"Todos nós devemos comer e beber e aproveitar bem aquilo que ganhamos com o nosso trabalho. Isso é um presente de Deus." Eclesiastes 3:13, NTLH |
Quando chega a sexta-feira, muitos trabalhadores exclamam aliviados: “Graças a Deus que hoje é sexta-feira!” Para a maioria deles, o trabalho é um mal necessário. É apenas um meio de sobreviver e obter as coisas necessárias à vida. Eles trabalham pensando nos intervalos de descanso e almoço, na hora de ir para casa, nos fins de semana e nas férias – e no salário, no fim do mês, é claro.
São os que, em pleno domingo, seja no campo de esporte, em casa com a família, assistindo televisão, ou no clube com os amigos, de repente são tomados por uma estranha sensação de desânimo que lhes estraga o restante do dia, e é desencadeada por uma simples lembrança: “Amanhã é segunda-feira!”
Cristina, relações-públicas de uma empresa, afirma que entra numa agonia profunda quando ouve a música-tema do Fantástico, no domingo. Para ela, essa música virou símbolo da segunda-feira e marca o fim do descanso e o começo de uma sensação de vazio. Para este grupo, o trabalho é um obstáculo à felicidade.
No extremo oposto estão os viciados em trabalho. Trabalham no horário do almoço, após o expediente, levam trabalho para casa, trabalham aos domingos e feriados e aguardam com impaciência a chegada da segunda-feira. Os resultados dessa intemperança surgem com o tempo: nervos à flor da pele, estresse, insônia e outros distúrbios.
Alguns dos melhores homens que a obra adventista já teve incorreram nesse erro: “Tiago White, John Loughborough, Urias Smith, Hiram Edson e outros estiveram à beira da morte por causa de transtornos físicos causados pelo excesso de trabalho” (Revista Adventista, fevereiro, 1981, p. 7).
João N. Andrews, nosso primeiro missionário à Europa, morreu com apenas 54 anos de idade. “Ellen White, como conselheira do Senhor, frequentemente o aconselhara a não trabalhar tanto, e a cuidar melhor de sua saúde. Andrews prometeu tentar, mas declarava que seu excesso de trabalho se justificava porque o êxito da causa o requeria [...] Perto do fim ele confessou, arrependido, que havia agido mal” (História do Adventismo, p. 181, 182).
Nenhum desses extremos é recomendável. O grupo ideal é aquele que combina de modo equilibrado trabalho e lazer. Que diz na sexta-feira: “Graças a Deus que é sexta-feira!”, e na segunda: “Graças a Deus que é segunda-feira!” (Rubem M. Scheffel - Extraído do livro "Com a Eternidade no Coração").
Vejamos o que escreveu Ellen G. White no livro Nossa Alta Vocação, p. 219:
"Deus colocou nossos primeiros pais no Paraíso, circundando-os de tudo quanto era útil e belo. Em seu lar edênico não faltava coisa alguma que lhes pudesse servir ao conforto e felicidade. E a Adão foi dado o trabalho de cuidar do jardim. O Criador sabia que Adão não poderia ser feliz sem ocupação. A beleza do jardim encantava-o, mas isto não era suficiente. Precisava de ter trabalho que chamasse ao exercício os maravilhosos órgãos do corpo. Houvesse a felicidade consistido em nada fazer, e o homem, em seu estado de inocência, haveria sido deixado sem ocupação. Mas Aquele que criou o homem sabia o que seria para sua felicidade; e assim que o criou designou-lhe um trabalho. A promessa da glória futura, e o decreto de que o homem deve trabalhar pelo pão de cada dia, vieram do mesmo trono.
Quando o corpo está inativo, o sangue corre indolentemente, os músculos decrescem em dimensões e resistência. … O exercício físico, e um abundante uso de ar e luz solar — bênção que o Céu a todos concedeu abundantemente — dariam vida e forças a muitos doentes esqueléticos. … O trabalho é uma bênção, não uma maldição. O trabalho diligente guarda muitos, jovens e adultos, dos laços daquele que “ainda encontra algum malfeito para as mãos ociosas”. Ninguém se envergonhe de trabalhar; pois o trabalho honesto é enobrecedor. Enquanto as mãos se acham ocupadas nas tarefas mais comuns, a mente pode estar cheia de elevados e santos pensamentos.
A sonolência e a preguiça destroem a piedade, e ofendem o Espírito de Deus. Um poço estagnado exala desagradável odor; mas uma corrente pura esparge saúde e alegria pela terra. Nenhum homem ou mulher convertido pode deixar de ser um trabalhador. Há certamente e sempre haverá emprego no Céu. Os remidos não viverão num estado de sonhadora preguiça. Resta um repouso para o povo de Deus — repouso que eles encontrarão em servir Aquele a quem devem tudo quanto possuem e são."
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