quarta-feira, 2 de setembro de 2015

Papa autoriza padres a perdoar aborto - A Bíblia autoriza esta prática?


O Papa Francisco vai dar permissão a todos os padres para perdoar formalmente as mulheres que tiveram abortos e buscarem perdão durante o Ano Santo da Igreja Católica, que vai de dezembro de 2015 a novembro de 2016. A medida é o mais recente passo do Papa argentino para promover uma igreja mais aberta e inclusiva.

Na doutrina católica, o aborto é um pecado tão grave que aqueles que o realizam ou sofrem são excomungados automaticamente. O aborto só pode ser formalmente perdoado pelo confessor chefe de uma diocese – conhecido pelo termo italiano "penitenziere" – ou por um missionário cristão, disse o padre Ciro Benedettini, porta-voz do Vaticano. (Folha Gospel)

Nota: A base desta prática, segundo a Igreja Católica, está em João 20: 22, 23. O sacerdote atua em nome de Deus e o faz por meio do mandato da Igreja, que recebe a ordenação sacerdotal. O sacerdote redime todo o pecado a fórmula: “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.

Autoriza a Bíblia esta prática? Vejamos o que ela diz sobre isso.

Alfredo Vaucher em L’Histoire du Salut diz: “Parte alguma da Escritura designa os guias espirituais como encarregados de receber as confissões dos fiéis e conceder ou recusar absolvição”.

As passagens bíblicas que falam em confissão e perdão de pecados, de modo nenhum autorizam a confissão e muito menos lhe dão o direito de perdoar pecados. É desarrazoada a crença de que uma criatura possa perdoar pecados cometidos por outra criatura contra o Criador.

A Bíblia ensina, em primeiro lugar, que Deus é quem perdoa os pecados (conforme Is 43:25; Jr 31:34; comparar com Mc 2:7 e Lc 5:21). Esse perdão deve ser buscado diretamente dEle por meio de Cristo (ver Jo 14:6, 13 e 14; 1Tm 2:5). Em Mateus 6:9-13, Cristo ensinou os discípulos a orarem diretamente ao “Pai” em busca de perdão para as suas “dívidas”. Em I João 2:1 e 2, é dito que podemos obter o perdão para os pecados se buscarmos o único “Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo”, que “é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro”.

Ellen White afirma em O Desejado de Todas as Nações, p. 805, 806: “Aqueles a quem perdoardes os pecados”, disse-lhes Cristo, “são perdoados; e aqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.” João 20:23. Cristo não dá aqui permissão, para qualquer homem julgar a outros. No Sermão do Monte, Ele proíbe fazê-lo. É a prerrogativa de Deus. Sobre a igreja em sua qualidade de corpo organizado, porém, Ele coloca uma responsabilidade para com os membros individuais. A igreja tem o dever, para com os que caem em pecado, de advertir, instruir e, se possível, restaurar."

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