sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

O Demônio do Meio-Dia

Ilustração de Keren Stanley "The Nonday Demon" (O Demônio do Meio-Dia)

Apesar de soar agressivo, o título deste post foi extraído do Salmo 91:5, 6, na versão Douay-Rheims. O texto diz: “[…] tu não terás medo do terror da noite, da seta que voa de dia, da peste que anda no escuro, da invasão ou do demônio do meio-dia”. O escritor norte-americano Andrew Solomon se inspirou nesses versículos para dar nome a uma de suas principais obras: O Demônio do Meio-Dia: Uma anatomia da depressão (2001). Este livro aborda de forma visceral a depressão, este demônio paralisante que adormece sonhos e desejos. Seu livro, de uma escrita profunda e sensível, repele o preconceito sobre essa doença que assombra tantas almas.
De fato, essa realidade tem se tornado cada vez mais comum em nosso cotidiano. Cerca de 5,8% da população brasileira sofre de depressão – um total de 11,5 milhões de casos registrados no país, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O índice é o maior na América Latina e o segundo maior nas Américas, atrás apenas dos Estados Unidos, que registram 5,9% da população com o transtorno e um total de 17,4 milhões de casos. 

De acordo com a OMS, o número de pessoas vivendo com depressão está aumentando - 18,4% entre 2005 e 2015. A estimativa é que, atualmente, cerca de 322 milhões de pessoas de todas as idades sofram com a doença em todo o mundo. O órgão alertou que a depressão é a principal causa de incapacidade laboral no planeta e, nos piores casos, pode levar ao suicídio.

Mas, ainda que o “demônio do meio-dia” nos assedie, “o Sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas” (Ml 4:2, NVI) à meia-noite. O poder divino disponível para superar a depressão, a visão bíblica integral do ser humano e o auxílio de profissionais e de recursos adequados para combater a doença são elementos fundamentais no processo de restauração. 

Para concluir, fiquemos com esta importante mensagem deixada pelo nosso querido irmão Mário Jorge Lima, via facebook, intitulada "Depressão, mal do tempo do fim":
Acabei de ler que segundo a OMS - Organização Mundial de Saúde, até 2020, a depressão será a mais incapacitante das doenças. Traiçoeira, silenciosa, mal compreendida, imobiliza idosos, adultos, jovens, adolescentes e até crianças, destruindo a disposição pra estudar, trabalhar, até mesmo para o lazer e pra se tratarem, não raro tornando-os em potenciais suicidas.
Infelizmente, no afã de ajudar, parentes, amigos, irmãos de igreja e pessoas em geral confundem as coisas, emitem opiniões atravessadas e assumem atitudes que mais prejudicam do que trazem qualquer auxílio de fato.
Entendo que só quem sente isso na própria pele, ou tem pessoas próximas queridas, padecendo desse mal, é capaz de avaliar um pouco o que é essa força estranha que cada vez mais apaga ou escraviza vidas produtivas e promissoras.
Alguém dirá que a oração e o evangelho são capazes de curar esses transtornos mentais e emocionais. E são mesmo, desde, é claro, que quem sofre, ainda possa clamar por ajuda, como a ovelha perdida da parábola, e seja, então, amorosamente procurada e recuperada. Ou seja capaz ainda de ter atitude de voltar para a casa do Pai, como o filho perdido de outra parábola, sendo por Ele festivamente recebido.
Agora considere, o que fazer se ele / ela for simplesmente uma moeda perdida, com a de uma terceira parábola, que por ser um objeto inanimado, sem vontade, sem reação, sem qualquer condição de buscar ajuda ou gritar por ela, só será ajudada, recuperada e salva se for diligentemente procurada e encontrada?
Que nesse final de semana, todos nós, cristãos ditos pós-modernos, salvos pela graça, que nos achamos no controle de nossas aptidões físicas, mentais, intelectuais e emocionais, que temos o privilégio de comer, beber, vestirmo-nos e nos comportarmos da maneira que julgamos correta, crendo naquilo que consideramos verdadeiro, santo e bom, nos lembremos que muitos de nossos "pequeninos irmãos", moedas perdidas reais pelas sendas da vida, não têm essa chance, e muitos deles estão se apagando lentamente.
Tenho certeza de que todos conhecemos alguém vivendo essas situações penosas. Que cada um de nós, ao invés de menosprezarmos, criticarmos ou nos afastamos dos que assim sofrem, nos coloquemos à disposição para orar por eles, servi-los, ouvi-los e apoiar de alguma forma seus tratamentos e terapias.

4 comentários:

  1. Minha irmã está morrendo dessa doença está em estado terminal.Doença horrível e devastadora.

    ResponderExcluir
  2. Muito bom!!! Esse Assunto junto com o da pornografia tem que ser mais explorado pela igreja. Dois problemas que tem corroído a mente dos jovens, que em silêncio acabam rendendo a vida e sob os olhos de todos satanás os aniquila.

    ResponderExcluir
  3. Que triste, que Deus ajude você e sua irmã... é complicado demais

    ResponderExcluir