quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Menos Laodiceia, mais Esmirna

Estava revendo à noite na web as reações cristãs a vários fatos recentes na área política, e na nossa área de igreja também, e o verdadeiro embate que se levanta a cada um desses episódios. E não importa se esses fatos são mais à direita ou mais à esquerda no espectro político, a algaravia, o mimimi, o tititi são os mesmos. O que parece é que estamos sempre praticando a maledicência, o falar mal, de forma boquirrota, hostil e inútil. Um processo sem fim.

Só pra lembrar rapidamente alguns fatos: a ex-ministra Maria do Rosário quando defendeu a causa do Sábado e da liberdade religiosa; a mudança do dia de prova do Enem; a recente campanha eleitoral com seus resultados, seus mortos e feridos; as notícias diárias de fraudes e falcatruas políticas; o desenrolar de processos como a Lava Jato e suas consequências judiciais; os escândalos religiosos e eclesiásticos em nosso próprio meio; as novas relações que envolvem valores de família e sexualidade; o drama das cores; a liberação das faltas a aulas e provas no Sábado; a visita do governador ao nosso Campori Sulamericano; etc; etc; etc.

A cada um desses fatos nós, como igreja, nos perdemos em debates e ataques, com posições contra e a favor, e que, na maioria quase absoluta das vezes, não trazem nenhum resultado espiritual prático, não edificam a igreja, não nos fazem crescer na graça, não nos levam a cumprir a maior missão que temos, que é preparar um povo pra ver Jesus voltar.

Quando reflito sobre essas coisas fico pensando que, enquanto não enfrentar a angústia espiritual e a perseguição, enquanto tiver apenas céu de brigadeiro pela frente, a igreja vai continuar sendo cada vez mais Laodiceia, cada vez mais "virgem louca". Como já disse alguém, marinheiro que só conhece a calmaria, quando vem a tempestade, morre afogado. Não há outro modo, a fé só cresce e se sustenta na provação.

Não que se deva desconsiderar fatos como os citados no início, ou não se pronunciar sobre eles, mas, seguramente, apenas quando abandonar as tertúlias que só desconstroem, apenas quando passar a "suspirar e gemer por causa de todas as abominações que se cometem no meio de Jerusalém", apenas quando se dedicar com intensidade à defesa da fé e da sã doutrina, e também, apenas quando tiver um pouco mais do sofrimento e esmagamento de Esmirna, a igreja de Laodiceia, de fato, exalará cheiro suave e caminhará efetivamente da militância para o triunfo.

Mário Jorge Lima (via facebook)

Nota: Como escreveram Paul e Raphael Freston: “Se os cristãos não forem capazes de viver essa ética do amor, dentro da comunidade cristã e justamente no meio da tormenta política que nos divide, como ao país inteiro, não teremos nada a contribuir para com a sociedade, pois ninguém nos reconhecerá como discípulos de Cristo” (A ética do amor em tempos de cólera política, Ultimato, Edição 366, Julho/Agosto de 2017).

Nenhum comentário:

Postar um comentário