"Nem todo o que Me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos Céus, mas aquele que faz a vontade de Meu Pai, que está nos Céus" (Mateus 7:21).
Nem todos os que professam ser obreiros de Cristo são verdadeiros discípulos. Entre os que trazem Seu nome, e que são mesmo contados entre Seus obreiros, há alguns que não O representam no caráter. Até ao fim dos tempos, haverá joio no meio do trigo.
Em Sua misericórdia e clemência, Deus suporta pacientemente os maus e até os hipócritas. Entre os apóstolos escolhidos de Cristo encontrava-se Judas, o traidor. Deverá, pois, ser causa de surpresa ou desânimo a existência de hipócritas entre os Seus obreiros de hoje? Se Ele, que penetrava nos corações, suportava quem bem sabia que O havia de trair, com que paciência não deveríamos nós suportar os que estão em falta!
E nem todos, ainda dos que parecem mais culpados, são como Judas. Pedro, impetuoso, precipitado e cheio de confiança própria, aparentemente esteve em situação mais desvantajosa do que Judas. Foi mais vezes censurado pelo Salvador. Mas que vida de atividade e sacrifício foi a sua! Que testemunho deu do poder da graça de Deus!
Cristo associou a Si a Judas e o impulsivo Pedro, não porque Judas fosse cobiçoso e Pedro apaixonado, mas para que dEle, seu grande Mestre, aprendessem a fazer-se semelhantes a Ele: desinteressados, mansos e humildes de coração. Jesus descobriu traços bons em ambos esses homens. Judas possuía talento financeiro e podia ter sido de grande utilidade à igreja, se tivesse aceito a lição que lhes dava Cristo, repreendendo o egoísmo, a fraude e a avareza, mesmo nos negócios de pouca importância.
Esses dois homens [Judas e Pedro] desfrutaram igualmente das oportunidades e do privilégio que ofereciam as lições e o exemplo de Jesus, para se corrigirem dos seus defeitos de caráter. Enquanto ouviam Suas severas reprovações e denúncias contra a hipocrisia e a corrupção, percebiam que aqueles tão terrivelmente reprovados eram objeto de solícito e incansável esforço por sua regeneração. O Salvador chorou por causa de sua ignorância e dos seus erros. Movido de infinita compaixão e amor para com eles, exclamou para Jerusalém: “Quantas vezes quis Eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste!” (Lucas 13:34).
Por haver na igreja membros indignos, não tem o mundo o direito de duvidar da verdade do cristianismo, nem devem os cristãos desanimar por causa destes falsos irmãos. Como foi com a igreja primitiva? Ananias e Safira uniram-se aos discípulos. Simão Mago foi batizado. Judas Iscariotes foi um dos apóstolos. O Redentor não quer perder uma única pessoa. Sua experiência com Judas é relatada para mostrar Sua longanimidade com a corrompida natureza humana; e nos ordena sermos pacientes como Ele o foi.
Textos extraídos dos livros Vidas que Falam (p. 320) e Testemunhos Seletos 1 (p. 566) de Ellen G. White.
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