segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

DETOX EMOCIONAL PARA 2024

A palavra que melhor traduz os tempos atuais talvez seja esta: esgotamento. Estar na vida não é missão fácil, requer os canais abertos para aprender, ensinar, produzir, interagir com o outro e com o parceiro –, a sensação é a de ter abrigado doses de ansiedade, impotência e frustração muito maiores do que podemos administrar.

“O estresse deixa de ser normal e avança, diminuindo a capacidade de exercer a empatia. Por não vermos as situações com clareza, nos achamos injustiçados”, diz Armando Ribeiro, neuropsicólogo, especialista em estresse pela Universidade de Harvard. Esses sentimentos acumulados intoxicam. Produzem o que chamamos de frio na barriga, nó na garganta, aperto no peito, cabeça pesada, além do desânimo, que mina a energia para começar a rotina na manhã seguinte. 

Não é exagero comparar os estragos provocados pelos sentimentos envenenados aos prejuízos causados à saúde pela alimentação cheia de açúcares, carboidratos e gorduras. A analogia também pode ser empregada no detox. Assim como precisamos cortar o cardápio inadequado para limpar o organismo, devemos fazer um reset no comportamento, afastando as emoções negativas. 

As doenças de origem emocional têm se tornado epidêmicas. Quadros de ansiedade e depressão aumentaram após a pandemia de covid-19. Isso também se deve às condições inerentes às pessoas e também ao ambiente degradado e relações interpessoais complicadas que caracterizam os tempos em que vivemos. Os fatores agressivos ou estressantes são cada vez mais poderosos, cobrando de nós uma importante capacidade e energia para compreender, avaliar e gerenciar as exigências ou dificuldades, antes que se transformem em problemas, preocupações, angústia, medo ou violenta depressão. 

E o que fazer se algum desses sintomas ou doenças emocionais já faz parte de sua vida? Além de tudo o que a medicina, a psicologia e a psiquiatria podem realizar, estão o poder de Deus e o Seu desejo de que sejamos felizes. Ele não somente tem dado conhecimento a muitos profissionais da saúde como, de forma especial, tem instruções importantes para nós, as Suas criaturas.

Para você que quer começar 2024 fazendo um detox emocional, siga abaixo algumas dicas que o ajudarão a eliminar seu sobrepeso emocional, fazendo você se sentir mais ágil – psicológica e socialmente – para correr alegremente a grande carreira de sua vida. Caso não consiga, procure um profissional, pois pode tratar-se de um transtorno que necessitará tratamento especializado.

• Reduza seus desejos de bens materiais
Se não está agradecido e alegre com o que tem, se sentirá descontente, ainda que tenha dinheiro em abundância, pois quanto mais tiver, mais desejará ter. Desse modo, à medida que aumentarem os bens, poderá aumentar também as preocupações. Assim ensinou Cristo: “Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Mateus 6:21). O que mais disse Jesus? Ele nos ensinou a pedir ao Pai o “pão nosso de cada dia (Mateus 6:11). O pão de cada dia, a roupa de cada dia, o sapato de cada dia, os objetos de casa de cada dia... Que Deus nos ajude a ter bom senso para ser possível viver melhor. Ele promete que nada nos faltará (Salmo 23).

• Reduza suas exigências
Não seja perfeccionista, nem espere encontrar perfeição nos demais. Com isso, evitará muitas dores de cabeça. Suas exigências excessivas podem indicar que padece da enfermidade de querer dominar os demais. Pratique a delicada arte de esquecer e perdoar, inclusive a si mesmo. Ellen G. White diz: "Veremos erros na vida dos outros, e defeitos em seu caráter. A humanidade está circundada de fraquezas. Em Cristo, porém, acharemos perfeição. Olhando para Ele seremos transformados" (O Desejado de Todas as Nações, p. 576).

• Reduza suas fantasias
Saia de seu mundo ilusório. Tenha alvos e aspirações realistas e evitará fracassos e desilusões. A verdadeira felicidade tem uma base sólida. Fixe alvos de acordo com seus talentos e possibilidades, e trabalhe para tornar realidade seus sonhos. Ellen G. White observa: “O êxito em qualquer coisa que empreendamos exige um objetivo definido. Aquele que desejar alcançar o verdadeiro êxito na vida deve conservar firmemente em vista o alvo digno de seus esforços” (Educação, p. 262).

• Reduza suas dívidas
Afaste-se do perigo das dívidas: perigo financeiro, mental e emocional. Você conhece alguém que deve e é feliz? Reduza suas dívidas e aumentará seu senso de segurança. Ellen G. White adverte: Não vos deveis permitir ficar embaraçado financeiramente, pois o fato de estardes com dívida enfraquece a vossa fé e vos leva ao desânimo, e até mesmo pensar nela vos deixa quase desatinado. Deveis reduzir vossas despesas e esforçar-vos por vencer essa deficiência de vosso caráter" (Conselhos sobre Mordomia, p. 153).

• Reduza sua vida digital
Segundo um estudo da Universidade de Pittsburgh, EUA, acessar as redes sociais por mais de duas horas diárias dobra o risco de isolamento social. Não as busque como refúgio ou antídoto para a frustração nem para preencher um vazio. Ellen G. White alerta: "Todas as energias de Satanás são postas em operação para prender a atenção em diversões fúteis, e ele está conseguindo seu objetivo. O mundo está de contínuo sedento de alguma novidade; quão pouco tempo e pensamento, no entanto, se dedicam ao Criador dos céus e da Terra!" (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 456).

• Reduza suas diferenças
Não brigue por causa da moda ou costume dos demais. Todos – inclusive você – têm diferentes valores e atuam em níveis distintos. Mas todos desejam autorrealização. E lembre-se: nos assuntos realmente importantes há pouca ou nenhuma diferença entre as pessoas. Frente a uma catástrofe, quão pouco valem as chamadas “coisas de valor”! Ellen G. White aconselha: "Todas as relações sociais exigem o exercício do domínio próprio, paciência e simpatia. Diferimos tanto uns dos outros em disposições, hábitos e educação, que variam entre si nossas maneiras de ver as coisas. Julgamos diferentemente" (A Ciência do Bom Viver, p. 483).

• Reduza suas antipatias
Elas representam uma liberação emocional equivocada. Suas antipatias fazem com que certas pessoas ou coisas reflitam seus temores, inveja ou incompreensão. Enriqueça a vida emocional com grandes doses de amor, paciência, tolerância e compreensão, e desfrutará felicidade. Ellen G. White reflete: "Oh! devemos educar nosso coração a ser piedoso, gentil, terno, cheio de perdão e compaixão. Não devemos tornar-nos insensíveis, antipáticos e insociáveis. O Espírito do Senhor deve repousar sobre vós até que sejais como uma fragrante flor do jardim de Deus" (E Recebereis Poder, p. 67).

• Reduza as influências negativas
Tendemos a assimilar comportamentos negativos dos que nos rodeiam. Isso desencadeia um ciclo de repetições destrutivas, do qual temos dificuldade de nos livrar. As reações químicas são afetadas pelos estímulos enviados ao cérebro. Sorria. O cérebro identifica como verdadeiras as expressões faciais. Agir como se estivéssemos em certo estado emocional aumenta a força daquela emoção. Veja este sábio conselho bíblico: “Não se associe com quem vive de mau humor, nem ande em companhia de quem facilmente se ira; do contrário você acabará imitando essa conduta e cairá em armadilha mortal” (Provérbios 22:24-25 NVI).

• Reduza as notícias ruins
A realidade alarmante, mesmo que longe, aumenta a percepção de ameaça, o que gera maior secreção de cortisol e adrenalina, hormônios do stress. Informe-se em boas fontes; evite as sensacionalistas, que só amplificam o mal-estar. Ellen White diz: "Sabes que nosso corpo é composto do alimento que assimila. Ora dá-se o mesmo com a nossa mente. Se fazemos a mente demorar-se nas coisas desagradáveis da vida, não teremos nenhuma esperança. Não temos ânsia de excitação, de sensacionalismo; quanto menos disso tivermos, tanto melhor" (Manuscrito 7, 1888).

Dica final de Ellen G. White: "Desgosto, ansiedade, descontentamento, remorso, culpa, desconfiança, todos tendem a consumir as forças vitais, e a convidar a decadência e a morte. O ânimo, a esperança, a fé, a simpatia e o amor promovem a saúde e prolongam a vida" (A Ciência do Bom Viver, p. 241).

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