sexta-feira, 7 de abril de 2017

13 Reasons Why - Alerta sobre bullying e suicídio entre jovens

A série mais falada do momento, "13 Reasons Why", trouxe à tona assuntos de extrema seriedade e relevância ao abordar questões como suicídio, bullying e cultura do estupro. 

A nova produção da Netflix mobilizou internautas a divulgarem a hashtag #NãoSejaUmPorquê, com o objetivo de combater ações que levam à depressão. Outra informação comprovou mais ainda a influência do seriado. O CVV (Centro de Valorização da Vida) - organização sem fins lucrativos para a prevenção do suicídio no Brasil - recebeu por volta de 25 mensagens mencionando "13 Reasons Why". Desde 31 de março, estreia da série, os pedidos de socorro enviados para a instituição aumentaram mais de 100%. No lançamento da série, a Netflix disponibilizou o site da CVV para incentivar os telespectadores a procurarem ajuda. A plataforma oferece apoio 24h gratuita e sigilosamente por telefone (141), e-mail, chat e Skype.

A Série
Baseada no romance do estadunidense Jay Asher, 13 Reasons Why traz à tona um relato autêntico do conturbado período que é a adolescência. Depois de sofrer abusos físicos, sexuais e psicológicos, Hannah Baker (Katherine Langford), de 17 anos, vê-se destruída a ponto de enxergar apenas uma solução para seus problemas: pôr fim à própria vida. Duas semanas depois, Clay Jensen (Dylan Minnete), colega de classe que nutria uma paixão secreta pela garota, encontra uma misteriosa caixa com várias fitas cassete à porta de casa. À medida que ele escuta, as fitas trazem flashbacks que revelam um mundo sombrio e cruel por trás do cotidiano juvenil: “Talvez eu nunca saiba por que vocês fizeram o que fizeram. Mas eu posso fazê-los sentir como foi”, diz Hannah, que, antes de se suicidar, decidiu narrar em detalhes os porquês de sua ruína.

Produzida pela cantora Selena Gomez e pelo ganhador do Oscar Tom McCarthy (Spotlight), a série triunfa ao ampliar de forma coerente a narrativa do livro, permitindo discussões que vão além dos conflitos da protagonista. A história não é contada de uma lente maniqueísta, com indivíduos inteiramente bons ou maus. O espectador se sensibiliza com os problemas de todos os personagens, mesmo sabendo que foram eles os responsáveis pelos atos que levaram Hannah ao suicídio. Estuprada, uma das meninas lamenta: “Você sabe o que acontece quando garotas pedem ajuda.”

Bullying
A agressividade e a violência advindas do fenômeno bullying assumem além de tudo, o caráter etiológico do violar, não só referente às normas de conduta, a moral e a disciplina, mas principalmente viola os direitos do cidadão relacionados a sua integridade física e psíquica, a sua liberdade de opinião ou sua escolha de vida, a sua liberdade de expressão e até de locomoção, enfim, fere de morte o princípio constitucional da dignidade da pessoa humana em sociedade.

A psiquiatria e a psicologia mostram que além do sofrimento dos jovens vítimas de bullying, muitos adultos ainda experimentam aflições intensas advindas de uma vida estudantil traumática. Nos últimos anos a população mundial frequentemente assiste atônita as diversas situações estarrecedoras quase sempre nascidas e advindas do bullying, com agressões físicas e assassinatos por parte de alunos contra os seus próprios colegas, contra professores, guerras de gangues, de torcidas organizadas, de tráfico de drogas com participação de jovens estudantes até mesmo dentro das próprias instalações escolares.

Ética, solidariedade e humanismo são realmente palavras desconhecidas e perdidas em muitas comunidades de jovens estudantes que as substituem pelo desrespeito e pela afronta ao direito individual do seu colega que pretende prosperar e vencer na vida honestamente, pelo seu próprio esforço e valor. É preciso dar um basta nestes tipos perniciosos de vandalismo e delitos juvenis. O jovem necessita acima de tudo de limites. Precisa entender os seus direitos e os seus deveres e até onde eles chegam. Precisa de disciplina e autoridade. Precisa entender que todos são cidadãos em igualdade de condições. Entretanto, para que consigamos chegar a tal geração de jovens politizada, só com uma boa educação familiar e escolar é possível alcançar tal objetivo.

Devido a necessidade de pessoas preparadas para combater o bullying e também a violência e abuso contra mulheres, crianças e idosos, foi criado em 2002 o projeto educativo Quebrando o Silêncio, que é promovido anualmente pela Igreja Adventista do Sétimo Dia.

Suicídio
Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que 800 mil pessoas tiram a própria vida todos os ano no mundo. Isso significa que, a cada 40 segundos, alguém comete um suicídio. Ainda mais preocupante é constatar que, de acordo com o relatório, o suicídio é a segunda causa de morte entre jovens entre 15 e 29 anos de idade. 

A prática de suicídio sempre existiu e, no próprio registro bíblico, há vários casos como os de Abimeleque (Juízes 9:54), Saul e seu escudeiro (I Samuel 31:4 e 15), Aitofel que era conselheiro do rei Absalão (II Samuel 17:23), Sansão (Juízes 16:29,30) e Judas (Mateus 27:5). De acordo com estudiosos, há dois aspectos importantes a ser ponderados sobre esse assunto: o que causa o suicídio e a questão da justiça de Deus diante de uma mente atribulada.

A psicologia e a psiquiatria demonstram que o suicídio é frequentemente resultado de uma intensa revolta emocional ou desequilíbrio bioquímico associado a um profundo estado de depressão e temor. O suicida em tais circunstâncias não pode ser julgado por nós.

Biblicamente fica claro que a salvação é algo pessoal e que nenhum ser humano pode responder plenamente se alguém que se suicidou está salvo ou perdido espiritualmente. Deve-se ressaltar, também, que ninguém será condenado por um ato isolado, mas por uma conduta de vida.

Para finalizar, segue abaixo alguns conselhos de Ellen G. White para lidarmos com essas questões:
"Se tomarmos conselho com as nossas dúvidas e temores, ou procurarmos solver tudo que não podemos compreender claramente, antes de ter fé, as dificuldades tão-somente aumentarão e se complicarão. Mas se chegarmos a Deus convencidos de nosso desamparo e dependência, tais quais somos, e com humilde e confiante fé fizermos conhecidas nossas necessidades Àquele cujo conhecimento é infinito, e o qual tudo vê na criação, governando todas as coisas por Sua vontade e Palavra, Ele pode atender e atenderá ao nosso clamor, e fará a luz brilhar em nosso coração." (Caminho a Cristo, pp. 96-97)
"Quando a depressão baixa sobre a alma, isto não é evidência de que Deus tenha mudado. Ele é o mesmo 'ontem, e hoje, e eternamente' (Hebreus 13:8). Estareis seguros do favor de Deus quando sois sensíveis aos raios do Sol da justiça; mas se nuvens pairarem sobre vossa alma, não vos deveis sentir abandonados. Vossa fé tem de atravessar as sombras, vossos olhos devem ser simples e todo o corpo será pleno de luz. As riquezas das graças de Cristo têm de ser conservadas na mente. Entesourai as lições que Seu amor provê. Seja vossa fé qual a de Jó, para que possais declarar: 'Ainda que Ele me mate, nEle esperarei.' (Jó 13:15). Apegai-vos às promessas de vosso Pai celestial, e lembrai-vos de Seu antigo trato convosco e com os Seus servos; pois 'todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus' (Romanos 8:28)." (Review and Herald, 24 de janeiro de 1888)

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