quarta-feira, 27 de setembro de 2017

E aí, vamos "limpar" a igreja?

Sim, existem comportamentos na igreja que me incomodam.
Sim, se dependesse de mim algumas pessoas não fariam parte da igreja. 
Sim, sei que esses pensamentos podem ser perigosos e pecaminosos.

Ao lado do meu ímpeto justiceiro, eu tenho a experiência de Jesus “purificando” o templo com um chicote, além de vários juízos divinos entre o Seu povo. No entanto, existem vários textos bíblicos que nos orientam a não julgar, não condenar, e até mesmo a deixar o trigo e joio crescerem juntos até o tempo da colheita.

Então, que postura devemos adotar? Julgo ou não julgo, limpo ou não limpo a igreja?

Existe um caminho sobremodo excelente indicado por Paulo, que é o amor (1Co 13). Esse é um ótimo começo. Se em tudo o que eu fizer não houver o selo do amor divino, não vai servir de nada.

Parece-me uma obrigação cristã julgar. Devemos julgar pessoas, ensinos e atitudes dentro de nossas claras limitações humanas (nunca julgaremos as intenções, por exemplo, a menos que se tornem conhecidas). A proibição de julgar refere-se a preconceitos e a julgamentos precipitados sobre intenções não conhecidas e fatos dos quais não temos pleno conhecimento. Também se refere ao espírito critico e condenatório.

Mas, após julgarmos, o que fazemos? Estamos autorizados a pegar o chicote e sair limpando o templo como Jesus fez? Não. A menos que você esteja disposto a subir o Monte de Calvário e morrer por cada uma dessas pessoas, você não tem nenhuma autorização para fazer isso.

No entanto, a disciplina eclesiástica existe, é matéria bíblica. Deveríamos aprender biblicamente como lidar com escândalos, pecados publicamente cometidos e comportamentos abertamente contrários ao que ensina a Bíblia.

Em nossa boa intenção de “purificar” a igreja e manter o alto padrão, corremos o risco de agir como os fariseus da época de Jesus: criamos uma comunidade excludente.

Fugindo do extremo das igrejas liberais, que tornaram o Evangelho em mero detalhe ornamental de vidas pecaminosas, podemos cair facilmente no outro extremo, de tornar o Evangelho no chicote para massacrar pessoas em nossa tentativa de separar manualmente o joio do trigo.

Quando surgir aquela "santa" vontade de limpar a igreja de seus membros infiéis e manter os pecadores do lado de fora, pense na sua historia. Aquele que o convidou "Vinde a mim", prometeu que todo aquele que fosse a Ele seria aceito, e de modo algum Ele o lançaria fora.

A turma do PottersHouse resume isso em 30 segundos:


Vanessa Meira (via Resumo da Ópera)

Nota: Leia atentamente estes importantes textos de Ellen G. White:
"Se aqueles que lidam com os que erram tivessem o coração pleno de ternura, que espírito diferente prevaleceria nas igrejas! Que o Senhor possa abrir os olhos e suavizar o coração daqueles que têm demonstrado um espírito ríspido, não perdoador e inflexível para com aqueles que eles pensam estar em erro. Tais homens desonram seu cargo e desonram a Deus. Eles magoam o coração de Seus filhos e os compelem a clamar a Deus em sua angústia. Certamente o Senhor ouvirá o seu clamor e julgará todas essas coisas." (The Review and Herald, 14 de Maio de 1895)

"Almas há que estão definhando por falta de simpatia. Definham por falta do pão da vida; mas não têm confiança para tornar conhecida a sua grande necessidade. Os que levam responsabilidades em conexão com a obra de Deus, devem compreender que estão sob a mais solene obrigação de ajudar a essas almas." (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 353) 

"Que revelações viriam aos homens se a cortina fosse aberta e vocês pudessem ver o resultado de seu trabalho ao lidar com os que erram e que necessitam do mais adequado tratamento para não serem desviados do caminho!" (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 184)

"O homem finito é propenso a julgar mal o caráter, mas Deus não deixou a obra de julgar e de fazer pronunciamentos sobre o caráter com aqueles que para isto não estão preparados. Não devemos dizer o que constitui o trigo e o que constitui o joio. O tempo da colheita determinará completamente o caráter das duas classes especificadas sob a figura de joio e de trigo. A obra de separação é dada aos anjos de Deus, e não entregue nas mãos de qualquer homem." (A Igreja Remanescente, p. 44)
O professor Leandro Quadros também aborda este assunto:

 

3 comentários:

  1. E como agir quando a gente é que é julgado? Eu permaneci em Jesus, pois Ele nunca falhou comigo. Espero pacientemente pela justiça que vem dele. às vezes somos julgados apenas por homens que tem o poder de decidir, mas isto não significa que Deus nos rejeitou ou pensa igual. No final, Jesus, que conhece os que são dele, fará justiça. E mesmo ao sermos julgados injustamente, podemos crescer e aprendermos misericórdia para que não façamos com outros o que fizeram conosco. Amo esta igreja, mas estou ciente que minha fé esta depositada em Cristo. Fico feliz que o irmão de forma equilibrada admita que erros humanos podem acontecer, mas Deus é fiel e ha de retribuir a cada um segundo as suas obras! Confio no Senhor Reto Juiz e entrego minha vida e destino nas mãos dele para que ele traga o seu reino onde finalmente haverá justiça e verdade, pois isto não é coisas de seres humanos ou deste mundo. "Eu sei em quem tenho crido!"

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  2. Pessoas já foram afastadas de igrejas ou de trabalho por se depararem com enfermidades como depressão, síndrome de panico e ansiedade generalizada. Síndrome de Bournout, entre outra coisas para as quais existe tratamento adequado mediante os quais a pessoa possa retornar as suas funções ou outras mais adequadas. Ha membros sofrendo nas mãos de pessoas que detêm o poder, humanamente falando, mas não o poder do amor. E membros com depressão por exemplo, são julgados como endemoniados, sem fé, fraqueza, etc. Fico feliz que nossa igreja esteja amadurecendo e crescendo em relação a isto, pois é muito duro procuraqr ajuda médica de fora da igreja e ouvirmos o médico dizer que as únicas igrejas que dispensam alguns obreiros e funcionários por doenças emocionais sejam os evangélicos e ainda citam Padre Marcello Rossi, Pe. Fábio de Melo, como exemplos do que a ICAR fez por eles no sentido de reintegrá-los. Fico feliz que a igreja esteja mudando lentamente para melhor. Pois eu quero sempre fazer parte deste povo. Não tenho pessoas a criticar, mas um alerta sobre comportamentos que precisamos abandonar pela graça de Deus! Afinal nossa igreja é o Remanescente. Que Deus abençoe a todos vocês que dirigem este veículo de informações e abençoe nossa igreja!

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  3. Como agir quando sofremos nas mão de alguém que tem o complexo de Natan? Se agirmos segundo Mateus 18, o que tem o complexo de Natã, se vale da hierarquia , a mesma que tem recorrido para prejudicar e punir outros além de nós, sendo este comportamento já conhecido. Ai ao seguir o princípio bíblico e conversar amorosamente com o respectivo faltoso, com todo amor e humildade, recebemos opressão, apelo de autoridade, mais acusação e ainda ora por nós para que Deus nos ajude a sofrer como Cristo. Este líder hoje está fora, mas quantas pessoas o mesmo prejudicou? Como sei que meu redentor vive, em mansidão tenho desfrutado das bençãos que Deus tem me dado através daquilo que era para ser uma maldição. Queridos irmão. Acredito que entre nós ha verdadeiros cristão e somos a maioria.
    Continuo a ser útil, a pregar e a ajudar a igreja voluntariamente. Me formei em psicanálise e agora faço pós graduação e especialização. Tenho tido assim uma excelente oportunidade de ajudar aqueles que sofrem de transtornos emocionais, especialmente aos de nossa fé de modo acessível àqueles que não podem pagar o valor normal da consulta. Deus tem me mostrado que Ele somente, está acima de todos os homens. É ele e não nós que é o oleiro! Abraço queridos irmãos!

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