quarta-feira, 2 de junho de 2021

AS 4 CRISES DO NOVO MEMBRO

Após a sua experiência de batismo, o novo membro pode passar por pelo menos quatro crises em sua vida espiritual. Gostaria de sugerir algumas características desses obstáculos que dificultam o seu progresso espiritual, bem como sintomas e prováveis soluções, na esperança de que esses novos discípulos possam ser ajudados em sua jornada de vida.

1 – A Crise de Desencorajamento
Essa crise ocorre quando um indivíduo falha em corresponder aos altos padrões que ele desposou imediatamente antes do seu batismo. No batismo, ele comprometeu-se publicamente com esses padrões. Mas depois, ele geralmente percebe que tendências de sua velha vida ainda estão presentes. Ele pode ainda ter acessos de mau humor. Pode quebrar o sábado, ou mesmo “escorregar” e xingar. Quando esses velhos hábitos o dominam novamente, pode haver um período de grande desânimo. Um sentimento de derrota o envolve. Desencorajado, com baixa auto-estima, ele pode se sentir um hipócrita. Sua reação natural é fugir do contato com a igreja que ele fez compromissos no batismo. A culpa levou Adão e Eva a fugirem da presença de Deus. Ele procurará fazer o mesmo.

Sintomas: Os principais sintomas dessa crise são absenteísmo da igreja ou qualquer significativa ausência dos eventos sociais ou reuniões de oração. É também identificado por uma reconhecível perda de animação na vida cristã. Pode-se manifestar na falta de desejo de demorar um pouco mais após o culto. Um apressado cumprimento, um semblante desanimado ou uma disposição séria pode ser indicações da crise de desencorajamento.

Solução: Um indivíduo que passa por essa crise pode ser ajudado se o seu problema for detectado rapidamente. Uma ligação telefônica, uma palavra de ânimo, uma oração, um cartão com mensagem encorajadora ou uma visita pastoral podem ser como raios de esperança na escuridão. Ele não necessita de condenação. Sentir sua crise, ouvir os seus problemas e oferecer encorajamento genuíno é tudo que ele necessita.

2 – A Crise de Integração
Essa crise acontece quando o indivíduo falha em substituir os velhos amigos da sua vida anterior ao batismo por novos amigos. Isso ocorre quando a pessoa aceita as doutrinas da igreja, mas não se integra à sua estrutura social. Desde que os humanos são seres sociáveis, a crise acontece quando o indivíduo não se torna parte da rede de amizades da igreja. Ele se sente sozinho, isolado até dos próprios familiares por causa da sua fé.

Sintomas: Esse novo membro começa a chegar tarde à igreja, se assenta sozinho e raramente frequenta os programas sociais da igreja. Se o faz, geralmente fica isolado em um canto. Para ele, religião é simplesmente frequentar a igreja no sábado pela manhã, porque ele crê nas doutrinas adventistas. Mas geralmente, ele não frequenta a Escola Sabatina. Ele se associa muito pouco com os membros. Ele pode ficar assim por semanas e meses, porém, mais cedo ou mais tarde, ele deixará a igreja.

Solução: Essas pessoas necessitam de imediata atenção pessoal. Faça tentativa ativa de ajudá-lo a desenvolver amizades da igreja. Esforços especiais precisam ser feitos para convidá-lo aos eventos sociais da igreja. Um convite para um almoço no sábado, uma excursão a alguma instituição adventista, noites esportivas, acampamentos ou conectá-lo a um mentor espiritual (guardião) fazem parte das medidas preventivas. Durante os primeiros seis meses, muitas pessoas deixam a igreja por causa da crise de desencorajamento ou a crise de integração, mais do que por qualquer outra coisa. Calor, companheirismo e relacionamento pessoal são fatores de prevenção da apostasia.

3 – Crise de Estilo de Vida
Esta crise geralmente acontece entre 6-8 meses após o batismo. Ela ocorre quando o indivíduo falha em se integrar ao estilo de vida ensinado pela Bíblia e praticado na Igreja Adventista. Provavelmente não tenha se adaptado ao estilo ou horário dos cultos. O sábado é guardado de maneira descuidada. Ele continua frequentando velhos lugares de diversão. Embora ele esteja presente na igreja aos sábados pela manhã, o impulso da velha vida é muito forte. Sua experiência pessoal é ainda superficial. A semente do evangelho firmou suas raízes, mas a profundidades é pouca. Ele ainda não tem hábitos devocionais, passa pouco tempo em oração e estudo da Bíblia. Resumindo, ele ainda não conhece a Jesus.

Sintomas: Geralmente não frequenta a Escola Sabatina e os cultos de oração. Ele não se envolve em atividades missionárias, não lê nossa literatura denominacional e não se interessa em eventos da igreja tais como campais, congressos, programas de treinamento. Há pouco envolvimento e nenhum crescimento espiritual.

Solução: A grande necessidade para quem experimenta esta crise é um significativo período devocional. Cuide para que ele tenha literatura adventista adaptada aos seus interesses e necessidades. Um contínuo estímulo para promover o crescimento espiritual deste adventista laodiceano é envolvê-lo nos pequenos grupos, onde ele participará de um significativo programa de estudos bíblicos e testemunhos. No ambiente de um pequeno grupo, de 8 a 12 indivíduos, haverá maiores oportunidades de crescimento espiritual.

4 – Crise de Liderança
Esta crise geralmente ocorre depois que o indivíduo tem demonstrado fidelidade a Cristo e a Sua igreja. Vamos supor que a igreja seja relativamente pequena. Ele começa a ser integrado à estrutura de liderança. Talvez ele seja colocado numa comissão de nomeações. Ele começa a perceber o funcionamento interno da igreja. O “elo de santidade” perde o brilho. Ele reconhece que todos os membros da igreja não são “santos”. Durante as reuniões da comissão de nomeações há uma franca avaliação dos membros eleitos para diversos departamentos. O choque de pertencer a uma igreja composta de pessoas falhas e defeituosas o desencorajam.

Sintomas: A crise pode se expressar em criticismo, maledicência, quebra de sigilo após as reuniões de comissão, ou um sentimento geral de descontentamento. Às vezes, uma pessoa que passa por essa crise, após participar em uma comissão de nomeações, se recuse a aceitar cargos na sua igreja. Pode haver criticismo de um lado e profundo sentimento de ansiedade do outro.

Solução: Geralmente uma ou duas sessões de aconselhamento enfatizando a divina origem da igreja e as fraquezas e fragilidades da liderança humana é suficiente para ajudar esta pessoa. A crise de liderança geralmente ocorre porque um indivíduo não tem maturidade espiritual para reconhecer a “humanidade” dos membros da igreja. O pastor deve orientar cada novo adventista eleito para posição de liderança acerca da fragilidade dos seres humanos e da urgente necessidade de cooperação mútua. A unidade deve ser colocada acima das opiniões individuais.

Em cada em das crises que temos discutido – crise de desencorajamento, crise de integração, crise de estilo de vida e crise de liderança – o maior ingrediente para prevenir apostasia é o amor que continuamente diz: “Estou interessado em você, estou preocupado. Eu me importo”. Amor manifesto numa chamada telefônica, num bilhete ou cartão, num sorriso, um caloroso aperto de mão, um convite para jantar, podem ser mais eficientes do que um sermão. Faríamos bem em lembrar as palavras de um pequeno garoto de uma favela que, ao passar por um pregador de rua que falava sobre o amor de Deus, parou e gritou: “Ei, pregador, eu quero ver amor vestido de pele!”

Ganhar almas é a mais maravilhosa obra do mundo. Nesta atividade, Deus e o evangelista trabalham lado a lado. Essa parceria de contínua aventura na obra de ganhar almas é o que eu lhe sugiro a entrar hoje. Deus o abençoe.

Traduzido de Leo Schriven, Seed`s 98, Church Planting Conference por Emilio Abdala (via Missão Urbana)

"Quando homens e mulheres aceitam a verdade, não devemos retirar-nos e deixá-los, sem sentir mais nenhuma responsabilidade por eles. Eles devem ser velados. Cumpre ter na alma uma preocupação por eles, e cuidar deles como mordomos que por eles têm de prestar contas. Então, ao falardes ao povo, dai a cada homem sua devida porção de alimento ao tempo devido; mas precisais encontrar-vos em situação em que vos seja possível distribuir esse alimento. [...]

Os recém-chegados à fé devem receber um trato paciente e benigno, e é dever dos membros mais antigos da igreja cogitar meios e modos para prover auxílio, simpatia e instrução para os que se retiraram conscienciosamente de outras igrejas por amor da verdade, separando-se assim dos cuidados pastorais a que estavam habituados. A igreja tem responsabilidade especial quanto a atender essas almas que seguiram os primeiros raios de luz recebidos; e caso os membros da igreja negligenciem este dever, serão infiéis ao depósito a eles confiado por Deus. [...]

Depois de as pessoas se haverem convertido à verdade, cumpre sejam cuidadas. Parece que o zelo de muitos pastores esmorece assim que alcançam certa medida de êxito em seus esforços. Não compreendem que os novos conversos necessitam ser atendidos - vigilante atenção, auxílio, animação. Não devem ser deixados a si mesmos, presa das mais poderosas tentações de Satanás; eles precisam ser instruídos com relação a seus deveres, ser bondosamente tratados, conduzidos e visitados, orando-se com eles. Essas almas necessitam do alimento dado a seu tempo a cada homem"

(Ellen G. White - Evangelismo, cap. 10, pp. 334-383).

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