sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Trump, Jesus e os muros

Em visita à fronteira dos EUA com o México, em McAllen, no Texas, nesta quinta-feira (10) o presidente Donald Trump tentou mais uma vez convencer os americanos sobre a necessidade de construir um muro separando fisicamente os dois países.

O presidente justifica seu pedido de financiamento para o muro, alegando “uma crise humanitária e de segurança”. Uma crise, disse, “do coração e da alma”. E mantém a ameaça de declarar uma “emergência nacional” para construir o muro.

Fala de crimes cometidos por imigrantes sem documentos, de um fluxo de terroristas e de drogas que provoca a epidemia de opiáceos que sofre o país. Tudo com uma frágil base factual: nem os imigrantes sem documentos cometem mais crimes do que os nacionais, nem há rastro de terroristas se esgueirando pela fronteira, nem o grosso dos opiáceos são introduzidos pelas pessoas que a atravessam ilegalmente.

Enquanto Trump visitava a região, na capital, Washington, funcionários federais faziam um protesto contra o fechamento do governo. 800 mil pessoas estão sem salários. Trump afirma que só vai assinar o orçamento se os democratas liberarem quase US$ 6 bilhões pra construir o muro. Um quarto do governo federal está sem funcionar há 20 dias por falta de verba. 

Muros são erguidos quando começamos a acreditar que somos melhores que os outros, ou, como pensava Jean Paul Sartre, quando achamos que “o inferno são os outros”. Quando isso acontece, muros de separação são erguidos não apenas entre cidades ou nações, mas também entre pessoas, instituições e denominações religiosas. A arrogância, a presunção e a ganância do ser humano são o cimento e as pedras que continuam erguendo muros de separação por toda a parte.

"Vocês, que antes estavam longe, foram aproximados mediante o sangue de Cristo. Pois Ele é a nossa paz, o qual de ambos fez um e destruiu a barreira, o muro de inimizade." (Efésios 2:13, 14)

O papa Francisco disse à respeito deste assunto: “Uma pessoa que só pensa em fazer muros, seja onde for, em vez de fazer pontes, não é cristão. Isso não é do Evangelho.” Como seguidores de Jesus Cristo, somos desafiados a ver a história da humanidade da mesma maneira como Ele viu. Somos chamados a derrubar novos muros de separação e a mostrar o caminho vivo e novo que pode ser trilhado por todos! - Jesus! Com o martelo do perdão e do amor podemos fazer muito mais do que com o cimento e as pedras da arrogância e da presunção.

Jesus derruba os muros que separam nações. Ele dá sentido a esta vida sem sentido. Vejamos o que disse Ellen G. White:

"Deus não reconhece distinção alguma de nacionalidade, etnia ou classe social. É o Criador de todo homem. Todos os homens são de uma família pela criação, e todos são um pela redenção. Cristo veio para demolir toda parede de separação e abrir todos os compartimentos do templo, a fim de que todos possam ter livre acesso a Deus. Os muros do sectarismo, casta e raça desabarão quando o verdadeiro espírito missionário penetrar no coração dos homens." (E Recebereis Poder, p. 337)

Nosso chamado não é para construir muros, mas uma ponte entre nosso coração e o coração de outras pessoas, e então convidar Jesus a passar por ela. Laura Morena exprime maravilhosamente este pensamento através da canção "Mais Perto":

Nenhum comentário:

Postar um comentário