O fato é que as mensagens proféticas não podem ser fundamentadas no medo. Segundo o apóstolo João, “aquele que tem medo não está aperfeiçoado no amor” (1Jo 4:17,18). Percebe-se que, ao longo da história, o medo gerou um efeito destrutivo na espiritualidade das pessoas.
Os cumprimentos proféticos são independentes de acontecimentos sociais específicos. Para a profecia, não é relevante o último discurso de um líder religioso ou de um presidente de uma grande nação. Eles são apenas personagens dentro de um quadro mais amplo, o qual está sob o controle de Deus e não, como alguns afirmam, de alguma suposta sociedade secreta.
Essa abordagem sensacionalista dos acontecimentos representa um mero esforço humano para dar credibilidade à profecia, algo que não lhe compete. Como já foi demonstrado inúmeras vezes, profecias fundamentadas em factoides não se sustentam.
Segundo Natanael Moraes, professor de Teologia do Unasp, essa prática é consequência da impaciência humana (Parousia, 2010, p. 25). Ellen G. White também afirma:
“É verdade que o tempo tem prosseguido mais do que esperávamos nos primeiros tempos desta mensagem. Nosso Salvador não apareceu tão depressa como esperávamos. Falhou, porém, a Palavra do Senhor? Nunca! Devemos lembrar que as promessas e ameaças de Deus são igualmente condicionais.” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 67)
A profecia é dada justamente para que saibamos que Deus está no controle da história. Seu objetivo não é que mergulhemos numa profunda pesquisa em busca de quando as profecias irão acontecer. Em Mateus 24:15, em sua mensagem profética, Cristo não manda que seus discípulos descubram quando iriam acontecer os sinais. A ênfase dada é que eles deveriam estar prontos quando tudo acontecesse. O foco da profecia está no preparo antecipado e não propriamente no acontecimento. Porém, existem inúmeros cristãos que estão focados nos acontecimentos e não no preparo. Quando estes “despertarem”, para então buscarem o preparo, pode ser tarde demais! (Mt 25:1-13).
Segundo Ellen White, Deus pede reavivamento e reforma embasados nas Escrituras (Profetas e Reis, p. 320). A escritora acrescenta:
“Tenho sido instruída de que não é de doutrinas novas e fantasiosas que o povo precisa. Não necessitam de conjeturas humanas. Precisam do testemunho de homens que conhecem e praticam a verdade.” (Testemunhos Seletos, v. 3, p. 272)Isso me leva a questionar se é saudável essa abordagem escatológica que especula sobre os detalhes dos acontecimentos finais? Tem ela preparado o povo de Deus para estar desperto no retorno de Cristo?
O que deve estar ocupando nossa mente, conforme orientou Ellen White, é a capacidade de nos submetermos a Jesus Cristo diariamente.
“Todo o que pretende ser um servo de Deus é convidado a realizar Seu serviço como se cada dia fosse o último.” (Maranata: O Senhor Vem!, p. 106)
Pr. Danielson Roaly (via Revista Adventista)
Nota: Veja que lindo é esse resumo que Ellen White faz sobre a centralidade de um relacionamento com Jesus e de uma saudável antecipação do fim! É o caminhar diariamente, o diário companheirismo que deve nortear nossa expectativa de uma eternidade com a Pessoa de Jesus.
"A brevidade do tempo é frequentemente realçada como incentivo para buscar a justiça e fazer de Cristo o nosso amigo. Este não deve ser o grande motivo para nós; pois cheira a egoísmo. É necessário que os terrores do dia de Deus sejam mantidos diante de nós, a fim de sermos compelidos à ação correta pelo medo? Não devia ser assim. Jesus é atraente. […] Deseja ser nosso Amigo, andar conosco por todos os acidentados caminhos da vida. […] Jesus, a Majestade do Céu, deseja elevar ao companheirismo com Sua pessoa os que se dirigem a Ele com seus fardos, fraquezas e preocupações." (Review and Herald, 2 de agosto de 1881)
Obrigada pela matéria. Gostei mesmo. Muito escalrecedora. Raquel
ResponderExcluircada vez fica mais dificil,, entender nossa mensagem,,, cada um fala uma coisa e cada vez a igreja tem ideias confusas.. e nao precisa quanto ao fim...
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