Cravos: tinham de 13 a 18 centímetros de comprimento por 1 centímetro de diâmetro.
Moscas: provavelmente foram atraídas pelo cheiro de sangue.
Mãos: perfurações no antebraço, entre o rádio e o cúbito, ou nas palmas, entre os metacarpos.
Feridas: o chicote romano (flagrum) tinha pedaços de ossos ou de metal nas pontas de suas três tiras, o que chegava a arrancar pedaços de pele e ferir órgãos internos. Cristo sofreu duas séries de 39 chicotadas. Ou seja, contando-se as três tiras, Ele levou 234 açoites.
Sofrimento espiritual e emocional: maior do que as dores físicas de Cristo foi Sua agonia espiritual. Um com o Pai desde a eternidade, sofreu Seu completo afastamento. Jesus foi misteriosamente feito “maldição” (Gl 3:13) em nosso lugar, levando sobre Si os pecados de todos.
Roupas: provavelmente Jesus foi exposto completamente nu perante a multidão.
Pés: foram pregados juntos ou separados. Os cravos e o peso do corpo castigavam os sensíveis nervos plantares.
Via Dolorosa: calcula-se que o trajeto que Cristo carregou a parte horizontal da cruz, de cerca de 30 quilos, foi entre 900 e 1.500 metros, até o Calvário. Em parte desse trajeto, a cruz foi levada por Simão, cireneu.
Escuridão: ao meio-dia, surgiu uma escuridão inexplicável em volta da cruz. Nela, Deus escondeu a agonia final de Seu Filho.
Multidão: assim como os líderes religiosos, a multidão era uma massa de manobra das forças do mal. Todos zombavam de Cristo, mas, com a escuridão, o terremoto e as palavras de Cristo, foram tomados pelo medo.
Calvário: localizava-se possivelmente onde hoje é a Igreja do Santo Sepulcro ou no Jardim de Gordon; uma elevação de quase 5 metros, que lembra uma caveira. O Jardim de Gordon é o local mais provável, pois se encontra fora dos muros da Jerusalém antiga
Mãe: Cristo sofreu por Sua mãe, que acompanhava Sua crucificação, e a entregou aos cuidados do discípulo João.
Placa: geralmente continha o nome e a condenação dos crucificados.
Coroa: provavelmente feita do espinheiro de Jerusalém (Paliurus spina christi) ou do espinheiro-de-cristo sírio, foi fixada e batida repetidamente sobre a cabeça de Cristo, ferindo o nervo trigêmeo, causando uma dor que nem a morfina é capaz de amenizar.
Sede: Jesus também sofreu ardente sede, pois não havia bebido nada desde a noite anterior, carregou a cruz, perdeu muito sangue e sofreu intensa febre, devido às inflamações.
Corpo: sofreu cãibras, espasmos, desidratação, policontusões e exalação insuficiente com retenção de gás carbônico no sangue e nos pulmões (hipercapnia).
Vinagre: desde que chegou ao Calvário, durante a crucifixão e ao fim dela, os soldados ofereceram-Lhe vinagre, vinho azedo misturado com água e vinho com mirra, para aliviar Sua dor, mas Cristo recusou-Se a bebê-las, para manter-Se consciente e não fugir à Sua missão.
Lança: quando a morte na cruz precisava ser adiantada, dava-se um “golpe de misericórdia”, chamado crucifragium, quebrando-se a tíbia (osso da canela). Mas isso não foi preciso, pois Jesus morreu antes. Para assegurarem Sua morte, Ele foi ferido com uma lança.
Sangue e água: a lança provavelmente atingiu o pericárdio e a pleura pulmonar, a qual reteve água devido à incapacidade de Jesus expirar completamente. Supõe-se que foi por essa razão que jorrou sangue e água da ferida.
Vitória: ao gritar “está consumado” (em grego tetelestai, que pode significar “está pago”), Jesus não morreu como uma vítima frágil, mas como um herói. Cumpriu Sua missão, salvou a humanidade.
Morte: provavelmente por parada cardiorrespiratória. Além dos sofrimentos físicos, o coração de Cristo não suportou o peso dos pecados da humanidade.
Terremoto: às 15 horas, após Cristo gritar duas vezes e dar Seu último suspiro, ocorreu um terremoto tremor que fendeu rochas e abriu túmulos.
Tempo na cruz: os crucificados permaneciam vivos de 18 horas a alguns dias. Jesus ficou na cruz entre as 9 horas e as 15 horas. Seus graves ferimentos e o sofrimento espiritual foram determinantes para Sua morte rápida.
Getsêmani: o sofrimento de Cristo começou pelo menos dez horas antes da cruz quando começou a sentir o peso dos pecados humanos. Seu sofrimento psicológico foi tão grande que O fez suar gotas de sangue. Esse fenômeno raro na literatura médica é conhecido como hematidrose.
Cruz: a pena de morte por crucificação já era praticada desde o século 6 a.C. por persas e babilônios, até que foi proibida pelo imperador Constantino, em 337 d.C. Há quatro tipos conhecidos de cruz: decussata (em forma de X), quadrata (em forma de +), comissa (em forma de T) e imissa (em forma da cruz, como a conhecemos). Certamente, a cruz de Cristo foi do tipo comissa ou imissa, pois a própria palavra para crucificar no Novo Testamento é stauros, que significa colocar em um tau (nome da letra T em grego).. Se considerarmos a necessidade de se pregar uma placa, é possível que a cruz como a conhecemos possa ter sido a utilizada.
Partes da cruz: as cruzes romanas eram compostas de duas partes: stipes e patibulum. A stipes era o poste, que geralmente permanecia no local de suplício e tinha cerca de 5 metros de altura e 70 quilos. O patibulum era a parte horizontal, geralmente carregada pelo condenado até o local de execução. Tinha cerca de 2,5 metros e por volta de 30 quilos. Possivelmente, o encaixe entre as duas partes era feito no chão, onde o crucificado era pregado, para depois ser erguido e a cruz ser encaixada no buraco previamente feito.
Assento: algumas cruzes tinham uma sedicula, pedaço de madeira fixado à altura do quadril para apoiar o corpo, facilitar a respiração e aumentar o tempo de suplício.
Embalsamamento: o ritual judaico de sepultamento durava entre cinco e seis horas, pois envolvia lavar o cadáver, perfumá-lo com aromas frescos, embalsamá-lo e envolvê-lo em faixas. Para se evitar esse trabalho no sábado, o ritual foi adiado para a manhã de domingo.
Deus, anjos: Deus estava ao pé da cruz, junto a Cristo, na escuridão misteriosa, compartilhando de Seu sofrimento, acompanhado de anjos celestiais. Todos, porém, não podiam confortá-Lo. Cristo teria que levar sozinho o peso dos nossos pecados.
Satanás, demônios: estavam presentes e ativos entre a multidão. O inimigo torturava a Jesus, tentando levá-Lo ao desespero e a desistir de Sua missão. Paradoxalmente, contra seus próprios interesses, o inimigo não conseguia resistir ao prazer sádico de matar o Filho de Deus.
O templo e as profecias: os sacrifícios realizados no Templo apontavam para Cristo, o “Cordeiro de Deus” (Is 53:5, 6, 10). O início da crucifixão foi exatamente no horário do sacrifício da manhã e o fim dela, no horário do sacrifício da tarde. Com a morte de Cristo, o antigo sistema sacrifical perdeu a validade, e o véu do Templo foi rasgado de cima a baixo (Mt 27:51). De acordo com a profecia das 70 semanas de Daniel (Dn 9:24-27), Cristo morreu no ano 31 d.C. Ou seja, a morte de Cristo teve data e hora marcadas.
Caifás: na casa desse sumo sacerdote, Jesus foi julgado. Em 1990, foi achado um ossuário, contendo a inscrição em hebraico: “José, filho de Caifás”.
Pilatos: arqueólogos italianos que escavavam um teatro romano em Jerusalém encontraram uma pedra com a inscrição latina: “Pôncio Pilatos, prefeito da Judeia”.
Julgamento: o julgamento de Cristo ocorreu durante a madrugada e à véspera de um sábado e de uma grande festa religiosa – três infrações do registro escrito das tradições judaicas, a Mishná, de acordo com o Sanhedrin 4,1.
Pretório: casa do governador romano da Judeia. Em seu pátio, Jesus foi julgado, castigado e condenado. Em 1930, escavações identificaram plataformas maciças do pátio da fortaleza Antônia. Nessas plataformas, estavam gravados alguns desenhos de jogos que soldados romanos faziam para passar tempo. As descrições desse pavimento (lithóstotos) são muito semelhantes ao que se relata em João 19:13.
Ressurreição: o anjo do mais alto posto celestial, revestido de luz, foi comissionado a chamá-Lo e rolou a pedra do sepulcro. Os guardas caíram ao chão. Posteriormente, os discípulos O viram, tocaram nEle, compartilharam uma refeição e conversaram com Ele.
Ressurreições: quando Jesus ressurgiu, outras pessoas ressuscitaram das sepulturas abertas no terremoto que ocorreu no momento de Sua morte (Mt 27:51-53).
A verdade: os discípulos mantiveram a versão de que Jesus ressuscitou, mesmo em face da morte e sem ganhar qualquer vantagem. Se isso não fosse verdade, pelo menos um deles negaria o fato.
Profecias: as circunstâncias ligadas à morte de Cristo foram preditas séculos antes, no Antigo Testamento. Confira algumas: julgamento fraudulento (Is 53:8; Mt 26:59); abandono dos discípulos (Zc 13:7; Mc 14:27); sofrimento em silêncio (Is 53:7; Mt 27:12-14); morte substitutiva (Is 53:5; 1Jo 2:2); mãos e pés traspassados (Sl 22:16; Jo 20:25-27); intercessão pelos transgressores (Is 53:12; Lc 23:34); morte junto a malfeitores (Is 53:12;Lc 23:34); zombaria (Sl 22:7, 8; Mt 27:41-43); roupas sorteadas (Sl 22:18; Jo 19:23, 24); separação de Deus (Sl 22:1; Mt 27:46); traspassado pela lança (Zc 12:10; Jo 19:34); sepultamento em túmulo de rico (Is 53:9; Mt 27:57-60).
Segunda vinda: em meio ao Seu julgamento, Cristo afirmou que Seus acusadores e executores O veriam em Seu retorno glorioso. Isso ocorrerá em Sua segunda vinda como “Rei dos reis e Senhor dos senhores” (Mt 26:64; Ap 1:7; 1Tm 6:14, 15).
Autor: Diogo Cavalvanti (via Conexão 2.0)
Fontes: Rubén Dario Camargo (Fisiopatologia da morte de Cristo); Rodrigo Cardoso (Como Jesus foi crucificado? IstoÉ, de 1/4/2010); Rodrigo Silva (Escavando a Verdade, CPB, 2007 e A Arqueologia e Jesus, Perspectiva, 2006); Frederick Zugibe (A Crucificação de Jesus, Matrix, 2010).
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