“Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu” (Gênesis 3:6).
Talvez o que mais irrite os consumidores sejam as propagandas enganosas. Você vê o produto na ilustração da caixa ou dentro da embalagem, no comercial da TV ou no anúncio na internet, e se deslumbra. Mas a decepção fica na mesma altura que o estímulo proporcionado pela imagem chamativa. Aposto que não estou sozinho e que você já teve uma experiência chata como essa. Estou errado?
Todavia, é pior quando a beleza e a atratividade podem ser fatais. É o caso de uma flor nativa dos Estados Unidos, conhecida na linguagem popular como Louro-da-Montanha (Kalmia latifolia) que produz delicadas flores brancas e rosadas no fim da primavera, as quais possuem inúmeras manchas que parecem formar padrões geométricos definidos. É uma planta belíssima, mas por baixo daquele exterior simpático bate o coração de um assassino.
A Kalmia latifolia está na lista das plantas mais perigosas aos seres humanos e outros animais. Sua estrutura delicada reserva duas toxinas letais: a andromedotoxina e o alburtin; porém a primeira é a mais tóxica. Na ingestão de pequenas doses da flor, o quadro clínico pode apresentar respiração irregular, salivação abundante, perda da coordenação motora, vômitos, diarreia, fraqueza muscular e convulsões. Já se for em grandes quantias, pode provocar um ataque cardíaco e levar à morte em até seis horas após a ingestão.
Não suficiente, você nem precisa encontrar um Louro-da-Montanha para ter um encontro fatal com esse coquetel de toxinas, pois o mel produzido pelas abelhas que visitaram a Kalmia latifolia contém todas as propriedades tóxicas da própria flor. Os gregos já sabiam desse produto muito antes de Jesus vir à Terra e o chamavam de “mel furioso”; inclusive foi isso que eles usaram para derrotar Xenofonte de Atenas, por volta de 400 a.C.
A beleza dessa espécie de flor engana muito bem. No passado, Satanás propagandeou ao ser humano poderes inescrutáveis com seus discursos empolgantes e omitiu a verdade acerca das coisas. Aliás, ele vive mentindo desde o princípio (João 8:44), tanto que nenhum dos atrativos oferecidos pelo diabo de fato aconteceu. Contrário a isso, a raça humana ficou numa situação muito pior do que quando fazia a vontade do Criador dos céus e da Terra.
Ao ser iniciada a leitura de Gênesis 3, o destaque fica por conta da sagacidade da serpente em seu diálogo com a mulher. O animal em si era inofensivo. Porém, o autor do Gênesis descreve a malignidade do diabo ao se apossar de uma criatura com propósito bem definido: destruir a felicidade da família humana.
Ellen White descreve a serpente desta forma: "A fim de realizar a sua obra sem que fosse percebido, Satanás preferiu fazer uso da serpente como médium, disfarce este bem adaptado ao seu propósito de enganar. A serpente era então uma das mais prudentes e belas criaturas da Terra. Tinha asas, e enquanto voava pelos ares apresentava uma aparência de brilho deslumbrante, tendo a cor e o brilho de ouro polido" (A Verdade sobre os Anjos, p. 53).
Por ocasião do lançamento do filme A Paixão de Cristo, Mel Gibson esteve presente a uma grande concentração de pastores na cidade de Chicago. Perguntaram-lhe por que tinha colocado uma mulher com véu para representar o mal. “O mal toma a forma de beleza, é quase bonito... ele se disfarça e se mascara, mas se as antenas de vocês estiverem ligadas, vão identificá-lo.”
Ellen White assim descreve o disfarce do mal: "Com palavras suaves e melodiosas, e com voz musical, [Satanás] dirigiu-se à maravilhada Eva. Ela se sobressaltou ao ouvir uma serpente falar. Esta exaltava a beleza e excessivo encanto [da mulher], o que não desagradou a Eva. Eva sentiu-se encantada, lisonjeada, bajulada" (A Verdade sobre os Anjos, p. 53).
Depois de atender à voz da serpente e comer do fruto proibido, o ser humano trouxe para si consequências irreversíveis, dentre as quais a pior é a morte. O custo da desobediência a Deus foi letal, pois o pecado, antes prazeroso, trouxe consigo o dano da morte (Romanos 6:23).
Ellen White afirma: "Adão e Eva persuadiram-se de que, de questão tão insignificante como fosse comer do fruto proibido, não poderiam resultar tão terríveis consequências como as de que Deus os avisara. Mas essa questão insignificante constituía uma transgressão da imutável e santa lei divina, e separou o homem de Deus, abrindo os diques da morte e trazendo sobre o mundo misérias indizíveis. Século após século tem subido da Terra um contínuo grito de lamento, e toda criação geme aflita, em resultado da desobediência do homem. O próprio Céu sentiu os efeitos de sua rebelião contra Deus. O Calvário aí está como um monumento do estupendo sacrifício exigido para expiar a transgressão da lei divina. Não consideremos o pecado coisa trivial" (Caminho a Cristo, p. 33).
Hoje, Satanás tem utilizado as mesmas estratégias do passado para vender um produto podre numa embalagem cativante. Ellen White diz que "o pecado torna-se atrativo pela cobertura de luz de que Satanás o reveste" (Mensagens aos Jovens, p. 237). O pecado pode até parecer atrativo, mas não se esqueça: ele é igualmente mortal! Jesus pagou o preço da falha humana na cruz, e hoje está intercedendo por aqueles que são vítimas da tentação (Hebreus 2:18). Somente Ele pode lhe ajudar a vencer o diabo. Peça apoio lá do Alto para resistir aos apelos do inimigo e inibir para sempre o domínio da morte em sua vida.
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