sexta-feira, 6 de julho de 2018

Sofrer se preciso for; desistir nunca!

Atribui-se ao Barão de Itararé este pensamento: 
“Nunca desista de seu sonho. Se ele acabar numa padaria, procure noutra.”
Apesar de singelo e engraçado, esse pensamento nos ensina importante lição: o êxito nem sempre é alcançado por um só meio. Existem outras possibilidades.

Há sonhos que não se concretizam, porque os colocamos em lugares aos quais não temos acesso. Nesse caso, a escada da nossa capacidade é curta. Por outro lado, sonhamos com metas possíveis, mas às vezes não as alcançamos por falta de perseverança.

Como cristãos, precisamos evitar atitudes negativas: ou seja, alimentar sonhos fantasiosos e desistir de sonhos cuja realização esteja ao nosso alcance. 

Há sonhos humanos – bons e ruins – e sonhos divinos, sempre adequados às nossas necessidades físicas, mentais e espirituais. Os sonhos de Deus para cada um de nós são elevados e sublimes, mas não fantasiosos. Por quê? Porque Aquele que os concebeu providenciou a escada que nos permite atingir a meta de cada um deles. 

Por vezes, Satanás quer nos dar a impressão de que a escada é curta demais. Noutras ocasiões, ele agiganta os obstáculos diante de nossos olhos. Por exemplo: 

1. Fraquezas humanas. A escada das possibilidades humanas não pode transpor o enorme abismo que há entre nós e o ideal cristão. Certa vez, Paulo confessou:
“Eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo. Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço” (Rm 7:18, 19). 
Felizmente, o apóstolo deixou de olhar para a escada humana e se valeu da escada divina: 
“Tudo posso nAquele que me fortalece” (Fp 4:13). 
O fato de Paulo ter dependido inteiramente de Deus fez com que ele não desistisse. Perto do ocaso da vida, afirmou: 
“Combati o bom combate, completei a carreira, guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a Sua vinda” (2Tm 4:7, 8). 
2. Provações. Neste mundo sofremos muitas perdas, algumas das quais nos causam desânimo e tristeza. Problemas de saúde, limitações físicas, perda de amigos e parentes, dificuldades financeiras – tudo isso pode nos levar a pensar que não vale a pena prosseguir. E o diabo sabe que, nesses momentos de angústia, nos tornamos vulneráveis. Por isso, ele procura potencializar suas tentações.

Jó enfrentou os efeitos dessa potencialização, mas não desistiu de confiar no Altíssimo. A certa altura de sua amarga experiência, subiu cada degrau da escada da fé e afirmou: 
“Eu sei que o meu Redentor vive e por fim Se levantará sobre a Terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-Lo-ei por mim mesmo, os meus olhos O verão, e não outros” (Jó 19:25-27). 
3. Demora. Doença prolongada, filho que não volta para a igreja e casamento que não se consolida são exemplos de situações que suscitam a clássica pergunta: “Quando isso vai acabar?” Por falta de uma resposta rápida, muitas pessoas sucumbem, se esquecendo de que a Palavra de Deus é a única fonte de conforto nesses momentos de ansiedade. Por exemplo: 
“Eis que temos por felizes os que perseveram firmes. Tendes ouvido da paciência de Jó e vistes que fim o Senhor lhe deu; porque o Senhor é cheio de terna misericórdia e compassivo” (Tg 5:11).
“Para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8:18). 
Ellen G. White nos dá oportuno conselho: 
“Há uma elevada norma que devemos atingir, caso queiramos ser filhos de Deus, nobres, puros, santos e incontaminados. É necessário um processo de poda, se queremos alcançar essa norma. Como seria efetuada essa poda, se não houvesse dificuldades a enfrentar, obstáculos a transpor, coisa alguma a exigir paciência e capacidade de resistir?” (Testemunhos Seletos, v. 2, p. 113).
“Ficamos facilmente desanimados e clamamos ansiosamente para que seja removida de nós a provação, quando o que devemos fazer é pedir paciência para resistir e graça para vencer” (Ibid., v. 1, p. 108). 
Cândido Mariano da Silva Rondon (1865-1958), grande desbravador e pacificador, costumava dizer: “Morrer se preciso for, matar nunca!” Que nosso lema seja: “Sofrer se preciso for; desistir nunca!”

Rubens Lessa (via Revista Adventista)

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