As principais centrais sindicais do Brasil convocaram uma greve geral para a sexta-feira 28, na tentativa de demonstrar força e mobilização contra a reforma trabalhista e a reforma da Previdência propostas pelo governo de Michel Temer e a lei de terceirização, sancionada pelo presidente.
A expectativa é que categorias como petroleiros, metalúrgicos, bancários, metroviários, motoristas de transporte público, professores das redes pública e particular e trabalhadores da construção civil engrossem a paralisação, em várias cidades, contra as reformas, consideradas prioritárias para o governo, mas rechaçadas pela população. A reforma da Previdência, por exemplo, é rejeitada por 93% dos brasileiros, segundo pesquisa do instituto Vox Populi publicada no último dia 13.
A greve está sendo convocada por oito centrais sindicais: CUT, UGT, CTB, Força Sindical, CSB, NCST, Conlutas e CGTB. Juntas, elas representam mais de 10 milhões de trabalhadores.
A pergunta que fica: um cristão deve participar de movimentos grevistas? O que a Bíblia e Ellen White dizem sobre o assunto? Esse é um assunto complexo, pois envolve pessoas e situações muito diferentes, além de dor, sofrimento e injustiça. Todos têm o direito de envolver-se em movimentos grevistas, especialmente se as condições de trabalho ou de salário forem desfavoráveis, mas esta seria, realmente, a melhor atitude para um cristão?
A Bíblia não fala sobre greves, como as que conhecemos hoje. Ela recomenda o amor como resposta à injustiça e a oração como instrumento de justiça social (Mt 5:44; Lc 6:27). Nosso maior exemplo deve ser Cristo que, numa época de profunda injustiça, não criou nenhum movimento de libertação social, nem uma revolução política, muito menos um grupo de ativistas. Por outro lado, criou um movimento baseado no amor, levando as pessoas a Deus e prometendo, em troca, suprir todas as suas necessidades (Mt 6:25-33). Quando lhe perguntaram: “É lícito pagar tributo a César?”, Ele respondeu: “Dai, pois, a César o que é de César...” (Mt 22:17-21). Ele ensinou que um cristão deve cumprir suas obrigações legais até o ponto em que elas não entrem em choque com os princípios do Céu. Caso contrário, deve deixar a justiça nas mãos de Deus.
Quando damos uma vista de olhos na igreja apostólica, vemos que os líderes da igreja, Paulo e Pedro recomendaram a sujeição para com as autoridades. Os cristãos primitivos continuaram nesses padrões de obediência ensinados pelo Senhor. Se houve alguma manifestação ou protesto, isso procedeu da parte dos oponentes do Cristianismo e nunca produziu bons resultados. Em vez de criticar os governantes, Paulo sempre deu ênfase na sujeição às autoridades que são colocadas por Deus (1Tm 2:1-3).
Na Bíblia não encontramos indicações de que os trabalhadores devam envolver-se em protestos trabalhistas. O propósito de Jesus é que, mediante a vida piedosa, os cristãos façam emudecer as difamações e calúnias que são proferidas contra eles no mundo. Outro aspecto enfatizado é a importância de os cristãos estarem em oração a favor dos reis e daqueles que se acham investidos de autoridades, no caso o patrão (1Pe 2:13-23 e Rm 13:1-7).
Tiago reconhece as injustiças praticadas contras os pobres no mundo, muitas vezes pelos ricos.
“Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais?” (Tg 2:6)
“Eia, pois, agora vós, ricos, chorai e pranteai, por vossas misérias, que sobre vós hão de vir. As vossas riquezas estão apodrecidas, e as vossas vestes estão comidas de traça. O vosso ouro e a vossa prata se enferrujaram; e a sua ferrugem dará testemunho contra vós, e comerá como fogo a vossa carne. Entesourastes para os últimos dias. Eis que o jornal dos trabalhadores que ceifaram as vossas terras, e que por vós foi diminuído, clama; e os clamores dos que ceifaram entraram nos ouvidos do Senhor dos exércitos. Deliciosamente vivestes sobre a terra, e vos deleitastes; cevastes os vossos corações, como num dia de matança. Condenastes e matastes o justo; ele não vos resistiu.” (Tg 5:1-6)
Aqui, Tiago está mostrando que os movimentos grevistas de hoje fazem parte do cumprimento dos seus escritos. Ele chama a atenção de todos os santos para a importância da volta de Cristo. Os crentes de hoje são convidados para duas coisas muito importantes: Estar preparados para a segunda volta de Jesus e trabalhar diligentemente até o dia da volta de Cristo, pois a nossa pátria não é este mundo. A Bíblia declara que o cristão é cidadão do céu, cuja esperança e chamado não dizem respeito a este mundo. Ele está por aqui apenas de passagem rumo à sua pátria celestial. Logo, ele é peregrino e forasteiro. Durante a sua estadia aqui, o cristão deve trabalhar diligentemente para o sustento da sua família. O cristão também é convidado a orar para que as dificuldades sejam amenizadas .
No tempo de Ellen White, as questões trabalhistas já eram objeto de movimentos grevistas, e isso passou a gerar implicações de grande alcance. Em face desse problema, ela escreveu:
“Em razão de monopólios, sindicatos e greves, as condições da vida nas cidades estão-se tornando cada vez mais difíceis.” (A Ciência do Bom Viver, p. 364)
“Buscam os homens conseguir que os elementos empenhados em diferentes profissões se filiem a certos sindicatos. Esse não é o plano de Deus, mas de um poder que não devemos jamais reconhecer.” (Testemunhos Seletos, vol. 3, p. 115)
“Os sindicatos trabalhistas rapidamente se agitam e apelam à violência se suas reivindicações não são atendidas. Mais e mais claro está se tornando que os habitantes do mundo não estão em harmonia com Deus.” (Eventos Finais, p. 23)
“Os sindicatos serão um dos instrumentos que trarão sobre a Terra um tempo de angústia tal como nunca houve desde o princípio do mundo.” (Vida no Campo, p. 16)
“Não devemos ter nada que ver com essas organizações. Deus é o nosso Soberano, o nosso Governador.” (Eventos Finais, p. 116)
Nossa distância desses movimentos deve ficar clara. Como cristãos, temos outros meios de promover justiça social. A qualidade de nosso trabalho e a confiança na justiça divina são as melhores ferramentas para um cristão. Nós não fazemos justiça com as próprias mãos. Além disso, temos um Líder mais poderoso que os patrões humanos - nosso Deus, e um instrumento de justiça social mais eficiente que greves - a fé e a oração. Não vamos ser injustos, ignorantes ou vítimas se nos mantivermos distantes, mas vamos demonstrar equilíbrio, justiça e fé.
Os cristãos nunca deveriam ser conhecidos pela agitação, pelos atritos, críticas ou espírito negativo que semeiam em seu ambiente de trabalho. Devem ser reconhecidos, sim, pela qualidade de tudo que fazem, pelo amor ao próximo e pela honestidade e fidelidade aos princípios bíblicos. Esses valores mantêm empregos, criam o respeito dos chefes e promoção no ambiente de trabalho, além de salários justos. Precisamos lembrar que o testemunho é mais importante do que a reivindicação.
Nossa luta deve ser, sempre, no sentido de servir às pessoas, pois essa é a razão de nossa existência como cristãos. O próprio Filho de Deus veio para servir e não para ser servido (Mt 20:28). O cristão está sempre mais disposto a servir do que cobrar. Quando alguém é eficiente no que faz e deixa os resultados nas mãos de Deus, faz a melhor escolha.
Se a greve não depender de você, caso seja um movimento regional ou nacionalmente articulado, continue cumprindo suas obrigações. Se for impossível, por causa da violência ou outras ameaças, fique longe da agitação, aguardando apenas o momento de retomar suas atividades.
A Declaração Oficial da Igreja Adventista (Os Adventistas e a Política) diz:
"Outro princípio fundamental é que o nível de justiça social de um país é diretamente proporcional ao nível de justiça individual de cada um dos seus cidadãos, e que esta justiça individual, por sua vez, deriva do interior da própria pessoa. Reconhecendo as dimensões sociais do pecado, a Igreja apoia e mesmo participa de projetos sociais e educacionais que beneficiam a vida comunitária sem conflitarem com os princípios bíblicos. No entanto, a Igreja não participa de quaisquer greves e passeatas de índole política e partidária que acabariam comprometendo sua postura de não defender qualquer partidarismo."
ResponderExcluirVeja, ir à uma passeata ou aderir a uma greve n significa que vc se filiou a algum sindicato ou partido. Nossa legislação permite manifestação e é assegurado por lei. A igreja como instituição realmente n deve aderir a greves ou se mostrar partidária, mas nós como cidadãos devemos demonstrar nossas insatisfações. No tempo de Paulo e Pedro n existiam direitos, so deveres. Era um governo monárquico, hoje vivemos uma democracia. Precisamos acordar pra isso. Nao significa que vc deixa de ser cristão quando vc manifesta insatisfação contra algo que vai prejudicar vc e uma coletividade. Abramos as mentes.
Verdade TPM . Infelizmente os fundamentalistas religiosos, bipolarizam o mundo e acabam por entender e fazer crer que lutar pela justiça, pela igualdade social, pela saúde, pela educação, pelos direitos trabalhistaS é ser ESQUERDISTA. FAZEM ASSIM POR QUE VIVEM NUM OUTRO EXTREMO QUE CHAMAM - direita.
ExcluirOrar sempre é a melhor postura de um cristão!
ExcluirAs maiores vitorias que podemos alcançar na vida são vencidas na sala de audiência com nosso bom Jesus...
O povo de Deus sofreu durante mais de 400 anos no egito...porém Deus ouviu o clamor do Seu povo eleito...em vez de levantar um governante como JOSÉ,Deus os tirou do Egito e os levou a Canaã...não vamos pedir pra o governo mudar...vamos pedir pra Jesus voltar logo e nos tirar desse Egito espiritual e nos levar pra Canaã!
Fiz uma breve leitura do texto e o mesmo me passou uma ideia negativa com relação aos movimentos grevistas, ou seja, dando a entender que a greve seria uma anarquia, e não uma luta por direitos, e que os cristãos assim o fazendo estaria pecando. E ainda insinua que movimentos grevistas não tem eficácia. Obviamente como servo de Deus devemos orar por tudo, mas e a atitude? tomar uma posição etc? Isso é fundamental para um cidadão e um cristão.
ResponderExcluirCom certeza
ExcluirAdryelle, realmente a instituição fracionada hoje denominada "igreja" no serviço da contenção da ordem em função do Estado, não quer ver o povo sujeito às autoridades sem o questionamento do que é in-Justo. Assim deter o rebanho no curral sempre foi o grande foco diante das necessidades de mudanças. Jesus Cristo , diante de certa ordenanças e mesmo crenças, foi deliberadamente ANARQUISTA no sentido de se contrapor à ordens absurdas e desnecessárias... quebrou uma série de regras em que o humano fora deixado de lado pelo religiosismo. A Lei, disse ele , foi feita para o HOMEM, e não O HOMEM PARA A LEI. - Pela cidadania cristã e pela Liberdade em expressarmos nossa indignação.
ExcluirNão é que a greve seja uma anarquia, o problema é que sempre existem aquelas pessoas que vão aos extremos, praticando atos de vandalismo contra patrimônio público e privado, olhando por esta ótica realmente não é aconselhável o cristão aderir a esses movimentos.
ExcluirO texto é bom. E de fato biblicamente não há base para se afirmar que a greve é algo recomendável na bíblia. No entanto, tanto na bíblia quanto nos conselhos de Ellen White trata-se de um outro contexto. A noção de estado democrático e a própria lei permitem as greves. Há, portanto, legalidade dentro das manifestações e greves. E ainda que a lei seja dada é possível recorrer democraticamente para a sua mudança. Nos tempos bíblicos era impossível dizer #foranero ou algo do gênero. Nos tempos de Ellen White também a situação era outro. Contudo, nos tempos atuais isso faz parte do direito do cidadão, pelo menos no caso brasileiro. Com isso, vejo que as citações tanto bíblicas quanto dos conselhos de Ellen White não atendem a uma contextualização correta. Hoje ser um bom cidadão é exercer sua liberdade dentro dos limites da lei. Algo diverso dos tempos bíblicos. Portanto, acredito que tais citações eram corretas para o contexto em que foram usadas, porém aplicá-las ao momento atual sem as devidas ressalvas contextuais parece-me um equívoco.
ResponderExcluirConcordo contigo! Greves são instrumentos legais do trabalhador. E, a menos q sejam consideradas ilegais, não as entendo como não sujeição às autoridades.
ExcluirCreio que o cristão não e um "bitolado",mas sim um obediente e cumpridor da Palavra de Deus. Sendo assim, no contexto atual,na vida a qual temos,o quarto mandamento poderia ser banido hoje.
ResponderExcluirGreves são legítimas, o que não são legítimas são as centrais sindicais que são politicamente esquerdistas,e que na maioria das vezes manipulam o trabalhador de acordo com seus próprios interesses.
ResponderExcluirMeu caro...numa democracia, num estado democrático de Direito, ser ESQUERDISTA,não é um estado de bipolaridade, é DIREITO DE EXPRESSÃO, o pior é ser DIREITA EXTREMISTA e usar do FUNDAMENTALISMO RELIGIOSOS PARA DEFENDER AS PRÓPRIA IDÉIAS E MANIPULAR OVELHAS INCAUTAS!
ExcluirQuem promovia levantes e praticava atentados era o maior bandido da época Barrabás
ExcluirCorretíssimo o texto, devemos nos asbter de conflitos, não podemos dar espaço para nós criticarem. Devemos ser como Daniel: "Não acharam o que lhe acusar". Não participar de uma greve ou manifestação (permitida ou não por lei) nos assegura a segurança ou a crítica sobre nossa índole, pois todos sabemos que há um risco muito grande de conflito - o que o cristão deve ficar muito longe. Devemos primeiro lembrar que antes de cidadãos do mundo somos cidadãos dos céus!
ResponderExcluirDiscordo.Como qualquer Cristão, todos temos direito a opinião, assim assim como seres humanos também temos livre arbitrio, e, ñ acho que o povo deva aceitar qualquer tipo de submissão, por parte de nossos governantes.O povo hebreu ñ aceitou a escravidão no Egito, pois do contrário, não teria partido com a liderança de Moisés, só que tiveram de esperar, por um líder espiritual que fosse sábio, e enviado por Deus.Bem como o povo hebreu estava estagnado, amortecido pelo sofrimento da escravidão, assim está o povo brasileiro, que,alienado com tanto entreterimento, eles ñ conseguem sair de sua zona de conforto, e lutar pelos seus direitos.acho que sim devemos orar e, muito, mas ñ devemos aceitar perder todos os direito, que foram conquistados com muita luta, pelos nossos ancestrais.O povo sofre muito por falta de informação,e se distrai muito com os entreterimentos do mundo.Oremos sim, pela volta de Jesus, e pelo nosso livramento, mas ñ podemos aceitar irmãos, tanto sofrimento e injustiça, tanta corrupção ,
ResponderExcluirisso precisa parar.
Tem certeza que os hebreus não aceitaram a submissão? ���� sério mesmo? Por acaso eles fizeram algum protesto mesmo? Hehehehe �� legal
ExcluirTambém creio que um cristão que esta se preparando para morar na pátria celestial, faria bem evitar participação de qualquer espécie de manifestação, Nos convém é confiar no poder de Deus e orar.Eu não me sinto bem em participar, Porém respeito a decisão de cada um.
ResponderExcluirCom base em Mateus 24 creio que isso tudo é profético. E ai fica algumas perguntas pra refletir:Esses sindicalistas estão querendo mudar o rumo da profecia??
ExcluirSi hj não estamos conseguindo trabalhar será que não é consequência das nossas falhas alimentares??
Noites perdidas na diverção e etc?? Será que si tivesse-mos obedecido as orientações divinas estaría-mos saudáveis? Trabalhar é orientação divina. Esses recursos todos que hj estamos com medo de perder são leis de homens pecadores. E tudo que foi contruido pelo homem acaba. Agora só nos resta nos unir em oração e trabalhar enqyanto podemos.
Porque o justo viverá pela fé.
Pense nisso irmãos.
Quem disse que Jesus tinha uma postura passiva ante as injustiças de sua época? Pelo contrario, ele causou uma revolução na sua época e na vida das pessoas que se propaga até hoje. Assim como outros grandes reformadores e pessoas da nossa historia, Madre Tereza de Calcutá, Gandy, e varias outras pessoas. ATITUDE é tudo e devemos pedir sabedoria a Deus de como devemos agir
ResponderExcluirComo disse um conhecido pregador :"Certo ou errado é Deus quem determina! Nos deu o 'livre árbitro 'para escolher. O que Ele NÃO AUTORIZOU é escolher o Errado e dizer que é Certo, ou dizer que o Certo é Errado."(A.Bullon)
ResponderExcluirBOM SABE O SEGUINTE A BIBLIA NAO DA VOLTAS ELA VAI DIRETO AO PONTO E É ENFATICA NAO DEVEMOS COMO CRISTAOS FAZER PARTE DESTAS MANIFESTÇÕES. AGORA QUE A GRANDE MAIORIA VAI DISTORCER ISTO É CERTO. EU NAO PARTICIPO POIS SOU CRISTAO. MEU PONTO DE VISTA E .
ResponderExcluirbom dia irmãos,muitos anos atrás quando eu era criança,um pastor associou greve a rumor de guerra,não sei se estava certo,mas entendo que pelo menos em nosso paí,não é paz que as greves estão querendo e claro,não podemos nos calar quando podemos revindicar nossos direitos,até o de liberdade religiosa,não é porque a perseguição acontecerá,,que devemos apoia-la
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