quinta-feira, 18 de junho de 2015

Dia da Imigração Japonesa e a Comunidade Japonesa Adventista


A imigração japonesa no Brasil teve início oficialmente em 18 de junho de 1908, quando o navio Kasato Maru aportou em São Paulo trazendo 781 lavradores (165 famílias) para trabalhar nos cafezais do oeste paulista. O fluxo cessou quase que totalmente em 1973, com a vinda do último navio de imigração Nippon Maru, contando-se quase 200 mil japoneses estabelecidos no país. Atualmente, o Brasil abriga a maior população japonesa fora do Japão, com cerca de 1,5 milhão de nikkeis (termo usado para denominar os japoneses e seus descendentes). 

O adventismo foi introduzido oficialmente no Brasil em 1893, e no Japão, o primeiro converso foi batizado em 1890. Nos anos 1920, os primeiros japoneses começaram a ser matriculados no Collegio Adventista em Santo Amaro. Diversos jovens da Rikkokai, uma agência de imigração japonesa protestante de Tokio, Japão, buscaram o apoio da educação adventista secundária no Colégio Adventista Brasileiro, no Capão Redondo, para se adaptarem a cultura da nova pátria. Destacam-se Shunji Nishimura, fundador da Jacto, em Pompéia SP, que estudou em 1932 no Capão Redondo. Outros que vieram por intermédio ou influência da Rikkokai: Tossako Kanada, Shichiro Takatohi, Kiyotaka Shirai e Kiyoshi Hosokawa.

IASD Central Japonesa
Em 1932, o imigrante Tossaku Kanada, então com 19 anos de idade, resolveu estudar no Unasp (então CAB), onde foi batizado, tornando-se o segundo converso ao adventismo na colônia nipo-brasíleira (o primeiro foi Saburo Kítajima, em 1925). Em 1935, Kanada concluiu Teologia, tornando-se o primeiro pastor adventista japonês no Brasil.

Em fevereiro de 1965, o Pastor Kanada, depois de uma viagem ao Japão para buscar aperfeiçoamento em evangelismo japonês, organizou o Grupo Japonês no Salão dos Jovens da Igreja Central Paulistana, com 16 membros. Esse foi o primeiro grupo japonês adventista organizado no Brasil. Com a chegada dos Pastores Yují Eída e Kíwao Mori, o grupo cresceu rapidamente, chegando a 42 membros, ainda na década de 1960.

No dia 21 de setembro de 1981, a comunidade adventista japonesa teve seu templo situado no bairro do Capão Redondo dedicado em terreno cedido pela família Fujikane Lam. Pastor Kiwao Mori liderou esta igreja por muitos anos, sendo que em seu décimo aniversario em 1991 contava com 70 pessoas batizadas e cinco jovens que se tornaram pastores. Pastor Moysés Antônio da Silva substitui-o no final dos anos 1990 na condução da IASD, sendo um dos primeiros brasileiros ativos no avanço do adventismo entre os japoneses. No presente, o atual pastor da IASD Japonesa é Guenji Imayuki, genro do Pr. Kiyoshi Hosokawa. Implantou o UNDOKAI, uma prática cultural japonesa que desde 1998 acontece no campus do UNASP São Paulo.

Centro Nipônico Adventista
Hoje, a Igreja Central Japonesa do Capão Redondo faz parte da Associação Paulista Sul (APS). Foi a primeira igreja adventista japonesa organizada no Brasil, mas não é a única. Há duas outras; o Centro Nipônico Adventista, em Belém, PA, fundado em 1979, e a Igreja Nipo-Brasileira, no bairro Mirandópolís, em São Paulo, organizada em 1981.

Os orientais, por terem espírito mais reservado, em geral levam um tempo consideravelmente maior até a conversão. Numa pesquisa entre os próprios membros, constatou-se que cerca de 80 por cento deles vieram a conhecer o adventismo através de laços de parentesco ou amizade. Abordagens diretas como panfletos ou conferências bíblicas normalmente dão pouco resultado entre os orientais. Por isso, a igreja promove eventos sociais de forma a quebrar a barreira do preconceito, tais como o Undokai e o Motitsuki.

As igrejas adventistas nipo-brasileiras procuram manter a tradição japonesa, tendo certas peculiaridades como classe de Escola Sabatina em japonês, pregações traduzidas, conjunto musical em japonês, aulas de idioma mensais e o tradicional "junta-panelas" a cada sábado, com alguns pratos típicos. Os adventistas japoneses também distribuem revistas e outras publicações missionárias na língua japonesa.


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