segunda-feira, 16 de novembro de 2020

ALCOOLISMO JUVENIL

Se a resistência do chuveiro da sua casa queimar, você sabe trocá-la? Costurar um botão na camisa é algo que você aprendeu a fazer? E declarar o imposto de renda? Enquanto a ciência define diferentes estágios de maturidade e evolução do cérebro aos dez, 20 e 30 anos de idade, as marcas sociais da vida adulta são muitas, e realizar algumas tarefas como essas descritas acima — além de pagar boleto, como bem nos lembram inúmeros memes —, são bons indicativos de independência. Mas, em que momento a gente aprende a fazer tudo isso? Na escola, temas como esses passam longe das apostilas. Em casa, não há mais grandes rituais de transição em que os pais ensinam os filhos a navegar pe... - Veja mais em https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/28/ser-adulto-nao-e-so-pagar-boleto-e-ja-tem-ate-curso-para-encarar-essa-fase.htm?cmpid=copiaecola

Desculpe falar assim “na lata”, mas álcool é droga, sinto muito. Pior que isso, o álcool é uma droga lícita, aceita, louvada e, muitas vezes, seu uso é incentivado pelos próprios familiares. Para ficar ainda pior, custa extremamente barato. É possível comprar uma garrafa de cachaça em qualquer esquina do Brasil por menos de dez reais.

Beber álcool é um hábito visto com olhos muito pouco críticos, como se fosse algo inofensivo. Aliás, a grande maioria das pessoas acredita que diversão e vida social não são coisas possíveis sem um copinho de birita na mão. Bem… antes fosse apenas um copinho.

As bebidas alcoólicas constituem as drogas legalizadas mais consumidas em nosso país. Brasileiro parece ter absoluta certeza de que festa sem algumas doses, não é festa. Bebe-se antes, durante e depois das refeições, bebe-se para comemorar, bebe-se para relaxar, bebe-se para esquecer. Acontece que essa insanidade coletiva não fica apenas na conta dos adultos; nossos jovens estão adquirindo o hábito de beber cada vez mais precocemente.

Mas afinal, o que pode levar um jovem, em plena melhor fase da vida, com um corpo cheio de energia vital e com incontáveis possibilidades de escolha para passar o tempo e aproveitar a vida, a achar que é uma boa ideia entorpecer o cérebro e matar alguns muitos neurônios afogados em porres de vodka, cerveja e tequila?!

O jovem bebe porque tem acesso, porque tem exemplo e porque desenvolve a crença errônea de que ficar embriagado vai resolver seus problemas de autoestima, timidez e falta de desenvoltura social. Quando está sozinho e pode refletir, o jovem até sabe que o álcool é prejudicial e que aquele efeito entorpecente não há de ser benéfico. Mas, quando está cercado pela turma, a teoria morre afogada no primeiro “shot”.

Por lei, menores de idade não podem comprar bebida alcoólica no Brasil. No entanto, a coisa mais fácil do mundo é sair de um supermercado de ambiente feliz e familiar com garrafas e latinhas, cuja quantidade seria suficiente para deixar de pilequinho a vizinhança inteira. E, se a lei não é cumprida, quem vai se responsabilizar pelo consumo de álcool dos menores? A família, que anda cada vez mais omissa? A escola, que finge que não vê o problema? Os órgãos de saúde, que andam mais trôpegos que um bebum em fim de balada?

Basta dar uma chegadinha em qualquer festinha, barzinho ou balada frequentada por jovens com idade entre 13 e 17 anos para observar a quantidade de meninos e meninas embriagados, andando pelo meio dos carros, completamente desorientados, agarrados a litros de bebida, passados de mão em mão e tragados com desenvoltura, diretamente no gargalo.

Dados inéditos de uma pesquisa sobre o uso de drogas entre os alunos de escolas particulares da cidade de São Paulo revelam que um em cada três estudantes do ensino médio se embriagou pelo menos uma vez no mês anterior ao levantamento.

Uma pesquisa realizada pelo Cebrid (Centro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) da Unifesp, ouviu mais de cinco mil alunos do ensino fundamental e médio de trinta e sete escolas particulares da cidade de São Paulo; os dados são alarmantes. Entre os estudantes do ensino fundamental (8º e 9º anos), o total dos que se embriagaram ao menos uma vez no último mês é de 24%. Os jovens ouvidos têm entre 13 e 15 anos.

O pileque, ao contrário do que muita gente quer acreditar, não é uma brincadeira inocente. Sua prática, em verdade, é uma consequência imediata do conceito absurdo que beber é uma prática social. Crianças brasileiras crescem assistindo seus familiares entornando copos de bebida nos mais variados eventos.

É por isso que nossos meninos e meninas chegam à adolescência acreditando que ter um copo de álcool na mão é símbolo de status e de maturidade. Acontece que essa crença distorcida pode vir acompanhada de tragédias anunciadas: jovens morrem atropelados por estarem embriagados, jovens atropelam pessoas inocentes por estarem embriagados, crimes de estupro e abusos crescem assustadoramente em ambientes regados a bebida alcoólica.

O uso costumeiro de álcool desencadeia um processo inflamatório no cérebro, alterando as reações químicas e, consequentemente, as ações provenientes de sinapses neuronais. Jovens habituados a beber têm prejuízos de memória, concentração, atenção e podem desenvolver distúrbios de aprendizagem e transtornos de humor.

E é por isso que nós, os adultos, precisamos acordar e entender que é nossa responsabilidade prevenir e proteger nossas crianças dos perigos iminentes que o uso dessa droga lícita pode oferecer. E acontece que campanha nenhuma vai funcionar enquanto as mídias sociais continuarem inundadas de publicidade que associa o consumo de bebida à prazer, poder e liberdade. Nada será suficiente para alertar essa garotada, enquanto ficar alcoolizado for uma prática recorrente em festas familiares.

Ana Macarini (via Conti Outra)

Nota do blog: Infelizmente, o álcool tem entrado na vida dos brasileiros cada vez mais cedo. Tanto que a idade média da primeira experiência dos jovens com bebidas alcoólicas é de 12,5 anos. O consumo precoce carrega uma série de riscos para a saúde e pode ter sérias consequências para o futuro. Confira abaixo mais algumas fortes advertências, desta vez da pena de Ellen G. White, extraídas do livro Temperança, do capítulo 2 - O Álcool e a Sociedade:

"Olhai a nossos jovens. E escrevo agora o que me faz doer o coração. Eles perderam a força de vontade. Seus nervos estão fracos, porquanto sua força se acha exausta. O rosado viço da saúde não se encontra em seu semblante. O saudável brilho dos olhos, desapareceu. Perdido está seu brilho. O vinho que têm bebido enfraqueceu-lhes a memória. São como pessoas avançadas em anos. O cérebro não mais está apto a produzir seus ricos tesouros quando necessário. [...] 

Há no mundo uma multidão de seres humanos degradados, os quais, cedendo em sua juventude à tentação do fumo e do álcool, envenenaram os tecidos da estrutura humana, e perverteram sua capacidade de raciocínio, até que o resultado fosse justamente o que Satanás tinha em vista. As faculdades do pensamento ficaram obscurecidas. As vítimas cedem à tentação de beber, e vendem toda razão que tiverem por um copo de bebida alcoólica. [...]

Os que frequentam os bares abertos a todos os que são bastante insensatos para se meter com o mal mortal que eles contêm, estão seguindo a vereda que conduz à morte eterna. Eles se estão vendendo, corpo, alma e espírito a Satanás. Sob a influência da bebida que tomam, são levados a fazer coisas das quais, não houvessem provado a enlouquecedora droga, haver-se-iam afastado com horror. Quando se encontram sob a influência do veneno líquido, estão sob o controle de Satanás. Ele os governa, e eles cooperam."
Se a resistência do chuveiro da sua casa queimar, você sabe trocá-la? Costurar um botão na camisa é algo que você aprendeu a fazer? E declarar o imposto de renda?... - Veja mais em https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/28/ser-adulto-nao-e-so-pagar-boleto-e-ja-tem-ate-curso-para-encarar-essa-fase.htm?cmpid=copiaecola
Se a resistência do chuveiro da sua casa queimar, você sabe trocá-la? Costurar um botão na camisa é algo que você aprendeu a fazer? E declarar o imposto de renda? Enquanto a ciência define diferentes estágios de maturidade e evolução do cérebro aos dez, 20 e 30 anos de idade, as marcas sociais da vida adulta são muitas, e realizar algumas tarefas como essas descritas acima — além de pagar boleto, como bem nos lembram inúmeros memes —, são bons indicativos de independência.... - Veja mais em https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/28/ser-adulto-nao-e-so-pagar-boleto-e-ja-tem-ate-curso-para-encarar-essa-fase.htm?cmpid=copiaecola
Se a resistência do chuveiro da sua casa queimar, você sabe trocá-la? Costurar um botão na camisa é algo que você aprendeu a fazer? E declarar o imposto de renda? Enquanto a ciência define diferentes estágios de maturidade e evolução do cérebro aos dez, 20 e 30 anos de idade, as marcas sociais da vida adulta são muitas, e realizar algumas tarefas como essas descritas acima — além de pagar boleto, como bem nos lembram inúmeros memes —, são bons indicativos de independência. Mas, em que momento a gente aprende a fazer tudo isso? Na escola, temas como esses passam longe das apostilas. Em casa, não há mais grandes rituais de transição em que os pais ensinam os filhos a navegar pe... - Veja mais em https://tab.uol.com.br/noticias/redacao/2020/04/28/ser-adulto-nao-e-so-pagar-boleto-e-ja-tem-ate-curso-para-encarar-essa-fase.htm?cmpid=copiaecola

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