É impossível não nos sensibilizarmos com a dor dos que perderam um filho, um irmão, um amigo na tragédia ocorrida na boate de Santa Maria, no Rio Grande do Sul. Centenas de jovens saíram de casa e podem ter ouvido um “divirta-se” ou “não volte muito tarde”, sem saber que aquilo significava um adeus. É claro que milhares de pessoas morrem todos os dias das mais diversas causas e nos mais diversos lugares, mas não se espera que jovens – tantos jovens (a maioria entre 16 e 20 anos, num total de mais de 230 pessoas) – se despeçam tão subitamente da vida quando acham que a estão “curtindo”. Os jovens raramente pensam que ao deixar suas casas podem estar se despedindo da vida. Na verdade, nenhum de nós costuma pensar que a vida é tão curta e frágil. Quase nunca pensamos que nosso carro ou nosso voo terminará envolvido numa tragédia, até que uma tragédia nos faz acordar para a realidade.
Tragédias como essa ocorrida na madrugada de domingo (27) têm a força de nos fazer acordar para a triste realidade da vida. Nos mantêm suspensos num transe, é verdade, mas joga em nosso rosto a dura verdade de que somos mortais e vivemos aqui apenas de passagem – uma rápida passagem sem volta.
Muitos jovens entraram na boate com identidade falsa (era um baile para maiores de 18), os seguranças (segundo testemunhas) tentaram impedir que a multidão saísse pela porta principal, havia irregularidades no estabelecimento (segundo os bombeiros). Saber disso, agora, não significa muito para quem perdeu um querido. Também não é hora de condenar quem não deveria estar no lugar errado, na hora errada. É hora de solidariedade, de oração pelos que sofrem, de ajuda no que for possível.
É hora, também, de nos lembrarmos de que este mundo não é um lugar seguro para se viver. Que a morte nos ronda a cada instante. E que multidões descem à sepultura sem ouvir falar de um mundo em que o prazer será real, a vida será eterna e a dor não mais existirá. Enquanto isso, enquanto a vida-pesadelo segue seu ritmo pontuada de tragédias, devemos pensar mais na vida real, que é nossa por causa da promessa daquele que nunca mentiu: Jesus.
Essa tragédia em Santa Maria me faz pensar que há dois mil anos outra tragédia, presenciada por uma santa mulher chamada Maria (e outros santos), vitimou o Deus-homem que viveu fazendo o bem. E foi essa tragédia que conquistou para nós o direito de um dia viver livres para sempre das tragédias. Você já aceitou essa oferta de salvação?
Agora é hora de sofrermos com os que sofrem e falarmos de esperança, afinal, somos todos personagens de uma tragédia chamada pecado – que logo chegará ao grande e esperado “the end” (João 14:1-3).
Michelson Borges - Criacionismo
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