O que é o "fogo do inferno" mencionado em Mateus 5:22?
Minha resposta curta à pergunta acima é: “Algo que não desejamos!” O texto literal no grego é “Gehenna de fogo” ou “inferno de fogo”, e não “inferno”, cuja tradução para o grego seria hades. A trajetória do uso do substantivo Gehenna mostra como um termo geográfico passou a designar um lugar de julgamento dos ímpios.
1. Gehenna como um termo geográfico. O termo grego geenna, do qual veio Gehenna, é uma transliteração do termo hebraico gê hannôm, que significa “Vale de Ben-Hinom”. Esse era um vale literal localizado na região sul de Jerusalém que servia de fronteira entre o território de Judá e Benjamim. Nesse vale os israelitas construíram um local de adoração chamado Tophet, onde deuses pagãos eram adorados e onde Acaz e Manassés adoravam os baalins canaanitas e sacrificavam crianças a Moloque (2Cr 28:2, 3; 33:6; cf. Jr 32:35). O vale estava associado à rebelião contra Deus e aos sacrifícios queimando crianças. Jeremias anunciou que o Vale de Ben-Hinon se transformaria no “Vale da Matança”, lugar de castigo para o povo rebelde de Deus, um cemitério (Jr 7:30-34; 19:1-9). Embora não tenha mencionado o vale especificamente, Isaías usa o conceito associado a ele, referindo-se ao dia do julgamento universal de Deus contra os ímpios. Deus vem com fogo para julgar “toda a humanidade” (Is 66:16). Ao saírem da cidade, os israelitas veriam cadáveres: “o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará” (v. 24).
2. Gehenna como o destino final dos ímpios. Jesus une as mensagens de Jeremias e de Isaías ao falar sobre a destruição dos ímpios no julgamento final, ao qual chamou de “condenação do inferno”, literalmente “julgamento de Gehenna”, que quer dizer os condenados ao Gehenna (Mt 23:33; cf. 5:22), de onde os ímpios não conseguiriam escapar. Gehenna é o fogo que irá destruir total e permanentemente a vida e o corpo dos ímpios, após ressuscitarem (Mt 10:28; Lc 12:4, 5). Nos sacrifícios humanos, primeiro matavam a criança, então o corpo era jogado no fogo para que se unisse aos ímpios. De fato, Jesus frequentemente fala sobre o corpo todo ser lançado no Gehenna, o fogo do julgamento de Deus (ver Mt 5:29, 30; Mc 9:43-48). A descrição dos ímpios sendo lançados no Gehenna indica o uso de força (grego ballo, “lançar”, “colocar” [Mt 5:29; 18:8]) ou como partindo para Gehenna, enfatizando a separação (aperchomai, “ir embora”, “partir” [Mc 9:43]). A ideia de que uma alma imortal separada do corpo vai para o inferno/Gehenna para queimar para sempre não é encontrada em nenhuma das passagens onde esse substantivo é usado. Enquanto os ímpios vão para o fogo da morte eterna, os justos entram para a vida com o Senhor (Mc 9:43, 49; Mt 19:8).
3. Gehenna e o fogo inextinguível. Já observamos que o Gehenna designa julgamento pelo fogo e, consequentemente, é chamado de “inferno de fogo” (Mt 18:9). O que tem confundido algumas pessoas é esse “fogo que nunca se apaga” (Mc 9:43; cf. Lc 3:17). Essa frase simplesmente significa que os seres humanos não têm controle sobre esse fogo; ele continuará queimando até que não haja mais nada a ser queimado. Jesus explica o fato citando Isaías 66:24. O Gehenna é o lugar em que “o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará”. A linguagem é figurativa no sentido de que as duas descrições parecem ser incompatíveis. O cadáver está sendo comido por vermes ou queimado pelo fogo? A ideia é: está sendo totalmente aniquilado. Os vermes e o fogo continuarão vivos
até que todos os resquícios sejam eliminados.
Muito obrigado, Jesus, por nos livrar do Gehenna (a morte eterna)!
Ángel Manuel Rodríguez (via Revista Adventista)
1. Gehenna como um termo geográfico. O termo grego geenna, do qual veio Gehenna, é uma transliteração do termo hebraico gê hannôm, que significa “Vale de Ben-Hinom”. Esse era um vale literal localizado na região sul de Jerusalém que servia de fronteira entre o território de Judá e Benjamim. Nesse vale os israelitas construíram um local de adoração chamado Tophet, onde deuses pagãos eram adorados e onde Acaz e Manassés adoravam os baalins canaanitas e sacrificavam crianças a Moloque (2Cr 28:2, 3; 33:6; cf. Jr 32:35). O vale estava associado à rebelião contra Deus e aos sacrifícios queimando crianças. Jeremias anunciou que o Vale de Ben-Hinon se transformaria no “Vale da Matança”, lugar de castigo para o povo rebelde de Deus, um cemitério (Jr 7:30-34; 19:1-9). Embora não tenha mencionado o vale especificamente, Isaías usa o conceito associado a ele, referindo-se ao dia do julgamento universal de Deus contra os ímpios. Deus vem com fogo para julgar “toda a humanidade” (Is 66:16). Ao saírem da cidade, os israelitas veriam cadáveres: “o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará” (v. 24).
2. Gehenna como o destino final dos ímpios. Jesus une as mensagens de Jeremias e de Isaías ao falar sobre a destruição dos ímpios no julgamento final, ao qual chamou de “condenação do inferno”, literalmente “julgamento de Gehenna”, que quer dizer os condenados ao Gehenna (Mt 23:33; cf. 5:22), de onde os ímpios não conseguiriam escapar. Gehenna é o fogo que irá destruir total e permanentemente a vida e o corpo dos ímpios, após ressuscitarem (Mt 10:28; Lc 12:4, 5). Nos sacrifícios humanos, primeiro matavam a criança, então o corpo era jogado no fogo para que se unisse aos ímpios. De fato, Jesus frequentemente fala sobre o corpo todo ser lançado no Gehenna, o fogo do julgamento de Deus (ver Mt 5:29, 30; Mc 9:43-48). A descrição dos ímpios sendo lançados no Gehenna indica o uso de força (grego ballo, “lançar”, “colocar” [Mt 5:29; 18:8]) ou como partindo para Gehenna, enfatizando a separação (aperchomai, “ir embora”, “partir” [Mc 9:43]). A ideia de que uma alma imortal separada do corpo vai para o inferno/Gehenna para queimar para sempre não é encontrada em nenhuma das passagens onde esse substantivo é usado. Enquanto os ímpios vão para o fogo da morte eterna, os justos entram para a vida com o Senhor (Mc 9:43, 49; Mt 19:8).
3. Gehenna e o fogo inextinguível. Já observamos que o Gehenna designa julgamento pelo fogo e, consequentemente, é chamado de “inferno de fogo” (Mt 18:9). O que tem confundido algumas pessoas é esse “fogo que nunca se apaga” (Mc 9:43; cf. Lc 3:17). Essa frase simplesmente significa que os seres humanos não têm controle sobre esse fogo; ele continuará queimando até que não haja mais nada a ser queimado. Jesus explica o fato citando Isaías 66:24. O Gehenna é o lugar em que “o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará”. A linguagem é figurativa no sentido de que as duas descrições parecem ser incompatíveis. O cadáver está sendo comido por vermes ou queimado pelo fogo? A ideia é: está sendo totalmente aniquilado. Os vermes e o fogo continuarão vivos
até que todos os resquícios sejam eliminados.
Muito obrigado, Jesus, por nos livrar do Gehenna (a morte eterna)!
Ángel Manuel Rodríguez (via Revista Adventista)
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