Jesus Cristo predisse que nos últimos dias se levantariam muitos falsos profetas e enganariam a muitos (Mt 24:11). O Inimigo busca falsificar tudo o que Deus fez em benefício de Seu povo. Assim, uma das maiores bênçãos de Deus, o dom profético, tem se transformado num fator de destruição para muitas pessoas. Tais aspectos nos levam a indagar: como podemos afirmar que um profeta é verdadeiro, ou seja, que ele é um porta-voz de Deus? Há critérios que podem testar sua credibilidade bem como comprovar a veracidade de suas mensagens?
Se analisarmos o assunto cuidadosamente não seremos jamais enganados, pois a Bíblia estabelece critérios que permitem responder a essas questões. Se os testes bíblicos forem aplicados de maneira correta, eles revelarão a fonte da revelação. Neste sentido, destaco quatro critérios apresentados na Palavra de Deus.
Concordância com a Bíblia
“À lei e ao testemunho! Se eles não falarem segundo esta palavra, nunca verão a alva” (Is 8:20). Se qualquer ensino ou conteúdo registrado por um profeta se desvia do padrão da verdade bíblica, deve ser reconhecido como vindo do reino das trevas. Os profetas falam movidos pelo Espírito Santo e nunca devem contradizer o padrão bíblico de instrução. Assim sendo, todos os ensinos devem estar em harmonia com o que já foi revelado.
Bons frutos
“Portanto, pelos seus frutos os conhecereis” (Mt 7:20). Jesus também alertou Seus discípulos dizendo: “Acautelai-vos dos falsos profetas” (Mt 7:15). Partindo do princípio de que toda árvore boa produz bons frutos, e que uma árvore má produz frutos maus, Jesus apresenta outro teste para ser aplicado aos profetas. Que tipo de fruto está sendo produzido na vida deles? Que influência seus ensinos têm sobre a vida de outros? Que resultados são vistos na vida de sua comunidade como um todo?
A vida do profeta deve ser digna de um representante de Deus. Não deve haver nenhuma dúvida com relação ao curso de suas ações e ideias. Seu exemplo e suas mensagens devem levar as pessoas a uma vida de genuína piedade cristã.
Cumprimento das predições
“O profeta que profetizar paz, somente quando se cumprir a palavra desse profeta é que será conhecido como aquele a quem o SENHOR, na verdade, enviou” (Jr 28:9). A confiança que possuímos na palavra de Deus é comprovada também pelo cumprimento das profecias nela contidas. O profeta Moisés afirmou: “Sabe que, quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o SENHOR não disse” (Dt 18:21,22). São inúmeros os exemplos deixados em toda a Bíblia a respeito de predições que se cumpriram. Em alguns casos, as profecias não se cumpriram nos tempos bíblicos, mas encontramos o seu cumprimento registrado na história ou ocorrendo em nossos próprios dias. A maioria dos livros do Antigo Testamento fala sobre a vinda do Messias e o Novo Testamento comprova a exatidão dessas profecias. Vale destacar que, em algumas circunstâncias, Deus revelou aos seus profetas algumas profecias condicionais e estas se cumpriram ou não com base na aceitação ou rejeição das condições estabelecidas por Deus, como no caso do profeta Jonas.
Reconhecimento da divindade de Cristo
“Amados, não deis crédito a qualquer espírito: antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. Nisto reconhecereis o espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus” (1Jo 4:1,2).
Ao apresentar este teste, João está tratando diretamente com a questão daqueles que declaram ser profetas. Este teste é mais amplo do que simplesmente afirmar crer que Jesus Cristo viveu. Em seu sentido completo, ele envolve tudo o que a Bíblia ensina com relação à pessoa de Cristo. É o reconhecimento de que “o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai” (Jo 1:14). Tudo isso deve ser reconhecido e ensinado por aquele que foi aceito como profeta verdadeiro. E este não deve ser um mero reconhecimento teórico.
Se formos sinceros à revelação desses ensinos, jamais seremos enganados por aqueles que se levantam para trazer mensagens, mas quando provados por esses testes, não passam de falsos profetas.
Renato Stencel (via Revista Adventista)
Imagem: The Devil whispers to the Antichrist; detalhe de Sermons and Deeds of the Antichrist, Luca Signorelli, 1501, Orvieto Cathedral
"Somos advertidos de que haveria nos últimos dias falsos profetas, e a Bíblia nos dá uma prova pela qual reconhecer os seus ensinos a fim de podermos distinguir entre o falso e o verdadeiro. O grande teste é a lei de Deus, que se aplica tanto às profecias como ao caráter moral dos profetas. Se não devesse haver profecias verdadeiras nos últimos dias, quão mais fácil teria sido declarar o fato, e assim cortar de vez toda oportunidade de engano, em vez de dar um teste pelo qual prová-los, como se devesse haver tanto o genuíno como o falso" (Ellen G. White - Primeiros Escritos, pp. 138).
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