O anúncio de Donald Trump sobre o “fim da guerra em Gaza”, em meio à troca de reféns e prisioneiros, tenta cunhar uma “Pax Trumpiana”. Mas o que se vende como “paz” soa mais como um arranjo geopolítico conveniente aos interesses dos EUA e de Israel do que como um tratado duradouro.
Uma paz imposta, não negociada
A proposta é profundamente assimétrica: o Hamas é forçado a escolher entre rendição e destruição. Mesmo Benjamin Netanyahu resistiu ao acordo, por acreditar que ainda poderia “avançar mais” na guerra. Tudo indica que essa “paz” é um imperativo da política externa americana, não o resultado de reconciliação real.
Cessar-fogo precário
As tropas israelenses permanecem em “zonas tampão” dentro de Gaza e reservam-se o direito de “remover ameaças”. Ou seja: o conflito segue latente, pronto para reacender.
Um governo sem o povo
O plano prevê uma administração interina em Gaza composta por palestinos “notáveis”, sem o Hamas e sem, inicialmente, a Autoridade Nacional Palestina. É um modelo de cima para baixo, ignorando a vontade popular, e mantendo o controle sob supervisão americana.
💰 O verdadeiro motor da “paz”
O objetivo de Trump parece ser a expansão dos Acordos de Abraão, especialmente com a Arábia Saudita e a exploração imobiliária com a construção de um projeto megalomaníaco de Trump, um resort luxuoso. Uma jogada estratégica para isolar o Irã e criar um bloco sunita-israelense sob influência dos EUA — além de rivalizar com a “Nova Rota da Seda” chinesa.
E o Estado Palestino?
Segue como uma promessa distante. Netanyahu insiste que jamais permitirá, e Trump trata a ideia como um “prêmio ao Hamas”. A extrema direita israelense pressiona por anexações e a Casa Branca finge controlar o incontrolável.
A “Pax Trumpiana” é frágil, imposta e assimétrica. Não busca justiça nem paz duradoura, mas hegemonia. O custo humano (mais de 67 mil mortos) é tratado como detalhe em um jogo maior de poder global.
Hermes C. Fernandes (via instagram)
Nota: Neste trecho de uma maravilhosa meditação via instagram, o pastor Odailson Fonseca reflete sobre o tema:
"Isaque e Ismael. Israel e Palestina. Shalom e Salamaleico. Jerusalém e Meca. Tel Aviv e Faixa de Gaza. Quipá e Jihab. Torá e Alcorão. Yom Kippur e Ramadã. Sara e Hagar. Shabat e sexta-feira. Judaísmo e Islamismo. Gênesis 21:12 e 13. Ambas grandes nações. Grandes religiões. Onde tudo começou? Na promessa. Absurdo pensar assim? Nada é simples no tabuleiro mortal destes descendentes das páginas sagradas. Choro, ódio, saudade, desespero, desrespeito. Tudo está desorientado há séculos por lá. Na verdade, milênios.
Só haverá paz na Terra Santa quando a Cidade Santa “preparada como uma noiva adornada para o seu marido” (Ap 21:2) finalmente descer pondo fim em absolutamente tudo o que o pecado machucou. Ali a eterna promessa a Abraão se cumprirá. Filhos serão irmãos.
E Genesis 1 e 2 finalmente reencontrará Apocalipse 21 e 22."
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fp 4:7).

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