Esqueça o ambiente bonitinho e angelical que você costuma ver nos
presépios ou nos filmes sobre o Natal. Você já visitou o estábulo de um
hotel-fazenda? Já viu como é o local onde os cavalos e as vacas ficam
abrigados? Se já teve essa experiência, puxe pela memória e tente se
lembrar dos cheiros, dos insetos, do que havia pelo chão. Agora você
começa a ter uma percepção real de como foram os primeiros momentos de
vida daquele bebê, o início de sua jornada na terra.
O ar que pela primeira vez entrou nos pulmões daquele recém-nascido foi o
do interior de um estábulo. Sua maternidade não foi uma clínica
limpinha, cheirosa e desinfetada, mas um ambiente insalubre que reunia
uma mescla de odores de animais, de estrume e de urina. Quem sabe as
moscas, que costumam infestar esses ambientes, tenham pousado nos
bracinhos e no rosto do bebê, passeado por seus lábios, incomodado sua
mãe. Carrapatos fatalmente andavam por ali. Talvez pulgas ou pombos, que
muitas vezes se abrigam nas reentrâncias do teto.
O recém-nascido tampouco foi deitado num bercinho fofo e cheio de
bichinhos de pelúcia e móbiles. Sua primeira cama foi um cocho, um
comedouro, objeto rústico e sem glamour em que vacas, cavalos, jumentos,
bodes e outros animais deixam saliva e muco nasal ao mastigar o
alimento. Sim, o bebê não foi deitado em um berço de ouro e cetim, mas,
provavelmente, ficou cercado de baba de animais. Acredite, não é o tipo
de local em que você gostaria de deitar seu filhinho após o nascimento.
A jornada daquele menino prosseguiu. Perseguido pela maldade humana, ele
teve de fugir para o distante Egito. Como terá sido a viagem, por
centenas de quilômetros, para aquele menininho? Confortável? Pense em
quando você viaja com seus filhos e eles, mesmo acomodados no conforto
do ar condicionado do carro, com seus bancos macios, começam logo a
perguntar, entediados: “Já estamos chegando? Falta muito? E agora, já
estamos chegando?”. José e Maria levaram seu filhinho, ida e volta, por
caminhos áridos no lombo de um animal. Dura, a jornada.
O tempo passou, e o menino cresceu dentro da carpintaria de seu pai.
Ali, aprendeu e se dedicou ao trabalho braçal, entre serragem, pó de
madeira, pregos, cravos e farpas. Com dignidade, sim, mas numa vida que
exigia esforço, suor e muitas horas de dedicação física e mental.
Dureza.
Adulto, sua jornada mudou radicalmente de rumo. Saiu do anonimato,
expôs-se à sociedade, tornou-se alvo de desconfiança, calúnias e inveja.
Sua vida consistia em percorrer longas distâncias, encontrando pessoas
de todos os tipos, muitas delas hostis e que pagaram seu amor
transbordante com ódio assassino. Também conviveu, por opção, com a
escória da sociedade de então: prostitutas, leprosos, ladrões,
hipócritas, corruptos. Não, aquele homem não viveu cercado pelos
perfumados e bem-nascidos, paparicado pelos chiques e famosos; ele
conviveu com os indesejáveis, os doentes, os imundos.
Você já conseguiu perceber como a jornada de vida daquele homem foi
difícil? Foi árdua. Não houve moleza. Tampouco terminou de forma
pomposa, luxuosa ou bonita: o inocente foi preso como um criminoso,
ofendido, esbofeteado, humilhado, cuspido, xingado, caluniado, açoitado,
torturado. Crucificado. Morto.
Sua jornada foi pedregosa, do estábulo à cruz.
Mas há um detalhe fundamental.
Repare no que dizem as Escrituras:
“E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória
que eu tinha contigo antes que o mundo existisse” (Jo 17:5).
“Estêvão,
cheio do Espírito Santo, levantou os olhos para o céu e viu a glória de Deus, e Jesus em pé, à direita de Deus” (At 7:55).
“Não devia o Cristo sofrer estas coisas, para entrar na sua glória?” (Lc 24:26).
Consegue identificar o que houve na jornada do Cristo antes do estábulo e depois da cruz?
Glória.
A vida não é fácil. Não é limpinha, desinfetada, impecável. Viver traz
consigo a certeza de, em muitos momentos, ter de enfrentar dor,
tristeza, decepção, luto, doença, rejeição, mágoa — a sujeira e a
dificuldade da caminhada. Todos passaremos por isso. Você pode estar
passando por isso neste momento.
Mas existe uma diferença entre quem enfrenta a jornada da vida com
Cristo ou sem Cristo. Para quem está na jornada com Cristo existe esta
certeza: depois das muitas e dolorosas dificuldades, o que está à sua
espera é… glória.
Glória eterna.
Este texto foi extraído do livro Na jornada com Cristo de Maurício Zágari (via Apenas).
Nota do blog: Confira também estes lindos textos de Ellen G. White:
"Seu nascimento foi destituído de grandeza mundana. Ele nasceu em um estábulo, e teve por berço uma manjedoura; contudo o Seu nascimento foi muito mais honrado do que o de qualquer dos filhos dos homens. Anjos celestiais informaram os pastores do advento de Jesus, e luz e glória de Deus acompanharam seu testemunho. A hoste celestial tangeu suas harpas e glorificou a Deus. Triunfantemente anunciaram o advento do Filho de Deus a um mundo caído a fim de cumprir a obra da redenção e trazer paz, felicidade e vida eterna ao homem, mediante Sua morte. Deus honrou o advento de Seu Filho. Os anjos O adoraram" (Primeiros Escritos, p. 153).
"Jesus, a Majestade do Céu, o nobre Rei do Céu, pôs de lado Sua realeza, deixou Seu trono de glória, Sua alta posição, e veio ao nosso mundo para trazer ao homem caído, debilitado nas faculdades morais e corrompido pelo pecado, auxílio divino" (O Lar Adventista, p. 481).
"Jesus deixou Seu lar na glória, Sua majestade e alto comando, para salvar o homem perdido. Tornou-Se pobre para que por Sua pobreza nos tornássemos ricos. Submeteu-Se a insultos para que o homem pudesse ser exaltado e proveu um lar incomparável em seus encantos, e duradouro como o trono de Deus" (Testemunhos para a Igreja 1, p. 680).
"Cristo deixou a Sua glória, Sua honra, Seu elevado comando, e por nossa causa Se tornou pobre para que através de Sua pobreza enriquecêssemos. Agora a pergunta que surge é: Que farei individualmente por Jesus que deu a vida por um mundo arruinado? (Testemunhos para a Igreja 4, p. 627).
"Jesus deixou Seu lar na glória, Sua majestade e alto comando, para salvar o homem perdido. Tornou-Se pobre para que por Sua pobreza nos tornássemos ricos. Submeteu-Se a insultos para que o homem pudesse ser exaltado e proveu um lar incomparável em seus encantos, e duradouro como o trono de Deus" (Testemunhos para a Igreja 1, p. 680).
"Cristo deixou a Sua glória, Sua honra, Seu elevado comando, e por nossa causa Se tornou pobre para que através de Sua pobreza enriquecêssemos. Agora a pergunta que surge é: Que farei individualmente por Jesus que deu a vida por um mundo arruinado? (Testemunhos para a Igreja 4, p. 627).
Como sempre, belíssimo post para refletirmos sobre verdades importantes para nossos dias.
ResponderExcluirBjo e fk c Deus
Nana
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