Seu cérebro se acostumou a trabalhar para aumentar continuamente a eficiência com que você lida com os compromissos diários. Ampliar os horizontes é seu estado natural, como atestam os seres humanos desde a mais tenra infância. Portanto não incorra no erro de achar que ele deve se aposentar. Mesmo que sua rotina não seja mais tão pesada e você disponha de tempo para relaxar, a verdade é que seu cérebro continua querendo atingir novos patamares. Se obrigá-lo a permanecer inativo, saiba que ele passará a produzir menos neurotransmissores que estão associados ao bem-estar e ao prazer.
Uma das resoluções de fim de ano mais importantes é comprometer-se a manter seu cérebro feliz. Não é tão difícil conseguir esse objetivo, há quatro elementos capazes de “alimentar” esse circuito virtuoso: aprender coisas novas, exercitar-se, socializar e ajudar os outros. Incorporar o exercício ao seu dia a dia é mandatório, como repete o médico à exaustão, mas inclua os demais itens à sua rotina.
Procure experiências e atividades que deem trabalho ao cérebro: de aprender uma nova língua (há cursos gratuitos on-line) a dançar. Comece com um diário, pense em escrever suas memórias para os descendentes. Toda vez que nos sentimos valorizados por alguma contribuição, produzimos hormônios ligados à felicidade. Por isso compartilhar o que sabemos e ajudar os outros têm um efeito tão poderoso. Isolar-se tem o resultado oposto.
Sem ideias de como começar? Lembre-se do que gostava aos 20 anos. Será que não dá resgatar esses interesses? Domina algum campo de conhecimento que pode ser útil para outras pessoas? Pense num trabalho voluntário, que vai “remunerar” você de uma forma mais profunda do que jamais imaginou. Procure estar em contato com a natureza, que vai ajudá-lo a transformar pequenos momentos em grandes prazeres. Seu cérebro é a soma do que você vê, fala, pensa, ri. Imagine o início da velhice como uma nova adolescência. Aliás, o termo gerontolescente tem exatamente esse propósito: a vida ainda tem muito a oferecer, não se recolha aos aposentos.
Mariza Tavares (via G1)
Nota: Segue abaixo alguns conselhos de Ellen G. White para exercitarmos o nosso cérebro:
"Deus deu a todo ser humano um cérebro. Deseja que seja usado para Sua glória. Por meio dele é o homem habilitado a cooperar com Deus em esforços para salvar semelhantes mortais prestes a morrer. Não possuímos demasiado poder cerebral ou faculdades de raciocínio. Cumpre-nos educar e exercitar toda faculdade da mente e do corpo - o mecanismo humano que Cristo adquiriu - de maneira a podermos pô-lo no melhor uso possível. Devemos fazer tudo quanto pudermos para fortalecer essas faculdades; pois Deus Se agrada de que nos tornemos mais e mais eficientes colaboradores Seus." (Mensagens Escolhidas, vol. 1, p. 100)
"A mente rege o homem todo. Todas as nossas ações, quer sejam boas ou más, originam-se na mente. É a mente que adora a Deus e nos põe em contato com os seres celestiais. Todos os órgãos físicos são servos da mente, e os nervos os mensageiros que transmitem suas ordens a cada parte do corpo, dirigindo os movimentos do mecanismo vivo. A operação harmoniosa de todas as partes - cérebro, ossos e músculos - é necessária para o completo e salutar desenvolvimento de todo o organismo." (Fundamentos da Educação Cristã, p. 426)
"A energia elétrica do cérebro, suscitada pela atividade mental, vivifica o organismo todo, e assim é de inestimável auxílio na resistência à doença." (Educação, p. 197)
"A atividade mental produzirá saúde, e isto é melhor do que uma mente lenta, desordenada, destreinada." (Carta 33, 1886)
“O cérebro e os músculos devem ser proporcionalmente exercitados, se se quer manter a saúde e o vigor." (Mente, Caráter e Personalidade, v. 1, p. 333)
"A mente dos homens pensantes trabalha demais. Eles frequentemente usam suas faculdades mentais prodigamente, ao passo que existe outra classe que tem como alvo mais elevado na vida o trabalho físico. Esta última classe não exercita a mente. Exercitam os músculos, enquanto o cérebro é privado da força intelectual, exatamente como a mente dos homens pensantes é trabalhada enquanto o corpo é privado de força e vigor, por sua negligência de dar exercício aos músculos. Sua influência para o bem é pequena em comparação com o que poderia ser se usassem o cérebro assim como os músculos. Esta classe cai mais depressa, se atacada pela doença; o organismo é vitalizado pela força elétrica do cérebro, a fim de resistir à doença." (Testimonies, vol. 3, p. 157)
"O prazer de fazer bem anima o espírito e vibra através de todo o organismo. Enquanto a fisionomia dos homens benevolentes é animada de alegria, e seu semblante exprime a elevação moral do espírito, a dos egoístas e mesquinhos é abatida, prostrada e sombria. Seus defeitos morais se manifestam no rosto." (Mensagens aos Jovens, p. 209)
"Têm de ser aprendidos os diversos ofícios e ocupações, os quais requerem a aplicação de grande variedade de aptidões mentais e físicas. As ocupações que exigem uma vida sedentária são as mais perigosas, pois afastam os homens do ar livre e da luz solar, e adestram certo número de faculdades, ao passo que outros órgãos se debilitam pela falta de atividade." (Fundamentos da Educação Cristã, p. 319)
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