Jesus
morreu pelos nossos pecados! Essa é a afirmação central e de maior
importância em toda a Bíblia. Em Hebreus 9:22 está escrito que “sem
derramamento de sangue, não há remissão”. O ser humano pecador estava
com seu destino traçado, a morte, como consequência dos seus pecados.
Mas Deus em seu infinito amor assumiu a culpa dos nossos erros e nos deu
a possibilidade da vida eterna.
Por meio da
igreja, pessoas confirmam a boa notícia de que há uma solução para o
problema do pecado. Na cruz do Calvário, os pecados de todos estavam
depositados. A vida sem pecado de Jesus terminou com uma morte não
necessária, mas escolhida por Jesus.
Os cristãos não são perfeitos, são apenas pessoas que sentem-se
perdoadas e que querem ajudar outros a sentirem-se da mesma forma.
Conscientes do perdão, os cristãos recebem uma missão especial de Deus:
“Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em
nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mateus 28:19).
A ordem de Jesus para fazer discípulos implica também no fato de que
antes de fazer é necessário ser um discípulo. Não existe na Bíblia
nenhuma indicação para apenas desfrutar o perdão de Jesus e não ter que
se relacionar com ele.
Esse sentimento não é novo nos círculos cristãos, mas nos últimos anos
vem ganhando espaço com um pensamento utilitarista da religião. Não
existe fundamento bíblico para a ideia de que os seres humanos podem
optar por aceitar a Cristo, porque precisam dEle como Salvador, e então
tem o direito de obedecer ou não o que Ele deixou como instrução e norma
em Sua palavra.
Essa falsa compreensão de que existe salvação sem obediência cria a
ideia do cristão vampiro, como apresentado por Dallas Willard no livro
“A Grande Omissão”.
Os vampiros são seres mitológicos e parte de um folclore muito antigo.
São personagens comuns nos temas de terror e que se alimentam de sangue.
É aqui que entra a comparação com um certo tipo de cristianismo. Talvez
você pense que a comparação foi muito pesada, mas acredito que a força
da comparação vai ajudar a entender melhor o perigo desse tipo de estilo
de relacionamento com Jesus.
O cristão vampiro é aquele que entendeu o sacrifício de Jesus e diz a
Ele: “Eu quero um pouco de seu sangue para ser perdoado, por favor. Mas
eu não quero ser seu discípulo e nem me preocupar em imitá-Lo.” E isso é
realmente o que Jesus espera?
Você não pode realmente confiar nEle para o perdão dos pecados, enquanto
não confiar nEle para todas as outras coisas da sua vida. Estamos num
processo constante de aprendizagem e crescimento. É o que chamamos de
santificação. Lutamos contra nós mesmos (Romanos 7:15) por causa da
tendência que temos ao pecado. Lamentavelmente as pessoas, em geral,
escolhem o pecado e criam muitas explicações sobre porque é aceitável
pecar. Mas, mesmo assim, ninguém escolhe ser um pecador. As pessoas
podem até admitir uma mentira, por exemplo, mas definitivamente sempre
negarão que são mentirosas. É como aceitar que peco, mas que não sou
pecador.
Jesus nos liberta das nossas intenções fracassadas e isso requer
continuidade. Em João 15, por exemplo, Jesus repete 11 vezes a expressão
“permanecer”. A permanência na videira não ocorre automaticamente.
Separado da videira, não pode o ramo viver. Da mesma forma, um cristão
não pode viver separado dEle.
É pela contínua comunhão com Ele que é possível crescer. Nenhum ramo
produzirá fruto se estiver apenas ocasionalmente conectado à videira. A
ligação precisa ser consistente. O ramo precisa permanecer na videira.
Comunhão a cada dia, a cada hora e em qualquer situação.
Esta é a união que aparece retratada em João 6, sob a figura de comer o
Seu corpo e beber o Seu sangue. O verso 63 oferece um indicador: “As
palavras que Eu vos tenho dito, são espírito e são vida.” Assim, é por
intermédio da Bíblia e da oração que podemos permanecer nEle e quem não
permanecer será incapaz de produzir fruto, logo será cortado.
Comunhão contínua consiste de contínua conversa. Orar sem cessar
significa manter ininterrupta comunhão com Deus. Os frutos do Espírito
são desenvolvidos como consequências da comunhão permanente. São eles o
amor, a alegria, a paz, a longanimidade, a benignidade, a bondade, a
fidelidade, a mansidão e o domínio próprio (Gálatas 5:22).
A comunhão contínua coloca o ser humano em seu verdadeiro papel dentro
do plano da salvação e é um antídoto contra o vampirismo cristão. Jesus
precisa ser o todo.
O primeiro mandamento da lei de Deus adverte a não se ter outros deuses
diante do Criador. Deuses não se referem apenas a entidades criadas, mas
um “deus” sempre será aquilo que ocupa o primeiro lugar em seu coração.
Deus está nos advertindo a não ter nada em primeiro lugar no coração
senão Ele. A verdade é que se Deus não for o primeiro, Ele também não
será o segundo e nem o terceiro. Com Deus, ou é tudo ou nada.
Ou você está ou não está. O vampirismo é ficar em cima do muro da
entrega total e praticar um cristianismo interesseiro. Lute contra isso e
permaneça ligado Àquele que nunca desistiu de você e que deu Seu sangue
para que você pudesse ter uma nova vida, não só a eterna, mas uma nova
vida desde agora.
Rafael Rossi (via Em dia com o nosso tempo)
"Os cristãos são ramos, apenas ramos, na Videira viva. Nossa vida tem de vir da videira-mãe. É somente mediante união pessoal com Cristo, por comunhão com Ele diariamente, a toda hora, que podemos produzir os frutos do Espírito Santo. Nosso crescimento na graça, nossa felicidade, nossa utilidade, tudo depende de nossa união com Cristo e o grau de fé que nEle exercemos" (Ellen G. White - A Maravilhosa Graça de Deus, p. 210).
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