segunda-feira, 11 de outubro de 2021

ROUND 6

Lançada em setembro, a nova série coreana Round 6, da Netflix, já foi parar na lista de maiores sucesso da história do streaming. No entanto, paralelamente ao sucesso, vem causando polêmica — e uma das discussões gira em torno do fato de que crianças e adolescentes estão assistindo à surpreprodução, que tem classificação etária de 16 anos. "Não é nem questão de permitir, é estar de olho, pois sabemos que muitas crianças já tem acesso a telefones, mesmo sem a presença dos pais", alertou a pediatra Thais Chaves, do Rio de Janeiro, em seu perfil no Instagram.

Na série, brincadeiras infantis bastante conhecidas – como "batatinha frita 1, 2, 3", "bolinha de gude" e "cabo de guerra" – são utilizadas em uma espécie de jogo de sobrevivência, no qual os participantes que não atingem o objetivo final são assassinados. E tudo isso por um prêmio milionário. As cenas também contêm torturas psicológicas, violência explícita, suicídio, sexo e tráfico de órgãos.

Relatos de pais
Nas redes sociais, em reposta ao post da pediatra, diversos pais expressaram suas preocupações. "Minha filha disse que todos na sala dela estavam falando sobre a série e que ela era a única que não tinha visto", revelou uma mãe. "Meu esposo levou meu filho de 7 anos para jogar bola e, pasmem, várias crianças estavam brincando de 'batatinha frita 1, 2, 3'. Tinha uma menina que representava a boneca e as outras crianças fingiam que eram mortas. Fiquei abismada", admitiu outra.

"Ouvi de um pai que a filha de 8 anos assistiu sozinha. Não sei se fiquei mais chocada com o relato pela idade ou com a naturalidade com a qual ele disse isso", revelou mais uma. "Minhas filhas de 7 e 10 anos disseram que os amigos da escola e nossos vizinhos do prédio assistiram à temporada toda, inclusive com os pais", completou uma mãe.

No entanto, outros admitem ter assistido com as crianças. "Meus filhos, de 11 e 8 anos, queriam muito assistir, portanto assisti junto com eles. A cada episódio, debatemos sobre as mensagens subliminares", afirmou uma mãe. Mas muitas pessoas concordaram que não se trata de um conteúdo para crianças. "Deveria ser proibida. Assisti uma parte e já fiquei horrorizada. Não quero meus filhos assistindo de jeito nenhum", afirmou uma. "Essa série é maravilhosa, consegue mostrar realmente como as pessoas são por causa de dinheiro: capazes de tudo! Mas é uma série para adultos e não para crianças", afirmou outra, em seguida.

Alerta de escola
No Rio de Janeiro, uma carta aberta emitida por uma escola viralizou e está circulando nas redes sociais. Nela, a instituição afirma que a série tem sido "assunto" entre os alunos de 7 e 8 anos durante o recreio e horários livres. "O que nos causa preocupação é a facilidade com que as crianças acessam esse material. Lembramos, apenas para informação, que canais de streaming, como a Netflix e outros, possuem a 'restrição de visualização por classificação etária', uma ferramenta preciosa para que nossas crianças acessem somente o conteúdo apropriado à sua idade", orientou a escola Aladdin, no Pechincha, na Zona Oeste.

Palavra de especialista
Em relação aos impactos de um conteúdo impróprio em crianças e adolescentes, a neuropsicóloga Deborah Moss, mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP), explica que varia de uma pessoa para outra. "Alguns podem ficar impressionados, outros admirados. Mas falando especialmente de crianças pequenas, normalmente, elas podem ter pesadelos, medo de ficarem sozinhas, confundir realidade com ficção, ficarem ansiosas... Esses são alguns dos possíveis impactos", exemplificou.

Por isso, segundo a especialista, o ideal é sempre dialogar, antes mesmo da proibição. "Hoje, as crianças estão muito livres para fazerem escolhas em relação aos programas que vão assistir. Vimos que, muitas vezes, os pais estão trabalhando e não têm tempo para fiscalizar. É importante que eles tenham um canal de comunicação com os filhos e conversem sempre sobre o que é pertinente e saudável para a idade. É interessante estabelecerem, juntos, possibilidades de escolhas, isto é, dar opções que sejam do interessa da criança. Esse é o primeiro passo", orienta. "No entanto, o que não é permitido para a idade, não cabe aos filhos assistirem nesse momento. Esse limite deve ser estabelecido pelos pais e estar claro para as crianças. Mesmo assim, os responsáveis devem sempre manter um controle sobre o que os filhos estão assistindo", finalizou a neuropsicóloga.

Sabrina Ongaratto (via Revista Crescer)

Nota do blog: Ellen G. White deixa estes sábios conselhos aos pais:

"Devemos fazer todo o possível para nos colocarmos, e a nossos filhos, em posição onde não vejamos a iniquidade que é praticada no mundo. Devemos guardar cuidadosamente nossa habilidade de ver e ouvir, para que essas coisas más não entrem em nossa mente" (Fundamentos do Lar Cristão, p. 133).

"O que lerão nossos filhos? É uma questão séria e exige uma resposta séria. Estou preocupada em ver, em famílias cristãs, revistas e jornais contendo histórias seriadas, que não causam boa impressão à mente. Tenho observado aqueles cujo gosto pela ficção tem sido assim desenvolvido. Eles tiveram o privilégio de ouvir as verdades da Palavra de Deus, de tornar-se familiarizados com as razões de nossa fé; mas chegaram à maturidade destituídos de verdadeira piedade" (Mensagem aos Jovens, p. 279).

"Sabes que nosso corpo é composto do alimento que assimila. Ora dá-se o mesmo com a nossa mente. Se fazemos a mente demorar-se nas coisas desagradáveis da vida, não teremos nenhuma esperança. Precisamos demorar-nos nas cenas prazenteiras do Céu" (Manuscrito 7, 1888).

E a Palavra de Deus nos dá esta maravilhosa promessa: "O que tapa os seus ouvidos para não ouvir falar de derramamento de sangue, e fecha os seus olhos para não ver o mal. Este habitará nas alturas" (Isaías 33:15, 16).

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