quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Adventistas usam modelo de House Church em São Paulo



House Church de Perdizes
Adorar a Deus em um templo é algo muito importante e necessário para muitos fiéis. É inegável que uma igreja bonita e aconchegante faz com que os membros sintam-se bem para congregarem, principalmente em comunidades mais tradicionais. Existem algumas pessoas que não se adaptam e não tem familiaridade com o estilo de culto que é realizado em igrejas mais convencionais.

Pensando nisso, existe um modelo que já é usado em alguns países, que se chama house church. Em português seria algo parecido como “igreja no lar”.

A zona oeste da capital paulista é a região da cidade que tem menos adventistas. Por esse motivo, um grupo de pessoas se reuniu e criou uma igreja nesse formato. O local fica no bairro de Perdizes, região que apresenta um perfil de pessoas que os responsáveis pelo projeto queriam atingir.

“Jesus não se reunia em um ambiente de templo. Ele ia para o templo, mas se reunia em casa. Por isso nós montamos isso dentro de uma casa, porque é um ambiente que todo mundo vai, é o lugar onde as pessoas residem e que se sentem bem”, declara o advogado e professor universitário Marco Aurélio Florêncio Filho, e um dos idealizadores do projeto em Perdizes.

Ele afirma ainda que o modelo de house church é uma forma de resgatar o que era a igreja primitiva. Na opinião dele, há muitas pessoas que não estão dispostas a irem congregar em um ambiente litúrgico e mais tradicional. Principalmente o público que eles querem alcançar, que são pessoas que estão bem sucedidas financeiramente, no trabalho e até socialmente. O advogado fala que falta Deus na vidas dessas pessoas, mas elas não percebem.

Jovens do CAJU reunidos
Uma iniciativa que também está dentro do modelo de missão global e de house church é o CAJU – Comunidade Adventista de Jovens Universitários. O projeto surgiu na cabeça de alguns jovens universitários que estudavam na USP (Universidade de São Paulo) e de outras universidades.

“O intuito maior do CAJU é quebrar preconceito sobre religião, porque nós tínhamos muita dificuldade em convidar os nossos amigos de dentro da universidade para irem em igrejas tradicionais que tem uma doxologia. É uma rotina bem normal para quem está acostumado, mas muito diferente para quem nunca viu isso. Por isso resolvemos trazer a igreja para dentro da nossa casa”, afirma Rodolfo Benevenuto, engenheiro eletricista, um dos diretores do projeto.

No início, começaram a realizar os cultos na república onde moravam. O número de pessoas foi aumentando e, hoje, eles realizam as programações em uma casa no bairro do Butantã. Os jovens iniciam as atividades no sábado às 10h40, a música é ao vivo, eles cantam, estudam a Bíblia e sentam em círculos. “Após a programação nós fazemos um almoço. Nós percebemos que a comida, o estar junto compartilhando uma refeição é um momento de socialização importante, onde as pessoas acabam conversando mais e se conhecendo melhor”, diz Simone Sanchez, pedagoga e uma das diretoras do CAJU. Para Rodolfo, o objetivo do projeto não é tirar os jovens adventistas da igreja, mas trazer mais jovens para a igreja adventista.

A ênfase do modelo de house church não está nos prédios, mas na convivência entre pessoas. “Não existe um modelo de igreja certo. Existe um modelo de igreja diferente, que precisa alcançar pessoas diferentes”, declara Marco Aurélio, da house church do bairro de Perdizes. 

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