A operação de resgate vai precisar de US$ 35 bilhões para sair ao socorro de um verdadeiro exército de famintos, destituídos e abandonados em locais como Síria, Venezuela, Paquistão, Haiti, Afeganistão, Iêmen, Colômbia, Ucrânia e outros países.
Se projeções do FMI, Banco Mundial e de outras instituições apontam para o início da recuperação da economia mundial em 2021, a ONU relembra que a crise de 2020 terá seu impacto prolongado entre os grupos mais vulneráveis e populações que já viviam em uma situação delicada.
Os dados apontam que o número de pessoas afetadas por crises humanitárias é 40% superior aos dados de 2020. O total é quase três vezes maior que em 2015. No total, 56 países precisarão de ajuda internacional, inclusive o Brasil, para lidar com os venezuelanos na região norte do país.
“Se todos aqueles que precisarem de ajuda humanitária no próximo ano vivessem num país, seria a quinta maior nação do mundo, com uma população de 235 milhões de habitantes”, diz a ONU, que espera implementar uma operação para alimentar e dar abrigo para 160 milhões de pessoas em 2021.
O provável cenário será decorrente da pandemia que já matou milhares de pessoas ao redor do planeta. Outra preocupação extra diz respeito à imunização em escala global. De acordo com a ONU, há um risco real de que a vacina contra o novo coronavírus chegue apenas para uma parcela rica do planeta e que milhões de pessoas ainda tenham de esperar meses ou anos para serem imunizados.
Convivendo com a crise
Tempos críticos não são “privilégios” desta geração. A história da
humanidade está pontilhada de momentos conturbados e angustiantes,
sobretudo na trajetória da igreja. Jesus, que enfrentou as crises mais
difíceis, foi quem previu que, neste mundo, teríamos aflições (Jo
16:33). Os heróis da fé tiveram que aprender a lidar com as intempéries
da vida. Paulo, por exemplo, declarou: “Aprendi a adaptar-me a toda e
qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter
fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer
situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando
necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece” (Fp 4:11-13, NVI).
As crises também fizeram parte da rotina dos pioneiros do adventismo.
Numa época em que os pastores tinham que dividir o tempo entre a
pregação do evangelho e o trabalho duro no campo, Tiago e Ellen White,
como outros pioneiros, lutaram contra a pobreza, as terríveis privações,
enfermidades e a perda de entes queridos. A situação financeira do
casal era tão precária que, certa vez, ao remendar o casaco já remendado
do esposo, Ellen afirmou que era difícil identificar o pano original
das mangas (Vida e Ensinos, p. 116). Diante das dificuldades, ela
chegou a questionar se Deus os havia abandonado, mas acabou concluindo
que “os sofrimentos e as provações nos aproximam de Jesus” (Idem, p. 115).
Atitude certa
Sem dúvida, a melhor solução para enfrentar as crises da vida é
apegar-se a Deus. Como mostram Lothar C. Hoch e Susana M. Rocca no livro
Sofrimento, resiliência e fé: implicações para as relações de cuidado, a psicologia tem comprovado que a fé tem um papel fundamental na superação de dificuldades e experiências traumáticas.
No entanto, em meio ao turbilhão de uma crise, é normal que as pessoas
tenham atitudes diferentes em relação à religião ou à espiritualidade.
Há aqueles que, nos momentos de dificuldade, simplesmente abandonam a
fé. Permitem que o desemprego, as contas atrasadas, a ameaça de despejo,
as doenças ou os conflitos familiares os desanimem e os afastem de Deus
e da igreja. As preocupações são tantas que a leitura da Bíblia e a
oração são deixadas em segundo plano, quando não totalmente esquecidas.
No outro extremo, a segunda atitude é a daqueles que, quanto mais
sofrem, mais se aproximam de Deus e das coisas espirituais. A pessoa que
assume essa postura entende que sua única esperança está além deste
mundo e que orações mais fervorosas, mais estudo da Bíblia e mais
frequência à igreja poderão trazer bons resultados, seja na solução dos
problemas ou em obter a força necessária para suportá-los.
A terceira atitude frente a momentos de crise é aquela em que a pessoa
não abandona completamente a fé nem recorre a ela com maior intensidade,
mas acaba adotando um comportamento intermediário, semelhante à
mornidão da igreja de Laodiceia (Ap 3:14-18). Quem está nessa condição
tem a consciência de que não pode viver sem Deus e sem a comunhão da
igreja, por isso segue com suas práticas religiosas, mas de maneira
mecânica, com o brilho ofuscado pelo excesso de preocupações.
Qual desses é o seu perfil? Como você tem reagido às provações da vida? Qual é o efeito da crise sobre sua fé?
Tempo de oportunidades
Na Bíblia, a crise e o sofrimento são comparados ao fogo que purifica o
metal precioso de nossa fé (1Pe 1:6, 7; 4:12, 13; Rm 5:3-5; Hb 11:35-38;
Tg 1:12). Ellen White escreveu que “as provações da vida são obreiras
de Deus para remover de nosso caráter impurezas e arestas.” Segundo ela,
só as pedras que o Mestre considera preciosas são submetidas ao
desgastante processo de lapidação e polimento, para servirem “como colunas de um palácio” (O Maior Discurso de Cristo, p. 23, 24).
Thomas DeWitt Talmage, um dos grandes pregadores do século 19, resumiu
de forma poética o resultado da crise na vida dos personagens bíblicos:
“Quando Davi andava em fuga pelo deserto, ele estava sendo preparado
para se tornar o suave cantor de Israel. A cova e a masmorra foram as
melhores escolas em que José foi diplomado. O furacão que desmantelou a
tenda de Jó e matou seus filhos preparou o homem de Uz para […] o
magnífico poema que tem sido o encanto de todas as épocas. Não existe
outro meio de extrair da palha o trigo, senão trilhando-a. Não há outro
meio de purificar o ouro senão queimando-o” (One Thousand Best Gems, p.83).
Por mais difíceis e traumáticas que sejam, as crises podem ser encaradas
como ocasiões de oportunidade de aprender, crescer e se fortalecer. As
crises não duram para sempre, mas os frutos de decisões tomadas em
tempos difíceis podem ser eternos. É preciso lembrar que, comparados à
eternidade, nossos sofrimentos nesta vida são “leves e momentâneos”. Por
isso, devemos fixar os olhos “não naquilo que se vê, mas no que não se
vê, pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno” (2Co
4:17, 18, NVI).
Concluímos com este pensamento de Ellen G. White: "Nunca
permitais que Satanás vos desanime. O Senhor sempre nos está adestrando
por meio de dificuldades. Sede perseverantes na oração. Entregai tudo a
Deus em oração — vossas preocupações financeiras, vossas decepções,
vossas alegrias, vossos temores" (Este dia com Deus,
p. 16).
[Com informações de UOL e Revista Adventista]
Estava precisando aprender tudo isso...Que o Espírito de Cristo continue a iluminar a mente dos que postam esses materias, amém!
ResponderExcluir