terça-feira, 14 de outubro de 2025

A PAZ TRUMPIANA

O anúncio de Donald Trump sobre o “fim da guerra em Gaza”, em meio à troca de reféns e prisioneiros, tenta cunhar uma “Pax Trumpiana”. Mas o que se vende como “paz” soa mais como um arranjo geopolítico conveniente aos interesses dos EUA e de Israel do que como um tratado duradouro.

Uma paz imposta, não negociada
A proposta é profundamente assimétrica: o Hamas é forçado a escolher entre rendição e destruição. Mesmo Benjamin Netanyahu resistiu ao acordo, por acreditar que ainda poderia “avançar mais” na guerra. Tudo indica que essa “paz” é um imperativo da política externa americana, não o resultado de reconciliação real.

Cessar-fogo precário
As tropas israelenses permanecem em “zonas tampão” dentro de Gaza e reservam-se o direito de “remover ameaças”. Ou seja: o conflito segue latente, pronto para reacender.

Um governo sem o povo
O plano prevê uma administração interina em Gaza composta por palestinos “notáveis”, sem o Hamas e sem, inicialmente, a Autoridade Nacional Palestina. É um modelo de cima para baixo, ignorando a vontade popular, e mantendo o controle sob supervisão americana.

💰 O verdadeiro motor da “paz”
O objetivo de Trump parece ser a expansão dos Acordos de Abraão, especialmente com a Arábia Saudita e a exploração imobiliária com a construção de um projeto megalomaníaco de Trump, um resort luxuoso. Uma jogada estratégica para isolar o Irã e criar um bloco sunita-israelense sob influência dos EUA — além de rivalizar com a “Nova Rota da Seda” chinesa.

E o Estado Palestino?
Segue como uma promessa distante. Netanyahu insiste que jamais permitirá, e Trump trata a ideia como um “prêmio ao Hamas”. A extrema direita israelense pressiona por anexações e a Casa Branca finge controlar o incontrolável.

A “Pax Trumpiana” é frágil, imposta e assimétrica. Não busca justiça nem paz duradoura, mas hegemonia. O custo humano (mais de 67 mil mortos) é tratado como detalhe em um jogo maior de poder global.

Hermes C. Fernandes (via instagram)

Nota: Neste trecho de uma maravilhosa meditação via instagram, o pastor Odailson Fonseca reflete sobre o tema:

"Isaque e Ismael. Israel e Palestina. Shalom e Salamaleico. Jerusalém e Meca. Tel Aviv e Faixa de Gaza. Quipá e Jihab. Torá e Alcorão. Yom Kippur e Ramadã. Sara e Hagar. Shabat e sexta-feira. Judaísmo e Islamismo. Gênesis 21:12 e 13. Ambas grandes nações. Grandes religiões. Onde tudo começou? Na promessa. Absurdo pensar assim? Nada é simples no tabuleiro mortal destes descendentes das páginas sagradas. ⁣Choro, ódio, saudade, desespero, desrespeito. Tudo está desorientado há séculos por lá. Na verdade, milênios. ⁣⁣

Só haverá paz na Terra Santa quando a Cidade Santa “preparada como uma noiva adornada para o seu marido” (Ap 21:2) finalmente descer pondo fim em absolutamente tudo o que o pecado machucou. Ali a eterna promessa a Abraão se cumprirá. Filhos serão irmãos.⁣
E Genesis 1 e 2 finalmente reencontrará Apocalipse 21 e 22."

“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o coração e a mente de vocês em Cristo Jesus” (Fp 4:7).

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