quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Pontualidade na igreja

“Que todas as coisas ocorram com decência e ordem.” (1 Coríntios 14:40)

Nesses dias tão corridos em que vivemos quando é comum o “urgente” tomar lugar do “prioritário”, podemos facilmente ser levados a deixar de considerar que cada momento da vida é sumamente precioso, e que devemos ser mordomos cuidadosos no uso e administração do tempo que Deus nos concede. Paulo recomendou aos efésios:

“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus." (Efésios 5:15-16)

O nosso Deus permite que usemos o tempo para ganharmos o nosso sustento, para nosso descanso e lazer, para servirmos à sua igreja, para falarmos de Cristo e muito mais. Tudo isso nós fazemos em Sua presença como Seus adoradores. Entretanto, é fácil nos esquecermos de que o tempo não é nosso, mas sim um depósito que Ele nos confiou para administrarmos bem, como bons mordomos.

Temos muitos compromissos em nosso corrido cotidiano, e em sua grande maioria, precisamos ser pontuais e chegar no horário combinado. Nos mais variados aspectos, vivemos hoje a famosa “cultura do atraso”. Em relação aos cultos em nossas igrejas, é certo que um percentual de pessoas que têm o hábito de chegarem atrasadas perdem total ou parcialmente o precioso momento de louvor e adoração, que é tão importante como qualquer outro ato do culto ou da Escola Sabatina.

Muitas coisas que ocorrem na sexta-feira acabam influenciando na qualidade da observância do sábado. Quando recebemos o santo dia no devido espírito de adoração e reverência, isso se refletirá durante as horas sagradas. Um dos momentos mais tensos e complicados para muitas famílias é quando saem para a igreja. A maioria chega atrasada à Escola Sabatina ou ao culto. Muitos tentam encontrar as mais diferentes explicações. Realmente, para muitas pessoas isso é um verdadeiro desafio. O certo é que cada um deve buscar uma saída para esse dilema. A grande pergunta é: o que fazer? Onde está a causa do problema? Bem, vamos observar a orientação profética de Ellen White:

“É uma triste falha o fato de muitos estarem sempre atrasados em relação ao tempo no sábado de manhã. São muito cuidadosos de seu tempo particular, e não se permitem perder uma hora sequer; mas o tempo do Senhor, do único dia dos sete que Ele reivindica como Seu, e pede que a Ele o devotemos, uma boa parte é dissipada em virtude de levantarem-se tarde da cama pela manhã. Estão desta forma roubando a Deus. Isto os leva a se atrasarem em tudo; produz confusão na família, resultando afinal em chegarem todos tarde à Escola Sabatina e talvez, ao culto. Mas por que não nos havemos de levantar com os pássaros e oferecer louvores e agradecimentos a Deus? Experimentai-o, irmãos e irmãs. Tende tudo preparado na véspera, e vinde prontamente para a Escola Sabatina e culto, e assim não apenas beneficiareis aos outros, mas recebereis ricas bênçãos.” (Youth’s Instrutor, 19 de março de 1879)

"Pontualidade e decisão na obra e causa de Deus são muito necessárias. Atrasos são virtualmente defeitos. Os minutos são áureos e devem ser aproveitados da melhor das maneiras. Relações terrenas e interesses pessoais devem sempre ser secundários. Nunca deve a causa de Deus ser levada a sofrer em qualquer particular por causa de nossos amigos terrestres ou os mais queridos parentes." (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 598)

Cremos que, para muitos, essa é uma questão de oração. Para outros, é mais fácil. Basta ser mais cuidadoso com as claras orientações da Bíblia e do Espírito de Profecia. O certo é que, quando chegamos à igreja a tempo, isso se constitui num dos elementos favoráveis para uma adequada adoração. Ellen White também nos aconselha a começarmos na hora certa nossas reuniões:

"As reuniões de conferências e oração não devem tornar-se tediosas. Todos devem estar prontos, se possível, na hora indicada; e se há retardatários, que estejam atrasados meia hora, ou mesmo quinze minutos, não se deve esperar por eles. Se houver apenas dois presentes, podem reclamar a promessa. A reunião deve ser iniciada na hora marcada, se possível, estejam presentes muitos ou poucos." (The Review and Herald, 3 de Maio de 1871)

"O Senhor não está satisfeito com a atual falta de ordem e exatidão entre os que trabalham na Sua obra. Mesmo nas reuniões de negócios da associação, poder-se-ia economizar muito tempo e evitar muitos erros, mediante um pouco mais de estudo e pontualidade. Tudo quanto tenha qualquer relação com a obra de Deus deve ser tão perfeito quanto seja possível ao cérebro e às mãos humanos." (Obreiros Evangélicos, p. 460)

Ellen White também cita a importância da pontualidade dos professores da Escola Sabatina:

"Aqueles cujo dever é escolher professores, devem ser prudentes, não insistindo a que entrem para a escola os que não sejam aptos a exercer boa influência. Qual é o comportamento do professor? É pontual? É asseado? Essas qualidades merecem atenção, pois são essenciais ao professor. Como pode ele exigir da classe esses requisitos necessários, a menos que ela tenha um exemplo de pontualidade, asseio, compostura e ordem? Se o professor não está em seu lugar e a classe é deixada a recrear-se, se ele chega atrasado, entrando apressado e ofegante, essa influência conduz à desordem e falta de pontualidade." (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 92)

Considere a pontualidade como boa mordomia que agrada a Deus e contribui para encorajamento e prestígio dos que já são pontuais, exemplo aos que ainda não manifestam essa virtude cristã e, ainda, para edificação da igreja de Cristo. Que Deus nos auxilie a sermos bons mordomos sob a Sua graça e para a Sua glória. Pense nisso! O assunto é sério!

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Aborrecendo-se com a igreja

Como todo mundo que nasceu em uma família convertida, eu tenho muitos anos de vida dentro da igreja. E como todo mundo que tem muitos anos de vida dentro da igreja, consigo ver os movimentos e transformações que ela sofre. Tanto no aspecto organizacional, quanto no aspecto da comunidade em si. Com essa experiência eu posso ver claramente que existe hoje uma insatisfação da parte de muitos, principalmente daqueles vivendo em regiões urbanas e portanto mais globalizadas. A insatisfação é em relação a própria religiosidade ineficaz e uma autenticidade de fé cada vez mais rara.

Entenda-se por falta de autenticidade na fé uma fé que se traveste, mas não é. Que finge, que parece, que externa, mas que não é o que aparenta. Mesmo que muitas vezes esse fingimento seja involuntário. E por religiosidade ineficaz, todo o esforço empreendido em cultos, eventos, projetos e etc, mas cujo resultado é nulo, embora estimado de alguma maneira equivocada.

Há também um outro grupo. Outros que, pelas mesmas razões, encontram-se insatisfeitos, mas a resposta que encontraram vai na contramão do grupo anterior. Esses acreditam que o problema da igreja está em não manter corretamente sua identidade, seu rigor, seus princípios, que aqui nesse grupo são confundidos como coisas de “usos e costumes”. Eles entendem que os princípios da igreja e sua identidade se resumem a pequenas regras (muitas não bíblicas) sobre o que vestir, onde andar, com quem falar, o que fazer, o que comer e etc… Reduzindo a fé a comportamentos.

Seja de que lado que você, leitor, estiver, estamos todos insatisfeitos com a presente realidade da igreja.

Todos nós buscamos soluções para uma sociedade que cada vez mais se afasta das realidades espirituais, na busca de uma igreja cada vez mais fervorosa e reavivada. De uma religião que é eficiente em transformar o mundo e salvar pessoas. De gente que tem erros sim, mas que opera em sinceridade de fé e transparência. O problema é buscarmos respostas diferentes para esses problemas. O problema é no meio de nossa insatisfação nos dividirmos.

Há dois textos da escritora norte-americana e uma das fundadoras da Igreja, Ellen White, que podem nos ajudar a entender o que está acontecendo com a igreja hoje, e também o que pode ser feito para mudar esse quadro.

Em primeiro lugar, é importante lembrar de quem é a Igreja: “Ora, vós sois o corpo de Cristo, e seus membros em particular”(1 Coríntios 12:27). “E Ele [Jesus Cristo] é a cabeça do corpo, da igreja…” (Colossenses 1:18). “E [Deus] colocou todas as coisas a seus [de Cristo] pés, e sobre todas as coisas constituiu como cabeça da igreja que é o Seu corpo…” (Efésios 1:22-23). A igreja é de Cristo e Ele é seu líder e cabeça. O próprio Cristo também prometeu: “…sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16:18). Sendo assim, a responsabilidade sobre a igreja não está sobre mim e você, mas sobre Cristo, o dono da igreja. Aquele quem prometeu sua vitória é precisamente quem a garantirá! Não nós. Muitos tornam-se protetores da igreja, defensores dos “princípios” e assumem um papel que Deus não pediu deles. O dono da Igreja é Cristo, e Ele é quem se preocupa com ela e a tratará e a cuidará.

Tendo compreendido isso, vamos olhar para o momento no qual podemos estar vivendo.

Não há do que se envergonhar, o momento que a igreja vive foi vivido por homens importantes da Bíblia como Moisés. E é exatamente no contexto de Moisés que Ellen White afirma: “Deus fala a Seu povo pelas bênçãos concedidas; e, quando estas não são apreciadas, Ele lhes fala pelas bênçãos que lhes remove, a fim de que sejam levados a ver seus pecados, e voltem a Ele de todo o coração" (Patriarcas e Profetas, p. 344).

Em outras palavras, a autora não está advogando que Deus “castiga”. Muito pelo contrário está dizendo que, nesse caso, Deus fala conosco de duas maneiras: primeiro pelas bênçãos e depois com a retirada delas. O objetivo da segunda técnica de Deus é simplesmente permitir que nós vejamos as consequências de nossas próprias decisões sem que Ele interfira a nosso favor. Dessa maneira torna-se claro e óbvio o quão danoso é nosso próprio caminho e métodos.

Falando sobre a igreja nos últimos tempos ela faz uma afirmação bombástica: “A menos que se arrependa e converta a igreja que agora está a levedar-se com sua apostasia, comerá do fruto de seus próprios atos, até que se aborreça a si mesma” (Eventos Finais, p. 60).

Fica claro por essa citação que, em algum momento, Deus ergueria Sua mão abençoadora e deixaria que nós comêssemos “do fruto” dos nossos “próprios atos”. Até que, pela consciência de que nossos métodos e ações são na verdade ineficazes e infelizes, nós nos tornássemos aborrecidos com a igreja e nós mesmos. Isso explica os caminhos atuais da igreja. Os erros sistemáticos, os métodos humanos e corporativos destituídos de sentido invadindo o território da fé, explicam a frieza de membros, explicam a corrupção dos princípios, explicam as máscaras, e todas as coisas que nos irritam e nos inconformam na igreja.

E eis aí uma outra afirmação chocante, mas que combina exatamente com o texto bíblico de Apocalipse 3, que fala sobre a Laodiceia, a última igreja. A Igreja está a “levedar-se em apostasia”. O que isso realmente quer dizer? E como resolver essa situação? Por que Deus quer que nos aborreçamos com nossos próprios métodos e ações religiosas? Enquanto isso, fica aqui uma ótima notícia: se Deus está agindo, ainda que seja em retirar as bênçãos, para que percebamos nossa condição, isso quer dizer que Deus já está agindo a nosso favor e o que Sua promessa irá se cumprir: “As portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Diego Barreto (via O Reino)

Bruxas ou Bíblias?

Doces ou travessuras? É a pergunta tradicional feita há muitos anos por crianças em várias partes do mundo, inclusive em alguns lugares do Brasil, no tal Halloween ou Dia das Bruxas, que é lembrado no 31 de outubro. Não se sabe bem a origem da data, mas tem a ver com cultos pagãos da antiga Europa e com tradições que conduzem ao Dia dos Mortos. Pessoas, sobretudo os pequenos, saem de casa fantasiadas de bruxas ou bruxos, ou mesmo de monstros, em uma estranha honra ou reconhecimento a algo que talvez nem entendam exatamente do que se trata. Estive nos Estados Unidos, certa vez, poucos dias antes do fatídico dia de a maioria das pessoas assumirem um lado tétrico e de nítida apologia à morte e fiquei surpreso. Uma semana antes, casas eram “decoradas” com alguma coisa que parecia ser teia de aranha, além de réplicas de lápides de cemitério com a inscrição RIP (que significa rest in peace, ou descanse em paz, em alusão clara ao falecimento). Sem falar na quantidade absurda de abóboras sem recheio que “enfeitam”a frente de muitas residências.

Enquanto isso, do outro lado da rua, em uma igreja cristã, a amnésia histórica tomou conta dos cristãos que, um dia, de alguma forma, estiveram ligados a um episódio emblemático ocorrido também num 31 de outubro (de 1517), no distante castelo de Wittenberg, na Alemanha. Ali, um monge questionador e sincero temente a Deus, chamado Martinho Lutero, afixou na porta do castelo o que se convencionou chamar de as 95 teses sobre justificação pela fé. Talvez não saibamos de memória o conteúdo do que Lutero escreveu, mas sabemos que ele questionava atitudes, conceitos e ensinamentos contrários à Bíblia. E mais ainda: ele exaltava a Bíblia como regra de fé para os que se dizem seguidores de Cristo.

Mas a pergunta hoje é outra. Aliás, há outras indagações. O que está sendo mais bem promovido: o Halloween ou a Reforma Protestante? O que é mais lembrado pela sociedade, especialmente a que se autodeclara cristã e conhecedora da Bíblia Sagrada?

O tempo vai passando, mas o Halloween é visto na TV, nas lojas de brinquedos, nos adereços dos supermercados, dos shoppings, nas escolas e ouso até acreditar que em algumas igrejas. A atmosfera do Dia das Bruxas é sentida em vários ambientes e trata de impregnar a todos quantos for possível. Virou moda. É produto tipo exportação para crianças e adolescentes que sabem o que devem fazer nesse dia se quiserem estar em harmonia com a data, mas não sabem, talvez, quem foi Lutero, desconhecem o que diz na Bíblia e são hesitantes ao falar do próprio Jesus Cristo.

Não adianta culpar a Europa antiga e nem a atual por seu desprezo à origem protestante. A responsabilidade é minha e é sua também, que está lendo esse texto. O cristianismo bíblico precisa estar na mente da sociedade, especialmente de crianças, adolescentes e jovens. A Bíblia, contudo, será lembrada com amor, carinho e interesse se for realidade para esse grupo. Eles precisam ver exemplos de adultos, pais, professores, líderes, que realmente consideram o livro sagrado do cristianismo como algo sagrado mesmo. Sagrado, não porque seja intocável, mas porque é a Palavra de Deus válida para hoje e para sempre. Palavra que levou um homem solitário como Lutero a escrever cartas ao líder máximo de sua igreja, à época, pedindo que se observassem os ensinos ali contidos. Que o levou a defender a fé inabalável em Jesus Cristo como suficiente para salvação sem necessidade de indulgências, obras de sacrifício físico, misticismos inventados por inescrupulosos aproveitadores do fervor sincero.

E então? A maior propaganda da Bíblia parece ser uma vida em harmonia com ela. Halloween é forte, principalmente porque o espírito de reformadores, como Lutero, hoje é fraco. Na falta de seguidores fieis e equilibrados da Bíblia, o povo prefere bruxas, doces e travessuras no 31 de outubro. Mas dá tempo de mudar ainda. Basta os cristãos voltarem a ser cristãos.

Felipe Lemos (via Comunicação Estratégica)

Assista também o vídeo do prof. Leandro Quadros:

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Saiba se você sofre de Transtorno da Ansiedade Generalizada

A ansiedade é uma reação normal diante de situações que podem provocar medo, dúvida ou expectativa. É considerada normal a ansiedade que se manifesta nas horas que antecedem uma entrevista de emprego, a publicação dos aprovados num concurso, o nascimento de um filho, uma viagem a um país exótico, uma cirurgia delicada, ou um revés econômico. Nesses casos, a ansiedade funciona como um sinal que prepara a pessoa para enfrentar o desafio e, mesmo que ele não seja superado, favorece sua adaptação às novas condições de vida.

O transtorno da ansiedade generalizada (TAG), segundo o manual de classificação de doenças mentais (DSM.IV), é um distúrbio caracterizado pela “preocupação excessiva ou expectativa apreensiva”, persistente e de difícil controle, que perdura por seis meses no mínimo e vem acompanhado por três ou mais dos seguintes sintomas: inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular e perturbação do sono.

É importante registrar também que, nesses casos, o nível de ansiedade é desproporcional aos acontecimentos geradores do transtorno, causa muito sofrimento e interfere na qualidade de vida e no desempenho familiar, social e profissional dos pacientes.

O transtorno da ansiedade generalizada pode afetar pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Em geral, as mulheres são um pouco mais vulneráveis do que os homens.

Sintomas
Os sintomas podem variar de uma pessoa para outra. Além dos já citados (inquietação, fadiga, irritabilidade, dificuldade de concentração, tensão muscular) existem outras queixas que podem estar associadas ao transtorno da ansiedade generalizada: palpitações, falta de ar, taquicardia, aumento da pressão arterial, sudorese excessiva, dor de cabeça, alteração nos hábitos intestinais, náuseas, aperto no peito, dores musculares.

Diagnóstico
O diagnóstico do TAG leva em conta a história de vida do paciente, a avaliação clínica criteriosa e, quando necessário, a realização de alguns exames complementares. Como os sintomas podem ser comuns a várias condições clinicas diferentes que exigem tratamento específico, é fundamental estabelecer o diagnóstico diferencial com TOC, síndrome do pânico ou fobia social, por exemplo.

Tratamento
O tratamento do TAG inclui o uso de medicamentos antidepressivos ou ansiolíticos, sob orientação médica, e a terapia comportamental cognitiva. O tratamento farmacológico geralmente precisa ser mantido por seis a doze meses depois do desaparecimento dos sintomas e deve ser descontinuado em doses decrescentes.

Recomendações
Se você é visto como alguém de estopim curto, que anda sempre com os nervos à flor da pele e tem muita dificuldade para relaxar, provavelmente chegou a hora de procurar um médico para avaliar esse estado permanente de tensão e ansiedade; Se você cobra muito de si mesmo, está sempre envolvido em inúmeras tarefas e pressionado pelos compromissos, tente pôr ordem não só na sua agenda, mas também na sua rotina de vida, sem esquecer de reservar um tempo para o lazer. Se não conseguir sozinho, não se envergonhe, peça ajuda.

[Com informações do Dr. Dráuzio Varella]

Nota: Há algum tempo ouvi alguém dizer que ansiedade é falta de confiança em Deus. Infelizmente, entre os membros de nossa igreja esse é um pensamento muito recorrente, contudo é um pensamento muito errado também! É certo que a confiança em Deus é uma forma eficaz de prevenir e também combater a ansiedade, mas a ansiedade não pode ser reduzida apenas à falta de confiança! Pessoas que estão sofrendo de ansiedade não precisam de repreensão, mas de ajuda profissional e de amigos e familiares dispostos a auxiliar no que for possível. Deus é o maior psicólogo de todos. Ele está inteiramente disposto a curar-nos de nossas ansiedades doentias. Às vezes, Ele opera diretamente em nossa vida, às vezes usa profissionais para efetuarem Sua obra. Uma coisa é certa: Ele sempre está conosco!!! Confiemos nEle! Deixo abaixo, alguns sábios conselhos de Ellen G. White: 

"Achamo-nos num mundo de sofrimento. Dificuldades, provações e dores nos aguardam em todo o percurso para o lar celestial. Muitos existem, porém, que tornam duplamente pesados os fardos da vida por estarem continuamente antecipando aflições. Se têm de enfrentar adversidade ou decepção, pensam que tudo se encaminha para a ruína, que a sua situação é a mais dura de todas, e que vão por certo cair em necessidade. Trazem assim sobre si o infortúnio e lançam sombras sobre todos os que os rodeiam. A própria vida se lhes torna um fardo. Entretanto não precisa ser assim. Custará um decidido esforço mudar a corrente de seus pensamentos. Mas essa mudança pode acontecer. Sua felicidade, tanto nesta vida como na futura, depende de que fixem a mente em coisas animadoras. Desviem-se eles do sombrio quadro, que é imaginário, voltando-se para os benefícios que Deus lhes tem espargido na estrada, e para além destes, aos invisíveis e eternos." (A Ciência do Bom Viver, p. 247 e 248) 

"Deus providenciou um bálsamo para cada ferida. Há um bálsamo em Gileade, há ali um médico. Por que não estudar agora, como nunca antes, as Escrituras? Busque do Senhor sabedoria em toda emergência. Em cada prova, suplique a Jesus que nos mostre um meio de saída de nossa dificuldade, e então nossos olhos se abrirão para vermos o remédio e aplicar ao nosso caso as curadoras promessas que foram registradas em Sua Palavra. Desse modo o inimigo não encontrará lugar para nos levar a lamentações e descrença, mas ao contrário, teremos fé, esperança e ânimo no Senhor. O Espírito Santo nos dará claro discernimento, para que possamos ver as bênçãos e apropriar-nos delas, as quais agirão como solução para a tristeza, como um elemento de cura para cada gole amargo que nos seja levado aos lábios. Cada traço de amargura será misturado com o amor de Jesus, e em vez de nos queixarmos de amargura, veremos que o amor e a graça de Jesus por tal forma se combinam com a tristeza que esta se transformará em alegria suave, santa e santificada." (Mensagens Escolhidas, vol. 2, p. 273 e 274) 

"Embora preocupação e ansiedade não possam remediar um simples mal, podem produzir grande dano; por outro lado, alegria e esperança, ao mesmo tempo que iluminam o caminho de outros, 'são vida para os que as acham e saúde para o seu corpo' (Provérbios 4:22)." (O Lar Adventista, p. 431) 

Assista também este vídeo do professor Leandro Quadros com sete dicas muito importantes:

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Ranço: depois que pegou, dá para reverter?

Já há algum tempo a gíria "ranço" foi incorporada ao nosso vocabulário para descrever o sentimento de repúdio, raiva, desprezo e até nojo que uma pessoa pode desenvolver por algo ou alguém. Em posts ou memes nas redes sociais, é fácil dizer que "pegou ranço". Afinal, há uma tela de computador ou celular para nos proteger.

Na vida real, porém, será que é possível lidar com tanto sentimento negativo quando precisamos conviver com aquele ou aquela que se tornou alvo do nosso ranço? A verdade é que dá, sim. Porém, é necessário colocar em prática o sentido real de duas outras palavrinhas: empatia e empenho.

Segundo a psicóloga Livia Marques, do Rio de Janeiro (RJ), é possível saber lidar com emoções como nojo, raiva, frustração, medo e angústia de forma mais funcional, ou seja, sem desrespeitar ou despejar a ira em cima dos outros. "Precisamos pensar que é importante rever nossas atitudes em relação às situações. Afinal, temos a chance de aprender algo em cada situação de nossas vidas", diz.

Um ponto importante em qualquer circunstância --profissional, social ou familiar-- é avaliar se a convivência com a pessoa que provoca "ranço" é mesmo necessária. Se for, de acordo com Livia, vale ponderar os termos dessa convivência: ela se baseia em bate-papos aleatórios ou exige um relacionamento mais estreito? O que puder evitar, evite, mas, se não puder escapar, o segredo está em fugir de assuntos controversos e de conversas em que o objetivo nunca é a troca de ideias, e, sim, expressar opiniões fechadas.

Já Mônica Bayeh, psicóloga clínica e psicoterapeuta que também atua na capital do Rio, destaca que uma das maneiras de reverter o ranço é puxar da memória as boas lembranças. "Liste os favores que essas pessoas já fizeram para você, as viagens felizes que tiveram, os momentos especiais que compartilharam. Esforce-se para realimentar essas relações. Se são pessoas boas, sempre vale a pena. Tente entendê-las e lembre-se que você, vista com outros olhos, também não deve ser muito fácil de lidar em alguns aspectos, não é mesmo?", declara.

Esse exercício simples de autoconhecimento é a chave para modificar a situação. De acordo com Mara Lúcia Madureira, psicóloga especializada em terapia cognitivo-comportamental, de São José do Rio Preto (SP), ranço também tem a ver com a intolerância à diversidade e à liberdade de expressão. "Como diria Caetano Veloso, 'é que Narciso acha feio o que não é espelho'. Cada um de nós percebe e lida com a realidade de modo único, com base em nossas características e experiências pessoais. Por conta disso, é natural volta e meia sentir dificuldade em compreender e resistência em aceitar o que difere do nosso modelo perceptivo", explica.

Mara reforça que é possível mudar nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos e, desse modo, melhorarmos as relações contaminadas por desafetos. "Uma consulta à nossa consciência para reconhecer e aceitar a nossa intolerância é o primeiro passo na transformação do ranço em empatia. Se assumirmos a responsabilidade por nossas emoções, podemos modificá-las, mas se culparmos os outros nada há a se fazer, a não sofrer os efeitos do ódio tratado, com eufemismo, de ranço", diz. 

Isso não significa incorporar valores ou assumir posturas incompatíveis com nosso sistema de crenças, mas se esforçar em compreender como as outras pessoas pensam e agem. "A partir daí, podemos até influenciar novas ideias e modificar atitudes alheias. Porém, a mudança sempre deve começar em nós", ressalta Mara.

Heloisa Noronha (via Universa)

Nota: Dentro da igreja, então, onde todos deveriam ser um amor e agir segundo o exemplo de Cristo, o coeficiente de insuportabilidade é enorme. Que fazer? Deixar de ir à igreja? Fugir da comunhão? O apóstolo Paulo toca no assunto e diz:

"Por isso eu, que estou preso porque sirvo o Senhor Jesus Cristo, peço a vocês que vivam de uma maneira que esteja de acordo com o que Deus quis quando chamou vocês. Sejam sempre humildes, bem-educados e pacientes, suportando uns aos outros com amor. Façam tudo para conservar, por meio da paz que une vocês, a união que o Espírito dá. Há um só corpo, e um só Espírito, e uma só esperança, para a qual Deus chamou vocês." (Efésios 4:1-4 NTLH)

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

10 alertas sobre os perigos da ostentação

Um dos principais malefícios que uma sociedade de consumo igual a nossa pode trazer é o desejo incontrolável e insaciável de ostentar. A ostentação nada mais é do que o ato de expor o máximo possível uma situação ou alguma coisa adquirida, o que, dentro da lógica consumista, fútil e alienada da sociedade contemporânea, é visto como natural. Portanto, crente que ostenta posição, bens ou qualquer outro atributo está indo diretamente contra aquilo que o Mestre ensinou. Ellen G. White diz:

"Não obstante, Jesus fugia à ostentação. Durante todos os anos de Sua residência em Nazaré, não fez exibição de Seu miraculoso poder. Não buscou altas posições, nem pretendeu nenhum título. Sua vida quieta e simples, e mesmo o silêncio das Escrituras a respeito dos primeiros anos de Sua vida, ensinam importante lição." (O Desejado de Todas as Nações, p. 43)

A Palavra de Deus também nos deixa um aviso importante sobre esse assunto:

"Pois tudo o que há no mundo - a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens - não provém do Pai, mas do mundo." (João 2:16)

É verdade que o mundo de hoje não incentiva nem um pouco a modéstia. Mas isso não surpreende quem estuda a Bíblia. Como assim? Ao falar dos “últimos dias”, a Bíblia predisse que os humanos, no geral, seriam “avarentos, vaidosos... e cheios de orgulho." (2 Timóteo 3:1-5, BLH). Nesse contexto social, pessoas que ostentam seus bens se sentem bem à vontade. Mas Deus nos incentiva a ‘ficar longe dessa gente’, para que não nos tornemos como elas.

Segue abaixo, dez alertas de Ellen G. White sobre os perigos da ostentação em vários contextos:

1. OSTENTAÇÃO TRANSITÓRIA 
"O egoísmo tem penetrado e se tem apoderado do que pertence a Deus. Isso é cobiça, que é idolatria. Os homens monopolizam o que Deus lhes emprestou, como se isso fosse propriedade sua, para delas fazerem o que lhes aprouver. Quando seu poder de angariar riquezas é satisfeito, pensam que suas posses os tornam valiosos à vista de Deus. Isso é uma cilada, um engano de Satanás. Que valem a pompa e a ostentação exteriores? Que ganham os homens e mulheres com o orgulho e a condescendência própria? 'Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? ou que dará o homem em recompensa da sua alma?' O tesouro terreno é transitório. Somente por Cristo poderemos obter riquezas eternas. A riqueza que Ele dá está acima de toda avaliação.” (Conselhos sobre Mordomia, p. 54)

2. OSTENTAÇÃO NA CASA DE DEUS
"Em vista do que o Céu está fazendo pelos perdidos, como podem os que são participantes das riquezas da graça de Cristo deixar de mostrar interesse e simpatia pelos seus semelhantes? Como podem deixar-se levar por orgulho de classe e desprezar os desafortunados e pobres? No entanto é bastante certo que o orgulho de posição que prevalece no mundo e a opressão aos pobres, existe também entre os professos seguidores de Cristo. Os homens se apropriam de dons que lhes haviam sido confiados para com eles abençoar a outros. Os ricos oprimem os pobres e usam os meios assim obtidos para satisfazerem o orgulho e o amor da ostentação até mesmo na casa de Deus." (The Review and Herald, 20 de Junho de 1893)

3. OSTENTAÇÃO NO VESTUÁRIO, JÓIAS E ORNAMENTOS
"No professo mundo cristão o que é gasto em extravagante ostentação, em jóias e ornamentos, daria para suprir as necessidades de todos os famintos e vestir todos os nus em nossas cidades; e ainda assim esses professos seguidores do manso e humilde Jesus não precisariam privar-se do necessário alimento nem do vestuário confortável. Que dirão esses membros da igreja quando confrontados no dia de Deus com os pobres dignos, os aflitos, as viúvas e os órfãos, que têm conhecido a pungente carência para as mínimas necessidades da vida, ao passo que foram despendidos por esses professos seguidores de Cristo para vestuário supérfluo e desnecessários ornamentos expressamente proibidos pela Palavra de Deus, recursos suficientes para suprir todas as suas necessidades? O fim de todas as coisas está perto e Deus convida os homens a lançarem fora os seus ídolos, a se separarem de cada desejo extravagante, a não condescenderem com nada que seja simplesmente para ostentação e exibicionismo." (The Review and Herald, 21 de Novembro de 1878) 

4. OSTENTAÇÃO BLOQUEIA A OBRA DE DEUS
"O caminho para a edificação e progresso da causa de Deus é bloqueado pelo egoísmo, pelo orgulho, pela cobiça, pela extravagância e amor à ostentação. Sobre toda a igreja recai a solene responsabilidade de fazer prosperar cada ramo da obra. Se seus membros seguirem a Cristo, negarão a inclinação do exibicionismo, o amor dos vestidos, das casas elegantes e custoso mobiliário. É preciso que haja muito maior humildade, muito maior distinção do mundo, entre os adventistas do sétimo dia, doutro modo Deus não nos aceitará, seja qual for nossa posição ou o caráter da obra em que estivermos empenhados." (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 131)

5. OSTENTAÇÃO NA EDUCAÇÃO
"Ensinem-se os alunos a conservarem cuidadosamente o que lhes pertence, bem como o que é da escola. Importa fazê-los compreender o dever de limitarem toda despesa desnecessária, seja na escola, seja quando viajam indo para casa ou vindo. A abnegação é coisa essencial. Precisamos dar ouvidos às instruções dadas, porquanto nos vamos aproximando do fim do tempo. Seremos cada vez mais obrigados a planejar, idear e fazer economia. Como indivíduos e administradores das instituições do Senhor, teremos de cortar necessariamente tudo quanto vise mera ostentação, pondo as despesas dentro dos estreitos limites de nossas rendas." (Conselhos sobre Educação, p. 195)

6. OSTENTAÇÃO NAS FAMÍLIAS
"Pais, por amor de Cristo não empreguem o dinheiro do Senhor na condescendência com as fantasias de seus filhos. Não os ensinem a procurar a moda e a ostentação, a fim de alcançarem influência no mundo. Será que isso vai ajudá-los a salvarem as almas por quem Cristo morreu? Não; suscitará inveja, ciúme e más suspeitas. Seus filhos serão induzidos a competir com a ostentação e extravagância do mundo, e a gastar o dinheiro do Senhor no que não é essencial para a saúde ou a felicidade." (Conselhos para a Igreja, p. 288)

7. OSTENTAÇÃO NOS LARES
"Uma residência dispendiosa, mobília trabalhada, ostentação, luxo e conforto não proporcionam as condições essenciais a uma vida útil e feliz. Mesmo na mesa, os arranjos, a moda e a ostentação exercem sua perniciosa influência. O preparo saudável do alimento se torna questão secundária." (A Ciência do Bom Viver, p. 365)

8. OSTENTAÇÃO NAS INSTITUIÇÕES
"Como indivíduos e administradores das instituições do Senhor, teremos de cortar necessariamente tudo quanto vise mera ostentação, pondo as despesas dentro dos estreitos limites de nossas rendas. Não são numerosas instituições, grandes edifícios ou larga ostentação o que Deus requer, mas a ação harmoniosa de um povo peculiar, um povo escolhido por Deus, e precioso." (Conselhos sobre Educação, p. 195)

9. OSTENTAÇÃO NO TESTEMUNHO
"São servos infiéis os que tentam dirigir outros, tendo a pretensão de guiar almas no caminho da santidade, enquanto sua própria vida revela o orgulho, o amor dos prazeres e da ostentação. Sua vida não está de acordo com sua profissão; sua influência é uma ofensa a Deus." (Conselhos sobre a Escola Sabatina, p. 91)

10. OSTENTAÇÃO NO EVANGELISMO
"O bom êxito não depende de ostentação. Alguns ministros cometem o erro de pensar que o sucesso depende de arrastar uma grande congregação pelo aparato exterior, anunciando depois a mensagem da verdade em estilo teatral. Isso, porém, é empregar fogo comum, em lugar de fogo sagrado ateado por Deus. O Senhor não é glorificado por essa maneira de trabalhar. Não é a ostentação, a aparência imponente o que representa de maneira correta a obra que devemos realizar como povo escolhido de Deus. O caminho para a edificação e progresso da causa de Deus é bloqueado pelo egoísmo, pelo orgulho, pela cobiça, pela extravagância e amor à ostentação." (Evangelismo, p. 136)

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

10 dicas para a escolha dos líderes da igreja

A escolha de oficiais qualificados é importante para a prosperidade da igreja, a qual deve exercer o maior cuidado quando chamar homens e mulheres para posições de sagrada responsabilidade. A seguir, veremos dez importantes dicas de Ellen G. White para este processo extraídas do livro Liderança Cristã:

1. Muito cuidado na escolha de pessoas
Deve-se tomar muito cuidado ao escolher homens para ocuparem posições de responsabilidade como guardiães das igrejas. Meus irmãos, não façam essa escolha cegamente para que o rebanho de Deus não tenha diante de si um exemplo que lhes ensinará a ferir e destruir. Os homens que assumem responsabilidades na causa de Cristo devem ser homens de oração e humildade. Devem eles agir como homens que, em todos os seus intercâmbios com os irmãos, sejam guiados pelo Espírito de Deus. Eles devem dar um exemplo de retidão. Devem guardar sagradamente a reputação daqueles que estão fazendo a obra de Deus.

2. Escolher pessoas sábias
Durante anos o Senhor nos tem instruído a escolher homens sábios, homens dedicados a Deus, homens que conhecem os princípios do Céu, homens que têm aprendido a andar com Deus. Deve-se colocar sobre eles a responsabilidade de cuidar dos negócios ligados à nossa obra. Isso está de acordo com o plano bíblico conforme apresentado no sexto capítulo de Atos. Precisamos estudar esse plano, pois é aprovado por Deus. Sigamos a Palavra. 

3. Escolher pessoas confiáveis
Deus ensinará Seu povo a proceder com cautela e a escolher judiciosamente os homens que não traiam os sagrados encargos. Se nos dias de Cristo foi necessário que os crentes usassem de prudência para a escolha dos homens para os cargos de responsabilidade, nós que vivemos neste tempo certamente precisamos usar de grande discrição. Devemos apresentar a Deus cada caso, e, com oração fervorosa, pedir-Lhe que escolha por nós.

4. Escolher pessoas que tenham experiência na fé
Os que são assim indicados para superintendentes do rebanho devem ser homens de boa reputação; homens que deem provas de possuir, não somente conhecimento das Escrituras, mas experiência na fé, na paciência, para que, em mansidão, possam instruir os que se opõem à verdade. Devem ser homens íntegros, não neófitos, mas inteligentes estudantes da Palavra, aptos para ensinar a outros também, tirando do tesouro coisas novas e velhas; homens que, em caráter, palavras, conduta, sejam uma honra à causa de Cristo, ensinando a verdade, vivendo a verdade, crescendo até à estatura perfeita em Cristo Jesus. Isso importa no desenvolvimento e fortalecimento de cada faculdade mediante o exercício da mesma, para que os obreiros se tornem aptos a suportar maiores responsabilidades, à medida que a obra aumenta.

5. Escolher pessoas dependentes de Deus
Procuram-se homens que sintam sua necessidade de sabedoria do alto, homens que sejam convertidos de coração, que compreendam que são apenas pecadores mortais e devem aprender lições na escola de Cristo antes de estarem preparados para moldar outras mentes. Quando os homens tiverem aprendido a depender de Deus, quando tiverem fé que atue por amor e lhes purifique a alma, então não colocarão sobre os ombros de outros homens fardos penosos de ser suportados.

6. Escolher pessoas com a excelência do caráter cristão
Mas a posição não faz o homem. É a integridade de caráter, o Espírito de Cristo, que o torna grato, nada interesseiro, sem parcialidade e sem hipocrisia; e, para Deus, isto é que tem valor. Que os cargos de responsabilidade sejam dados a homens experientes, provados e tementes a Deus, homens que suportarão a mensagem de reprovação enviada por Deus.

7. Não escolher pessoas que se opõem à unidade
Têm ultimamente surgido entre nós homens que professam ser servos de Cristo, mas cuja obra se opõe àquela que nosso Senhor estabeleceu na igreja. Têm métodos e planos de trabalho originais. Desejam introduzir mudanças na igreja, segundo suas ideias de progresso, e imaginam que desse modo se obtenham grandes resultados. Esses homens precisam ser discípulos em vez de mestres na escola de Cristo. Estão sempre desassossegados, aspirando a realizar alguma grande obra, fazer algo que lhes traga honra a si mesmos. Precisam aprender a mais proveitosa de todas as lições: humildade e fé em Jesus.

8. Não escolher pessoas que se recusam a cooperar
Deus pôs na igreja, como seus auxiliares indicados, homens de talentos diferentes para que, mediante a sabedoria de muitos, seja feita a vontade do Espírito. Os homens que agem de conformidade com seus próprios fortes traços de caráter, recusando aliar-se a outros que têm tido mais longa experiência na obra de Deus, ficarão cegos pela confiança própria, incapazes de discernir entre o falso e o verdadeiro. Não é seguro escolher tais pessoas para líderes na igreja; pois seguirão seu próprio juízo e planos, sem consideração pelo juízo de seus irmãos. É fácil para o inimigo agir por intermédio dos que, necessitando eles próprios de conselho a cada passo, se encarregam do cuidado das pessoas em sua própria força, sem ter aprendido a mansidão de Cristo

9. Não escolher pessoas que desejam pouco trabalho
Os que desejam apenas uma quantidade determinada de trabalho e que procuram encontrar uma atividade exatamente adaptada às suas aptidões, sem a necessidade de se preocupar em adquirir novos conhecimentos e em aperfeiçoar-se, não são os que Deus chama a trabalhar em Sua causa. Os que procuram dar o menos possível de suas forças físicas, espirituais e morais não são os trabalhadores sobre quem derramará abundantes bênçãos. Seu exemplo é contagioso. O interesse próprio é seu móvel supremo. Os que necessitam ser vigiados e trabalham apenas quando cada dever lhes é especificado não pertencem ao número dos que serão chamados bons e fiéis. Precisam-se obreiros que manifestem energia, integridade, diligência, e que estejam prontos a colaborar no que seja necessário que façam.

10. Não escolher pessoas imaturas
Um cristão imaturo, atrofiado em seu crescimento religioso, destituído de sabedoria do alto, está despreparado para enfrentar os ferozes conflitos pelos quais a igreja é chamada a passar. Os insinceros e profanos, os que são dados à tagarelice, que vivem a comentar as faltas alheias, ao passo que se descuidam das próprias, devem ser afastados da obra.

terça-feira, 22 de outubro de 2019

175 anos do Grande Desapontamento

Ellen G. White em cena do filme Como tudo começou
Gostaria de te convidar a fazer uma viagem de volta ao tempo. Hoje, dia 22 de outubro de 2019, há exatamente 175 anos, milhares de cristãos pertencentes a igrejas como Metodista, Batista, Conexão Cristã e outras espalhadas pelos EUA aguardaram ansiosamente a volta do Senhor Jesus Cristo à Terra.

Eles haviam sido despertados para a espera da segunda vinda de Jesus por meio dos sermões e da exposição bíblico-escatológica do pregador leigo Guilherme Miller. Ele era um fazendeiro batista, autodidata em história universal e estudioso da Bíblia, cuja atenção se concentrou na cronologia bíblica, especialmente em relação às profecias de Daniel e Apocalipse.

Baseado no texto de Daniel 8:14, Miller chegou à conclusão que a purificação do santuário ali mencionada significava a purificação da terra pelo fogo. E que isso significava, portanto, a volta de Jesus ao mundo, de maneira pessoal e visível no dia 22 de outubro de 1844.[1]

Miller começou a pregar publicamente a partir de 1831[2], e o fazia de maneira convicta e tão persuasiva. Aonde quer que fosse, surgia um reavivamento espiritual. Porém, sua intenção nunca foi fundar uma nova igreja, mas advertir o mundo acerca da breve vinda de Cristo para que todos pudessem ser salvos.

Movimento que cresceu
Entre os anos 1838 a 1841, Miller recebeu o apoio de Josias Litch, Josué Himes (coordenador do movimento), Carlos Fitch e Silvestre Bliss que contribuíram para que suas pregações alcançassem as cidades grandes e tomassem âmbito nacional. Em um período de 12 anos, Miller chegou a pregar cerca de 4.500 sermões sobre a breve volta de Jesus.[3]

Um grande grupo de cristãos de várias denominações, estimado entre 50 a 100 mil pessoas, e entre 700 a 2000 pastores[4] creram nas pregações de Miller e se uniram a ele na proclamação da breve volta de Jesus, dando forte impulso ao “movimento milerita”.

No início do movimento, o tema da breve volta de Jesus foi bem aceito e resultou em reavivamento nas igrejas. Com a crescente expansão, os mileritas foram tolerados e os pastores aliados ao movimento tiveram de escolher entre seguir crendo na breve volta de Jesus ou deixar definitivamente o ministério. Os membros de suas igrejas acabaram sendo expulsos ou decidiram deixar as igrejas voluntariamente.

E quando o tão esperado dia – 22 de outubro de 1844 – chegou, eles esperaram até a meia-noite, mas Jesus definitivamente não veio. Ainda perseveraram até a manha do dia 23 de outubro de 1844, contudo sofreram uma grande desilusão, o chamado Grande Desapontamento.

Como resultado, os fiéis crentes mileritas ficaram desorientados, e sofreram grande zombaria e escárnio. O movimento entrou em crise e sofreu um processo de perda de identidade e todos acabaram sendo confrontados com a pergunta: Por que Jesus não veio?

Algum tempo depois, surgiram entre os mileritas diferentes tentativas de explicar o que havia acontecido, mas que finalmente causou a divisão do movimento e o surgimento de pelo menos quatro pequenos grupos:

(1) Os que descreram completamente na volta de Jesus e abandonaram a fé.

(2) Os que deram uma interpretação simbólica e espiritualista ao acontecimento, passando a ensinar que Cristo viera em Espírito e o milênio havia começado.

(3) Os que marcaram novas datas para a segunda vinda de Cristo.

(4) Os que, mesmo sem entender por que Jesus não havia voltado, perseveraram no estudo da Bíblia e na oração.

O movimento milerita surgiu como uma iniciativa profética levantada por Deus para cumprir a profecia de Apocalipse 10:8-11.

Curiosidade
O que aconteceu com Guilherme Miller após o grande desapontamento?

Miller foi excluído da Igreja Batista. Ele procurou fortalecer a fé dos desapontados e manteve a fé na breve volta de Jesus pelo resto da vida. Escreveu poucas cartas a amigos pastores. Publicou artigos na revista The Advent Herald e participou de assembleias em Low Hampton e Albany, nos Estados Unidos, com o objetivo de reunificar os mileritas. Porém, seus esforços afetaram fortemente a sua saúde. A partir de abril de 1849, ele não conseguia mais se levantar da cama. Guilherme Miller faleceu aos 67 anos no dia 20 de dezembro de 1849, e foi sepultado no pequeno cemitério perto da sua casa em Low Hampton, Estado de Nova Iorque.

Aplicação espiritual
Como você lida com desapontamentos?

Nossos irmãos mileritas depositaram suas esperanças em um acontecimento, uma data e foram amargamente frustrados. Em nossa vida também enfrentamos desapontamentos. Fazer uma pausa, olhar para trás, refletir sobre o que aquela situação trouxe de aprendizado, abrir o coração a Deus em oração e perseverar são formas sábias de reagir a desapontamentos.

Edegar Link (via Resgatando a História)

Sugestão para leitura adicional:
Knight, George. Adventismo – Origem e Impacto do movimento Milerita. Casa Publicadora Brasileira, 2014.
Schwarz, Richard W.; Greenleaf, Floyd. Portadores de Luz: História da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Engenheiro Coelho: Unaspress, 2016.

Referências
[1] Em princípio, Miller acreditava que Jesus voltaria entre a primavera de 1843 e 1844, sem fixar uma data exata. Mas acabou sendo influenciado principalmente pela interpretação da profecia dos 2300 anos de Samuel Snow para chegar a data de 22 de outubro de 1844. Veja mais detalhes em: C. Mervyn Maxwell. História do Adventismo, p. 30-32.
[2] Para saber mais detalhes veja: Everett Dick. Fundadores da Mensagem, p. 20.
[3] Everett Dick. Fundadores da Mensagem, p. 24.
[4] C. Mervyn Maxwell. História do Adventismo, p. 19.

Sobre a origem do movimento, veja o filme Como tudo começou:

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Tempos de covardia emocional

A gente tem medo, a gente vive com medo, mas viver assim nem viver é. A gente se sabota, a gente sabota o tempo todo. Porque ficar temendo o que é ruim acaba nos levando a ter medo também do que é bom. E, então, nada nos chega: nem as dores, nem os deleites.

Muitos de nós nos acovardamos e não nos permitimos sentir. Não queremos sofrer e fugimos a qualquer sentimento que possa não dar certo e virar dor. Muitos não querem amar, para não chorar o fim do relacionamento. Muitos não querem aprofundar amizades, para não sofrer decepções. Muitos não querem ter filhos, para não se decepcionar com a ingratidão. Muitos não se abrem, por não confiar em ninguém. Enquanto isso, a vida vai passando lá longe.

Não poucos preferem viver anestesiados, entorpecidos, para não terem que enfrentar a si mesmos. Para não encararem a colheita do que se fez ou se deixou de fazer, do que se disse, do que construiu ou destruiu. Para não terem que lidar com o que deu errado. Foge-se da dor, a todo e a qualquer custo, não importando nada, nem ninguém, além de si mesmo.

Há quem corra contra o tempo, exercitando-se por horas, alimentando-se disciplinadamente, longe de qualquer deslize com a saúde, com a pele, com os cabelos. Cuidar-se é saudável, mas existem indivíduos que exageram, plastificando-se excessivamente por fora e por dentro. Para alguns, é impossível encarar os pesos dos anos nas marcas do corpo. Botox e bisturi são aliados frequentes nessa ânsia pelas esperanças perdidas que o tempo leva, quer se queira ou não.

Há, por aí, uma porção de mimados, os quais colocam o ego acima de tudo, querendo os seus desejos atendidos a todo e a qualquer custo. Querem que seu ponto de vista seja aceito, que suas ideias sejam aplaudidas, que sua comida esteja pronta agora. Exigem que a sua música toque, que suas verdades sejam absolutas, que seu amor seja correspondido. Sentem-se unanimidades.

Que se danem os outros, ninguém tampouco os enxerga. Ninguém tampouco se enxerga. Não há espaço para frustração, para contrariedade, para ouvir não, para ser rejeitado. E é por aí que tudo desanda. É por aí que muita gente se acovarda frente ao afeto, ao sentir, ao amor de verdade. Por medo de sofrer, pouco se vive, quase nada se sente. Difícil quem aperta as mãos do outro com força, quem abraça com imensidão, quem se entrega com tudo.

É preciso ter coragem. Com urgência, para ontem, é preciso entregar-se, doar-se, pois é assim que se compartilha, que se conhece, que se vive. Haverá, sim, dor e lágrima, mas cada sorriso sincero que se guardar no coração compensará tudo o que não deu certo. Porque, então, o que tiver ficado será para sempre. E será para sempre. Para sempre.

Marcel Camargo (via Conti Outra)

Nota: Vejam estas importantes orientações de Ellen G. White: 

"São os obstáculos que tornam o homem forte. Não são as facilidades, mas as dificuldades, conflitos, reveses que formam homens de fibra moral. A excessiva facilidade de evitar as responsabilidades tem feito criaturas fracas e anões dos que deveriam ser homens responsáveis, de força moral e músculos espirituais fortes." (Testemonies 3, p. 495)

"Depois da disciplina do lar e da escola, todos terão de enfrentar a severa disciplina da vida. Como enfrentá-la sabiamente é a lição que se deve explicar a toda criança e jovem. É verdade que Deus nos ama, que Ele está trabalhando para nossa felicidade, e que, se Sua lei tivesse sempre sido obedecida, jamais teríamos conhecido o sofrimento; não menos verdade é que neste mundo, como resultado do pecado, sobrevêm a nossa vida sofrimentos, perturbações e cuidados. Podemos proporcionar às crianças e jovens um bem para toda a vida, ensinando-os a enfrentar corajosamente essas dificuldades e encargos. Conquanto lhes manifestemos simpatia, que isso nunca seja de maneira a alimentar-lhes a compaixão de si mesmos. Eles necessitam daquilo que estimule e fortaleça, em vez de enfraquecer." (Orientações da Criança, p. 157)

"Nesta época rebelde, os filhos que não receberam a devida instrução e disciplina, têm bem pouca compreensão de sua obrigação para com os pais. Dá-se muitas vezes que, quanto mais os pais fazem por eles, tanto mais ingratos são, e menos os respeitam. As crianças que foram mimadas e servidas, esperam sempre isto; e caso sua expectativa não se realize, ficam decepcionadas e perdem o ânimo. Essa mesma disposição se manifestará através de toda a sua vida; serão impotentes, dependendo do auxílio de outros, esperando que outros os favoreçam, e lhes façam concessões. E caso encontrem oposição, mesmo depois de atingirem a idade adulta, julgam-se maltratados; e assim atravessam penosamente o caminho pelo mundo, mal sendo capazes de levar as próprias cargas, murmurando e irritando-se frequentemente porque tudo não vai à medida de seus desejos." (O Lar Adventista, p. 293)

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

De boas intenções…

Há uma crença boba de que o pecado está nas nossas ações. Cristo mesmo disse que vai muito além disso: está nas intenções. Então alguém pode pensar que basta ter sempre boas intenções. Porém, Tiago deixa bem claro que não agir também é pecado. Apenas ter boas intenções nada faz: “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz nisso está pecando” (Tiago 4:17).

Sendo assim, a vida no Reino de Deus é muito mais do que um comportamento aparente ou uma intenção vazia. Ali a boa intenção encontra os bons atos. O Novo Testamento tem até um termo técnico para isso: “boas obras”.

Não é possível que um filho de Deus, seguidor de Cristo, passe por essa vida de maneira passiva e confortável, porque não haverá conforto definitivo por aqui enquanto tivermos irmãos em sofrimento. Mas a atitude ativa de um discípulo de Cristo pela vida e pelo mundo o coloca em uma constante busca por interferência. “Abre a tua boca a favor do mudo, pela causa de todos que são designados à destruição. Abre a tua boca; julga retamente; e faze justiça aos pobres e aos necessitados” (Provérbios 31:8-9).

Nosso chamado é o de interferência naquilo que é mau e que lança sofrimento sobre nossos irmãos. No entanto, se o cristão estiver presente fazendo sua parte, o orgulho nem encontrará motivos para se manifestar, já que somos chamados para lutar pela dignidade do outro. “Ninguém cuide dos seus próprios interesses, mas sim o dos outros” (1 Coríntios 10:24).

Nesse sentido, nosso chamado não é para sentar em bancos, mas para interferir positivamente, ser o braço amoroso de Yahweh. A face ativa do egoísmo é a ganância, tomando tudo para si, conquistando e vencendo em causa própria. Se “o egoísmo é a essência da depravação” (Conselhos sobre Mordomia, p. 15), o seu braço estendido, sua face prática, comportamental e ativa é a ganância. Por isso, “o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1 Timóteo 6:10), porque é da mesma essência que estamos falando, o desejo egoísta posto em prática.

O amor ao dinheiro é a manifestação mais óbvia, gritante, presente, histórica do nosso egoísmo em ação. É a ganância materializada. Diante da acachapante realidade de maldades deste mundo, podemos nos sentir impotentes. E por isso nos acomodarmos na inação. Chega a ser confortável deixar que outro haja em nosso lugar, esperar que Deus interfira de maneiras miraculosas, limitar-se a orações rasas ou mesmo apenas ir à igreja enquanto esperamos que Jesus volte. Essas são todas situações de conforto. A apatia é confortável. O conformismo é conveniente.

Alguns acreditam que o contrário da ganância é apatia. Se lutar pelo dinheiro parece mau, melhor aceitar a pobreza. No entanto, não é a apatia o contrário da ganância. A apatia é a face passiva do egoísmo, o outro lado de uma mesma moeda. Na face ativa do egoísmo encontramos poder. Na face passiva encontramos conforto. A essência é a mesma. A face contrária ao egoísmo é a entrega.

Fomos chamados para imitar a Cristo, que venceu doando, entregando tudo. Só assim confrontamos quem somos e desentortamos nossa natureza caída. É dando e entregando que somos ativamente o braço do Senhor. É agindo em favor do outro que somos a nota destoante do mundo caído. É gastando-se ativamente em boas obras que imitamos aquele que deu Sua vida em nosso favor.

Porém, só somos capazes de entregar o que temos. Então, que você tenha Cristo, que sempre O busque ativamente para que Sua presença, Seu caminho e Sua instrução estejam sempre contigo. Não há passividade, há busca! Então, que você tenha recursos, não para si mesmo, mas para que suas mãos os distribuam.

É melhor que o recurso esteja com um ímpio ou com um mordomo do Senhor? Apenas não se iluda achando que a solução do evangelho está na riqueza. Não está. Deus só lhe dará recursos se for para entregar a outros, se você for um canal de justiça. O amor ao dinheiro – e empregá-lo para benefício próprio – é dor e dano (1 Timóteo 6:10). Por fim, que você tenha vida para entregá-la ao seu irmão que clama em necessidade, que clama por justiça.

Se o mal é ativo nesse mundo, que os súditos do Rei sejam mais ainda!

Diego Barreto (O Reino)

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A difícil arte de conviver com os outros

Nenhum homem é uma ilha. Dependemos uns dos outros. Pelo nosso relacionamento com as pessoas, podemos ser uma influência para o bem e uma fonte de conforto a todos que nos cercam. Relacionamentos são sempre desejáveis, mas nem sempre agradáveis. Uma palavra ou atitude inadequada pode destruir em segundos uma amizade construída durante anos. As dicas a seguir foram extraídas de um excelente livreto de Ellen G. White chamado Como Conviver com os Outros, e vão ajudá-lo a prevenir conflitos e a fortalecer seus relacionamentos:

1. O inimigo que mais carecemos temer é o próprio eu. Nenhuma vitória que possamos ganhar será tão preciosa como a vitória sobre nós mesmos.

2. Não se vingue. Quando puder, remova toda a causa de mal-entendido. Evite a aparência do mal. Faça o que estiver em seu poder, sem comprometer os princípios, para conciliar o próximo.

3. Se lhe forem dirigidas palavras impacientes, nunca responda no mesmo tom. Lembre-se de que ‘a resposta branda desvia o furor’ (Pv 15:1). Há um poder maravilhoso no silêncio. As palavras ditas em réplica a alguém encolerizado por vezes servem apenas para o exasperar. Mas se a cólera encontra o silêncio, é um espírito amável e indulgente, em breve se esvai.

4. Se Cristo habitar em nós, seremos pacientes, bondosos e indulgentes, alegres no meio das contrariedades e irritações. Tal é a tarefa que sobre nós impende; mas não pode ser cumprida sem o auxílio de Jesus, firme decisão, um alvo bem determinado, contínua vigilância e oração incessante. 

5. Se temos a compreensão da paciência de Deus para conosco, não devemos ser achados a julgar ou a acusar ninguém. Quando Cristo vivia na Terra, quão surpreendidos ficariam os que O acompanhavam, se, depois de familiarizados com Ele, Lhe ouvissem dizer uma palavra de acusação, crítica destrutiva ou impaciência. Não esqueçamos que aqueles que O amam devem reproduzi-Lo em seu caráter. 

6. O cristianismo torna as pessoas bem-educadas. Cristo era cortês, mesmo com Seus perseguidores; e os Seus verdadeiros seguidores devem manifestar o mesmo espírito. 

7. Estude cuidadosamente o caráter divino-humano, e inquira constantemente: ‘Que faria Jesus em meu lugar?’ Esta deve ser a medida do nosso dever. Nada faça entre os estranhos, na rua, nos carros, em casa, que tenha a menor aparência de mal. Faça cada dia alguma coisa para melhorar, embelezar e enobrecer a vida que Cristo resgatou com Seu própria sangue. 

8. Cultive o hábito de falar bem do próximo. Detenha-se sobre as boas qualidades daqueles com quem está associado, e olhe o menos possível para seus erros e fraquezas. Quando é tentado a queixar-se do que alguém disse ou fez, louve alguma coisa na vida ou caráter dessa pessoa. Cultive a gratidão. Louve a Deus pelo Seu admirável amor em dar a Cristo para morrer por nós. 

9. É pelas relações sociais que a religião cristã entra em contato com o mundo. Cristo não deve ser escondido no coração como um tesouro cobiçado, sagrado e doce, fruído exclusivamente pelo possuidor. Devemos ter Cristo em nós como uma fonte de água, que corre para a vida eterna, refrescando a todos os que entram em contato conosco. 

10. Devemos viver neste mundo para ganhar almas para o Salvador. Se ofendemos os outros, prejudicamo-nos a nós mesmos. Se os beneficiamos, somos nós mesmos beneficiados; pois a influência de toda ação boa se reflete em nosso próprio coração.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Diferença de rendimentos entre pobres e ricos é recorde

O rendimento médio mensal do 1% mais rico da população brasileira atingiu, em 2018, o equivalente a 33,8 vezes o ganho obtido pelos 50% mais pobres. No topo, o rendimento médio foi de R$ 27.744; na metade mais pobre, de R$ 820.

A diferença entre os rendimentos obtidos pelo 1% mais rico e dos 50% mais pobres no ano passado é recorde na série histórica da PNADC (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua) do IBGE, iniciada em 2012. A desigualdade aumentou porque o rendimento real da metade mais pobre caiu ou subiu bem menos do que o dos mais ricos, sobretudo nos últimos anos.

Segundo especialistas, a desigualdade de renda no Brasil é alta e persistente por conta de fatores históricos e estruturais, como a herança escravocrata, o patrimonialismo que se apodera de recursos estatais e empregos públicos, políticas sociais voltadas a grupos que menos precisam e uma estrutura tributária regressiva, que cobra proporcionalmente mais impostos de quem ganha menos. (O Tempo)

Deuteronômio 15:11 nos mostra uma profecia que diz: “Sempre haverá pobres e necessitados no meio do povo, e por isso eu ordeno que vocês sejam generosos com todos eles.” 

Ellen G. White enxergava a questão da pobreza e da desigualdade social para além do prisma econômico, observando que o próprio Deus possui propósitos diferentes para cada pessoa. 

"Não é plano de Deus que a pobreza desapareça do mundo. As classes sociais jamais deveriam ser igualadas; pois a diversidade de condições que caracteriza nossa raça é um dos meios pelos quais Deus tem pretendido provar e desenvolver o caráter. Muitos têm insistido com grande entusiasmo em que todos os homens devem ter parte igual nas bênçãos temporais de Deus; não era este, porém, o propósito do Criador. Cristo afirmou que sempre teremos conosco os pobres. Os pobres, bem como os ricos, são comprados por Seu sangue; e, entre os Seus professos seguidores, na maioria dos casos, os primeiros O servem com singeleza de propósito, enquanto os últimos estão constantemente colocando as suas afeições nos tesouros terrenos, e Cristo é esquecido. Os cuidados desta vida e a ambição das riquezas eclipsam a glória do mundo eterno. Seria a maior desgraça que já sobreveio à humanidade se todos devessem ser colocados em posição de igualdade em posses terrenas" (Conselhos Sobre Saúde, p. 230).

"Na providência de Deus, os acontecimentos têm sido ordenados de maneira que sempre tenhamos os pobres conosco, a fim de que sejam no coração humano um constante exercício dos atributos do amor e da misericórdia. O homem deve cultivar a bondade e compaixão de Cristo; não deve distanciar-se dos tristes, dos aflitos, dos necessitados e angustiados" (Signs of the Times, 13 de junho de 1892).

Devido ao pecado, nosso mundo sofreu sérias transformações que afetaram inclusive a condição social da humanidade (Tiago 5:1-6). Por este fato (desequilíbrio social devido ao pecado), alguns têm pouco e outros muito.

Deus sabe que sempre haverá pessoas com dificuldades para obterem o sustento. Mas Ele tem muitos meios de ajudar o ser humano a vencer seus defeitos de caráter; e um dos defeitos que mais o Senhor tem trabalhado para tirar do coração humano é o egoísmo. O egoísmo nos faz egocêntricos, auto-suficientes e insensíveis para com as necessidades do próximo. Uma das formas de vencer o egoísmo é através da generosidade. 

"Se os homens cumprissem o seu dever como fiéis mordomos dos bens de Deus, nenhum clamor haveria por pão, nenhum sofredor em penúria, nenhum desagasalhado em necessidade. É a infidelidade de homens que gera o estado de sofrimento em que está mergulhada a humanidade. Se aqueles a quem Deus fez mordomos tão somente utilizassem os bens do seu Senhor no propósito para que lhes foram entregues, este estado de sofrimento não existiria" (Review and Herald, 26 de junho de 1894).

"Muitos há que se queixam de Deus por estar o mundo tão cheio de necessitados e sofredores, mas Deus jamais desejou que existissem o sofrimento e miséria. Nunca foi de Sua vontade que uma pessoa tivesse abundância de luxos na vida enquanto os filhos de outros clamassem por pão. O Senhor é um Deus de benevolência" (Testimonies, vol. 6, p. 273).

"A razão por que Deus tem permitido que alguns membros da família humana sejam tão ricos e outros tão pobres será sempre um mistério para os homens até a eternidade, a menos que entrem em correta relação com Deus e ponham em prática o Seu plano em vez de agirem com base em suas próprias idéias egoístas" (Testemunhos para Ministros, p. 280).

Quando não permitimos que o dinheiro seja a coisa mais importante em nossas vidas, nos tornamos mais liberais e preocupados em atender as necessidades alheias. Neste mundo onde a miséria e a fome reinam, cabe a nós ter um coração humilde e sermos misericordiosos (Mateus 5:7). Cada um deve agir de acordo com aquilo que recebeu do Senhor, sendo que os que receberam muito, serão cobrados pelo uso que fizerem de seus tesouros. 

"A obra de recolher o necessitado, o oprimido, o aflito, o que sofreu perdas, é justamente a obra que toda igreja que crê na verdade para este tempo devia de há muito estar realizando. Cumpre-nos mostrar a terna simpatia do samaritano em acudir às necessidades físicas, alimentar o faminto, trazer para casa os pobres desterrados, buscando de Deus todo dia a graça e a força que nos habilitem a chegar às profundezas da miséria humana, e ajudar aqueles que absolutamente não se podem ajudar a si mesmos. Isto fazendo, temos favorável ensejo de apresentar a Cristo, o Crucificado" (Beneficência Social, p. 74).

Felizmente, temos a promessa divina de que um dia todo o mal e todas as desigualdades acabarão. Haverá um novo céu e uma nova terra. Um novo tempo. Creia nesta promessa de Deus. Isto não nos deve levar a sermos insensíveis para com as necessidades do próximo, mas é uma certeza confortante.

terça-feira, 15 de outubro de 2019

O melhor professor de todos os tempos

"No Mestre enviado de Deus, o Céu deu aos homens o que de melhor e maior possuía. Aquele que tomara parte nos conselhos do Altíssimo, que habitara no íntimo do santuário do Eterno, foi o escolhido para, em pessoa, revelar à humanidade o conhecimento de Deus." (Ellen G. White - Educação, p. 73)

Muitos estudiosos da didática e da metodologia do ensino consideram Jesus Cristo o professor mais marcante de todos os tempos. Há dezenas de livros a esse respeito. O fato é que Seu ensino criativo e transformador alcançou e alcança milhões de pessoas.

O mestre Jesus Cristo, um carpinteiro, sem jamais ter deixado registrada uma palavra sequer, sem jamais ter produzido um artigo, pesquisa, monografia ou livro, impactou a humanidade de um jeito impressionante. Como nos lembra o Dr. James Kenedy, com 12 discípulos Jesus Cristo exerceu influência civilizatória que dura até hoje!
[1]

É irrefutável que a vida do jovem galileu causou grande impacto em Sua época e em nossa época. E o mais espetacular: fez tudo isso até os 33 anos de idade apenas. Isso é extraordinário! Como diz o respeitado J. M. Price, em seu clássico A Pedagogia de Jesus, “ninguém esteve melhor preparado, e ninguém se mostrou mais idôneo para ensinar do que Jesus. No que toca às qualificações, bem como noutros mais respeitos, Jesus foi o mestre ideal. Isto é verdade tanto visto do ângulo divino como do humano. No sentido mais profundo, Jesus foi um mestre vindo da parte de Deus”.[2]

Características de Jesus como professor
O mestre Jesus é surpreendente. E, se olharmos para algumas de Suas características de personalidade, temos que admitir que Ele é um padrão de absoluto equilíbrio, bom senso e profissionalismo. Seguindo as percepções de Roy Zuck,[3] pensemos um pouco em algumas de Suas características enquanto mestre.

Jesus Cristo é referencial de maturidade. Lucas 2:40 nos diz que “o menino [Jesus] crescia e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre Ele”. Da perspectiva humana, Jesus era uma pessoa madura; como Filho de Deus e como membro da Trindade, obviamente era espiritualmente maduro. Devemos seguir Seu exemplo, procurando crescer mentalmente, espiritualmente, fisicamente e socialmente.

Jesus veio à Terra para revelar o Pai (João 17:26). Desta maneira, podemos entender que Ele possuía todo conhecimento e era capaz de discorrer sobre qualquer tema com maestria. Certamente isso fazia com que o povo ficasse fascinado “pelas Suas palavras” (Lucas 19:48). Os professores são responsáveis pelo que afirmam e, portanto, ao abordarem algum tópico, precisam fazê-lo com autoridade, a qual é resultado de tempo gasto em oração, pesquisa e reflexão.

Sendo autoridade em qualquer assunto, Jesus sempre falava com convicção, jamais deixando alguma dúvida do que Ele ensinava. Era com plena certeza que Ele fazia afirmações como “Eu Sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14:6); ou: “Vocês ouviram o que foi dito… Mas Eu lhes digo que…” (Mateus 5:21, 22). O educador cristão precisa se expressar com convicção, transmitindo segurança aos seus ouvintes; isto é resultado, claro, de estudo profundo numa área específica do conhecimento, mas também resultado de uma vida conduzida pelo Espírito Santo.

O apóstolo Paulo afirma que Jesus “humilhou-se a si mesmo” (Filipenses 2:8). Uma clara demonstração da humildade do Mestre pode ser vista em Sua atitude de servir e não ser servido (Mateus 20:28). Os professores cristãos não obtém respeito dos colegas e dos alunos pela auto-exaltação, senão pela humilde postura de servo. Afinal, o orgulho causa repulsa, enquanto que a humildade atrai.

Diferentemente de nossa educação conteudista, orientada pelo assunto a ser transmitido, o mestre Jesus não tinha um conteúdo curricular fechado, e nem mesmo parecia preocupar-se com o que deveria ensinar a cada dia. Obviamente Ele queria ensinar algumas coisas, mas o fazia com espontaneidade, esperando o momento certo, quando o coração e a mente de Seus ouvintes estavam dispostos. Foi assim, por exemplo, na ocasião em que acalmou a tempestade (Mateus 8:23-27); esse foi o momento oportuno para ensinar sobre a fé e o medo do ser humano, bem como sobre o ilimitado poder de Deus. Nas ocasiões informais as pessoas podem ter maior disposição para ouvir e captar ensinos que modificarão para sempre sua vida.

De vez em quando escutamos alguns alunos reclamando que ficam confusos na hora da aula, pois, às vezes, alguns professores falam de muitas coisas ao mesmo tempo. Outros dizem que não entendem o que é dito, pois alguns docentes usam palavras e expressões desconhecidas. Em relação ao mestre Jesus, podemos dizer que havia tal clareza em Seus ensinos e discursos, “que as crianças, os idosos e o povo comum o ouviam com prazer e ficavam encantados com as suas palavras”.[4] Se quiserem ensinar com clareza, os professores precisam escolher adequadamente as palavras e expressões que usam; e sempre que houver necessidade de usar uma palavra técnica, incomum aos alunos, precisam explicá-la de modo claro, exemplificando-a se possível.

Em Seu ministério, Jesus ensinava com senso de urgência, pois sabia que não tinha todo o tempo do mundo. Em pouco mais de três anos deveria transmitir à humanidade os ensinos que se demonstrariam capazes de transformar a rotina da vida humana. Portanto, não havia tempo a perder. Em João 7:33 Ele afirma: “Estou com vocês apenas por pouco tempo”. O Mestre tinha senso de urgência. Todavia, Ele não se deixou dominar pela agenda: Ele nunca estava apressado e nunca cancelou um encontro. Sempre tinha tempo para ministrar as necessidades das pessoas. Os professores cristãos precisam aprender a administrar melhor o tempo, “aproveitando ao máximo cada oportunidade” (Efésios 5:16), não desperdiçando o precioso tempo da sala de aula. O tempo é ouro, e deve ser administrado de tal modo que o professor nunca venha a se arrepender por ter usado o tempo de modo irresponsável.

No ministério de Cristo são evidentes sua simpatia e empatia, manifestas em seu amor e cuidado pelas pessoas. O evangelho de Lucas diz que “todos falavam bem dele e estavam admirados com as palavras de graça que saíam de seus lábios (4:22). O educador Antônio Tadeu Ayres nos lembra que “nenhum professor é considerado bom simplesmente por acaso. Os alunos sabem perceber muito bem o mestre que conhece o que ensina, tem prazer de instruir e sabe como fazer isso. Percebem também a personalidade, o temperamento, os valores éticos e a capacidade de compreensão. Nesta questão particular, será bem-sucedido o professor que de fato pratica a empatia”.[5] De uma perspectiva cristã, os alunos não são meramente clientes, e sim, acima de tudo, candidatos ao reino de Deus. Portanto, os professores precisam exercer paciência, simpatia e empatia. Afinal, o ensino cristão é muito mais do que conteúdo. É também a demonstração de um genuíno interesse pelas pessoas.

Finalmente, o Mestre Jesus jamais ensinou algo que não fosse pertinente ou necessário aos Seus ouvintes. Tudo o que Ele falou tinha relevância e aplicabilidade à vida das pessoas. É também o desafio de cada professor não meramente falar bonito, mas tornar a aula relevante à vida dos alunos, fazendo com que os ensinamentos sejam pertinentes para cada estudante que ouve e participa das aulas. Agindo dessa forma, o professor e a professora terão como resultado um ensino que transforma.

Adolfo Suárez (via Muito Além do Ensino)

[1] James KENEDY e Jerry Newcombe. E Se Jesus não Tivesse Nascido? São Paulo: Vida, 2003, p. 21.
[2] J. M. Price. A Pedagogia de Jesus. 3ª edição. São Paulo: JUERP, 1983, p. 5.
[3] Roy B. Zuck. Teaching as Jesus Taught. Grand Rapids: Baker, 1995, p. 63 a 89.
[4] Ellen G. White. Fundamentos da Educação Cristã. 2ª edição. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1996, p. 242.
[5] AYRES, Antônio Tadeu. Prática Pedagógica Competente: Ampliando os Saberes do Professor. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004, p. 55.