sexta-feira, 17 de junho de 2011

Cristãos verdadeiros ou apenas zumbis engravatados?

"Ao anjo da igreja em Sardes escreve: Assim declara aquele que tem os sete espíritos de Deus e as estrelas: Conheço as tuas obras, que tens fama de estar vivo, mas de fato, estás morto. Sê alerta! E fortalece o que ainda resta e estava prestes a morrer; porque não tenho encontrado integridade em tuas obras diante do meu Deus. Portanto, lembra-te daquilo que tens recebido e ouvido; obedece e arrepende-te. Porquanto se não estiveres vigilante, virei como ladrão, e tu não saberás a que hora virei contra ti. Contudo, têm em Sardes algumas pessoas que não contaminaram as suas vestes; elas caminharão comigo, vestidas de branco, pois são dignas. Deste modo, o vencedor andará trajado com vestes brancas, e de modo algum apagarei o seu nome do Livro da Vida; pelo contrario, reconhecerei o seu nome na presença do meu pai e dos seus anjos. Aquele que tem ouvidos compreenda o que o Espírito revela às igrejas." Apocalipse 3:1-10

Tenho observado que ao longo dos anos, tem havido sempre a atualização cinematográfica dos filmes classificados de terror e suspense, que tem como principais personagens o serial killer, Drácula ou vampiros, lobisomens, e os famosos zumbis. Filmes como Van Helsing, Homens de preto, Blade, Drácula, A volta dos mortos vivos, Eu sou a lenda, Zumbilândia, como também o filme nacional do cineasta gaúcho Davi de Oliveira “Porto dos Mortos”, ganham diariamente a atenção dos fãs do gênero, que esgotam os ingressos admirados com a inclusão tecnológica e a contextualização dos seres à realidade atual.

Deixando de lado os temíveis vampiros, o Drácula, o serial killer e o lobisomem, quero ater-me à preservada figura do zumbi, palavra que a principio pode confundir com o herói escravo do XVIII século, Zumbi dos Palmares. Refiro-me aos zumbis do tradicional vodu haitiano. “Zumbi ou zumbie”, no vodu haitiano é simplesmente um morto vivo, corpo sem alma a que se desenvolve a vida para ser empregado em trabalhos físicos.

A igreja de Sardes orgulhava-se de sua produção de lã e tinturaria. Era o centro de adoração à deusa Cibele (deusa da religião de mistérios cuja imoralidade e degeneração eram notáveis). Apesar de haver alguns naquela igreja que ainda permaneciam fiéis a Deus, retendo a fé e a vida piedosa como princípios fundamentais de sua religião. A maioria esmagadora estava insensível à espiritualidade, ao compromisso cristão. A falta de dedicação era notável. O ponto de apoio espiritual dos cristãos de Sardes era o inicio glorioso daquela igreja. Porém o Senhor conhecia as suas obras: conheço as tuas obras, que tens nome de quem vives, mas de fato estás morto. Estaria Deus falando a uma igreja de zumbis?

Nas tradições vodu, um zumbi é: Um ser humano a quem um bokor (sacerdote ou sacerdotisa) roubou o ti-bon-ange (alma menor). Este roubo é feito mediante técnicas de magia negra quando a pessoa está morrendo. Imediatamente depois de morrer o ti-bon-ange é conservado em uma garrafa pelo ladrão, que a partir desse momento tem controle absoluto do corpo da pessoa morta. Esta carece de pensamento e controle autônomo, de modo que pode ser manejada como um escravo total e absoluto por parte do ladrão. Com o passar do tempo, o zumbi vai deteriorando-se, como se apodrecesse, e finalmente seu corpo acaba por morrer também. O conceito do zumbi serve também como referência à servidão ou desgaste físico e doença.

Os zumbis são frequentemente temas de filmes, videogames, canções, livros e outras manifestações populares. Há uma comunidade no Brasil denominada “Zumbis Corporation” onde o tema zumbis/sobrevivência é debatido. Os membros dessa comunidade levam o assunto a serio. Mito ou realidade, esse tema permanece de alguma forma, crescente no imaginário popular.

O que Cristo veio propor à humanidade? Segundo o apostolo Paulo, o cristão é alguém que morreu para o mundo e agora vive para Deus.

"Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que atua agora nos filhos da desobediência; entre os quais também todos nos andávamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza, filhos da ira, como também os demais. Mas Deus que é rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou, e estando vós mortos em delitos, nos deu vida juntamente com Cristo, pela graça sois salvos, e juntamente com ele, nos ressuscitou, e nos fez assentar nos lugares celestiais em Cristo Jesus. Para mostrar, nos séculos vindouros, a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco, em Cristo Jesus. Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vos; é dom de Deus; não por obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas." Efésios 2:1-10

O verdadeiro cristão não é um zumbi. Alguém que morreu espiritualmente e foi reanimado para continuar entre os vivos, como vivo (embora permaneça morto). Cristo não veio nos reanimar, ele veio nos ressuscitar; gerar-nos outra vez; Fazer de nós novas criaturas, seres dotados de uma nova mentalidade para o oficio do bem.

Zumbis não tem sentimento. Não pensam criticamente, nem defendem suas convicções. Temos, como a igreja de Sardes, muitos zumbis entre nós, que não conseguem entender ainda a razão de sua existência; o propósito da manifestação do amor de Deus em favor deles. Nem sabem se foram ressuscitados ou apenas reanimados.

Não é difícil diferenciar um cristão genuíno de um zumbi com nome de cristão. O zumbi não sabe pra onde vai, o que faz; se está vivo ou morto; suas ações são aparentemente desconexas e desprovidas de responsabilidades, não avalia consequências, o que ele faz é somente com base no momento. O verdadeiro cristão em contrapartida reconhece sua filiação com o Deus pai. Sabe que um preço foi pago pela sua ressurreição espiritual e física no futuro. Sabe de suas responsabilidades como filho de Deus e como servo de Cristo. Manifesta o amor que por Deus lhe foi comunicado em questões espirituais e físicas. Sabe enfrentar as tribulações da vida, na certeza de que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, e que são chamados segundo o seu propósito.

AQUI VALE A ANÁLISE: O QUE TEMOS SIDO?

Cristãos verdadeiros, ou apenas zumbis engravatados?

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