segunda-feira, 1 de maio de 2017

Trabalho: bênção ou maldição?


O Dia do Trabalhador é comemorado nesta segunda-feira, 1º de maio. Mas muitas pessoas não veem o trabalho como algo abençoado. Afirmam que o trabalho é resultado da desobediência de Adão e Eva no jardim do Éden, ou seja, o trabalho seria uma espécie de maldição que o ser humano teria recebido de Deus por haver pecado. Deus disse a Adão: “No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra.” (Gn 3:19). Será que Deus estava amaldiçoando o trabalho em si?

Vejamos então o que escreveu Ellen White no livro Nossa Alta Vocação, p. 219:
"Deus colocou nossos primeiros pais no Paraíso, circundando-os de tudo quanto era útil e belo. Em seu lar edênico não faltava coisa alguma que lhes pudesse servir ao conforto e felicidade. E a Adão foi dado o trabalho de cuidar do jardim. O Criador sabia que Adão não poderia ser feliz sem ocupação. A beleza do jardim encantava-o, mas isto não era suficiente. Precisava de ter trabalho que chamasse ao exercício os maravilhosos órgãos do corpo. Houvesse a felicidade consistido em nada fazer, e o homem, em seu estado de inocência, haveria sido deixado sem ocupação. Mas Aquele que criou o homem sabia o que seria para sua felicidade; e assim que o criou designou-lhe um trabalho. A promessa da glória futura, e o decreto de que o homem deve trabalhar pelo pão de cada dia, vieram do mesmo trono.

Quando o corpo está inativo, o sangue corre indolentemente, os músculos decrescem em dimensões e resistência. … O exercício físico, e um abundante uso de ar e luz solar — bênção que o Céu a todos concedeu abundantemente — dariam vida e forças a muitos doentes esqueléticos. … O trabalho é uma bênção, não uma maldição. O trabalho diligente guarda muitos, jovens e adultos, dos laços daquele que “ainda encontra algum malfeito para as mãos ociosas”. Ninguém se envergonhe de trabalhar; pois o trabalho honesto é enobrecedor. Enquanto as mãos se acham ocupadas nas tarefas mais comuns, a mente pode estar cheia de elevados e santos pensamentos.

A sonolência e a preguiça destroem a piedade, e ofendem o Espírito de Deus. Um poço estagnado exala desagradável odor; mas uma corrente pura esparge saúde e alegria pela terra. Nenhum homem ou mulher convertido pode deixar de ser um trabalhador. Há certamente e sempre haverá emprego no Céu. Os remidos não viverão num estado de sonhadora preguiça. Resta um repouso para o povo de Deus — repouso que eles encontrarão em servir Aquele a quem devem tudo quanto possuem e são."
Perigo do excesso de trabalho
Quando os apóstolos voltaram de sua primeira viagem missionária, a ordem que o Salvador lhes deu, foi: "Vinde vós, aqui à parte, a um lugar deserto, e repousai um pouco." (Marcos 6:31). Eles haviam trabalhado com dedicação total pelo povo, e isso lhes esgotara as forças físicas e mentais. Era seu dever repousar. As compassivas palavras de Cristo se dirigem a nós hoje em dia, da mesma maneira que aos discípulos. Ellen White disse no livro Obreiros Evangélicos, p. 243-246:
"Deus é misericordioso, cheio de compaixão, razoável em Seus requisitos. Ele não nos pede que sigamos uma maneira de proceder que dará em resultado a perda de nossa saúde física, ou o enfraquecimento das faculdades mentais. Ele não quer que trabalhemos sob pressão ou tensão até ficarmos exaustos, com prostração nervosa.
Quando um obreiro tem estado sob grande pressão de cuidado e ansiedade, achando-se esgotado no corpo e na mente, deve afastar-se e descansar um pouco, não para satisfação egoísta, mas para que esteja melhor preparado para os deveres futuros. Temos um inimigo vigilante, que se acha sempre em nossas pegadas, pronto a se aproveitar de qualquer fraqueza que possa auxiliá-lo em tornar suas tentações eficazes. Quando a mente está esgotada e o corpo enfraquecido, ele intensifica sobre a alma suas mais cruéis tentações. Economize o obreiro suas forças e, quando fatigado pela lida, vá à parte, e comungue com Jesus."

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