terça-feira, 18 de janeiro de 2022

A PRISÃO DE SATANÁS

“Então, vi descer do Céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo” (Apocalipse 20:1 a 3).

Essa profecia anuncia que o diabo será preso e acorrentado por um período de mil anos nos quais não poderá enganar mais ninguém. Como acontecerá isso? Qual será a situação dele durante o milênio? E que tipo de prisão é essa capaz de segurar um inimigo tão poderoso?

Acontece que, por ocasião da volta de Cristo, os remidos vivos e os justos ressuscitados serão transladados para o Céu. Jesus foi preparar lugar para os salvos no Céu, para onde Ele os levará (João 14:1-3). Portanto, o juízo de que está falando a Bíblia ocorrerá no Céu. Esse juízo não afeta os justos, os quais foram julgados antes da segunda vinda de Cristo. Neste juízo são julgados os ímpios que participarão da segunda ressurreição (Apocalipse 20:12, 13), ao diabo e a seus anjos, e se lhes determina o castigo que merecem. Este juízo também serve para que os santos compreendam porque não se salvaram algumas pessoas que eles consideravam justas. Tal juízo desfará toda a dúvida da mente dos redimidos acerca da malignidade do pecado e a justiça e o amor de Deus.

Já os ímpios vivos morrerão com o resplendor do rosto de Cristo e a Terra ficará desolada. Veja agora como o profeta Jeremias descreve a situação da Terra durante o milênio: “Olhei para a Terra, e ei-la sem forma e vazia; para os céus, e não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves havia fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Senhor, diante do furor de Sua ira” (Jeremias 4:23 a 26).

A prisão de Satanás é simbólica. Ele não estará literalmente atrás das grades. Mas, ao não ter mais a quem tentar na Terra, simbolicamente estará acorrentado às circunstâncias, num planeta destruído fisicamente e com montanhas de cadáveres por todo lado. Vejamos a descrição de Ellen G. White no livro O Grande Conflito, capítulo 41, sobre o assunto:

"O escritor do Apocalipse prediz não apenas o banimento de Satanás, mas a condição de caos e desolação a que a Terra deve ser reduzida. Ele também declara que tal condição existirá durante mil anos. Aqui deverá ser a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito à Terra, não terá acesso a outros mundos para tentar e molestar os que jamais caíram. É nesse sentido que ele está amarrado: não restou ninguém sobre quem ele possa exercer seu poder. Está inteiramente separado da obra de engano e ruína que, durante tantos séculos, foi seu único prazer. Durante seis mil anos, a obra de rebelião de Satanás tem feito 'estremecer a Terra' (Isaías 14:16). Ele tornou 'o mundo como um deserto' e destruiu 'suas cidades'. 'A seus cativos não deixava ir soltos' (v. 17). Durante seis mil anos, seu cárcere (o sepulcro) recebeu o povo de Deus, e ele queria conservá-los cativos para sempre. Entretanto, Cristo quebrou os seus laços, pondo em liberdade os prisioneiros. […] Durante mil anos, Satanás vagueará de um lugar para outro na Terra desolada, para contemplar os resultados de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante esse tempo, seus sofrimentos serão intensos. Desde sua queda, a vida de incessante atividade baniu a reflexão. Agora, porém, ele está despojado de seu poder e entregue a si mesmo não apenas para contemplar a parte que desempenhou desde que se rebelou contra o governo do Céu, mas para aguardar, com temor e tremor, o futuro terrível […] O cativeiro de Satanás trará alegria e júbilo ao povo de Deus. O profeta diz: 'No dia em que Deus vier a dar-te descanso do teu trabalho, das tuas angústias e da dura servidão com que te fizeram servir […], dirás: Como cessou o opressor!' (Isaías 14:3, 4)."

Finalmente quando esse período de mil anos acabar, os mortos ímpios de todos os tempos juntos com os mortos por ocasião da volta de Cristo, ressuscitarão. O Apocalipse é claro ao dizer: “Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos.”

Podemos perceber que o início e o fim do milênio são marcados por duas ressurreições. A primeira, dos justos e a segunda, dos ímpios. Ao mesmo tempo em que os ímpios ressuscitam, Satanás é solto novamente “por pouco tempo”. E agora veja o que ele faz com os ímpios que ressuscitaram. João diz o seguinte: “Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da prisão, e sairá a seduzir as nações que há nos quatro cantos da Terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a peleja. O número dessas é como areia do mar” (Apocalipse 20:7 e 8).

Feche os olhos e imagine a cena: Jesus e Seus remidos, depois dos mil anos, descem novamente à Terra, onde será o Lar Eterno. João diz: “Vi também a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, que descia do Céu, da parte de Deus, ataviada como noiva adornada para seu esposo” (Apocalipse 21:2).

Nesse momento, o diabo e todo o seu exército de ímpios ressuscitados tentam tomar posse da Cidade. “Marcharam, então, pela superfície da Terra” – narra o Apocalipse – “e sitiaram o acampamento dos santos e a Cidade querida; desceu, porém fogo do céu e os consumiu. O diabo o sedutor deles, foi lançado para dentro do lago de fogo e enxofre, onde já se encontram não só a besta como também o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos” (Apocalipse 20:9 e 10).

Este será o fim do milênio e também o triste fim da história do pecado. Satanás e seus seguidores, finalmente, serão destruídos e, segundo o profeta, “não se levantará duas vezes a angústia”. Por isso é que usando uma linguagem simbólica, João diz que Satanás e seus seguidores “serão atormentados de dia e de noite, pelos séculos dos séculos.” Aqui o apóstolo está se referindo às consequências eternas do fim do pecado, de outro modo, a cena do tormento eterno não se encaixaria com o caráter de misericórdia e justiça de Deus. A madeira arde enquanto o que pode ser consumido não acaba; e os ímpios arderão, também, até serem consumidos de todo. E o pecado terá chegado ao fim, pelo séculos dos séculos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário