Natal não tem como foco dar presentes, muito menos falar sobre Papai Noel ou decorar sua casa com luzes e enfeites – tudo isso é o padrão do mundo. A Bíblia nos conclama: “Não se amoldem ao padrão deste mundo” (Rm 12:2). Natal é momento de celebrarmos apenas um único fato: “Cristo Jesus […] embora sendo Deus, não considerou que o ser igual a Deus era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens. E, sendo encontrado em forma humana, humilhou-se a si mesmo e foi obediente até a morte, e morte de cruz!” (Fp 2:5-8). E isso ocorreu “porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna. Pois Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, mas para que este fosse salvo por meio dEle” (Jo 3:16-17). É isso que celebramos.
Por que é importante anualmente trazer à memória o nascimento de Cristo? Porque importa “trazer à memória o que me pode dar esperança” (Lm 3:21). E, mediante essa esperança, Paulo nos exorta: “Alegrem-se na esperança” (Rm 12:12), logo, Natal é período de alegria e celebração! E celebração por algo extraordinário, o fato de que “um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz. Ele estenderá o seu domínio, e haverá paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, estabelecido e mantido com justiça e retidão, desde agora e para sempre” (Is 9:6-7). Assim, celebrar o nascimento do “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29) é também se lembrar do que isso significa para o nosso futuro: que, naquele grande dia, “o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou” (Ap 21:3-5).
A ocasião do Natal deve direcionar nossos pensamentos para a Palavra que “estava com Deus, e era Deus [e] estava com Deus no princípio” (Jo 1:1-2). Não para o feriado, a Ceia, os presentes, as férias ou o que for, pois isso não é nem de longe o foco. Minha sugestão? Celebre o Natal pensando em Cristo e nas consequências da vinda dele à terra. Eu recomendaria comemorar a data com algumas atitudes que tomam como ponto de partida muito do que foi dito no episódio do nascimento de Cristo:
1. Renove sua fé – lembrando, como disse Gabriel, que “nada é impossível para Deus” (Lc 1:37). Você tem vivido de fato como quem crê que o seu Deus pode tudo?
2. Renove sua entrega a Deus – lembrando, como disse Maria, que importa que “aconteça comigo conforme a tua palavra” (Lc 1:38). Você tem de fato priorizado a vontade de Deus em tudo, amando “o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento [e amando] o seu próximo como a si mesmo” (Lc 10:27)? Tem buscado de fato “em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça” Mt 6:33)?
3. Adore ao Senhor – assim como disse Maria, que seus lábios digam “Minha alma engrandece ao Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1:47). Você tem de fato adorado a Deus “em espírito e em verdade” (Jo 4:24)?
4. Confie que a graça de Deus está presente em sua vida – por saber, como disse Maria, que “A sua misericórdia estende-se aos que o temem, de geração em geração” (Lc 1:50). Você tem vivido como quem sabe que a compaixão de Deus é absoluta para aqueles que O buscam em arrependimento?
5. Lembre-se de que a presença de Jesus traz alegria - como disse o anjo aos pastores, “estou lhes trazendo boas novas de grande alegria” (Lc 2:10). Será que você tem vivido a alegria que é “fruto do Espírito” (Gl 5:22-23)? Aquela que vem “porque seus nomes estão escritos nos céus” (Lc 10:20)? Você deixa seu ânimo se guiar mais pela tristeza causada pelas dificuldades da vida ou pela alegria causada pelo fato de que Jesus te deu a vida eterna?
6. Reflita sobre quem é Jesus – como o anjo disse aos pastores, “Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2:11). Você consegue compreender o profundo significado prático e objetivo de ter sido escolhido e chamado por Aquele que salva e que é Senhor de todo o universo?
7. Glorifique a Deus – como os anjos cantaram, “Glória a Deus nas alturas” (Lc 2: 14). Você tem glorificado o Senhor não só com os lábios, mas com cada atitude sua?
8. Pense em como você tem contribuído para a paz entre as pessoas – como os anjos cantaram, “paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor” (Lc 2:14). Você tem sido um bem-aventurado pacificador (Mt 5:9), alguém que transborda a paz que é “fruto do Espírito” (Gl 5:22-23), ou tem sido agressivo, promovido discórdias, usado a língua para o mal, feito intrigas, inflamado corações, estimulado conflitos, alimentado polêmicas, se deleitado em controvérsias?
9. Analise o quanto vale sua vida hoje – como disse o velho Simeão, “Ó Soberano, como prometeste, agora podes despedir em paz o teu servo” (Lc 2:29). Você seria capaz de dizer hoje mesmo a Deus que pode partir em paz desta vida, porque o tempo que passou sobre a terra já valeu a pena? Tem vivido cada dia como se fosse o último? Tem abençoado o próximo? Tem perdoado? Tem edificado vidas? Tem deixado um legado? Viveu seus anos amando, ajudando, abençoando, entregando-se, devotando-se? Em resumo, sua vida já deu frutos dignos de serem apresentados diante do Criador? Se não… o que está esperando?
A encarnação de Cristo nos conduz a muitas reflexões. Mas refletir não basta, se apenas pensarmos e não tomarmos nenhuma atitude a partir das conclusões a que chegamos. Algo ainda não está bom? Precisa melhorar? Necessita galgar novos patamares? A hora é esta.
E que, acima de tudo, o Natal sirva para lembrar da verdade máxima da vida: “Pois dEle, por Ele e para Ele são todas as coisas. A Ele seja a glória para sempre. Amém!” (Rm 11:36).
Maurício Zágari (via Apenas)
“Em vez de gastar meios meramente na satisfação do apetite, ou com ornamentos desnecessários ou artigos de vestuário, podemos tornar as festividades uma ocasião para honrar e glorificar a Deus. Cristo deve ser o objetivo supremo; mas da maneira em que o Natal tem sido observado, a glória é desviada dEle para o homem mortal, cujo caráter pecaminoso e defeituoso tornou necessário que Ele viesse ao nosso mundo. Jesus a Majestade do Céu, o nobre Rei do Céu, pôs de lado Sua realeza, deixou Seu trono de glória, Sua alta posição, e veio ao nosso mundo para trazer ao homem caído, debilitado nas faculdades morais e corrompido pelo pecado, auxílio divino." (Ellen G. White - O Lar Adventista, p. 480)
O prof. Leandro Quadros também propõe fazer um Natal diferente neste vídeo...
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