O apresentador Rodrigo Hilbert foi intimado a prestar depoimento na 14ª DP do Rio de Janeiro, no Leblon, após a polêmica envolvendo a morte de um cordeiro em seu programa Tempero de Família, no canal pago GNT. Uma ONG de proteção aos animais prestou queixa na delegacia de São Joaquim, em Santa Catarina, onde as gravações do programa foram realizadas. O episódio, exibido em março de 2016, mostrava a realidade dos produtores rurais em Santa Catarina. Na sequência levada ao ar, Rodrigo apareceu capturando e abatendo um cordeiro. O programa causou revolta nas redes sociais, principalmente por exibir cenas do sangue escorrendo.
Durante o programa de culinária, o apresentador ensinou a fazer um churrasco rústico de ovelha. Para isso, ele abateu um borrego de seis meses. A atração mostrou Rodrigo capturando o animal, que ainda estava em fase de amamentação, mas não exibiu o momento em que o filhote foi degolado. A edição optou por exibir o sangue do borrego escorrendo até a bacia abaixo dele. Em seguida, Rodrigo e um pecuarista carnearam todo o animal – retirando os órgãos internos, a cabeça e o pelo. Enquanto o fatiava, o apresentador comentou que o filhote era tão macio que parecia um sofá. Por fim, a carne foi temperada para o churrasco que se seguiu. (Com informações de ZH)
Na época, Rodrigo Hilbert explicou:
"Não tínhamos a intenção de incitar qualquer violência contra animais, mas apenas de registrar o dia a dia desses trabalhadores que lutam para criar e alimentar suas famílias. No entanto, por também respeitar aqueles que se manifestaram contra as cenas exibidas no programa, retiraremos as imagens em questão do episódio."
Nossa cultura aceita que um animal seja criado para ser abatido. Sim, come-se animais por uma questão cultural. Isto significa que a sociedade aceita que este animal será desmamado precocemente, separado da sua mãe, receberá ração que o ajudará a ficar pronto para o abate em menos tempo e deixar a carne mais macia para o consumo, além de receber muitas vacinas e antibióticos. Além de nada saudável, homens e mulheres sustentam uma indústria que sobrevive e enriquece da crueldade de animais.
Você sabe o que é a carne de vitela ou baby beef? É a carne de bezerros com menos de 1 ano de idade, alimentados por uma dieta líquida carente de ferro, que substitui o leite nas primeiras semanas e, que depois é substituída por ração concentrada. Estes animais são criados confinados em baias individuais, onde mal conseguem exercer algumas atividades básicas como caminhar e se virar. Não podem tomar banho de sol. As barras das baias são se madeira, porque se fossem de ferro, os animais as lamberiam de tanto que são deficientes. É cruel demais. E, se fosse com você?
Você pode ler mais sobre abate de animais para consumo aqui. Na internet também é possível assistir os documentários “A Carne é Fraca” e “Terráqueos”. A questão que levanto neste post é ”Será que Deus faz vista grossa para este assunto? Será que ele não se importa com animais que ele criou com tanto amor?” Vamos ver o que diz a Palavra de Deus.
“A todo aquele que derramar sangue, tanto homem como animal, pedirei contas; a cada um pedirei contas da vida do seu próximo.” (Gênesis 9:5)
Quando Deus libertou o povo de Israel do Egito, pretendia que eles fossem diferentes dos outros povos, que testemunhassem de Deus através de sua vida, um exemplo para os outros povos. Deu-lhes o maná como alimento. Mas, o povo habituado com os costumes pagãos do Egito reclamava e o que pediam para comer?
“Deliberadamente puseram Deus à prova, exigindo o que desejavam comer. Duvidaram de Deus, dizendo: Poderá Deus preparar uma mesa no deserto? Sabemos que quando ele feriu a rocha a água brotou e jorrou em torrentes. Mas conseguirá também dar-nos de comer? Poderá suprir de carne o seu povo?” (Salmos 78:18-20)
Quais foram as consequências de suas escolhas?
“O Senhor os ouviu e enfureceu-se; com fogo atacou Jacó, e sua ira levantou-se contra Israel, pois eles não creram em Deus nem confiaram no seu poder salvador. Contudo, ele deu ordens às nuvens e abriu as portas dos céus; fez chover maná para que o povo comesse, deu-lhe o pão dos céus. Os homens comeram o pão dos anjos; enviou-lhes comida à vontade. Enviou dos céus o vento oriental e pelo seu poder fez avançar o vento sul. Fez chover carne sobre eles como pó, bandos de aves como a areia da praia. Levou-as a cair dentro do acampamento, ao redor das suas tendas. Comeram à vontade, e assim ele satisfez o desejo deles. Mas, antes de saciarem o apetite, quando ainda tinham a comida na boca, acendeu-se contra eles a ira de Deus; e ele feriu de morte os mais fortes dentre eles, matando os jovens de Israel. A despeito disso tudo, continuaram pecando; não creram nos seus prodígios. Por isso ele encerrou os dias deles como um sopro e os anos deles em repentino pavor. Sempre que Deus os castigava com a morte, eles o buscavam; com fervor se voltavam de novo para ele. Lembravam-se de que Deus era a sua Rocha, de que o Deus Altíssimo era o seu Redentor. Com a boca o adulavam, com a língua o enganavam; o coração deles não era sincero; não foram fiéis à sua aliança. Contudo, ele foi misericordioso; perdoou-lhes as maldade se não os destruiu. Vez após vez conteve a sua ira, sem despertá-la totalmente.” (Salmos 78:21-38)
O Espírito de Profecia também trata deste assunto:
“Deus requeira supremo amor a Deus e amor imparcial ao próximo, o vasto alcance dos seus reclamos toca também às criaturas mudas que não podem expressar em palavras suas necessidades e sofrimentos. 'O jumento que é de teu irmão ou o seu boi não verás caídos no caminho e deles te esconderás; com ele os levantarás, sem falta.' (Dt 22:4). Aquele que ama a Deus, não somente amará o seu semelhante, mas considerará com terna compaixão as criaturas que Deus fez. Quando o Espírito de Deus está no homem, leva-o a aliviar o sofrimento antes que a criá-lo.” (Beneficência Social, p. 48)
“Deus deu aos nossos primeiros pais o alimento que pretendia que a humanidade comesse. Era contrário ao Seu plano que se tirasse a vida a qualquer criatura. Não devia haver morte no Éden. Os frutos das árvores do jardim eram o alimento que as necessidades do homem requeriam. Deus não deu ao homem permissão para comer alimento animal, senão depois do dilúvio. Fora destruído tudo que pudesse servir para a subsistência do homem, e diante da necessidade deste, o Senhor deu a Noé permissão de comer dos animais limpos que ele levara consigo na arca. Mas o alimento animal não era o artigo de alimentação mais saudável para o homem.” (Conselhos Sobre o Regime Alimentar, p. 373)
“Não é tempo de que todos visem dispensar a carne na alimentação? Como podem aqueles que estão buscando tornar-se puros, refinados e santos a fim de poderem fruir a companhia dos anjos celestes, continuar a usar como alimento qualquer coisa que exerça tão nocivo efeito na alma e no corpo? Como podem eles tirar a vida às criaturas de Deus a fim de consumirem a carne como uma iguaria? Volvam eles antes à saudável e deliciosa comida dada ao homem no princípio, e a praticarem eles próprios e ensinarem a seus filhos, a misericórdia para com as mudas criaturas que Deus fez e colocou sob nosso domínio.“ A Ciência do Bom Viver, p. 317
“Os animais são muitas vezes transportados a longas distâncias e sujeitos a grandes sofrimentos para chegar ao mercado. Tirados dos verdes pastos e viajando por fatigantes quilômetros sobre cálidos e poentos caminhos, ou aglomerados em carros sujos, febris e exaustos, muitas vezes privados por muitas horas de alimento e água, as pobres criaturas são guiadas para a morte a fim de que seres humanos se banqueteiem com seu cadáver. 'Amados, peço-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências carnais, que combatem contra a alma. (1Pd 2:11)'". (A Ciência do Bom Viver, p. 314)
"Pensem na crueldade que o regime cárneo envolve para com os animais, e seus efeitos sobre os que a infligem e nos que a observam. Como isso destrói a ternura com que devemos considerar as criaturas de Deus". (Conselhos sobre Regime Alimentar, p. 383)
É interessante notar que Ellen G. White, escrevendo no século 19, dizia que o uso frequente da carne de animais mortos dessensibiliza o ser humano. A verdade é que não fomos criados para nos alimentar de animais, afinal, a morte não deveria existir. A dieta que Deus estabeleceu para o ser humano, lá no Éden, consistia de frutas e sementes. A autorização para o uso da carne foi emergencial, após o dilúvio, o que não significa que o ser humano deveria continuar usando esse tipo de alimento permitido. Quanto mais voltarmos ao propósito de Deus, também nesse aspecto, melhor.
Deus se importa com Suas criaturas. Ele as ama. Não devemos causar o sofrimento animal. Não devemos sustentar uma indústria que causa tanta morte e sofrimento. O nosso papel, dado a Deus no Éden, é cuidar, proteger as criaturas dEle.
O ser humano está cada dia mais frio e não se importa mais com a dor alheia. É preciso renunciar a tudo o que nos deixa frios e nos afasta de Deus.
Que possamos amar as criaturas de Deus e fazer a vontade do nosso Criador.
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