Todos sabemos, por experiência e observação, quão fácil é destruir. Com apenas um martelo ou uma marreta, uma pessoa sem qualquer treino ou habilidade especial pode, em relativamente pouco tempo, demolir um monumento, uma peça de arte ou uma edificação que exigiram enorme esforço, gênio e tempo para serem construídos. Destruir é fácil, difícil é construir e edificar, realizando o que, na maioria das vezes, exige paciência, habilidade, compromisso e perseverança. O mesmo é verdade no nível espiritual. É muito fácil ficar ao lado do caminho, espalhando farpas, criticando e demolindo pessoas, reputações e esforços dedicados. A crítica, aberta ou dissimulada, tem o efeito de um ácido corrosivo.
Encontramos na igreja pelo menos quatro tipos básicos de críticos. Primeiramente, há o descontente crônico, para quem nada de positivo existe ou é visto. Em segundo lugar, encontramos o tipo tradicionalista, para quem qualquer mudança ou inovação é razão de queixa, descontentamento e resistência. Lembro-me, em determinada igreja onde fui pastor, da dificuldade para mudarmos do antigo hinário Cantai ao Senhor para o novo Hinário Adventista. Isso era simplesmente inaceitável para alguns. Em terceiro lugar, há o tipo reformador impaciente. Ao contrário do segundo, deseja reformas radicais e imediatas. Finalmente, conhecemos o tipo manipulador, em permanente busca de visibilidade, de “sair bem na foto”. Ele deseja ser o centro da atenção e do comando, e, se alguém é visto como rival, esforços e falta de escrúpulos não serão medidos para eliminar o obstáculo.
Todos esses tipos assumem, em geral, a “mentalidade de morcego”, vendo o mundo sempre de cabeça para baixo. Qual deles é o pior tipo? É difícil dizer. Todos eles, cada um ao próprio “estilo”, são uma fonte de desânimo para líderes e membros que tentam fazer o melhor.
“Faço o melhor que sei e posso”, disse Abraão Lincoln sob a agressão das críticas, no calor da guerra civil norte-americana. “Se afinal eu estiver certo, não importa o que disseram. Se der errado, não faria diferença se dez mil anjos jurassem que eu estava certo.” Essa é uma excelente filosofia para se conviver com os críticos profissionais.
Amin Rodor (via Meditações Diárias - Encontro com Deus)
Vejamos algumas advertências que temos de Ellen White a esse respeito:
“Coisa alguma neste mundo é tão preciosa para Deus quanto Sua igreja. Coisa alguma é por Ele guardada com tão cioso cuidado. Coisa alguma ofende tanto ao Senhor quanto um ato que prejudique os que Lhe estão fazendo o serviço. Ele chamará a contas todos quantos ajudam Satanás em sua obra de criticar e desanimar” (Conselhos para a Igreja, p. 253).
"Digo com tristeza que existem entre os membros de igreja línguas desenfreadas. Há línguas falsas, que se alimentam com a maldade. Há línguas astutas, que segredam. Há loquacidade, impertinente intrometimento, insinuações hábeis. Entre os amantes da tagarelice, alguns são atuados pela curiosidade, outros pela inveja, muitos pelo ódio contra aqueles por meio dos quais Deus falou para os reprovar. Enquanto muitos negligenciam sua própria alma, vigiam ansiosamente por uma oportunidade para criticar e condenar os outros" (Testemunhos Seletos, vol. 2, p. 22-24).
"Demorando-se continuamente nos erros e defeitos dos outros, muitos se tornam dispépticos religiosos. Os que criticam e condenam uns aos outros estão transgredindo os mandamentos de Deus, e são-Lhe uma ofensa. Irmãos e irmãs, afastemos o entulho da crítica e suspeita e murmuração, e não desgastei os nervos externamente. Se todos os cristãos professos usassem suas faculdades investigadoras para ver quais os males que neles mesmos carecem de correção, em vez de falar dos erros alheios, existiria na igreja hoje uma condição mais saudável" (Mente, Caráter e Personalidade, vol. 2, p. 635-638).
"Mantende-vos afastados da cadeira de juiz. Todo julgamento é dado ao Filho de Deus. Satanás atua zelosamente para levar os homens a pecar neste ponto. Satanás exulta quando pode difamar ou ferir um seguidor de Cristo. Ele é o "acusador dos irmãos". Deverão os cristãos ajudá-lo em sua obra?" (Manuscrito 144).
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