Apesar do termo "pós-modernidade" ser o mais usado para se referir ao tempo presente em que vivemos, seja como ruptura (anti-modernidade) ou como continuidade (sobre-modernidade) do projeto modernista, o sociólogo polônes Zygmunt Bauman utiliza outra expressão para se referir a esse contexto atual: modernidade líquida. Bauman dizia que a antiga modernidade era caracterizada pela sua solidez (modernidade sólida), com seu conjunto fixo de valores. Já o tempo atual (modernidade líquida) é caracterizado pela volatilidade, pela grande possibilidade de adpatações e pela instabilidade. Ele escreve:
Os fluidos se movem facilmente. Eles fluem, escorrem, esvaem-se, respingam, transbordam, vazam, inundam, Borrifam, pingam; são filtrados, destilados; diferentemente dos sólidos, não são facilmente contidos – contornam certos obstáculos, dissolvem outros e invadem ou inundam seu caminho. Do encontro com sólidos emergem intactos, enquanto os sólidos que se encontraram, se permanecem sólidos, são alterados – ficam molhados ou encharcados. A extraordinárias mobilidade dos fluidos é o que os associa à idéia de leveza (…) Associamos “leveza” ou “ausência de peso” à mobilidade e à inconstância: sabemos pela prática que quanto mais leve viajamos, com maior facilidade e rapidez nos movemos.
Bauman realmente utilizou as palavras ideais para diferenciar a modernidade da pós-modernidade. Hoje, dentro da esfera social, não se concebe a rigidez de valores absolutos e da identidade autônoma de pensamento. É sólido demais. Ao contrário, precisamos ser como a água: inconstantes, flexíveis e adaptáveis a tudo quanto se nos apresenta.
Esse é o problema dos cristãos hoje. Somos como uma barra de ferro dentro de uma bacia dágua. Blocos de aço imersos no mar. As ondas batem e continuamos parados. A maré vem, mas não mudamos. E isso incomoda as “porções da água”. Afinal, não “fluimos”, não “pingamos” e não “destilamos” conforme eles querem. Somos assim. Aço incomodando o líquido.
E esse é o chamado do cristão:
"Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor". (I Corintios 15:58)
“E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa agradável e perfeita vontade de Deus.” (Romanos 12.2).
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