quarta-feira, 14 de março de 2012

Oração de um robô


- Senhor, obrigado por este dia, tem misericórdia dos meus pecados, me perdoa, te amo, Pai! Boa noite, amém!
- Cof, cof…
- Deus?? É o Senhor? O Senhor está ai?
- Sim, como sempre!
- Ah! Que legal!
- Filhão, posso te falar uma coisa?
- Claro, Deus! Por favor, me diga!
- Quando você vai mudar o script da sua oração?
- Ahnnn? Como assim?
- Querido, até os anjos aqui já sabem de cor as suas orações. “Senhor, obrigado por este alimento, santifica-o, amém.” “Senhor, me perdoa pelos pecados, amém.” etc….
- ……
- Filho, eu espero ter um relacionamento contigo. Quero conversar contigo, mas suas orações seguem um script programado. Eu não formei robôs, formei filhos.
- Mas Deus, não sei como falar assim com o Senhor.
- Você conversa com seus amigos sobre várias coisas, conta seus sonhos, planos, histórias e situações cotidianas, porque não falar comigo assim também?
- Mas é diferente, né?
- Diferente como, filhão? Além de Deus, eu quero ser seu melhor amigo também. Suas orações se tornaram palavras jogadas ao ar no momento em que você diz palavras que não saem do seu coração. Isso acontece porque você se acostumou com as orações cotidianas. O perigo disso é se tornar uma pessoa religiosa, achando que está me agradando. Você pode falar comigo outras coisas que não sejam pedir e agradecer-me.
- Puxa, Pai! É verdade! Não tinha percebido isso! Eu estava orando no “modo automático” por muito tempo mesmo… Quero verdadeiramente ter um relacionamento íntimo de amigo contigo!
- Sim, filho! Esse é o tipo de relacionamento que quero ter contigo, verdadeiro e íntimo.
- Amém, Pai!! Então aproveitando o momento, tenho várias coisas pra Te contar…
- Ok, filhão! Diga…

Você já falou com seu melhor amigo, hoje?

Abração! No amor de Jesus,

Fernando Ortega - Não Morda a Maçã

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