Com a aproximação do Natal, as pessoas em breve estarão trabalhando no planejamento de uma reunião de família e amigos, e decidindo que pratos servir no menu. Se você, como milhões de outros brasileiros, está considerando um peru ou outro animal como a peça central de sua ceia de Natal, por que não parar por um momento para pensar de onde estará vindo a refeição de sua família? Ao longo do artigo, teremos alguns importantes conselhos de Ellen G. White sobre esse assunto.
Em primeiro lugar, o Natal é uma festividade religiosa que celebra o nascimento de Cristo, porém também é um sofrimento sem fim para os perus e outras espécies de animais consumidos pelos humanos. Em se tratando de perus, 300 milhões deles são criados e mortos nos EUA por sua carne a cada ano, com 67 milhões sendo mortos durante a temporada de festas de fim de ano. Mesmo antes de sua morte, as condições em que os perus são criados são horríveis. Uma investigação secreta recente em Minnesota revelou 25 mil fêmeas trancadas em cinco galpões que os repórteres descreveram estar “imundos e em condições cruéis”. Infelizmente, ambientes como estes são muito comuns, uma vez que as leis em qualquer parte do mundo não proíbem a criação de aves para consumo humano em condições desumanas. Devido aos alojamentos apertados, as aves têm seus bicos queimados e arrancados sem anestesia para que não se firam ao brigar entre si por causa do estresse do confinamento, e muitas vezes sofrem lesões graves e infecções devido às condições miseráveis.
“Deus deu aos nossos primeiros pais o alimento que pretendia que a humanidade comesse. Era contrário ao Seu plano que se tirasse a vida a qualquer criatura. Não devia haver morte no Éden. Os frutos das árvores do jardim eram o alimento que as necessidades do homem requeriam. Deus não deu ao homem permissão para comer alimento animal, senão depois do dilúvio. Fora destruído tudo que pudesse servir para a subsistência do homem, e diante da necessidade deste, o Senhor deu a Noé permissão de comer dos animais limpos que ele levara consigo na arca. Mas o alimento animal não era o artigo de alimentação mais saudável para o homem” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 373).
Em investigações secretas, grandes fazendas de criações de perus têm sido flagradas torturando aves. Os repórteres viram funcionários “chutando e pisando sobre os perus, arrastando-os por suas frágeis asas e pescoços, e maliciosamente arremessando-os”. Além de maus-tratos nas mãos dos funcionários, muitos dos pássaros sofriam de doenças não tratadas e lesões graves, incluindo feridas abertas, infecções e ossos quebrados. Segundo a reportagem, infelizmente, investigações em outras fazendas criadoras de perus em todo o território americano produziram resultados semelhantes. Se isso ocorre em um país de primeiro mundo como os EUA, pode-se imaginar o que acontece em países menos desenvolvidos. Apesar dos perus serem criados nessas condições imundas e torturantes, a maioria das pessoas não questiona exatamente de onde seus jantares estão vindo e o efeito que a escolha da refeição pode ter na sua saúde, para os próprios animais e para o meio ambiente.
“Os animais são muitas vezes transportados a longas distâncias e sujeitos a grandes sofrimentos para chegar ao mercado. Tirados dos verdes pastos e viajando por fatigantes quilômetros sobre cálidos e poentos caminhos, ou aglomerados em carros sujos, febris e exaustos, muitas vezes privados por muitas horas de alimento e água, as pobres criaturas são guiadas para a morte a fim de que seres humanos se banqueteiem com seu cadáver” (A Ciência do Bom Viver, p. 314).
"Aquele que maltrata os animais porque os tem em seu poder, é tão covarde quanto tirano. A disposição para causar dor, quer seja ao nosso semelhante quer aos seres irracionais, é satânica. Muitos não compreendem que sua crueldade haja de ser conhecida, porque os pobres animais mudos não a podem revelar. Mas, se os olhos desses homens pudessem abrir-se como os de Balaão, veriam um anjo de Deus, em pé, como testemunha, para atestar contra eles no tribunal celestial. Um relatório sobe ao Céu, e aproxima-se o dia em que se pronunciará juízo contra os que maltratam as criaturas de Deus" (Patriarcas e Profetas, p. 324).
Dizer não ao consumo de carne neste Natal não apenas pode salvar vidas animais como também é uma boa escolha para a saúde humana. Pesquisas têm mostrado que os vegetarianos e veganos são menos propensos a muitos dos problemas de saúde fatais do nosso tempo – incluindo câncer, doenças cardíacas, diabetes tipo 2 e hipertensão arterial. Um estudo recente realizado pela Universidade de Carolina do Sul mostrou que uma dieta vegana é a mais eficaz para a perda de peso duradoura, a qual, por sua vez, protege as pessoas contra inúmeras doenças relacionadas com o peso. Em resumo, para se manter um peso adequado e viver uma vida mais longa e mais saudável, a alimentação livre de carne é o caminho a percorrer.
"Não é tempo de que todos visem dispensar a carne na alimentação? Como podem aqueles que estão buscando tornar-se puros, refinados e santos a fim de poderem fruir a companhia dos anjos celestes, continuar a usar como alimento qualquer coisa que exerça tão nocivo efeito na alma e no corpo? Como podem eles tirar a vida às criaturas de Deus a fim de consumirem a carne como uma iguaria? Volvam eles antes à saudável e deliciosa comida dada ao homem no princípio, e a praticarem eles próprios e ensinarem a seus filhos, a misericórdia para com as mudas criaturas que Deus fez e colocou sob nosso domínio" (A Ciência do Bom Viver, p. 317).
"A carne nunca foi o alimento melhor; seu uso agora é, todavia, duplamente objetável, visto as moléstias nos animais estarem crescendo com tanta rapidez. [...] Quando os que conhecem a verdade tomarão atitude ao lado dos princípios corretos para o tempo e a eternidade? Quando serão fiéis aos princípios da reforma de saúde? Quando aprenderão que é perigoso usar alimentos cárneos? Estou instruída a dizer que, se em algum tempo foi seguro comer carne, não o é agora" (A Ciência do Bom Viver, p. 313).
Ignorar a carne nesta temporada de festas também pode ter um impacto positivo sobre o meio ambiente. Nos Estados Unidos, a pecuária superou as indústrias de transporte e de energia elétrica na emissão de gases prejudiciais de efeito estufa, tornando a produção de carne a principal causa das mudanças climáticas do país. Uma extensão de 56 mil km de rios norte-americanos estão poluídos com resíduos animais e, no mundo, dois hectares de floresta tropical são destruídos a cada minuto pela pecuária. Atualmente há inúmeras alternativas de pratos para uma ceia livre de crueldade e, ao manter a carne fora da mesa durante as festas, você estará fazendo a sua parte não só pelos animais, mas também para reduzir a emissão de carbono pela sua família. A ideia quanto à abstenção de carne de peru no Natal também se aplica ao consumo de todos os animais e todos os dias, pelo simples fato de todos terem o direito à vida.
"Pensem na crueldade que o regime cárneo envolve para com os animais, e seus efeitos sobre os que a infligem e nos que a observam. Como isso destrói a ternura com que devemos considerar as criaturas de Deus" (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 383).
Deus se importa com Suas criaturas. Ele as ama. Não devemos causar o sofrimento animal. Não devemos sustentar uma indústria que causa tanta morte e sofrimento. O nosso papel, dado a Deus no Éden, é cuidar, proteger as criaturas dEle.
“Aquele que ama a Deus, não somente amará o seu semelhante, mas considerará com terna compaixão as criaturas que Deus fez. Quando o Espírito de Deus está no homem, leva-o a aliviar o sofrimento antes que a criá-lo” (Beneficência Social, p. 48).
O ser humano está cada dia mais frio e não se importa mais com a dor alheia. É preciso renunciar a tudo o que nos deixa frios e nos afasta de Deus.
Que possamos amar as criaturas de Deus e fazer a vontade do nosso Criador.
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