quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O Derradeiro Diálogo


No instante em que Jesus voltava à Terra, quando a natureza se desintegrava e o desespero tomou conta de bilhões de seres vivos, um tenso diálogo se desenrolou na redação de um grande jornal entre dois diretores. 

Naquele dia "aparecerá no céu um sinal do Filho do Homem; todos os povos da Terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória" (Mateus 24:30).

- O que está acontecendo com o planeta, Ezequiel? Parece que um meteoro irá se chocar contra a Terra. Acho que deveríamos dispensar o pessoal da redação, apesar de muitos já terem fugido, e nos deslocarmos o mais rápido possível para o interior.
- Armando, não adianta sair por aí, desesperado. Nossas chances são nulas. Desista. Contra Esse poder nada pode ser feito. Além disso, a comunicação virou um caos total.

Nesse instante, Ezequiel se recorda da passagem de Jeremias, capítulo 8, verso 20, proferindo sua sentença mortal: "Passou a sega, findou o verão e nós não estamos salvos."

- Ficou louco, Ezequiel? Que história é essa de não estarmos salvos? O que você sabe sobre esses incêndios, o terremoto, aqueles sons aterrorizantes ouvidos no mundo todo? Explique-me.

"E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a Terra." (Apocalipse 16:18)

- Nosso destino foi selado há cerca de um ano. Pouco resolve ficar falando sobre isso.
- Como assim, pouco resolve, Ezequiel?
- Lembra-se do dia em que cheguei ao jornal? Você era chefe de reportagem e me perguntou se eu tinha alguma ressalva quanto aos dias de trabalho. Respondi-lhe, com muita dor na consciência, que estava tudo bem e eu poderia ser um repórter de tempo integral.
- Eu não estou entendendo sua colocação.
- Eu era um cristão e acreditava na volta de Jesus. Fiquei com medo de perder a oportunidade de emprego e lhe neguei a informação da minha necessidade espiritual de cultuar a Deus durante o sábado. Quando o governo proclamou leis restringindo a liberdade religiosa, tentei mais uma vez expor minhas convicções, mas a coragem desapareceu. Tinha receio de ficar desempregado. Cobiçava o cargo de diretor de redação. Era a minha grande chance. Depois disso, o decreto dominical me despertou mais uma vez para aquilo que eu conhecia e não compartilhava. Acho que foi a última oportunidade. Desde então, neguei os princípios e passei a curtir a vida como nunca dantes. Os conceitos éticos e morais desapareceram.

"Continue o injusto fazendo injustiça, continue o imundo ainda sendo imundo; o justo continue na prática da justiça e o santo continue a santificar-se" (Apocalipse 22:11), sentencia a Bíblia.

- Conheci um vizinho adventista. Certo dia ele me convidou para ir a sua igreja. Tratei-o com ironia, debochando de sua condição como membro de uma seita inexpressiva. Seria absurdo um jornalista lendo a Bíblia. E pode ter certeza, se você tivesse sido honesto, eu não o teria admitido. Mas, afinal, por que você escondeu isso por tanto tempo? Poderíamos aproveitar suas informações e dar grandes furos de reportagem. Engoliríamos a concorrência.
- Que espírito ganancioso e soberbo, Armando. Mesmo na hora da sua destruição, você não reconsidera seus erros. Eu não consigo mais sentir arrependimento, mas um tremendo medo do que virá.
- E o que é isso lá fora, Ezequiel? Um meteoro, um cometa ou a Terra indo rumo ao Sol?
- É a volta de Jesus. Aquele que negamos e traímos. Certamente, o seu ex-vizinho se encontrará junto daquele povo denunciado em quase todas as capas dos jornais nos últimos anos. Ele foi um santo e receberá a salvação. Quanto a nós, reserva-se a morte até o julgamento final.

"E Ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus" (Mateus 24:31), promete a Palavra de Deus.

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