas fazem questão de 'esquecer'. 

A Lei Dominical, portanto, anuncia um tempo em que as leis humanas instituirão o domingo como dia sagrado em lugar do sábado bíblico, será uma versão do antigo decreto promulgado por Constantino de Roma em 7 de março do ano 321, no chamado Édito de Constantino

"Deus fez o mundo em seis dias e descansou no sétimo, santificando este dia e separando-o de todos os outros como sagrado a Sua própria Pessoa, para que fosse observado por Seu povo durante todas as suas gerações. Mas o homem do pecado, exaltando-se acima de Deus, assentando-se no templo de Deus e ostentando-se como se fosse o próprio Deus, cuidou em mudar os tempos e as leis. Este poder, tencionando provar que não somente era igual a Deus, mas estava acima de Deus, mudou o dia de repouso, colocando o primeiro dia da semana onde deveria estar o sétimo. E o mundo protestante tem admitido que este filho do papado seja considerado sagrado. Na Palavra de Deus, isto é chamado de sua fornicação (Ap 14:8)" (The Seventh-day Adventist Bible Commentary, vol. 7, p. 979).

Essa profecia não estipula uma data específica, mas fala acerca do cenário social e político que o antecederá. O mais impressionante é que tudo isso será feito sob uma perspectiva cristã. 

"Quando as principais igrejas dos Estados Unidos, ligando-se em pontos de doutrinas que lhes são comuns, influenciarem o Estado para que imponha seus decretos e lhes apoie as instituições, a América protestante terá então formado uma imagem da hierarquia romana, e a inflição de penas civis aos dissidentes será o resultado inevitável" (Eventos Finais, p. 131).

Os Estados Unidos da América, país protestante, figurará como o responsável por promulgar essa lei, não apenas infligindo a todos a guarda do domingo em honra da família, como obrigará a todos a transgredir o sábado, sob a penalidade de serem proibidos de comprar e de vender. Esse evento é descrito no Apocalipse: "... para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome" (Ap 13:17).

A marca da besta diz respeito a uma condição de opressão econômica e religiosa no tempo futuro, e será algo fruto da união entre Igreja e Estado sob a égide da nova ordem mundial. 

"A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhes seja dada certa marca sobre a mão direita ou sobre a fronte, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tem a marca, o nome da besta ou o número do seu nome." (Ap 13:15,16) 

"Mediante os dois grandes erros - a imortalidade da alma e a santidade do domingo - Satanás há de enredar o povo em suas malhas. Enquanto o primeiro lança o fundamento do espiritismo, o último cria um laço de simpatia com Roma. Os protestantes dos Estados Unidos serão os primeiros a estender as mãos através do abismo para apanhar a mão do espiritismo; estender-se-ão por sobre o abismo para dar mãos ao poder romano; e, sob a influência desta tríplice união, este país seguirá as pegadas de Roma, desprezando os direitos da consciência" (O Grande Conflito, p. 588).

Então, o domingo é a marca da besta? Ainda não, por que não existem leis impondo sua observância. Quando essas leis forem postas em vigor, ou seja, quando a Lei Dominical for aprovada, aí sim, guardar o domingo implicará em receber a marca da besta. 

"Mas os cristãos das gerações passadas observaram o domingo, supondo que em assim fazendo estavam a guardar o sábado bíblico; e hoje existem verdadeiros cristãos em todas as igrejas, não excetuando a comunhão católica romana, que creem sinceramente ser o domingo o dia de repouso divinamente instituído. Deus aceita a sinceridade de propósito de tais pessoas e sua integridade. Quando, porém, a observância do domingo for imposta por lei, e o mundo for esclarecido relativamente à obrigação do verdadeiro sábado, quem então transgredir o mandamento de Deus para obedecer a um preceito que não tem maior autoridade que a de Roma, honrará desta maneira ao papado mais do que a Deus. Prestará homenagem a Roma, e ao poder que impõe a instituição que Roma ordenou. Adorará a besta e a sua imagem. Ao rejeitarem os homens a instituição que Deus declarou ser o sinal de Sua autoridade, e honrarem em seu lugar a que Roma escolheu como sinal de sua supremacia, aceitarão, de fato, o sinal de fidelidade para com Roma — 'o sinal da besta'. E somente depois que esta situação esteja assim plenamente exposta perante o povo, e este seja levado a optar entre os mandamentos de Deus e os dos homens, é que, então, aqueles que continuam a transgredir hão de receber 'o sinal da besta'." (O Grande Conflito, p. 449).

"Está prestes a sobrevir ao povo de Deus o tempo de angústia. Então é que sairá o decreto que proíbe aos que guardam o sábado do Senhor, comprar ou vender, ameaçando-os de punição, e mesmo de morte, se não observarem como dia de descanso o primeiro dia da semana." (Eventos Finais, p. 257)

Muitos abandonarão a igreja e se unirão à oposição, tornando-se os piores inimigos. 

“Ao aproximar-se a tempestade, uma classe numerosa que tem professado fé na mensagem do terceiro anjo, mas não tem sido santificada pela obediência à verdade, abandona sua posição, passando para as fileiras do adversário. Unindo-se ao mundo e participando de seu espírito, chegaram a ver as coisas quase sob a mesma luz; e, em vindo a prova, estão prontos a escolher o lado fácil, popular. Homens de talento e maneiras agradáveis, que se haviam já regozijado na verdade, empregam sua capacidade em enganar e transviar as almas. Tornam-se os piores inimigos de seus antigos irmãos. Quando os observadores do sábado forem levados perante os tribunais para responder por sua fé, estes apóstatas serão os mais ativos agentes de Satanás para representá-los falsamente e os acusar e, por meio de falsos boatos e insinuações, incitar os governantes contra eles” (O Grande Conflito, p. 608).

E os que se recusarem serão tidos como inimigos do bem e da ordem, assim como Elias foi chamado de 'perturbador de Israel' (1Rs 18:17).

O preparo necessário para hoje fica acerca da necessidade de mudar-se para o campo o quanto antes, tendo em vista que a aprovação da Lei Dominical imergirá o mundo na maior crise já vista na terra, e a única segurança para o povo de Deus estará na fuga para as montanhas.

"Quando o decreto promulgado pelos vários governantes da cristandade contra os observadores dos mandamentos lhes retirar a proteção do governo, abandonando-os aos que lhes desejam a destruição, o povo de Deus fugirá das cidades e vilas e reunir-se-á em grupos, habitando nos lugares mais desertos e solitários. Muitos encontrarão refúgio na fortaleza das montanhas" (Eventos Finais, p. 260).

"Nas fortalezas das montanhas, nas cavernas e brenhas da Terra, o Senhor revelará Sua presença e Sua glória. Mais um poucochinho, e O que há de vir virá, e não tardará. Seus olhos, qual chama de fogo, penetram nos aferrolhados calabouços e buscam os ali escondidos, pois seus nomes estão escritos no livro da vida, do Cordeiro. Esses olhos do Salvador estão acima de nós, em nosso redor, observando toda dificuldade, discernindo todo perigo; e não há lugar onde Seus olhos não possam penetrar, nenhuma tristeza e sofrimento de Seu povo onde não chegue a simpatia de Cristo" (Eventos Finais, p. 277).

Haverá então uma decisão internacional para aniquilar os dissidentes.

"A História se repetirá. A religião falsa será exaltada. O primeiro dia da semana, um dia comum de trabalho que não possui santidade alguma, será estabelecido como o foi a estátua de Babilônia. A todas as nações, línguas e povos se ordenará que venerem esse sábado espúrio. ... O decreto impondo a veneração desse dia se estenderá a todo o mundo. A questão do sábado será o ponto controverso no grande final conflito em que o mundo inteiro há de ser envolvido" (Eventos Finais, p. 135).

“Quando a proteção das leis humanas for retirada dos que honram a lei de Deus, haverá, nos diferentes países, um movimento simultâneo com o fim de destruí-los. Aproximando-se o tempo indicado no decreto, o povo conspirará para desarraigar a odiada seita. Resolver-se-á dar em uma noite um golpe decisivo, que faça silenciar por completo a voz de dissentimento e reprovação” (O Grande Conflito, p. 635).

Mas infelizmente, a maioria dos adventistas aguarda o decreto dominical para, enfim, fazer sua consagração e abandonar o mundo. Haverá tempo para isso, após a saída do decreto? 

"Que estais fazendo, irmãos, na grande obra de preparação? Os que se estão unindo com o mundo, estão-se amoldando ao modelo mundano, e preparando-se para o sinal da besta. Os que desconfiam do eu, que se humilham diante de Deus, e purificam a alma pela obediência à verdade, estão recebendo o molde divino, e preparando-se para receber na fronte o selo de Deus. Quando sair o decreto, e o selo for aplicado, seu caráter permanecerá puro e sem mácula para toda a eternidade. Agora é o tempo de preparar-nos. O selo de Deus jamais será colocado à testa de um homem ou mulher impuros. Jamais será colocado à testa de um homem ou mulher cobiçosos ou amantes do mundo. Jamais será colocado à testa de homens ou mulheres de língua falsa ou coração enganoso. Todos os que recebem o selo devem ser imaculados diante de Deus - candidatos para o Céu. Pesquisai as Escrituras por vós mesmos, para que possais compreender a terrível solenidade do tempo presente." (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 71).

Mas o desfecho será glorioso...

"No desfecho desta controvérsia, toda a cristandade estará dividida em duas grandes classes — os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus, e os que adoram a besta e sua imagem, e recebem o seu sinal. Se bem que a igreja e o Estado reúnam o seu poder a fim de obrigar 'a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos', a receberem 'o sinal da besta' (Apocalipse 13:16), o povo de Deus, no entanto, não o receberá. O profeta de Patmos contempla 'os que saíram vitoriosos da besta, e da sua imagem, e do seu sinal, e do número de seu nome, que estavam junto ao mar de vidro, e tinham as harpas de Deus. E cantavam o cântico de Moisés, ... e o cântico do Cordeiro' (Apocalipse 15:2, 3)" (O Grande Conflito, p. 450).

O professor Leandro Quadros fala também neste vídeo sobre perseguição, Ecumenismo, Lei Dominical e a marca da besta: