quinta-feira, 14 de abril de 2022

QUANTO MAIS SANTO, MAIS IMPERFEITO

Ninguém que pretenda ser santo é realmente santo. […] Quanto mais se aproximam de Cristo, mais lamentam suas imperfeições em comparação com Ele, pois sua consciência se torna mais sensível, e percebem melhor o pecado, assim como Deus o percebe.1

À medida que você avança na vida cristã, estará constantemente crescendo rumo à medida da estatura da plenitude de Cristo. Em sua experiência, você provará a largura e o comprimento, a profundidade e a altura do amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento. Você sentirá sua indignidade. Não terá nenhuma disposição de reivindicar perfeição de caráter, mas somente de exaltar a perfeição de seu Redentor. Quanto maior e mais rica for sua experiência no conhecimento de Jesus, mais humilde você será aos seus próprios olhos. Quanto menor você se sentir ao pé da cruz, mais clara e mais exaltada será sua concepção de seu Redentor. […]

Assim, quando o servo de Deus contempla a glória do Deus do Céu, tal como Ele é revelado à humanidade, e percebe, mesmo que em pequeno grau, a pureza do Santo de Israel, confessará intensamente a corrupção de sua alma, em vez de se orgulhar de sua santidade. […]

Eu me assusto e me sinto indignada quando ouço um pobre e caído mortal exclamar: “Eu sou santo; estou sem pecado!”. Ninguém a quem Deus concedeu uma extraordinária visão de Sua grandeza e majestade jamais declarou algo semelhante. Ao contrário, eles se sentiam afundados na mais profunda humilhação da alma quando viam a pureza de Deus e, em contraste com ela, as imperfeições de sua própria vida e caráter. Apenas um raio da glória de Deus, um vislumbre da pureza de Cristo, penetrando na alma, torna cada mancha de corrupção dolorosamente distinta, e põe a descoberta a deformidade e os defeitos do caráter humano. Como pode alguém que é trazido perante o santo padrão da lei de Deus, a qual revela as intenções malignas, os desejos não santificados, a infidelidade do coração, a impureza dos lábios, e desnuda a vida – como pode tal pessoa ter qualquer pretensão de santidade? Seus atos de deslealdade ao quebrantar a lei de Deus, são expostos à sua vista, e seu espírito é quebrantado e afligido sob a perscrutadora influência do Espírito de Deus. Ele repugna a si mesmo, à medida que vê a grandeza, a majestade, a pureza e o imaculado caráter de Jesus Cristo.

Quando o Espírito de Cristo alcança o coração com seu maravilhoso poder renovador, há um senso de deficiência na alma, que leva à contrição de mente e a humilhação própria, em vez do orgulhoso alarde do que a pessoa tem alcançado ou feito. […]

Quem foi tocado por Deus desse modo jamais se encobrirá com justiça própria ou com uma pretensa veste de santidade; mas detestará seu egoísmo, abominará seu egocentrismo, e buscará constantemente, por meio da justiça de Cristo, aquela pureza de coração que está em harmonia com a lei de Deus e o caráter de Cristo.2 

Enquanto durar a vida não haverá ocasião de repouso, nenhum ponto a que possamos atingir e dizer: “Alcancei tudo completamente”. A santificação é o resultado de uma obediência que dura a vida toda. […] Quanto mais nos aproximarmos de Jesus, e quanto mais claramente distinguirmos a pureza de Seu caráter, tanto mais claro veremos a excessiva malignidade do pecado, e tanto menos nutriremos o desejo de nos exaltar. […] A cada passo para a frente em nossa experiência cristã, nosso arrependimento se aprofundará. Saberemos que nossa suficiência está em Cristo unicamente, e faremos nossa a confissão do apóstolo: “Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum” (Romanos 7:18).3 (grifo nosso).

Referências

1. Ellen White, Reavivamento Verdadeiro, p. 49.

2. Ellen White, Review and Herald, 16 de outubro de 1888.

3. Ellen White, Atos dos Apóstolos, p. 314.

Nenhum comentário:

Postar um comentário