A tarde do dia 29 de outubro foi bastante importante, não somente para os servidores da editora Casa Publicadora Brasileira, mas para toda a comunidade adventista da América do Sul. A razão foi o lançamento oficial do livro missionário de 2014: “A Única Esperança”, de autoria do conhecido pastor Alejandro Bullón. A expectativa é de uma tiragem de 20 milhões de exemplares. O livro tem aspectos que se identificam com o ser humano da atualidade. “Nossa mensagem é relevante, mas precisamos vesti-la de tal maneira que as pessoas possam se sentir atraídas e se identificarem com ela. Esse tem sido o segredo do sucesso das grandes produções dos nossos dias. O conteúdo não deve mudar, mas a forma de propagá-lo, sim”, explicou o autor após contar porque, dessa vez, escolheu a estrutura narrativa para explanar mensagens espirituais.
Atento às tendências dessa era, Bullón acredita que é preciso usar recursos criativos para tocar as pessoas. Para ele, quando se trata de leitura, tanto convencer como conquistar, dependem da abordagem. “Pesquisas apontam que 62% de todos os livros vendidos no mundo são de literatura, histórias e narrativas. Se é assim, se o mundo capta melhor uma mensagem, quando escrita assim, então adaptemos nosso jeito de escrever, a fim de acessar a mentalidade do homem pós-moderno. À semelhança de Jesus, observemos mais as pessoas, seus interesses, a maneira como formulam suas opiniões e tomam decisões. Dessa forma, estudando o modo de pensar de uma geração, poderemos oferecer luz numa embalagem desejável e passível de apropriação”, conclui. A cerimônia de apresentação e dedicação do livro contou com a presença da liderança sul americana da Igreja Adventista, da Rede Novo Tempo, bem como de outros líderes adventistas representativos de cada região do Brasil.
Para Almir Marroni, vice-presidente da Igreja na América do Sul, o livro missionário traduz exatamente a descrição feita por Ellen G. White no livro “O Colportor Evangelista”, página 2: “Compete a nossas publicações a mais sagrada obra de tornar clara, compreensível e simples a base espiritual de nossa fé”. Mais que tinta e papel O que aparentemente se resume a tinta e papel é, na verdade, um grande agente da esperança. Emocionado, o diretor da Casa Publicadora Brasileira, José Carlos Lima, lembrou-se do primeiro livro missionário, da escolha da capa e de cada detalhe pensado, a fim de que, ao suprir a igreja, renovando suas bases espirituais, tornasse a disseminação do evangelho uma consequência do fortalecimento de seus membros. A ideia nascida no coração da liderança da igreja e materializada pela editora deu certo. Desde o primeiro livro missionário, lançado em 2006, até o último, em 2011, o crescimento foi de 686%. O mais interessante disso tudo é o comprometimento dos membros adventistas, especialmente os brasileiros, em todo território sul americano. “O que mais me impressiona é ver o envolvimento da igreja. Não é de se espantar que tenhamos aproximadamente 80 milhões de livros missionários circulando pela América do Sul e que só no Brasil tenham sido investidos 35 milhões de reais em livros missionários”, destacou o líder sul-americano adventista, pastor Erton Köhler.
Apenas um real
Outro ponto do livro missionário que mereceu ênfase foi seu valor, fator que favorece a compra e distribuição do mesmo. “Foi uma atitude muito ousada da Casa Publicadora Brasileira não só vender, mas manter a um real apenas, já por cinco anos, o preço do livro missionário”, declarou Köhler. Contrariando a lógica do mercado, o livro missionário aumenta sua tiragem, mantendo-se altamente sustentável, mesmo sendo vendido a um real. Mas a estratégia missionária não alcançaria tamanho sucesso sem o incentivo dos pastores locais, de cada igreja. “Nosso sonho evangelístico cai nas mãos dos nossos 4200 pastores sul americanos. Eles são imprescindíveis na batalha de nos fazer entender que é preciso se envolver na missão”, continuou Erton. Sobre isso, pastor Domingos Souza – líder da Igreja Adventista do Sétimo Dia para o Estado de São Paulo – relatou casos de várias faixas etárias entusiasmadas com a proposta do livro missionário. “Já ouvi histórias que vão de uma criança que vendeu picolé e reverteu o dinheiro da venda na compra de livros até de uma igreja como a do Unasp, campus Hortolândia, que, sem ver o livro missionário de 2014 pronto, já encomendou 208 mil exemplares para doar à Colômbia”.
Palavra que não volta vazia
Inúmeros são os casos de conversões após a leitura de um livro missionário. Mas os anos de 2012 e 2013 trouxeram fatos realmente surpreendentes, talvez jamais imaginados pela igreja. Exemplo disso foi o que aconteceu com Vagner Carriel da Rosa, cuja vida foi transformada a partir de um livro achado no lixo. Parece estranho, a palavra que perfuma a vida ser encontrada em condições tão paradoxais, num lugar onde se despeja sobras e tudo o mais considerado sem utilidade ou valor. Ao passar e ver um livro jogado entre o lixo, Vagner não pensou duas vezes: tomou para si “A Grande Esperança”. Desde então sua trajetória vem sendo junto à igreja adventista, mais precisamente como servidor na Casa Publicadora Brasileira. É como se Vagner, agora, tivesse a chance de fazer pelos outros o que um dia a página impressa fez por ele. “A Grande Esperança” foi algo inusitado também na vida de Maria Aparecida de Souza. Curiosamente, o livro surgiu, mudando sua história. Sendo ela funcionária de uma gráfica terceirizada pela Casa Publicadora Brasileira, admirou-se com a qualidade do material. Cida, como é conhecida, conta que ao pegar o livro sentiu vontade de ler seu conteúdo, afinal ele era muito bem feito para ser distribuído gratuitamente. Por gostar da leitura, Cida decidiu presentear um amigo, que mal sabia ela, era um membro afastado da igreja adventista há pelo menos dez anos.
Equipe ASN, Agatha Lemos
Ano | Livro | Exemplares distribuídos |
2006-2007 | Os Dez Mandamentos | 2.162.000 |
2007-2008 | Esperança para Viver (Caminho a Cristo) | 1.215.000 |
2008-2009 | Sinais de Esperança | 4.020.000 |
2009-2010 | Tempo de Esperança | 7.475.000 |
2010-2011 | Ainda existe Esperança | 8.528.000 |
2011-2013 | A Última Esperança | 34.200.000 |
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