quarta-feira, 27 de julho de 2016

"Cristãos trocam guarda do domingo pelo sábado", diz site israelense


Cada vez mais cristãos estão preocupados em buscar nas raízes hebraicas uma compreensão mais profunda de sua fé. Como resultado disso, um site israelense registrou as experiências daqueles que trocaram a guarda do domingo pelo sábado — um dos pontos que causa maior divergência entre o cristianismo e o judaísmo. A gerente de produção Laura Densmore foi uma das cristãs que passou a se aprofundar na fé ao compreender o significado do Shabat (dia do descanso). "Nós nos adaptamos e nos voltamos para as raízes hebraicas de nossa fé. Muitas vezes, o primeiro passo para essa jornada é começando a guardar o Shabat", disse ela ao Breaking Israel News.

"Guardar o Shabat começou com uma mudança de identidade. Saí do sistema religioso da igreja, onde cultuamos aos domingos por anos e anos. Eu sabia que se eu quisesse ser séria em minha caminhada para seguir o Deus de Israel, eu precisaria guardar Seus mandamentos, como sinal do meu amor por Ele", acrescentou. Para Laura, os benefícios de separar o sábado para o descanso são notáveis. "É uma 'pequena amostra do céu'. É um prenúncio de como será quando os 6 mil anos terminarem e os últimos mil anos começarem, quando o Messias virá para governar e reinar".

Kellen Davison, fundador das organizações "Reconciliação com Israel" e "Comunidade de Israel", explicou que sua mudança de domingo para o sábado levou um processo de três anos. Ele começou a observar os feriados judaicos e, a partir disso, passou a guardar o Shabat. "Eu lutei com isso por alguns anos. Eu pensei que seria uma inconveniência insuportável na minha vida. Depois que comecei, percebi que obedecer os Dez Mandamentos em sua totalidade me trouxe prosperidade e tem tido um enorme impacto positivo sobre a minha família", disse ele ao Breaking Israel News.

Kellen contou que passou a observar o Shabat após compreender o trecho de Isaías 66:22-23: "Porque, como os novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o Senhor, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome. E será que, de uma Festa da Lua Nova à outra e de um sábado a outro, virá toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor."

Retorno às origens
Pete Rambo, diretor do movimento presbiteriano "B'ney Yosef", diz que sua família mudou a visão sobre o sábado depois que seu filho de 16 anos passou a estudar sobre o assunto, apresentando a ele uma "perspectiva hebraica das Escrituras". "Por nove vezes Deus articula claramente que o sétimo dia é o Shabat", disse ele. "Em nenhum momento Ele sugeriu uma mudança. Essa é uma verdade até mesmo nos escritos apostólicos (NT). Simplificando, o sábado nunca mudou". Frequentar a igreja aos domingos é uma prática comum, e mudar o dia de sua observância custou caro para Rambo. "Alterar o culto de domingo para o Shabat custou o meu trabalho, muitos relacionamentos familiares e muitos amigos, mas se pudesse eu faria a mudança mais uma vez", declarou.

O médico Daniel Chase notou uma grande diferença depois de transformar seu sábado em um Shabat judaico. "Antes de fazer a Teshuvá (prática de voltar às origens do judaísmo), eu fazia compras, jantava fora e fazia as tarefas domésticas no domingo, o Shabat protestante. Agora, nós descansamos, oramos, lemos as Escrituras, ouvimos os ensinamentos e temos comunhão com outros crentes desde o entardecer da sexta até o entardecer do sábado. Iniciamos nosso Shabat com uma oração e bênçãos com vinho e chalá (pão judaico). Nós não compramos, vendemos ou trabalhamos para ganhar dinheiro. Como sou médico, às vezes tenho que atender algumas emergências".

Tendência
Para David Nekrutman, diretor do Centro de Cooperação e Compreensão Judaico-cristã (CJCUC, na sigla em inglês), este fenômeno tem sido cada vez mais comum entre cristãos. "Eu vejo que os cristãos estão querendo voltar a um princípio bíblico que se perdeu na cultura secular", disse David. "Eu entendo o desejo de voltar para o que a igreja primitiva fazia. O Shabat está enraizado na fé cristã como uma forma de santificar a Deus". O especialista observou que algumas denominações cristãs como os adventistas do sétimo dia e batistas do sétimo dia incluíram este mandamento como fez parte de sua teologia. David sempre foi muito favorável a essa tendência.

"Qualquer movimento que torne o sábado maior do que uma hora de culto na igreja é muito bem-vindo", disse ele. "A minha esperança é que a Igreja veja que todos os dias da semana levam até o sábado, que é apenas um descanso das atividades que duram de segunda a sexta", afirmou David.

"O Shabat é, fundamentalmente, uma afirmação do Deus Criador e Redentor, bem como a santificação do tempo. O Shabat foi criado, desde o início, com a intenção de ser eterno. Deus o chama de santo e fez com ele uma aliança", finalizou. (Informações Guiame e Breaking Israel News)

Nota: A Igreja Adventista do Sétimo Dia reconhece o sábado como sinal distintivo de lealdade a Deus (Êx 20:8-11; 31:13-17; Ez 20:12, 20), cuja observância é pertinente a todos os seres humanos em todas as épocas e lugares (Is 56:1-7; Mc 2:27). Quando Deus “descansou” no sétimo dia da semana da criação, Ele também “santificou” e “abençoou” esse dia (Gn 2:2, 3), separando-o para uso sagrado e transformando-o em um canal de bênçãos para a humanidade. Aceitando o convite para deixar de lado seus “próprios interesses” durante o sábado (Is 58:13), os filhos de Deus observam esse dia como uma importante expressão da justificação pela fé em Cristo (Hb 4:4-11). 
A observância do sábado é enunciada em Isaías 58:13, 14 nos seguintes termos: “Se desviares o pé de profanar o sábado e de cuidar dos teus próprios interesses no Meu santo dia; se chamares ao sábado deleitoso e santo dia do Senhor, digno de honra, e o honrares não seguindo os teus caminhos, não pretendendo fazer a tua própria vontade, nem falando palavras vãs, então, te deleitarás no Senhor.” 

A 20ª Crença Fundamental da Igreja Adventista do Sétimo Dia diz: "
O bondoso Criador, após os seis dias da Criação, descansou no sétimo dia e instituiu o sábado para todas as pessoas, como memorial da Criação. O quarto mandamento da lei de Deus requer a observância deste sábado do sétimo dia como dia de descanso, adoração e ministério, em harmonia com o ensino e a prática de Jesus, o Senhor do sábado. O sábado é um dia de deleitosa comunhão com Deus e uns com os outros. É um símbolo de nossa redenção em Cristo, um sinal de nossa santificação, uma prova de nossa lealdade e um antegozo de nosso futuro eterno no reino de Deus. O sábado é um sinal perpétuo do eterno concerto de Deus com Seu povo. A prazerosa observância deste tempo sagrado duma tarde a outra tarde, do por-do-sol ao por-do-sol, é uma celebração dos atos criadores e redentores de Deus."

Nenhum comentário:

Postar um comentário