Sejam quais forem as opiniões que tenhais em relação a dar o vosso voto em questões políticas, não as deveis proclamar pela pena ou pela voz. Nosso povo deve silenciar acerca de questões que não têm relação com a terceira mensagem angélica.
Se já um povo se deveu aproximar de Deus, esse é o povo Adventista do
Sétimo Dia. Têm sido feitos admiráveis projetos e planos. Tem-se
apoderado de homens e mulheres um ardente desejo de proclamar alguma
coisa, ou ligar-se com alguma coisa; eles não sabem o quê. O silêncio de
Cristo sobre muitos assuntos, porém, era verdadeira eloquência.
Irmãos, não vos lembrais de que a nenhum de vós foi imposta pelo Senhor
qualquer responsabilidade de publicar suas preferências políticas em
nossas publicações, ou de sobre elas falar na congregação, quando o povo
se reúne para ouvir a Palavra do Senhor.
Não devemos, como um povo, envolver-nos em questões políticas. Todos
fariam bem em dar ouvidos à Palavra de Deus: Não vos prendais a um jugo
desigual com os incrédulos em luta política, nem vos vinculeis a eles em
suas ligações. Não há terreno seguro em que possam estar e trabalhar
juntos. O fiel e o infiel não têm terreno neutro em que possam
encontrar-se.
Aquele que transgride um dos preceitos dos mandamentos de Deus é
transgressor de toda a lei. Mantende secreto o vosso voto. Não acheis
ser vosso dever insistir com todo o mundo para fazer como fazeis. [1]
Os que ensinam a Bíblia em nossas igrejas e escolas, não se acham na
liberdade de se unir aos que manifestam seus preconceitos a favor ou
contra homens e medidas políticos, pois assim fazendo, incitam o
espírito dos outros, levando cada um a defender suas ideias favoritas.
Existem, entre os que professam crer na verdade presente, alguns que
serão assim incitados a exprimir seus sentimentos e suas preferências
políticas, de maneira que se introduzirá na igreja a divisão.
O Senhor quer que Seu povo enterre as questões políticas. Sobre esses
assuntos, o silêncio é eloquência. Cristo convida Seus seguidores a
chegarem à unidade nos puros princípios evangélicos que são
positivamente revelados na Palavra de Deus. Não podemos, com segurança,
votar por partidos políticos; pois não sabemos em quem votamos. Não
podemos, com segurança, tomar parte em nenhum plano político.
Os que são genuinamente cristãos são ramos da Videira verdadeira, e
darão o mesmo fruto que ela. Agirão em harmonia, em comunhão cristã. Não
usarão distintivos políticos, mas os de Cristo.
Que devemos então fazer? - Deixai os assuntos políticos em paz.
Todo mestre, pastor ou dirigente em nossas fileiras, que é agitado pelo
desejo de ventilar suas opiniões sobre questões políticas, deve-se
converter pela crença na verdade, ou renunciar à sua obra. Sua
influência deve ser a de um coobreiro de Deus no conquistar almas para
Cristo, ou devem ser-lhe cassadas as credenciais. Se ele não muda, há de
ser nocivo, apenas nocivo.
Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores, de colaboradores de
Deus em qualquer sentido, não têm batalhas a travar no mundo político.
Sua cidadania se acha nos Céus. Deus pede-lhes que permaneça como um
povo separado e peculiar. Ele não quer que haja cismas no corpo de
crentes. Seu povo tem de possuir os elementos de reconciliação.
Há uma grande vinha a ser cultivada; mas, conquanto os cristãos tenham
de trabalhar entre os incrédulos, não se devem parecer com os mundanos.
Não devem gastar seu tempo a falar de política e agir em favor dela;
pois assim fazendo, dão oportunidade ao inimigo de penetrar e causar
desinteligências e discórdias. Aqueles, dentre os pastores, que desejam
ser políticos, devem perder suas credenciais; pois essa obra Deus não
deu a elevados nem a humildes dentre Seu povo.
Lembrem os que são tentados a tomar parte na política, que todo passo
que eles dão tem sua influência sobre outros. Quando pastores, ou outros
que ocupem posição de responsabilidade, fazem observações a respeito
desses assuntos, não podem recolher os pensamentos que plantaram em
outros espíritos. Sob as tentações de Satanás, puseram em operação uma
corrente de circunstâncias conducentes a resultados que eles mal sonham.
Um ato, uma palavra, um pensamento atirado à mente do grande
ajuntamento humano, caso leve a sanção celestial, dará uma colheita de
preciosos frutos; mas, se é inspirado por Satanás, fará brotar a raiz de
amargura com que muitos serão contaminados. Portanto, os mordomos da
graça de Deus, em todo ramo de serviço, estejam alerta quanto a não
misturar o comum com o sagrado. [2]
Referências
1. Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, pp. 336-337.
2. Idem, Obreiros Evangélicos, pp. 391-396.
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